Dicas e curiosidades sobre animais

Janeiro, saúde mental e pet: qual a relação entre eles?


Janeiro branco é a oportunidade de iniciar o ano refletindo sobre o que é saúde mental para humanos e animais, além de como os animais podem ajudar na nossa vitalidade. Mas será que isso é benéfico a eles? Veja mais.

Por Luiza Cervenka
Janeiro Branco é a oportunidade de olharmos para a saúde mental, dos humanos e pets - GT#4 - OFF permanently/Creative Commons  

O primeiro mês do ano é um convite para a conscientização sobre os cuidados com a saúde mental. A campanha Janeiro Branco, busca sensibilizar a população sobre a importância do cuidado com o bem-estar emocional, incentivando a prevenção dos transtornos psicológicos, a fim de criar um ambiente mais acolhedor e humano acerca das questões psíquicas.

O movimento se faz relevante, uma vez que o Brasil apresenta altos índices de transtornos de ansiedade e depressão. O país é líder na prevalência de doenças mentais, com estatísticas alarmantes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com uma última pesquisa divulgada em 2023, 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade, sendo que a faixa etária entre 18 e 24 anos apresenta um índice ainda mais elevado. Isso sem falar das diversas pessoas que sofrem com esse problema, mas não buscam ajuda. Ainda há muito preconceito e vergonha. Isso sem falar em crise de pânico, depressão e tantas outras doenças ou transtornos.

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E quando falamos sobre saúde mental dos pets?

Se já é um tabu falar sobre depressão ou ansiedade em humanos, o que dirá em pets. Ter um tutor que compreenda que tal comportamento do animal precisa de ajuda é um alento para o animal e para os profissionais.

Um assunto que eu adoro estudar (e foi tema do meu doutorado) é a Ansiedade por Separação. Alguns autores comparam os comportamentos apresentados pelo cão na ausência do tutor, com crise de pânico. Porém, muitos ainda relacionam o xixi fora do lugar ou a destruição à birra. O que só atrasa o diagnóstico e tratamento, aumentando o sofrimento de todos os envolvidos.

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Cães também pode sofrer de ansiedade e outras questões emocionais - Bruce Fingerhood/Creative Commons  

"A importância do Janeiro, como Mês de Conscientização sobre o Bem-Estar e Saúde Mental dos Animais, reside no fato de que muitas vezes os animais são negligenciados nesses aspectos. É essencial conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar do bem-estar e da saúde mental dos animais, para que recebam os cuidados adequados, tenham uma vida saudável e sejam tratados com dignidade e respeito. Além disso, a conscientização pode ajudar a promover a adoção responsável e a prevenir situações de abuso e maus tratos", afirma a veterinária Ana Iris Batista.

E se juntar a saúde mental dos humanos e dos pets?

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A interação com animais de estimação, como cães e gatos, pode desempenhar um papel significativo na melhoria da saúde mental e emocional das pessoas, ainda mais nos jovens, que lideram o ranking de transtornos psicológicos no Brasil. O estresse, a ansiedade e a depressão são condições que afetam profundamente a qualidade de vida, e é neste cenário que os pets têm se mostrado aliados valiosos.

De acordo com o médico-veterinário da Petlove Pedro Risolia, "os pets são ótimos companheiros para acalmar e aliviar o estresse. Ao interagir com um cachorro, por exemplo, os níveis de ocitocina aumentam, trazem a sensação de bem-estar e diminui níveis de ansiedade".

Na opinião da médica psiquiatra Emily Gomes de Souza, da clínica Revitalis, "os pets trazem alegria para a nossa vida, senso de cuidado e companheirismo. Quando a pessoa chega em casa e vê o seu cachorro todo feliz ao encontrar o dono, sem julgamentos e sem restrições, a sensação é de acolhimento".

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Mas é bem aí que mora um porém. Tudo bem ter um pet para nos ajudar a lidar com a rotina ou dificuldades. Mas será que o animal está preparado para exercer esse papel? Será que ele também não está lidando com dificuldades sociais, crises de ansiedade, até mesmo necessitando de medicação para melhorar seu bem-estar?

E pensando além: será que esse animal não poderá servir de bengala para esse humano, que, ao não lidar com suas questões emocionais, coloca sua razão de existir no pet?! E se (Deus o livre!) esse animal morre, fica doente, se perde, sei lá...? Será que não será ainda pior ter que lidar com a ansiedade, depressão e o luto?

Pets e a redução do stress

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Um estudo conduzido pela Universidade do Estado de Washington revelou que a presença de gatos pode contribuir para a redução do estresse. A pesquisa, que fez um recorte da interação entre gatos e estudantes universitários, resultou em benefícios mentais, indicando que indivíduos mais propensos a se conectarem emocionalmente também se mostraram mais abertos a interações com felinos, além de lidarem melhor com a vida acadêmica.

Já pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, estudaram os efeitos positivos da interação com cães na saúde mental das pessoas. Ao acariciar cachorros, a atividade cerebral pré-frontal, associada ao gerenciamento de emoções e interações sociais, apresentou uma resposta positiva. Os benefícios dessa relação persistiram mesmo após o fim do contato com os animais, indicando um potencial terapêutico para pessoas com déficits socioemocionais, como ansiedade e depressão.

Essa relação é tão forte que pode ser capaz, inclusive, de combater a demência. Ao menos é o que indica um estudo recentemente publicado na revista científica Preventive Medicine Reports. Pessoas com mais de 65 anos e que são tutores de cachorros têm 40% menos probabilidade de desenvolver demência. A pesquisa explica que ter um cãozinho normalmente aumenta a atividade física e as interações sociais, ao levar o pet para passear, por exemplo.

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Simone Cordeiro, diretora-comercial da Au!Happy, plano de saúde voltado para animais de estimação, esclarece que não basta apenas ter o pet em casa. "O estudo mostra que os donos de cães sem hábitos de vida diários relacionados com os cuidados com o animal não mostraram efeitos positivos relacionados com a prevenção da demência. Ou seja, é preciso, acima de tudo, cuidar do seu bichinho", diz.

É cientificamente comprovado que a convivência com pets traz inúmeros benefícios para o bem-estar humano, tanto físico quanto emocional. A presença dos animais de estimação tem um impacto direto nos sentimentos da população, proporcionando alívio e melhora na qualidade de vida. Segundo Pedro Risolia, outra vantagem que a convivência com pets traz é a empatia, que ajuda na interação social. "Os pets possuem sentimentos e necessidades, que serão percebidos ao longo do convívio. Isso faz com que o tutor tenha uma noção maior sobre respeito e empatia com as pessoas ao seu redor", afirmou.

A psiquiatra da clínica Revitalis destaca um estudo publicado em 2021 na Frontiers in Veterinary Science: "essa interação traz diversos efeitos biológicos na frequência cardíaca e ativa indicadores neuroquímicos de comportamento afiliativo, que é a liberação de dopamina, prolactina e endorfina. Observa-se também a redução na concentração sérica do cortisol, hormônio relacionado ao estresse", finaliza a Dr.ª Emily Gomes de Souza.

Não apenas durante o Janeiro Branco, é essencial lembrar que para cuidar da nossa saúde mental. A presença afetuosa dos nossos companheiros peludos pode fazer uma diferença significativa em nossa jornada rumo ao bem-estar emocional, mas nem por isso devemos nos esquecer na saúde física e mental deles. A conscientização sobre o cuidado holístico dos animais é fundamental para assegurar uma vida longa e feliz para eles e para nós, humanos.

Não hesite em buscar um profissional da saúde, seja um psicólogo, um médico ou um psiquiatra. Tanto para você, quanto para seu pet. Nada é frescura! Sempre podemos melhorar a qualidade de vida da família!

Janeiro Branco é a oportunidade de olharmos para a saúde mental, dos humanos e pets - GT#4 - OFF permanently/Creative Commons  

O primeiro mês do ano é um convite para a conscientização sobre os cuidados com a saúde mental. A campanha Janeiro Branco, busca sensibilizar a população sobre a importância do cuidado com o bem-estar emocional, incentivando a prevenção dos transtornos psicológicos, a fim de criar um ambiente mais acolhedor e humano acerca das questões psíquicas.

O movimento se faz relevante, uma vez que o Brasil apresenta altos índices de transtornos de ansiedade e depressão. O país é líder na prevalência de doenças mentais, com estatísticas alarmantes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com uma última pesquisa divulgada em 2023, 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade, sendo que a faixa etária entre 18 e 24 anos apresenta um índice ainda mais elevado. Isso sem falar das diversas pessoas que sofrem com esse problema, mas não buscam ajuda. Ainda há muito preconceito e vergonha. Isso sem falar em crise de pânico, depressão e tantas outras doenças ou transtornos.

E quando falamos sobre saúde mental dos pets?

Se já é um tabu falar sobre depressão ou ansiedade em humanos, o que dirá em pets. Ter um tutor que compreenda que tal comportamento do animal precisa de ajuda é um alento para o animal e para os profissionais.

Um assunto que eu adoro estudar (e foi tema do meu doutorado) é a Ansiedade por Separação. Alguns autores comparam os comportamentos apresentados pelo cão na ausência do tutor, com crise de pânico. Porém, muitos ainda relacionam o xixi fora do lugar ou a destruição à birra. O que só atrasa o diagnóstico e tratamento, aumentando o sofrimento de todos os envolvidos.

Cães também pode sofrer de ansiedade e outras questões emocionais - Bruce Fingerhood/Creative Commons  

"A importância do Janeiro, como Mês de Conscientização sobre o Bem-Estar e Saúde Mental dos Animais, reside no fato de que muitas vezes os animais são negligenciados nesses aspectos. É essencial conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar do bem-estar e da saúde mental dos animais, para que recebam os cuidados adequados, tenham uma vida saudável e sejam tratados com dignidade e respeito. Além disso, a conscientização pode ajudar a promover a adoção responsável e a prevenir situações de abuso e maus tratos", afirma a veterinária Ana Iris Batista.

E se juntar a saúde mental dos humanos e dos pets?

A interação com animais de estimação, como cães e gatos, pode desempenhar um papel significativo na melhoria da saúde mental e emocional das pessoas, ainda mais nos jovens, que lideram o ranking de transtornos psicológicos no Brasil. O estresse, a ansiedade e a depressão são condições que afetam profundamente a qualidade de vida, e é neste cenário que os pets têm se mostrado aliados valiosos.

De acordo com o médico-veterinário da Petlove Pedro Risolia, "os pets são ótimos companheiros para acalmar e aliviar o estresse. Ao interagir com um cachorro, por exemplo, os níveis de ocitocina aumentam, trazem a sensação de bem-estar e diminui níveis de ansiedade".

Na opinião da médica psiquiatra Emily Gomes de Souza, da clínica Revitalis, "os pets trazem alegria para a nossa vida, senso de cuidado e companheirismo. Quando a pessoa chega em casa e vê o seu cachorro todo feliz ao encontrar o dono, sem julgamentos e sem restrições, a sensação é de acolhimento".

Mas é bem aí que mora um porém. Tudo bem ter um pet para nos ajudar a lidar com a rotina ou dificuldades. Mas será que o animal está preparado para exercer esse papel? Será que ele também não está lidando com dificuldades sociais, crises de ansiedade, até mesmo necessitando de medicação para melhorar seu bem-estar?

E pensando além: será que esse animal não poderá servir de bengala para esse humano, que, ao não lidar com suas questões emocionais, coloca sua razão de existir no pet?! E se (Deus o livre!) esse animal morre, fica doente, se perde, sei lá...? Será que não será ainda pior ter que lidar com a ansiedade, depressão e o luto?

Pets e a redução do stress

Um estudo conduzido pela Universidade do Estado de Washington revelou que a presença de gatos pode contribuir para a redução do estresse. A pesquisa, que fez um recorte da interação entre gatos e estudantes universitários, resultou em benefícios mentais, indicando que indivíduos mais propensos a se conectarem emocionalmente também se mostraram mais abertos a interações com felinos, além de lidarem melhor com a vida acadêmica.

Já pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, estudaram os efeitos positivos da interação com cães na saúde mental das pessoas. Ao acariciar cachorros, a atividade cerebral pré-frontal, associada ao gerenciamento de emoções e interações sociais, apresentou uma resposta positiva. Os benefícios dessa relação persistiram mesmo após o fim do contato com os animais, indicando um potencial terapêutico para pessoas com déficits socioemocionais, como ansiedade e depressão.

Essa relação é tão forte que pode ser capaz, inclusive, de combater a demência. Ao menos é o que indica um estudo recentemente publicado na revista científica Preventive Medicine Reports. Pessoas com mais de 65 anos e que são tutores de cachorros têm 40% menos probabilidade de desenvolver demência. A pesquisa explica que ter um cãozinho normalmente aumenta a atividade física e as interações sociais, ao levar o pet para passear, por exemplo.

Simone Cordeiro, diretora-comercial da Au!Happy, plano de saúde voltado para animais de estimação, esclarece que não basta apenas ter o pet em casa. "O estudo mostra que os donos de cães sem hábitos de vida diários relacionados com os cuidados com o animal não mostraram efeitos positivos relacionados com a prevenção da demência. Ou seja, é preciso, acima de tudo, cuidar do seu bichinho", diz.

É cientificamente comprovado que a convivência com pets traz inúmeros benefícios para o bem-estar humano, tanto físico quanto emocional. A presença dos animais de estimação tem um impacto direto nos sentimentos da população, proporcionando alívio e melhora na qualidade de vida. Segundo Pedro Risolia, outra vantagem que a convivência com pets traz é a empatia, que ajuda na interação social. "Os pets possuem sentimentos e necessidades, que serão percebidos ao longo do convívio. Isso faz com que o tutor tenha uma noção maior sobre respeito e empatia com as pessoas ao seu redor", afirmou.

A psiquiatra da clínica Revitalis destaca um estudo publicado em 2021 na Frontiers in Veterinary Science: "essa interação traz diversos efeitos biológicos na frequência cardíaca e ativa indicadores neuroquímicos de comportamento afiliativo, que é a liberação de dopamina, prolactina e endorfina. Observa-se também a redução na concentração sérica do cortisol, hormônio relacionado ao estresse", finaliza a Dr.ª Emily Gomes de Souza.

Não apenas durante o Janeiro Branco, é essencial lembrar que para cuidar da nossa saúde mental. A presença afetuosa dos nossos companheiros peludos pode fazer uma diferença significativa em nossa jornada rumo ao bem-estar emocional, mas nem por isso devemos nos esquecer na saúde física e mental deles. A conscientização sobre o cuidado holístico dos animais é fundamental para assegurar uma vida longa e feliz para eles e para nós, humanos.

Não hesite em buscar um profissional da saúde, seja um psicólogo, um médico ou um psiquiatra. Tanto para você, quanto para seu pet. Nada é frescura! Sempre podemos melhorar a qualidade de vida da família!

Janeiro Branco é a oportunidade de olharmos para a saúde mental, dos humanos e pets - GT#4 - OFF permanently/Creative Commons  

O primeiro mês do ano é um convite para a conscientização sobre os cuidados com a saúde mental. A campanha Janeiro Branco, busca sensibilizar a população sobre a importância do cuidado com o bem-estar emocional, incentivando a prevenção dos transtornos psicológicos, a fim de criar um ambiente mais acolhedor e humano acerca das questões psíquicas.

O movimento se faz relevante, uma vez que o Brasil apresenta altos índices de transtornos de ansiedade e depressão. O país é líder na prevalência de doenças mentais, com estatísticas alarmantes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com uma última pesquisa divulgada em 2023, 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade, sendo que a faixa etária entre 18 e 24 anos apresenta um índice ainda mais elevado. Isso sem falar das diversas pessoas que sofrem com esse problema, mas não buscam ajuda. Ainda há muito preconceito e vergonha. Isso sem falar em crise de pânico, depressão e tantas outras doenças ou transtornos.

E quando falamos sobre saúde mental dos pets?

Se já é um tabu falar sobre depressão ou ansiedade em humanos, o que dirá em pets. Ter um tutor que compreenda que tal comportamento do animal precisa de ajuda é um alento para o animal e para os profissionais.

Um assunto que eu adoro estudar (e foi tema do meu doutorado) é a Ansiedade por Separação. Alguns autores comparam os comportamentos apresentados pelo cão na ausência do tutor, com crise de pânico. Porém, muitos ainda relacionam o xixi fora do lugar ou a destruição à birra. O que só atrasa o diagnóstico e tratamento, aumentando o sofrimento de todos os envolvidos.

Cães também pode sofrer de ansiedade e outras questões emocionais - Bruce Fingerhood/Creative Commons  

"A importância do Janeiro, como Mês de Conscientização sobre o Bem-Estar e Saúde Mental dos Animais, reside no fato de que muitas vezes os animais são negligenciados nesses aspectos. É essencial conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar do bem-estar e da saúde mental dos animais, para que recebam os cuidados adequados, tenham uma vida saudável e sejam tratados com dignidade e respeito. Além disso, a conscientização pode ajudar a promover a adoção responsável e a prevenir situações de abuso e maus tratos", afirma a veterinária Ana Iris Batista.

E se juntar a saúde mental dos humanos e dos pets?

A interação com animais de estimação, como cães e gatos, pode desempenhar um papel significativo na melhoria da saúde mental e emocional das pessoas, ainda mais nos jovens, que lideram o ranking de transtornos psicológicos no Brasil. O estresse, a ansiedade e a depressão são condições que afetam profundamente a qualidade de vida, e é neste cenário que os pets têm se mostrado aliados valiosos.

De acordo com o médico-veterinário da Petlove Pedro Risolia, "os pets são ótimos companheiros para acalmar e aliviar o estresse. Ao interagir com um cachorro, por exemplo, os níveis de ocitocina aumentam, trazem a sensação de bem-estar e diminui níveis de ansiedade".

Na opinião da médica psiquiatra Emily Gomes de Souza, da clínica Revitalis, "os pets trazem alegria para a nossa vida, senso de cuidado e companheirismo. Quando a pessoa chega em casa e vê o seu cachorro todo feliz ao encontrar o dono, sem julgamentos e sem restrições, a sensação é de acolhimento".

Mas é bem aí que mora um porém. Tudo bem ter um pet para nos ajudar a lidar com a rotina ou dificuldades. Mas será que o animal está preparado para exercer esse papel? Será que ele também não está lidando com dificuldades sociais, crises de ansiedade, até mesmo necessitando de medicação para melhorar seu bem-estar?

E pensando além: será que esse animal não poderá servir de bengala para esse humano, que, ao não lidar com suas questões emocionais, coloca sua razão de existir no pet?! E se (Deus o livre!) esse animal morre, fica doente, se perde, sei lá...? Será que não será ainda pior ter que lidar com a ansiedade, depressão e o luto?

Pets e a redução do stress

Um estudo conduzido pela Universidade do Estado de Washington revelou que a presença de gatos pode contribuir para a redução do estresse. A pesquisa, que fez um recorte da interação entre gatos e estudantes universitários, resultou em benefícios mentais, indicando que indivíduos mais propensos a se conectarem emocionalmente também se mostraram mais abertos a interações com felinos, além de lidarem melhor com a vida acadêmica.

Já pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, estudaram os efeitos positivos da interação com cães na saúde mental das pessoas. Ao acariciar cachorros, a atividade cerebral pré-frontal, associada ao gerenciamento de emoções e interações sociais, apresentou uma resposta positiva. Os benefícios dessa relação persistiram mesmo após o fim do contato com os animais, indicando um potencial terapêutico para pessoas com déficits socioemocionais, como ansiedade e depressão.

Essa relação é tão forte que pode ser capaz, inclusive, de combater a demência. Ao menos é o que indica um estudo recentemente publicado na revista científica Preventive Medicine Reports. Pessoas com mais de 65 anos e que são tutores de cachorros têm 40% menos probabilidade de desenvolver demência. A pesquisa explica que ter um cãozinho normalmente aumenta a atividade física e as interações sociais, ao levar o pet para passear, por exemplo.

Simone Cordeiro, diretora-comercial da Au!Happy, plano de saúde voltado para animais de estimação, esclarece que não basta apenas ter o pet em casa. "O estudo mostra que os donos de cães sem hábitos de vida diários relacionados com os cuidados com o animal não mostraram efeitos positivos relacionados com a prevenção da demência. Ou seja, é preciso, acima de tudo, cuidar do seu bichinho", diz.

É cientificamente comprovado que a convivência com pets traz inúmeros benefícios para o bem-estar humano, tanto físico quanto emocional. A presença dos animais de estimação tem um impacto direto nos sentimentos da população, proporcionando alívio e melhora na qualidade de vida. Segundo Pedro Risolia, outra vantagem que a convivência com pets traz é a empatia, que ajuda na interação social. "Os pets possuem sentimentos e necessidades, que serão percebidos ao longo do convívio. Isso faz com que o tutor tenha uma noção maior sobre respeito e empatia com as pessoas ao seu redor", afirmou.

A psiquiatra da clínica Revitalis destaca um estudo publicado em 2021 na Frontiers in Veterinary Science: "essa interação traz diversos efeitos biológicos na frequência cardíaca e ativa indicadores neuroquímicos de comportamento afiliativo, que é a liberação de dopamina, prolactina e endorfina. Observa-se também a redução na concentração sérica do cortisol, hormônio relacionado ao estresse", finaliza a Dr.ª Emily Gomes de Souza.

Não apenas durante o Janeiro Branco, é essencial lembrar que para cuidar da nossa saúde mental. A presença afetuosa dos nossos companheiros peludos pode fazer uma diferença significativa em nossa jornada rumo ao bem-estar emocional, mas nem por isso devemos nos esquecer na saúde física e mental deles. A conscientização sobre o cuidado holístico dos animais é fundamental para assegurar uma vida longa e feliz para eles e para nós, humanos.

Não hesite em buscar um profissional da saúde, seja um psicólogo, um médico ou um psiquiatra. Tanto para você, quanto para seu pet. Nada é frescura! Sempre podemos melhorar a qualidade de vida da família!

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