Dicas e curiosidades sobre animais

Meu pet tem dor e eu não percebi


Simpósio mostra como dor e comportamento estão mais ligados do que imaginamos. E que tem mais pet com dor do que conseguimos ver

Por Luiza Cervenka
Observar a dor é a chave para poder transformar vidas! Foto: Natalia Vieira

Tenho que confessar, apesar de me açoitar muito por isso: a Aman (minha cachorrinha) estava com muita dor e eu não percebi. Eu, que sou propagadora da palavra da dor, que me intitulo a louca da dor, que digo que vejo dor em todos os lugares. Essa mesma eu que não percebeu que dentro de casa tinha um ser sofrendo calado.

Sei lá Deus como, a Aman rompeu o ligamento do joelho (tipo o Neymar) e girou a tíbia, mas estava andando como se não fosse nada. Como ela fez isso? Não faço a menor ideia. Lembrando que ela é uma espoleta que adora correr e bagunçar. Em algum momento, ela chorou, parou de aprontar? Nadinha! Ela não demonstrou dor.

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Como eu descobri? Exame de rotina. Como ela tinha luxação de patela e precisava operar, resolvi marcar uma consulta prévia para avaliar se já podíamos operar a pata esquerda (ela já tinha operado a direita). Levei um mega susto quando o ortopedista contou como estava a pata dela e que a cirurgia deveria ser imediata. Foi o tempo de fazer os exames pré-operatórios e seguir para o centro cirúrgico.

Sabe o que mais me chocou? A Aman colocou vários parafusos e placas e, três dias após a cirurgia, estava beeeemmm melhor do que antes. Estava mais alerta, mais brincalhona, aprontando menos (meu lixo está intacto desde então) e comendo super bem (antes, ela era muito seletiva). Tudo graças aos fortes analgésicos. Ou seja, a pobre estava com muita dor!

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Me ajude a espalhar a palavra da dor!

Mesmo tendo sido uma fraude dentro de casa, sigo levantando a bandeira da dor e do comportamento. Tanto é que, semana passada, tivemos a segunda edição do Simpósio Dor e Comportamento. O evento é focado em médicos-veterinários, estudantes e profissionais do comportamento não-veterinários (groomers, adestradores, consultores comportamentais, passeadores, pet sitters, monitores de creche e empresários do ramo), mas também tivemos alguns tutores preocupados com seus animais querendo aprender mais.

Foram 10 palestrantes abordando assuntos que envolvem dor e comportamento, tanto em cães quanto em gatos. São sinais tão sutis, muitas vezes, que denotam que o animal está com dor... Até um "ataque" à vassoura (tido como absolutamente normal) pode ser sinal de alterações ortopédicas ou gastrointestinais.

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Dor não se resume a algo agudo, mas também a questões crônicas e desconfortos que o animal carrega por toda a vida, sem que sejam notados. Por isso, a importância de ficarmos atentos, buscarmos conhecimento e questionarmos o veterinário sobre isso. Infelizmente, os médicos-veterinários não têm a matéria de comportamento na faculdade. Assim, compreender quais comportamentos podem estar relacionados à dor beira a frescura, mimimi ou a cachorro mimado.

Como bem disse Ana Luisa Lopes, uma das palestrantes do Simpósio, "devemos deixar os rótulos de lado e ouvir a queixa do tutor sem julgamento". Afinal, aquele cão "chato" pode simplesmente estar com dor há muito tempo, sem que ninguém tenha enxergado.

Rotular o animal só afasta da real qualidade de vida Foto: Natalia Vieira
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Isso sem falar nos cães tidos como agressivos. A Joice Peruzzi mostrou a casuística dos atendimentos dela e da equipe, revelando que mais da metade dos cães e gatos com algum caso de ataque estavam com problemas ortopédicos, dermatológicos, gastrointestinais e neurológicos não tratados. Ou seja, sabe esse comportamento que você reclama sempre do seu pet? Pode ser por dor. Mas vale deixar claro que nem tudo é dor, tá?! A Joice também mostrou que, muitas vezes, a questão é comportamental e precisa ser trabalhada criteriosamente, com um bom profissional do comportamento, sem uso de punições.

Agressividade por estar relacionada a dor, mas nem sempre Foto: Natalia Vieira

Agora, a palestra que levou todo mundo a fazer cara de bocas foi a da Julia Robertson. Fundadora da Galen Miotherapy da Inglaterra, Julia apresentou diversos casos de cães "tortos", que, após uma sessão de massoterapia e liberação da fáscia, melhoraram a postura. Mas o mais impressionante foi a prática. Ela aceitou atender a Anthônia, uma chihuahua idosa, com dores fortes na cervical, que paralisaram as patas dianteiras. A cachorrinha mal conseguia levantar o pescoço para tomar água, de tanta dor. Pois, após uma sessão com a Julia, Anthônia já tentou se mexer, relaxou o pescoço, ensaiou alguns passos e conseguiu beber água. Foi emocionante!

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A compreensão da anatomia vai muito além de saber onde ficam os ossos e músculos, mas a chave para tratá-los Foto: Natalia Vieira

Eu poderia ficar dias escrevendo sobre cada uma das palestras, dos palestrantes e os comentários que recebi sobre o evento. Mas deixo aqui um gostinho de quero mais, pois ano que vem tem mais Simpósio de Dor e Comportamento, com muitas novidades! Aguardem! E não se esqueçam de descartar a dor no seu pet!!!

Observar a dor é a chave para poder transformar vidas! Foto: Natalia Vieira

Tenho que confessar, apesar de me açoitar muito por isso: a Aman (minha cachorrinha) estava com muita dor e eu não percebi. Eu, que sou propagadora da palavra da dor, que me intitulo a louca da dor, que digo que vejo dor em todos os lugares. Essa mesma eu que não percebeu que dentro de casa tinha um ser sofrendo calado.

Sei lá Deus como, a Aman rompeu o ligamento do joelho (tipo o Neymar) e girou a tíbia, mas estava andando como se não fosse nada. Como ela fez isso? Não faço a menor ideia. Lembrando que ela é uma espoleta que adora correr e bagunçar. Em algum momento, ela chorou, parou de aprontar? Nadinha! Ela não demonstrou dor.

Como eu descobri? Exame de rotina. Como ela tinha luxação de patela e precisava operar, resolvi marcar uma consulta prévia para avaliar se já podíamos operar a pata esquerda (ela já tinha operado a direita). Levei um mega susto quando o ortopedista contou como estava a pata dela e que a cirurgia deveria ser imediata. Foi o tempo de fazer os exames pré-operatórios e seguir para o centro cirúrgico.

Sabe o que mais me chocou? A Aman colocou vários parafusos e placas e, três dias após a cirurgia, estava beeeemmm melhor do que antes. Estava mais alerta, mais brincalhona, aprontando menos (meu lixo está intacto desde então) e comendo super bem (antes, ela era muito seletiva). Tudo graças aos fortes analgésicos. Ou seja, a pobre estava com muita dor!

Me ajude a espalhar a palavra da dor!

Mesmo tendo sido uma fraude dentro de casa, sigo levantando a bandeira da dor e do comportamento. Tanto é que, semana passada, tivemos a segunda edição do Simpósio Dor e Comportamento. O evento é focado em médicos-veterinários, estudantes e profissionais do comportamento não-veterinários (groomers, adestradores, consultores comportamentais, passeadores, pet sitters, monitores de creche e empresários do ramo), mas também tivemos alguns tutores preocupados com seus animais querendo aprender mais.

Foram 10 palestrantes abordando assuntos que envolvem dor e comportamento, tanto em cães quanto em gatos. São sinais tão sutis, muitas vezes, que denotam que o animal está com dor... Até um "ataque" à vassoura (tido como absolutamente normal) pode ser sinal de alterações ortopédicas ou gastrointestinais.

Dor não se resume a algo agudo, mas também a questões crônicas e desconfortos que o animal carrega por toda a vida, sem que sejam notados. Por isso, a importância de ficarmos atentos, buscarmos conhecimento e questionarmos o veterinário sobre isso. Infelizmente, os médicos-veterinários não têm a matéria de comportamento na faculdade. Assim, compreender quais comportamentos podem estar relacionados à dor beira a frescura, mimimi ou a cachorro mimado.

Como bem disse Ana Luisa Lopes, uma das palestrantes do Simpósio, "devemos deixar os rótulos de lado e ouvir a queixa do tutor sem julgamento". Afinal, aquele cão "chato" pode simplesmente estar com dor há muito tempo, sem que ninguém tenha enxergado.

Rotular o animal só afasta da real qualidade de vida Foto: Natalia Vieira

Isso sem falar nos cães tidos como agressivos. A Joice Peruzzi mostrou a casuística dos atendimentos dela e da equipe, revelando que mais da metade dos cães e gatos com algum caso de ataque estavam com problemas ortopédicos, dermatológicos, gastrointestinais e neurológicos não tratados. Ou seja, sabe esse comportamento que você reclama sempre do seu pet? Pode ser por dor. Mas vale deixar claro que nem tudo é dor, tá?! A Joice também mostrou que, muitas vezes, a questão é comportamental e precisa ser trabalhada criteriosamente, com um bom profissional do comportamento, sem uso de punições.

Agressividade por estar relacionada a dor, mas nem sempre Foto: Natalia Vieira

Agora, a palestra que levou todo mundo a fazer cara de bocas foi a da Julia Robertson. Fundadora da Galen Miotherapy da Inglaterra, Julia apresentou diversos casos de cães "tortos", que, após uma sessão de massoterapia e liberação da fáscia, melhoraram a postura. Mas o mais impressionante foi a prática. Ela aceitou atender a Anthônia, uma chihuahua idosa, com dores fortes na cervical, que paralisaram as patas dianteiras. A cachorrinha mal conseguia levantar o pescoço para tomar água, de tanta dor. Pois, após uma sessão com a Julia, Anthônia já tentou se mexer, relaxou o pescoço, ensaiou alguns passos e conseguiu beber água. Foi emocionante!

A compreensão da anatomia vai muito além de saber onde ficam os ossos e músculos, mas a chave para tratá-los Foto: Natalia Vieira

Eu poderia ficar dias escrevendo sobre cada uma das palestras, dos palestrantes e os comentários que recebi sobre o evento. Mas deixo aqui um gostinho de quero mais, pois ano que vem tem mais Simpósio de Dor e Comportamento, com muitas novidades! Aguardem! E não se esqueçam de descartar a dor no seu pet!!!

Observar a dor é a chave para poder transformar vidas! Foto: Natalia Vieira

Tenho que confessar, apesar de me açoitar muito por isso: a Aman (minha cachorrinha) estava com muita dor e eu não percebi. Eu, que sou propagadora da palavra da dor, que me intitulo a louca da dor, que digo que vejo dor em todos os lugares. Essa mesma eu que não percebeu que dentro de casa tinha um ser sofrendo calado.

Sei lá Deus como, a Aman rompeu o ligamento do joelho (tipo o Neymar) e girou a tíbia, mas estava andando como se não fosse nada. Como ela fez isso? Não faço a menor ideia. Lembrando que ela é uma espoleta que adora correr e bagunçar. Em algum momento, ela chorou, parou de aprontar? Nadinha! Ela não demonstrou dor.

Como eu descobri? Exame de rotina. Como ela tinha luxação de patela e precisava operar, resolvi marcar uma consulta prévia para avaliar se já podíamos operar a pata esquerda (ela já tinha operado a direita). Levei um mega susto quando o ortopedista contou como estava a pata dela e que a cirurgia deveria ser imediata. Foi o tempo de fazer os exames pré-operatórios e seguir para o centro cirúrgico.

Sabe o que mais me chocou? A Aman colocou vários parafusos e placas e, três dias após a cirurgia, estava beeeemmm melhor do que antes. Estava mais alerta, mais brincalhona, aprontando menos (meu lixo está intacto desde então) e comendo super bem (antes, ela era muito seletiva). Tudo graças aos fortes analgésicos. Ou seja, a pobre estava com muita dor!

Me ajude a espalhar a palavra da dor!

Mesmo tendo sido uma fraude dentro de casa, sigo levantando a bandeira da dor e do comportamento. Tanto é que, semana passada, tivemos a segunda edição do Simpósio Dor e Comportamento. O evento é focado em médicos-veterinários, estudantes e profissionais do comportamento não-veterinários (groomers, adestradores, consultores comportamentais, passeadores, pet sitters, monitores de creche e empresários do ramo), mas também tivemos alguns tutores preocupados com seus animais querendo aprender mais.

Foram 10 palestrantes abordando assuntos que envolvem dor e comportamento, tanto em cães quanto em gatos. São sinais tão sutis, muitas vezes, que denotam que o animal está com dor... Até um "ataque" à vassoura (tido como absolutamente normal) pode ser sinal de alterações ortopédicas ou gastrointestinais.

Dor não se resume a algo agudo, mas também a questões crônicas e desconfortos que o animal carrega por toda a vida, sem que sejam notados. Por isso, a importância de ficarmos atentos, buscarmos conhecimento e questionarmos o veterinário sobre isso. Infelizmente, os médicos-veterinários não têm a matéria de comportamento na faculdade. Assim, compreender quais comportamentos podem estar relacionados à dor beira a frescura, mimimi ou a cachorro mimado.

Como bem disse Ana Luisa Lopes, uma das palestrantes do Simpósio, "devemos deixar os rótulos de lado e ouvir a queixa do tutor sem julgamento". Afinal, aquele cão "chato" pode simplesmente estar com dor há muito tempo, sem que ninguém tenha enxergado.

Rotular o animal só afasta da real qualidade de vida Foto: Natalia Vieira

Isso sem falar nos cães tidos como agressivos. A Joice Peruzzi mostrou a casuística dos atendimentos dela e da equipe, revelando que mais da metade dos cães e gatos com algum caso de ataque estavam com problemas ortopédicos, dermatológicos, gastrointestinais e neurológicos não tratados. Ou seja, sabe esse comportamento que você reclama sempre do seu pet? Pode ser por dor. Mas vale deixar claro que nem tudo é dor, tá?! A Joice também mostrou que, muitas vezes, a questão é comportamental e precisa ser trabalhada criteriosamente, com um bom profissional do comportamento, sem uso de punições.

Agressividade por estar relacionada a dor, mas nem sempre Foto: Natalia Vieira

Agora, a palestra que levou todo mundo a fazer cara de bocas foi a da Julia Robertson. Fundadora da Galen Miotherapy da Inglaterra, Julia apresentou diversos casos de cães "tortos", que, após uma sessão de massoterapia e liberação da fáscia, melhoraram a postura. Mas o mais impressionante foi a prática. Ela aceitou atender a Anthônia, uma chihuahua idosa, com dores fortes na cervical, que paralisaram as patas dianteiras. A cachorrinha mal conseguia levantar o pescoço para tomar água, de tanta dor. Pois, após uma sessão com a Julia, Anthônia já tentou se mexer, relaxou o pescoço, ensaiou alguns passos e conseguiu beber água. Foi emocionante!

A compreensão da anatomia vai muito além de saber onde ficam os ossos e músculos, mas a chave para tratá-los Foto: Natalia Vieira

Eu poderia ficar dias escrevendo sobre cada uma das palestras, dos palestrantes e os comentários que recebi sobre o evento. Mas deixo aqui um gostinho de quero mais, pois ano que vem tem mais Simpósio de Dor e Comportamento, com muitas novidades! Aguardem! E não se esqueçam de descartar a dor no seu pet!!!

Observar a dor é a chave para poder transformar vidas! Foto: Natalia Vieira

Tenho que confessar, apesar de me açoitar muito por isso: a Aman (minha cachorrinha) estava com muita dor e eu não percebi. Eu, que sou propagadora da palavra da dor, que me intitulo a louca da dor, que digo que vejo dor em todos os lugares. Essa mesma eu que não percebeu que dentro de casa tinha um ser sofrendo calado.

Sei lá Deus como, a Aman rompeu o ligamento do joelho (tipo o Neymar) e girou a tíbia, mas estava andando como se não fosse nada. Como ela fez isso? Não faço a menor ideia. Lembrando que ela é uma espoleta que adora correr e bagunçar. Em algum momento, ela chorou, parou de aprontar? Nadinha! Ela não demonstrou dor.

Como eu descobri? Exame de rotina. Como ela tinha luxação de patela e precisava operar, resolvi marcar uma consulta prévia para avaliar se já podíamos operar a pata esquerda (ela já tinha operado a direita). Levei um mega susto quando o ortopedista contou como estava a pata dela e que a cirurgia deveria ser imediata. Foi o tempo de fazer os exames pré-operatórios e seguir para o centro cirúrgico.

Sabe o que mais me chocou? A Aman colocou vários parafusos e placas e, três dias após a cirurgia, estava beeeemmm melhor do que antes. Estava mais alerta, mais brincalhona, aprontando menos (meu lixo está intacto desde então) e comendo super bem (antes, ela era muito seletiva). Tudo graças aos fortes analgésicos. Ou seja, a pobre estava com muita dor!

Me ajude a espalhar a palavra da dor!

Mesmo tendo sido uma fraude dentro de casa, sigo levantando a bandeira da dor e do comportamento. Tanto é que, semana passada, tivemos a segunda edição do Simpósio Dor e Comportamento. O evento é focado em médicos-veterinários, estudantes e profissionais do comportamento não-veterinários (groomers, adestradores, consultores comportamentais, passeadores, pet sitters, monitores de creche e empresários do ramo), mas também tivemos alguns tutores preocupados com seus animais querendo aprender mais.

Foram 10 palestrantes abordando assuntos que envolvem dor e comportamento, tanto em cães quanto em gatos. São sinais tão sutis, muitas vezes, que denotam que o animal está com dor... Até um "ataque" à vassoura (tido como absolutamente normal) pode ser sinal de alterações ortopédicas ou gastrointestinais.

Dor não se resume a algo agudo, mas também a questões crônicas e desconfortos que o animal carrega por toda a vida, sem que sejam notados. Por isso, a importância de ficarmos atentos, buscarmos conhecimento e questionarmos o veterinário sobre isso. Infelizmente, os médicos-veterinários não têm a matéria de comportamento na faculdade. Assim, compreender quais comportamentos podem estar relacionados à dor beira a frescura, mimimi ou a cachorro mimado.

Como bem disse Ana Luisa Lopes, uma das palestrantes do Simpósio, "devemos deixar os rótulos de lado e ouvir a queixa do tutor sem julgamento". Afinal, aquele cão "chato" pode simplesmente estar com dor há muito tempo, sem que ninguém tenha enxergado.

Rotular o animal só afasta da real qualidade de vida Foto: Natalia Vieira

Isso sem falar nos cães tidos como agressivos. A Joice Peruzzi mostrou a casuística dos atendimentos dela e da equipe, revelando que mais da metade dos cães e gatos com algum caso de ataque estavam com problemas ortopédicos, dermatológicos, gastrointestinais e neurológicos não tratados. Ou seja, sabe esse comportamento que você reclama sempre do seu pet? Pode ser por dor. Mas vale deixar claro que nem tudo é dor, tá?! A Joice também mostrou que, muitas vezes, a questão é comportamental e precisa ser trabalhada criteriosamente, com um bom profissional do comportamento, sem uso de punições.

Agressividade por estar relacionada a dor, mas nem sempre Foto: Natalia Vieira

Agora, a palestra que levou todo mundo a fazer cara de bocas foi a da Julia Robertson. Fundadora da Galen Miotherapy da Inglaterra, Julia apresentou diversos casos de cães "tortos", que, após uma sessão de massoterapia e liberação da fáscia, melhoraram a postura. Mas o mais impressionante foi a prática. Ela aceitou atender a Anthônia, uma chihuahua idosa, com dores fortes na cervical, que paralisaram as patas dianteiras. A cachorrinha mal conseguia levantar o pescoço para tomar água, de tanta dor. Pois, após uma sessão com a Julia, Anthônia já tentou se mexer, relaxou o pescoço, ensaiou alguns passos e conseguiu beber água. Foi emocionante!

A compreensão da anatomia vai muito além de saber onde ficam os ossos e músculos, mas a chave para tratá-los Foto: Natalia Vieira

Eu poderia ficar dias escrevendo sobre cada uma das palestras, dos palestrantes e os comentários que recebi sobre o evento. Mas deixo aqui um gostinho de quero mais, pois ano que vem tem mais Simpósio de Dor e Comportamento, com muitas novidades! Aguardem! E não se esqueçam de descartar a dor no seu pet!!!

Observar a dor é a chave para poder transformar vidas! Foto: Natalia Vieira

Tenho que confessar, apesar de me açoitar muito por isso: a Aman (minha cachorrinha) estava com muita dor e eu não percebi. Eu, que sou propagadora da palavra da dor, que me intitulo a louca da dor, que digo que vejo dor em todos os lugares. Essa mesma eu que não percebeu que dentro de casa tinha um ser sofrendo calado.

Sei lá Deus como, a Aman rompeu o ligamento do joelho (tipo o Neymar) e girou a tíbia, mas estava andando como se não fosse nada. Como ela fez isso? Não faço a menor ideia. Lembrando que ela é uma espoleta que adora correr e bagunçar. Em algum momento, ela chorou, parou de aprontar? Nadinha! Ela não demonstrou dor.

Como eu descobri? Exame de rotina. Como ela tinha luxação de patela e precisava operar, resolvi marcar uma consulta prévia para avaliar se já podíamos operar a pata esquerda (ela já tinha operado a direita). Levei um mega susto quando o ortopedista contou como estava a pata dela e que a cirurgia deveria ser imediata. Foi o tempo de fazer os exames pré-operatórios e seguir para o centro cirúrgico.

Sabe o que mais me chocou? A Aman colocou vários parafusos e placas e, três dias após a cirurgia, estava beeeemmm melhor do que antes. Estava mais alerta, mais brincalhona, aprontando menos (meu lixo está intacto desde então) e comendo super bem (antes, ela era muito seletiva). Tudo graças aos fortes analgésicos. Ou seja, a pobre estava com muita dor!

Me ajude a espalhar a palavra da dor!

Mesmo tendo sido uma fraude dentro de casa, sigo levantando a bandeira da dor e do comportamento. Tanto é que, semana passada, tivemos a segunda edição do Simpósio Dor e Comportamento. O evento é focado em médicos-veterinários, estudantes e profissionais do comportamento não-veterinários (groomers, adestradores, consultores comportamentais, passeadores, pet sitters, monitores de creche e empresários do ramo), mas também tivemos alguns tutores preocupados com seus animais querendo aprender mais.

Foram 10 palestrantes abordando assuntos que envolvem dor e comportamento, tanto em cães quanto em gatos. São sinais tão sutis, muitas vezes, que denotam que o animal está com dor... Até um "ataque" à vassoura (tido como absolutamente normal) pode ser sinal de alterações ortopédicas ou gastrointestinais.

Dor não se resume a algo agudo, mas também a questões crônicas e desconfortos que o animal carrega por toda a vida, sem que sejam notados. Por isso, a importância de ficarmos atentos, buscarmos conhecimento e questionarmos o veterinário sobre isso. Infelizmente, os médicos-veterinários não têm a matéria de comportamento na faculdade. Assim, compreender quais comportamentos podem estar relacionados à dor beira a frescura, mimimi ou a cachorro mimado.

Como bem disse Ana Luisa Lopes, uma das palestrantes do Simpósio, "devemos deixar os rótulos de lado e ouvir a queixa do tutor sem julgamento". Afinal, aquele cão "chato" pode simplesmente estar com dor há muito tempo, sem que ninguém tenha enxergado.

Rotular o animal só afasta da real qualidade de vida Foto: Natalia Vieira

Isso sem falar nos cães tidos como agressivos. A Joice Peruzzi mostrou a casuística dos atendimentos dela e da equipe, revelando que mais da metade dos cães e gatos com algum caso de ataque estavam com problemas ortopédicos, dermatológicos, gastrointestinais e neurológicos não tratados. Ou seja, sabe esse comportamento que você reclama sempre do seu pet? Pode ser por dor. Mas vale deixar claro que nem tudo é dor, tá?! A Joice também mostrou que, muitas vezes, a questão é comportamental e precisa ser trabalhada criteriosamente, com um bom profissional do comportamento, sem uso de punições.

Agressividade por estar relacionada a dor, mas nem sempre Foto: Natalia Vieira

Agora, a palestra que levou todo mundo a fazer cara de bocas foi a da Julia Robertson. Fundadora da Galen Miotherapy da Inglaterra, Julia apresentou diversos casos de cães "tortos", que, após uma sessão de massoterapia e liberação da fáscia, melhoraram a postura. Mas o mais impressionante foi a prática. Ela aceitou atender a Anthônia, uma chihuahua idosa, com dores fortes na cervical, que paralisaram as patas dianteiras. A cachorrinha mal conseguia levantar o pescoço para tomar água, de tanta dor. Pois, após uma sessão com a Julia, Anthônia já tentou se mexer, relaxou o pescoço, ensaiou alguns passos e conseguiu beber água. Foi emocionante!

A compreensão da anatomia vai muito além de saber onde ficam os ossos e músculos, mas a chave para tratá-los Foto: Natalia Vieira

Eu poderia ficar dias escrevendo sobre cada uma das palestras, dos palestrantes e os comentários que recebi sobre o evento. Mas deixo aqui um gostinho de quero mais, pois ano que vem tem mais Simpósio de Dor e Comportamento, com muitas novidades! Aguardem! E não se esqueçam de descartar a dor no seu pet!!!

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