Sul coreanos, indianos e brasileiros são os que mais acreditam na frase: um homem que fica em casa para cuidar de seus filhos é ‘menos homem’. Isso é o que revela uma pesquisa realizada pela Ipsos, em parceria com o Instituto Global para a Liderança Feminina do King’s College London. Os países do mundo que mais discordam da frase são Sérvia, Holanda e Colômbia. O levantamento mediu a percepção da população de 27 países do mundo, com 18.800 entrevistados. No Brasil, mil pessoas foram ouvidas. O estudo revela que a paternidade ativa ainda enfrenta muito preconceito e está longe de diminuir a diferença entre homens e mulheres nas atividades que envolvem o cuidado das famílias. De acordo com a pesquisa, um quarto dos brasileiros entrevistados (26%) acredita que “um homem que fica em casa para cuidar dos filhos é ‘menos homem’” e a opinião se destaca entre pessoas que exercem cargos de decisão, liderança ou executivos seniors (30%).
“Não dá para fechar os olhos e achar que isso reflete que estamos em uma época distinta do passado não distante, onde o papel do homem está atrelado ao mantenedor do lar”, afirma Rafael Lindemeyer, diretor de Clientes na Ipsos. Ao mesmo tempo, sobre o equilíbrio da vida profissional do homem para que ele ajude a cuidar dos filhos, 59% dos entrevistados brasileiros concordam que as empresas deveriam promover incentivos. O levantamento também identificou que a área em que as pessoas mais acreditam que não está sendo feito o suficiente para alcançar direitos iguais entre homens e mulheres é o cuidado das crianças e do lar. “A pesquisa propõe a reflexão sobre os direitos de homens e mulheres, para que o homem exerça um papel mais ativo no lar e com os filhos, permitindo que as mulheres atinjam os seus direitos. O caminho a percorrer ainda é longo, mas está na hora de homens lutarem pelo direito das mulheres. É ótimo entender que ter direitos e deveres no lar e na partilha da paternidade e maternidade é um benefício para todos”, conclui Lilndemeyer, da Ipsos. O estudo foi realizado entre os dias 21 de dezembro de 2019 e 4 de janeiro deste ano. A margem de erro é de 3,1 pontos porcentuais.
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