Atraso na fala de crianças: A partir de qual idade devemos começar a nos preocupar?


‘Falar com a criança de forma infantilizada pode interferir na forma como ela vai começar a falar’, alerta pediatra

Por Thaíse Ramos
Atualização:

Recentemente, a empresária e influenciadora digital Virgínia Fonseca se irritou com a publicação de uma pediatra que disse que a filha dela com o cantor Zé Felipe, a pequena Maria Alice, de 1 ano, estava com atraso na fala.

“Coisas que a pediatria me proporciona: fico vigiando a Maria Alice, filha da Virgínia e do Zé Felipe, para ver quando ela vai desenvolver a fala (que está atrasada, inclusive). Ela já deveria estar falando, pelo menos, mais três palavras, além dos nomes da família. Mas falando bem”, escreveu a profissional no Twitter.

Virgínia não gostou nada do comentário e o compartilhou no Instagram, mas privou o nome da profissional. “Não seja esse tipo de profissional, pelo amor de Deus. Tipo de coisa que recebo só para tirar minha paz. Tenha santa paciência”, escreveu e influencer nos stories.

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“Cada criança é uma criança. Maria Alice vai ao pediatra todo mês. Ela é super inteligente, fofa, linda e faz as coisas no tempo dela, sim. E outro detalhe: nem tudo é postado”, completou Virgínia, que está grávida de 8 meses da segunda filha, Maria Flor.

O desabafo de Virgínia Fonseca chama a atenção. Será que realmente tem tempo certo para uma criança começar a falar com mais clareza? A pediatra Claudia Drumond explica que cada bebê tem seu próprio tempo e progressão. “A comunicação da criança com o mundo começa muito antes do início da fala. E cada bebê tem seu próprio tempo e progressão. Podemos falar que a linguagem é dividida em receptiva e expressiva. A primeira tem a ver com compreensão e a segunda com a maneira de se expressar. Ao nascer, nos primeiros meses, a comunicação não verbal acontece quando a criança emite alguns pequenos sons e se acalma ao ouvir a voz dos pais e/ou responsáveis, por exemplo”, destaca.

“Elas têm o olhar fixo ou sorriem para as pessoas que estão falando com elas. Mas também se expressam com caretas e choro quando algo está errado como dor, sono, fome ou incômodo. Dos 3 meses para frente elas já emitem sons como se estivessem conversando, mas da sua forma”, completou a pediatra.

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Entre os seis meses de vida e um ano, a criança já começa a entender algumas palavras como o tchau, o não pode, segundo Claudia. “E a partir do primeiro ano, essa comunicação normalmente avança um pouco. O bebê passa a balbuciar e formar palavras como mama, papa. Esse é o primeiro passo para começar a falar algumas outras palavras simples. Entre o primeiro ano e o segundo, o bebê já fala mais palavras e consegue fazer algumas combinações entre elas”, diz.

De acordo com a médica, entre os dois e três anos, a criança já faz frases com poucas palavras, imita expressões dos adultos mais próximos e dá nome a alguns objetos. “Depois dessa fase, já consegue responder algumas perguntas simples como quem, onde ou o que. Quando atinge os 4 e 5 anos, ela já entende a maioria das coisas que são ditas, consegue se comunicar com facilidade tanto com crianças quanto com adultos, já usa frases mais completas, sabe reconhecer letras e números”, informa.

Se houver desconfiança com relação ao atraso da fala, o que fazer? “O primeiro passo é procurar um pediatra e um fonoaudiólogo para realizar os exames necessários e diagnosticar se existe ou não algo que precisa ser investigado ou tratado”, ressalta Claudia.

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Entre os dois e três anos, a criança já faz frases com poucas palavras, imita expressões dos adultos mais próximos e dá nome a alguns objetos. Foto: Pixabay / StockSnap

“Existem alguns sinais de alerta, como quando crianças não reagem aos sons ou de acordo com a idade, a partir de algumas características, como não produzir sons com a voz, não compreender frases ou solicitações verbais, não tentar imitar sons e palavras, preferir comunicar por gestos ao invés da voz, não produzir palavras espontaneamente, repetir palavras sem sentido, tom de voz anormal ou quando o adulto não consegue entender o que a criança está tentando verbalizar ou compartilhar. Mas, para se ter certeza que há um atraso na fala, é muito importante realizar avaliação médica completa”, salienta a pediatra.

Claudia ainda pontua: “O fonoaudiólogo pode fazer exames que consigam analisar amplamente a linguagem (tanto expressiva quando receptiva) e o otorrino pode realizar outros como o de audição para averiguar se existe alguma deficiência auditiva”.

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Tratamento

Segundo Claudia Drumond, o tratamento vai depender da avaliação e da detecção da causa do atraso de linguagem. “Só após descobrir quais são as limitações é que é elaborado um plano de tratamento individualizado. Se, após realizar os exames, descobrir que existe algum transtorno ou então outras condições médicas, os tratamentos poderão ser também feitos por equipe multidisciplinar”, salienta.

Para finalizar, a pediatra ainda alerta: “Falar com a criança de forma infantilizada, como se fosse um bebê, pode interferir na forma como ele vai começar a falar. À medida que eles crescem, passam a interagir com outras pessoas. Se os pais falam de maneira errada, a criança vai entender e ‘aprender’ que aquela é a maneira certa de se comunicar com o mundo”.

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Sucesso da internet

Quando a gente discute esse tema, vem logo à cabeça o caso da pequena Alice, de apenas 3 anos, que ficou famosa ainda bebezinha na web, após repetir diversas palavras difíceis, como oftalmologista, proparoxítona, estapafúrdio e propositalmente. A dicção e a habilidade na hora de repeti-las deixaram os internautas apaixonados pela menina.

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Recentemente, a empresária e influenciadora digital Virgínia Fonseca se irritou com a publicação de uma pediatra que disse que a filha dela com o cantor Zé Felipe, a pequena Maria Alice, de 1 ano, estava com atraso na fala.

“Coisas que a pediatria me proporciona: fico vigiando a Maria Alice, filha da Virgínia e do Zé Felipe, para ver quando ela vai desenvolver a fala (que está atrasada, inclusive). Ela já deveria estar falando, pelo menos, mais três palavras, além dos nomes da família. Mas falando bem”, escreveu a profissional no Twitter.

Virgínia não gostou nada do comentário e o compartilhou no Instagram, mas privou o nome da profissional. “Não seja esse tipo de profissional, pelo amor de Deus. Tipo de coisa que recebo só para tirar minha paz. Tenha santa paciência”, escreveu e influencer nos stories.

“Cada criança é uma criança. Maria Alice vai ao pediatra todo mês. Ela é super inteligente, fofa, linda e faz as coisas no tempo dela, sim. E outro detalhe: nem tudo é postado”, completou Virgínia, que está grávida de 8 meses da segunda filha, Maria Flor.

O desabafo de Virgínia Fonseca chama a atenção. Será que realmente tem tempo certo para uma criança começar a falar com mais clareza? A pediatra Claudia Drumond explica que cada bebê tem seu próprio tempo e progressão. “A comunicação da criança com o mundo começa muito antes do início da fala. E cada bebê tem seu próprio tempo e progressão. Podemos falar que a linguagem é dividida em receptiva e expressiva. A primeira tem a ver com compreensão e a segunda com a maneira de se expressar. Ao nascer, nos primeiros meses, a comunicação não verbal acontece quando a criança emite alguns pequenos sons e se acalma ao ouvir a voz dos pais e/ou responsáveis, por exemplo”, destaca.

“Elas têm o olhar fixo ou sorriem para as pessoas que estão falando com elas. Mas também se expressam com caretas e choro quando algo está errado como dor, sono, fome ou incômodo. Dos 3 meses para frente elas já emitem sons como se estivessem conversando, mas da sua forma”, completou a pediatra.

Entre os seis meses de vida e um ano, a criança já começa a entender algumas palavras como o tchau, o não pode, segundo Claudia. “E a partir do primeiro ano, essa comunicação normalmente avança um pouco. O bebê passa a balbuciar e formar palavras como mama, papa. Esse é o primeiro passo para começar a falar algumas outras palavras simples. Entre o primeiro ano e o segundo, o bebê já fala mais palavras e consegue fazer algumas combinações entre elas”, diz.

De acordo com a médica, entre os dois e três anos, a criança já faz frases com poucas palavras, imita expressões dos adultos mais próximos e dá nome a alguns objetos. “Depois dessa fase, já consegue responder algumas perguntas simples como quem, onde ou o que. Quando atinge os 4 e 5 anos, ela já entende a maioria das coisas que são ditas, consegue se comunicar com facilidade tanto com crianças quanto com adultos, já usa frases mais completas, sabe reconhecer letras e números”, informa.

Se houver desconfiança com relação ao atraso da fala, o que fazer? “O primeiro passo é procurar um pediatra e um fonoaudiólogo para realizar os exames necessários e diagnosticar se existe ou não algo que precisa ser investigado ou tratado”, ressalta Claudia.

Entre os dois e três anos, a criança já faz frases com poucas palavras, imita expressões dos adultos mais próximos e dá nome a alguns objetos. Foto: Pixabay / StockSnap

“Existem alguns sinais de alerta, como quando crianças não reagem aos sons ou de acordo com a idade, a partir de algumas características, como não produzir sons com a voz, não compreender frases ou solicitações verbais, não tentar imitar sons e palavras, preferir comunicar por gestos ao invés da voz, não produzir palavras espontaneamente, repetir palavras sem sentido, tom de voz anormal ou quando o adulto não consegue entender o que a criança está tentando verbalizar ou compartilhar. Mas, para se ter certeza que há um atraso na fala, é muito importante realizar avaliação médica completa”, salienta a pediatra.

Claudia ainda pontua: “O fonoaudiólogo pode fazer exames que consigam analisar amplamente a linguagem (tanto expressiva quando receptiva) e o otorrino pode realizar outros como o de audição para averiguar se existe alguma deficiência auditiva”.

Tratamento

Segundo Claudia Drumond, o tratamento vai depender da avaliação e da detecção da causa do atraso de linguagem. “Só após descobrir quais são as limitações é que é elaborado um plano de tratamento individualizado. Se, após realizar os exames, descobrir que existe algum transtorno ou então outras condições médicas, os tratamentos poderão ser também feitos por equipe multidisciplinar”, salienta.

Para finalizar, a pediatra ainda alerta: “Falar com a criança de forma infantilizada, como se fosse um bebê, pode interferir na forma como ele vai começar a falar. À medida que eles crescem, passam a interagir com outras pessoas. Se os pais falam de maneira errada, a criança vai entender e ‘aprender’ que aquela é a maneira certa de se comunicar com o mundo”.

Sucesso da internet

Quando a gente discute esse tema, vem logo à cabeça o caso da pequena Alice, de apenas 3 anos, que ficou famosa ainda bebezinha na web, após repetir diversas palavras difíceis, como oftalmologista, proparoxítona, estapafúrdio e propositalmente. A dicção e a habilidade na hora de repeti-las deixaram os internautas apaixonados pela menina.

Recentemente, a empresária e influenciadora digital Virgínia Fonseca se irritou com a publicação de uma pediatra que disse que a filha dela com o cantor Zé Felipe, a pequena Maria Alice, de 1 ano, estava com atraso na fala.

“Coisas que a pediatria me proporciona: fico vigiando a Maria Alice, filha da Virgínia e do Zé Felipe, para ver quando ela vai desenvolver a fala (que está atrasada, inclusive). Ela já deveria estar falando, pelo menos, mais três palavras, além dos nomes da família. Mas falando bem”, escreveu a profissional no Twitter.

Virgínia não gostou nada do comentário e o compartilhou no Instagram, mas privou o nome da profissional. “Não seja esse tipo de profissional, pelo amor de Deus. Tipo de coisa que recebo só para tirar minha paz. Tenha santa paciência”, escreveu e influencer nos stories.

“Cada criança é uma criança. Maria Alice vai ao pediatra todo mês. Ela é super inteligente, fofa, linda e faz as coisas no tempo dela, sim. E outro detalhe: nem tudo é postado”, completou Virgínia, que está grávida de 8 meses da segunda filha, Maria Flor.

O desabafo de Virgínia Fonseca chama a atenção. Será que realmente tem tempo certo para uma criança começar a falar com mais clareza? A pediatra Claudia Drumond explica que cada bebê tem seu próprio tempo e progressão. “A comunicação da criança com o mundo começa muito antes do início da fala. E cada bebê tem seu próprio tempo e progressão. Podemos falar que a linguagem é dividida em receptiva e expressiva. A primeira tem a ver com compreensão e a segunda com a maneira de se expressar. Ao nascer, nos primeiros meses, a comunicação não verbal acontece quando a criança emite alguns pequenos sons e se acalma ao ouvir a voz dos pais e/ou responsáveis, por exemplo”, destaca.

“Elas têm o olhar fixo ou sorriem para as pessoas que estão falando com elas. Mas também se expressam com caretas e choro quando algo está errado como dor, sono, fome ou incômodo. Dos 3 meses para frente elas já emitem sons como se estivessem conversando, mas da sua forma”, completou a pediatra.

Entre os seis meses de vida e um ano, a criança já começa a entender algumas palavras como o tchau, o não pode, segundo Claudia. “E a partir do primeiro ano, essa comunicação normalmente avança um pouco. O bebê passa a balbuciar e formar palavras como mama, papa. Esse é o primeiro passo para começar a falar algumas outras palavras simples. Entre o primeiro ano e o segundo, o bebê já fala mais palavras e consegue fazer algumas combinações entre elas”, diz.

De acordo com a médica, entre os dois e três anos, a criança já faz frases com poucas palavras, imita expressões dos adultos mais próximos e dá nome a alguns objetos. “Depois dessa fase, já consegue responder algumas perguntas simples como quem, onde ou o que. Quando atinge os 4 e 5 anos, ela já entende a maioria das coisas que são ditas, consegue se comunicar com facilidade tanto com crianças quanto com adultos, já usa frases mais completas, sabe reconhecer letras e números”, informa.

Se houver desconfiança com relação ao atraso da fala, o que fazer? “O primeiro passo é procurar um pediatra e um fonoaudiólogo para realizar os exames necessários e diagnosticar se existe ou não algo que precisa ser investigado ou tratado”, ressalta Claudia.

Entre os dois e três anos, a criança já faz frases com poucas palavras, imita expressões dos adultos mais próximos e dá nome a alguns objetos. Foto: Pixabay / StockSnap

“Existem alguns sinais de alerta, como quando crianças não reagem aos sons ou de acordo com a idade, a partir de algumas características, como não produzir sons com a voz, não compreender frases ou solicitações verbais, não tentar imitar sons e palavras, preferir comunicar por gestos ao invés da voz, não produzir palavras espontaneamente, repetir palavras sem sentido, tom de voz anormal ou quando o adulto não consegue entender o que a criança está tentando verbalizar ou compartilhar. Mas, para se ter certeza que há um atraso na fala, é muito importante realizar avaliação médica completa”, salienta a pediatra.

Claudia ainda pontua: “O fonoaudiólogo pode fazer exames que consigam analisar amplamente a linguagem (tanto expressiva quando receptiva) e o otorrino pode realizar outros como o de audição para averiguar se existe alguma deficiência auditiva”.

Tratamento

Segundo Claudia Drumond, o tratamento vai depender da avaliação e da detecção da causa do atraso de linguagem. “Só após descobrir quais são as limitações é que é elaborado um plano de tratamento individualizado. Se, após realizar os exames, descobrir que existe algum transtorno ou então outras condições médicas, os tratamentos poderão ser também feitos por equipe multidisciplinar”, salienta.

Para finalizar, a pediatra ainda alerta: “Falar com a criança de forma infantilizada, como se fosse um bebê, pode interferir na forma como ele vai começar a falar. À medida que eles crescem, passam a interagir com outras pessoas. Se os pais falam de maneira errada, a criança vai entender e ‘aprender’ que aquela é a maneira certa de se comunicar com o mundo”.

Sucesso da internet

Quando a gente discute esse tema, vem logo à cabeça o caso da pequena Alice, de apenas 3 anos, que ficou famosa ainda bebezinha na web, após repetir diversas palavras difíceis, como oftalmologista, proparoxítona, estapafúrdio e propositalmente. A dicção e a habilidade na hora de repeti-las deixaram os internautas apaixonados pela menina.

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