Dicas e curiosidades sobre animais

Novas regras para viajar com cachorro na cabine para os EUA


Com regras mais rígidas para cães brasileiros, viajar com o pet para os EUA requer programação mínima de 2 meses para tirar toda documentação.

Por Luiza Cervenka
Viajar com pet para os EUA requer programação - Foto: Luiza Cervenka

Não basta eu contar como é o processo. É preciso vivenciar para realmente entender todos os pontos para conseguir viajar com o pet para os EUA. Por isso, viajei com a Lana, cachorra de uma amiga, para Miami. Eu que fiz todo o processo de documentação, tanto no Brasil, quanto nos EUA. Acompanhe a minha saga.

Microchip e vacina

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Primeiro de tudo foi microchipar a cachorra. Na verdade, a vida estava mais fácil para mim, pois ela já era microchipada. Depois, foi a vez da vacina anti-rábica. Ela também já tinha (ufa!). Tem que ser obrigatoriamente nessa ordem, tá?! Se der a vacina e depois microchipar, eles não aceitam. Não precisa se preocupar com a vacina múltipla (V10 ou V8, para cães). Eles não exigem, mas eu recomendo dar.

Sorologia para raiva

Então vem a fase que antes não existia: a sorologia para raiva. São poucos os laboratórios credenciados para fazer esse exame. Eu optei fazer pelo Tecsa, por já estar acostumada a trabalhar com eles (eles que analisaram a saliva dos cães no meu doutorado). O sangue para fazer a sorologia só pode ser coletado 30 dias após a vacinação contra raiva. Não pode ser antes disso. Com a sorologia em mãos, começa a angústia: CDC.

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CDC

Centers for Disease Control and Prevention foi o responsável por muitas noites sem dormir e incerteza da data da viagem. Vou contar tudinho, viu?!

Os EUA fizeram uma lista de países de origem que os pets não são aceitos. O Brasil é um deles. Se seu cachorro tomou a vacina anti-rábica no Brasil, você vai ter que seguir todo o processo, como eu fiz.

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A parte boa é que é tudo on-line. Então, mesmo estando no Brasil, consegui fazer a solicitação, sem problemas.

Já aviso: se você vai passar férias nos EUA e quer levar seu cão, corre um grande risco de eles não aprovarem. Pois é, você faz todo esse processo de microchoip, vacina e sorologia, sem a certeza se vai poder embarcar com seu pet.

Eles pedem 6 desesperadoras semanas para dar a respotas.

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Ah, detalhe: no meu caso, eles pediram o código de reserva da passagem. Então, liguei no setor de vendas, pedi para fazer uma reserva e não emitir a passagem. Eu não sei fazer isso pelo site, então preferi ligar. Agora sim, com todos os documentos exigidos em mãos, partiu preencher o interminável formulário.

A tutora da Lana, Mariana, já estava nos EUA, com residência fixa. Isso ajudou demais! Ela só não levou a Lana com ela, por toda a burocracia e tempo que levava para tirar toda a documentação.

Precisei anexar passaporte da Mariana, carta de autorização para eu levar, meu visto, passaporte, endereço no Brasil, endereço nos EUA, dados do microchip, vacinação, comprovante da sorologia e por aí vai.

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Obviamente que nesse momento, eu já tinha perdido minha reserva. A data que eu pretendia viajar também já havia passado. Nenhuma resposta do CDC. Ô angústia!!!

Mas finalmente, em um dia inesperado, chegou um e-mail falando: "Ok, você pode vir com a cachorra, saindo do Brasil em até, no máximo abril (era a data que vencia a vacina anrti-rábica), mas precisa vaciná-la em até 10 dias após sua chegada aos EUA, sob pena de multa".

Muita alegria e euforia!! O mais difícil já foi. Agora partiu comprar passagem e fazer a documentação no Brasil.

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CVI

Mudou completamente o sistema para a emissão do CVI. Continua sendo on-line, mas você precisa fazer tudo pela plataforma do gov.br. Se você não tem o cadastro, faça o quanto antes. Outra opção é pedir para alguém que já tem o cadastro. Mesmo que essa pessoa não vá viajar com o cão, pode ser feito o processo sem problemas.

Veja aqui o manual com todas as regras

Primeiro de tudo é assinar os documentos digitalmente pela plataforma gov.br. Não é a sua assinatura. É a validação do documento no sistema. Veja o passo a passo aqui

A carteirinha de vacinação precisa ter todos os dados do animal e do tutor. Incluindo endereço no Brasil.

Aí vem um parênteses. O mesmo veterinário que assinou a carteirinha de vacinação (que aplicou a vacina), deve emitir um documento do CDC, em inglês, sobre a vacina. Uma data errada pode fazer com que você tenha problemas na entrada nos EUA. Esse documento não é necessário para emissão do CVI, mas para entrar nos EUA.

Com todos os documentos em mãos e assinados, você entra no sistema para emitir o CVI. Veja os passos aqui.

Todo esse processo pode ser feito em até dez dias da viagem. Porém, no final do preenchimento dos dados, será emitido o formulário do atestado de saúde a ser levado ao médico-veterinário. O exame clínico e a assinatura do documento só podem ocorrer até cinco dias antes do voo, não antes disso.

No atestado de saúde terá dados do cão, do veterinário e da vacina. Não precisa mais declarar as informações de antipulga ou vermífugo.

Com o atestado de saúde certo, você faz a assinatura na plataforma gov.br e envia no portal para tirar o CVI. Aí você reza. Mas reza forte. Porque a chance de dar erro e você ter que corrigir documento é grande. E a resposta não é imediata. A minha levou mais de 24h. Os documentos ficaram pronto 2 dias antes da viagem. Meu coração quase saindo pela boca de medo de não dar tempo.

Ufa, alívio, deu tudo certo.

Viajar com pet na Cabine

Eu sei que é o sonho de todo tutor viajar com seu pet na cabine, ao seu lado. Mas só cães pequenos, de até 7 kg (com a caixa de transporte) estão autorizado. Somente uma companhia aéra aceita animais a bordo para os EUA, a Latam. Para contratar a viagem do pet na cabinem você deve entrar em contato por meio do Contact Center. O site não faz a reserva. O preço varia de acordo com a rota.

O serviço é elegível para cabines Economy (rotas domésticas e internacionais), Economy+ (rotas internacionais) e Premium Economy (rotas domésticas e internacionais América do Sul). Por questões de segurança, o serviço não pode ser contratado para cabines Premium Business (voos internacionais) e também para os assentos da primeira fila dos voos.

Lana ficou tranquila dentro da bolsinha - Foto: Luiza Cervenka

Todas as regras podem ser encontradas aqui.

Vamos às principais:

  1. A caixa de transporte pode ser rígida ou flexivel, mas há um tamanho máximo para cada uma;
  2. O animal deve conseguir dar uma volta em torno do próprio eixo e ficar em pé dentro da caixa ou bolsa;
  3. Não pode sedar o animal (deixar ele desacordado);
  4. Podem voar até 3 animais na cabine no mesmo voo. Por isso, assim que comprar a passagem, já faça a reserva do pet;
  5. O animal não pode sair da bolsa ou caixa em momento nenhum do voo;
  6. A caixa ou bolsa deve ficar no chão, embaixo da poltrona;
  7. O pet deve ser dócil e ter mais de 16 semanas de vida;
  8. É de extrema importância que o pet seja treinado a ficar confortável dentro da caixa de transporte.

A tripulação abre exceção para tirar foto - Foto: Luiza Cervenka

Sugiro fortemente que, pelo menos 24h antes do voo, você confirme se está tudo bem com a reserva do pet pela central de atendimento. O seguro morreu de velho, né?!

No aeroporto, o check-in

Eu cheguei três horas antes do horário do voo, para não ter problema. É preciso checar todos os documentos, pesar o animal (lembra que precisa ter, no máximo, 7 kg com a caixa de transporte), ter uma leve crise de ansiedade (leva um tempo e sempre chamam o superior para checar tudo) e tudo é liberado. Ah, rolou uma mega paparicação com a Lana. Carinho, beijinhos, palavras doces e muita atenção.

Todos os documentos são analisados - Foto: Luiza Cervenka

Fiquei com a Lana no chão até a hora de entrar no avião. Antes disso, raio-x e afins, ela ficou de coleira, andando normal mesmo. Achei mais confortável para ela.

O embarque foi bastante tranquilo. Já coloquei a Lana na bolsa, tirei uma foto básica para entramos. Claro que antes teve mais paparicação por parte da equipe da Latam. Todos muito atenciosos. O mesmo aconteceu quando entramos no avião. Pelo visto eles amam cachorro ou o treinamento é realmente muito bom. Quem não gosta de receber elogios pelo cão, né?!

O cão pode entrar na bolsa só na hora de embarcar no avião. Foto: Luiza Cervenka

Durante o voo a Lana ficou dentro da bolsa. Xixi e cocô, se acontecer, devem ser feitos dentro da bolsa. Por isso, forre com um tapete higiênico. Também ande com o pet antes de embarcar para liberar qualquer possibilidade de ficar apertado. Se acontecer algum tipo de incidente, o tutor é totalmente responsável e deve resolver a situação.

Chegada nos EUA com pet

Depois de longas oito horas e voo e mais uma hora na fila da imigração, chegou a nossa vez. Há grandes placas solicitando para declarar se tiver animal vivo. Assim eu fiz. Avisei que estava com a Lana. Logo o segurança colocou um papel laranja no meu visto, chamou outro segurança para me acompanhar. Ai meu santo coraçãozinho!

Um papel avisa que eu cheguei com pet - Foto: Luiza Cervenka

Você não pega o mesmo caminho que todo mundo. É um corredor lateral, onde você pega suas malas e segue para uma salinha. Aí minha barriga já estava com elevador de frio descontrolado. Aquela sensação de um misto de ansiedade e medo.

Fizeram 37 mil perguntas, analisaram todos os documentos e pediram para ver a alimentação da cachorra. Depois de muito tempo, pediram para passar minhas malas no raio-x e fui liberada. Amém, Senhor!

Siiimmmm, entramos em solo americano, depois de uma imensa saga.

Esse é o meu relato. Não sei se funciona assim para todos. Realmente sugiro que, se você vai viajar com seu cachorro, faça tudo com muita antecedência e ciente que ele pode ser negado para entrar nos EUA.

Agora estou na casa da Lana, aproveitando os ares de Miami. Até a próxima quarta-feira!

Viajar com pet para os EUA requer programação - Foto: Luiza Cervenka

Não basta eu contar como é o processo. É preciso vivenciar para realmente entender todos os pontos para conseguir viajar com o pet para os EUA. Por isso, viajei com a Lana, cachorra de uma amiga, para Miami. Eu que fiz todo o processo de documentação, tanto no Brasil, quanto nos EUA. Acompanhe a minha saga.

Microchip e vacina

Primeiro de tudo foi microchipar a cachorra. Na verdade, a vida estava mais fácil para mim, pois ela já era microchipada. Depois, foi a vez da vacina anti-rábica. Ela também já tinha (ufa!). Tem que ser obrigatoriamente nessa ordem, tá?! Se der a vacina e depois microchipar, eles não aceitam. Não precisa se preocupar com a vacina múltipla (V10 ou V8, para cães). Eles não exigem, mas eu recomendo dar.

Sorologia para raiva

Então vem a fase que antes não existia: a sorologia para raiva. São poucos os laboratórios credenciados para fazer esse exame. Eu optei fazer pelo Tecsa, por já estar acostumada a trabalhar com eles (eles que analisaram a saliva dos cães no meu doutorado). O sangue para fazer a sorologia só pode ser coletado 30 dias após a vacinação contra raiva. Não pode ser antes disso. Com a sorologia em mãos, começa a angústia: CDC.

CDC

Centers for Disease Control and Prevention foi o responsável por muitas noites sem dormir e incerteza da data da viagem. Vou contar tudinho, viu?!

Os EUA fizeram uma lista de países de origem que os pets não são aceitos. O Brasil é um deles. Se seu cachorro tomou a vacina anti-rábica no Brasil, você vai ter que seguir todo o processo, como eu fiz.

A parte boa é que é tudo on-line. Então, mesmo estando no Brasil, consegui fazer a solicitação, sem problemas.

Já aviso: se você vai passar férias nos EUA e quer levar seu cão, corre um grande risco de eles não aprovarem. Pois é, você faz todo esse processo de microchoip, vacina e sorologia, sem a certeza se vai poder embarcar com seu pet.

Eles pedem 6 desesperadoras semanas para dar a respotas.

Ah, detalhe: no meu caso, eles pediram o código de reserva da passagem. Então, liguei no setor de vendas, pedi para fazer uma reserva e não emitir a passagem. Eu não sei fazer isso pelo site, então preferi ligar. Agora sim, com todos os documentos exigidos em mãos, partiu preencher o interminável formulário.

A tutora da Lana, Mariana, já estava nos EUA, com residência fixa. Isso ajudou demais! Ela só não levou a Lana com ela, por toda a burocracia e tempo que levava para tirar toda a documentação.

Precisei anexar passaporte da Mariana, carta de autorização para eu levar, meu visto, passaporte, endereço no Brasil, endereço nos EUA, dados do microchip, vacinação, comprovante da sorologia e por aí vai.

Obviamente que nesse momento, eu já tinha perdido minha reserva. A data que eu pretendia viajar também já havia passado. Nenhuma resposta do CDC. Ô angústia!!!

Mas finalmente, em um dia inesperado, chegou um e-mail falando: "Ok, você pode vir com a cachorra, saindo do Brasil em até, no máximo abril (era a data que vencia a vacina anrti-rábica), mas precisa vaciná-la em até 10 dias após sua chegada aos EUA, sob pena de multa".

Muita alegria e euforia!! O mais difícil já foi. Agora partiu comprar passagem e fazer a documentação no Brasil.

CVI

Mudou completamente o sistema para a emissão do CVI. Continua sendo on-line, mas você precisa fazer tudo pela plataforma do gov.br. Se você não tem o cadastro, faça o quanto antes. Outra opção é pedir para alguém que já tem o cadastro. Mesmo que essa pessoa não vá viajar com o cão, pode ser feito o processo sem problemas.

Veja aqui o manual com todas as regras

Primeiro de tudo é assinar os documentos digitalmente pela plataforma gov.br. Não é a sua assinatura. É a validação do documento no sistema. Veja o passo a passo aqui

A carteirinha de vacinação precisa ter todos os dados do animal e do tutor. Incluindo endereço no Brasil.

Aí vem um parênteses. O mesmo veterinário que assinou a carteirinha de vacinação (que aplicou a vacina), deve emitir um documento do CDC, em inglês, sobre a vacina. Uma data errada pode fazer com que você tenha problemas na entrada nos EUA. Esse documento não é necessário para emissão do CVI, mas para entrar nos EUA.

Com todos os documentos em mãos e assinados, você entra no sistema para emitir o CVI. Veja os passos aqui.

Todo esse processo pode ser feito em até dez dias da viagem. Porém, no final do preenchimento dos dados, será emitido o formulário do atestado de saúde a ser levado ao médico-veterinário. O exame clínico e a assinatura do documento só podem ocorrer até cinco dias antes do voo, não antes disso.

No atestado de saúde terá dados do cão, do veterinário e da vacina. Não precisa mais declarar as informações de antipulga ou vermífugo.

Com o atestado de saúde certo, você faz a assinatura na plataforma gov.br e envia no portal para tirar o CVI. Aí você reza. Mas reza forte. Porque a chance de dar erro e você ter que corrigir documento é grande. E a resposta não é imediata. A minha levou mais de 24h. Os documentos ficaram pronto 2 dias antes da viagem. Meu coração quase saindo pela boca de medo de não dar tempo.

Ufa, alívio, deu tudo certo.

Viajar com pet na Cabine

Eu sei que é o sonho de todo tutor viajar com seu pet na cabine, ao seu lado. Mas só cães pequenos, de até 7 kg (com a caixa de transporte) estão autorizado. Somente uma companhia aéra aceita animais a bordo para os EUA, a Latam. Para contratar a viagem do pet na cabinem você deve entrar em contato por meio do Contact Center. O site não faz a reserva. O preço varia de acordo com a rota.

O serviço é elegível para cabines Economy (rotas domésticas e internacionais), Economy+ (rotas internacionais) e Premium Economy (rotas domésticas e internacionais América do Sul). Por questões de segurança, o serviço não pode ser contratado para cabines Premium Business (voos internacionais) e também para os assentos da primeira fila dos voos.

Lana ficou tranquila dentro da bolsinha - Foto: Luiza Cervenka

Todas as regras podem ser encontradas aqui.

Vamos às principais:

  1. A caixa de transporte pode ser rígida ou flexivel, mas há um tamanho máximo para cada uma;
  2. O animal deve conseguir dar uma volta em torno do próprio eixo e ficar em pé dentro da caixa ou bolsa;
  3. Não pode sedar o animal (deixar ele desacordado);
  4. Podem voar até 3 animais na cabine no mesmo voo. Por isso, assim que comprar a passagem, já faça a reserva do pet;
  5. O animal não pode sair da bolsa ou caixa em momento nenhum do voo;
  6. A caixa ou bolsa deve ficar no chão, embaixo da poltrona;
  7. O pet deve ser dócil e ter mais de 16 semanas de vida;
  8. É de extrema importância que o pet seja treinado a ficar confortável dentro da caixa de transporte.

A tripulação abre exceção para tirar foto - Foto: Luiza Cervenka

Sugiro fortemente que, pelo menos 24h antes do voo, você confirme se está tudo bem com a reserva do pet pela central de atendimento. O seguro morreu de velho, né?!

No aeroporto, o check-in

Eu cheguei três horas antes do horário do voo, para não ter problema. É preciso checar todos os documentos, pesar o animal (lembra que precisa ter, no máximo, 7 kg com a caixa de transporte), ter uma leve crise de ansiedade (leva um tempo e sempre chamam o superior para checar tudo) e tudo é liberado. Ah, rolou uma mega paparicação com a Lana. Carinho, beijinhos, palavras doces e muita atenção.

Todos os documentos são analisados - Foto: Luiza Cervenka

Fiquei com a Lana no chão até a hora de entrar no avião. Antes disso, raio-x e afins, ela ficou de coleira, andando normal mesmo. Achei mais confortável para ela.

O embarque foi bastante tranquilo. Já coloquei a Lana na bolsa, tirei uma foto básica para entramos. Claro que antes teve mais paparicação por parte da equipe da Latam. Todos muito atenciosos. O mesmo aconteceu quando entramos no avião. Pelo visto eles amam cachorro ou o treinamento é realmente muito bom. Quem não gosta de receber elogios pelo cão, né?!

O cão pode entrar na bolsa só na hora de embarcar no avião. Foto: Luiza Cervenka

Durante o voo a Lana ficou dentro da bolsa. Xixi e cocô, se acontecer, devem ser feitos dentro da bolsa. Por isso, forre com um tapete higiênico. Também ande com o pet antes de embarcar para liberar qualquer possibilidade de ficar apertado. Se acontecer algum tipo de incidente, o tutor é totalmente responsável e deve resolver a situação.

Chegada nos EUA com pet

Depois de longas oito horas e voo e mais uma hora na fila da imigração, chegou a nossa vez. Há grandes placas solicitando para declarar se tiver animal vivo. Assim eu fiz. Avisei que estava com a Lana. Logo o segurança colocou um papel laranja no meu visto, chamou outro segurança para me acompanhar. Ai meu santo coraçãozinho!

Um papel avisa que eu cheguei com pet - Foto: Luiza Cervenka

Você não pega o mesmo caminho que todo mundo. É um corredor lateral, onde você pega suas malas e segue para uma salinha. Aí minha barriga já estava com elevador de frio descontrolado. Aquela sensação de um misto de ansiedade e medo.

Fizeram 37 mil perguntas, analisaram todos os documentos e pediram para ver a alimentação da cachorra. Depois de muito tempo, pediram para passar minhas malas no raio-x e fui liberada. Amém, Senhor!

Siiimmmm, entramos em solo americano, depois de uma imensa saga.

Esse é o meu relato. Não sei se funciona assim para todos. Realmente sugiro que, se você vai viajar com seu cachorro, faça tudo com muita antecedência e ciente que ele pode ser negado para entrar nos EUA.

Agora estou na casa da Lana, aproveitando os ares de Miami. Até a próxima quarta-feira!

Viajar com pet para os EUA requer programação - Foto: Luiza Cervenka

Não basta eu contar como é o processo. É preciso vivenciar para realmente entender todos os pontos para conseguir viajar com o pet para os EUA. Por isso, viajei com a Lana, cachorra de uma amiga, para Miami. Eu que fiz todo o processo de documentação, tanto no Brasil, quanto nos EUA. Acompanhe a minha saga.

Microchip e vacina

Primeiro de tudo foi microchipar a cachorra. Na verdade, a vida estava mais fácil para mim, pois ela já era microchipada. Depois, foi a vez da vacina anti-rábica. Ela também já tinha (ufa!). Tem que ser obrigatoriamente nessa ordem, tá?! Se der a vacina e depois microchipar, eles não aceitam. Não precisa se preocupar com a vacina múltipla (V10 ou V8, para cães). Eles não exigem, mas eu recomendo dar.

Sorologia para raiva

Então vem a fase que antes não existia: a sorologia para raiva. São poucos os laboratórios credenciados para fazer esse exame. Eu optei fazer pelo Tecsa, por já estar acostumada a trabalhar com eles (eles que analisaram a saliva dos cães no meu doutorado). O sangue para fazer a sorologia só pode ser coletado 30 dias após a vacinação contra raiva. Não pode ser antes disso. Com a sorologia em mãos, começa a angústia: CDC.

CDC

Centers for Disease Control and Prevention foi o responsável por muitas noites sem dormir e incerteza da data da viagem. Vou contar tudinho, viu?!

Os EUA fizeram uma lista de países de origem que os pets não são aceitos. O Brasil é um deles. Se seu cachorro tomou a vacina anti-rábica no Brasil, você vai ter que seguir todo o processo, como eu fiz.

A parte boa é que é tudo on-line. Então, mesmo estando no Brasil, consegui fazer a solicitação, sem problemas.

Já aviso: se você vai passar férias nos EUA e quer levar seu cão, corre um grande risco de eles não aprovarem. Pois é, você faz todo esse processo de microchoip, vacina e sorologia, sem a certeza se vai poder embarcar com seu pet.

Eles pedem 6 desesperadoras semanas para dar a respotas.

Ah, detalhe: no meu caso, eles pediram o código de reserva da passagem. Então, liguei no setor de vendas, pedi para fazer uma reserva e não emitir a passagem. Eu não sei fazer isso pelo site, então preferi ligar. Agora sim, com todos os documentos exigidos em mãos, partiu preencher o interminável formulário.

A tutora da Lana, Mariana, já estava nos EUA, com residência fixa. Isso ajudou demais! Ela só não levou a Lana com ela, por toda a burocracia e tempo que levava para tirar toda a documentação.

Precisei anexar passaporte da Mariana, carta de autorização para eu levar, meu visto, passaporte, endereço no Brasil, endereço nos EUA, dados do microchip, vacinação, comprovante da sorologia e por aí vai.

Obviamente que nesse momento, eu já tinha perdido minha reserva. A data que eu pretendia viajar também já havia passado. Nenhuma resposta do CDC. Ô angústia!!!

Mas finalmente, em um dia inesperado, chegou um e-mail falando: "Ok, você pode vir com a cachorra, saindo do Brasil em até, no máximo abril (era a data que vencia a vacina anrti-rábica), mas precisa vaciná-la em até 10 dias após sua chegada aos EUA, sob pena de multa".

Muita alegria e euforia!! O mais difícil já foi. Agora partiu comprar passagem e fazer a documentação no Brasil.

CVI

Mudou completamente o sistema para a emissão do CVI. Continua sendo on-line, mas você precisa fazer tudo pela plataforma do gov.br. Se você não tem o cadastro, faça o quanto antes. Outra opção é pedir para alguém que já tem o cadastro. Mesmo que essa pessoa não vá viajar com o cão, pode ser feito o processo sem problemas.

Veja aqui o manual com todas as regras

Primeiro de tudo é assinar os documentos digitalmente pela plataforma gov.br. Não é a sua assinatura. É a validação do documento no sistema. Veja o passo a passo aqui

A carteirinha de vacinação precisa ter todos os dados do animal e do tutor. Incluindo endereço no Brasil.

Aí vem um parênteses. O mesmo veterinário que assinou a carteirinha de vacinação (que aplicou a vacina), deve emitir um documento do CDC, em inglês, sobre a vacina. Uma data errada pode fazer com que você tenha problemas na entrada nos EUA. Esse documento não é necessário para emissão do CVI, mas para entrar nos EUA.

Com todos os documentos em mãos e assinados, você entra no sistema para emitir o CVI. Veja os passos aqui.

Todo esse processo pode ser feito em até dez dias da viagem. Porém, no final do preenchimento dos dados, será emitido o formulário do atestado de saúde a ser levado ao médico-veterinário. O exame clínico e a assinatura do documento só podem ocorrer até cinco dias antes do voo, não antes disso.

No atestado de saúde terá dados do cão, do veterinário e da vacina. Não precisa mais declarar as informações de antipulga ou vermífugo.

Com o atestado de saúde certo, você faz a assinatura na plataforma gov.br e envia no portal para tirar o CVI. Aí você reza. Mas reza forte. Porque a chance de dar erro e você ter que corrigir documento é grande. E a resposta não é imediata. A minha levou mais de 24h. Os documentos ficaram pronto 2 dias antes da viagem. Meu coração quase saindo pela boca de medo de não dar tempo.

Ufa, alívio, deu tudo certo.

Viajar com pet na Cabine

Eu sei que é o sonho de todo tutor viajar com seu pet na cabine, ao seu lado. Mas só cães pequenos, de até 7 kg (com a caixa de transporte) estão autorizado. Somente uma companhia aéra aceita animais a bordo para os EUA, a Latam. Para contratar a viagem do pet na cabinem você deve entrar em contato por meio do Contact Center. O site não faz a reserva. O preço varia de acordo com a rota.

O serviço é elegível para cabines Economy (rotas domésticas e internacionais), Economy+ (rotas internacionais) e Premium Economy (rotas domésticas e internacionais América do Sul). Por questões de segurança, o serviço não pode ser contratado para cabines Premium Business (voos internacionais) e também para os assentos da primeira fila dos voos.

Lana ficou tranquila dentro da bolsinha - Foto: Luiza Cervenka

Todas as regras podem ser encontradas aqui.

Vamos às principais:

  1. A caixa de transporte pode ser rígida ou flexivel, mas há um tamanho máximo para cada uma;
  2. O animal deve conseguir dar uma volta em torno do próprio eixo e ficar em pé dentro da caixa ou bolsa;
  3. Não pode sedar o animal (deixar ele desacordado);
  4. Podem voar até 3 animais na cabine no mesmo voo. Por isso, assim que comprar a passagem, já faça a reserva do pet;
  5. O animal não pode sair da bolsa ou caixa em momento nenhum do voo;
  6. A caixa ou bolsa deve ficar no chão, embaixo da poltrona;
  7. O pet deve ser dócil e ter mais de 16 semanas de vida;
  8. É de extrema importância que o pet seja treinado a ficar confortável dentro da caixa de transporte.

A tripulação abre exceção para tirar foto - Foto: Luiza Cervenka

Sugiro fortemente que, pelo menos 24h antes do voo, você confirme se está tudo bem com a reserva do pet pela central de atendimento. O seguro morreu de velho, né?!

No aeroporto, o check-in

Eu cheguei três horas antes do horário do voo, para não ter problema. É preciso checar todos os documentos, pesar o animal (lembra que precisa ter, no máximo, 7 kg com a caixa de transporte), ter uma leve crise de ansiedade (leva um tempo e sempre chamam o superior para checar tudo) e tudo é liberado. Ah, rolou uma mega paparicação com a Lana. Carinho, beijinhos, palavras doces e muita atenção.

Todos os documentos são analisados - Foto: Luiza Cervenka

Fiquei com a Lana no chão até a hora de entrar no avião. Antes disso, raio-x e afins, ela ficou de coleira, andando normal mesmo. Achei mais confortável para ela.

O embarque foi bastante tranquilo. Já coloquei a Lana na bolsa, tirei uma foto básica para entramos. Claro que antes teve mais paparicação por parte da equipe da Latam. Todos muito atenciosos. O mesmo aconteceu quando entramos no avião. Pelo visto eles amam cachorro ou o treinamento é realmente muito bom. Quem não gosta de receber elogios pelo cão, né?!

O cão pode entrar na bolsa só na hora de embarcar no avião. Foto: Luiza Cervenka

Durante o voo a Lana ficou dentro da bolsa. Xixi e cocô, se acontecer, devem ser feitos dentro da bolsa. Por isso, forre com um tapete higiênico. Também ande com o pet antes de embarcar para liberar qualquer possibilidade de ficar apertado. Se acontecer algum tipo de incidente, o tutor é totalmente responsável e deve resolver a situação.

Chegada nos EUA com pet

Depois de longas oito horas e voo e mais uma hora na fila da imigração, chegou a nossa vez. Há grandes placas solicitando para declarar se tiver animal vivo. Assim eu fiz. Avisei que estava com a Lana. Logo o segurança colocou um papel laranja no meu visto, chamou outro segurança para me acompanhar. Ai meu santo coraçãozinho!

Um papel avisa que eu cheguei com pet - Foto: Luiza Cervenka

Você não pega o mesmo caminho que todo mundo. É um corredor lateral, onde você pega suas malas e segue para uma salinha. Aí minha barriga já estava com elevador de frio descontrolado. Aquela sensação de um misto de ansiedade e medo.

Fizeram 37 mil perguntas, analisaram todos os documentos e pediram para ver a alimentação da cachorra. Depois de muito tempo, pediram para passar minhas malas no raio-x e fui liberada. Amém, Senhor!

Siiimmmm, entramos em solo americano, depois de uma imensa saga.

Esse é o meu relato. Não sei se funciona assim para todos. Realmente sugiro que, se você vai viajar com seu cachorro, faça tudo com muita antecedência e ciente que ele pode ser negado para entrar nos EUA.

Agora estou na casa da Lana, aproveitando os ares de Miami. Até a próxima quarta-feira!

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