Opinião|Como faço para minha filha de 14 anos se abrir comigo sobre sua vida amorosa?


Não é anormal que uma adolescente pareça ‘fixada’ em ter um namorado, nem é anormal que ela esconda isso de sua mãe, mas como lidar com essa situação? Veja conselhos

Por Meghan Leahy

Cara Meghan,

Como faço para que minha filha de 14 anos se abra comigo sobre suas dificuldades? Nas últimas semanas, eu a tenho ouvido falar com amigas sobre como ela sente que não merece ser amada e como saiu machucada de um relacionamento com um garoto que disse que a amava e depois a trocou por outra. Eu achava que ele fosse só um amigo.

Ela parece muito tensa e preocupada em arrumar um namorado e estar em um relacionamento, como se essas coisas provassem que ela merece amor. Eu tento trazer esses temas à tona, mas ela age como se eu estivesse maluca. Faço muitas coisas para ajudá-la a entender seu valor e o quanto ela é amada, mas ela está fixada em buscar a validação externa de um garoto. Como posso ajudá-la?

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Mãe preocupada

Cara Mãe preocupada,

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Eu queria muito fazer um passe de mágica e deixar tudo isso mais fácil para você e sua filha. É doloroso ver nossos filhos sofrendo, e é ainda mais doloroso quando sentimos que temos sabedoria e apoio para oferecer. Para ser clara: não é anormal que uma garota de 14 anos pareça “fixada” em ter namorado, nem é anormal que ela esconda isso de você. Os humanos são projetados para ficarem cada vez mais reservados à medida que crescem, então é lógico que ela não vai lhe passar um relatório detalhado de sua vida amorosa. Mas, então, o que fazer?

Não sei se você está fazendo isso, mas uma técnica de comunicação que dá errado 100% das vezes é falar aos adolescentes qualquer coisa sobre eles mesmos. É claro que, para você, sua filha merece todo o amor do mundo, mas “dizer” isso a ela é a maneira mais rápida de encerrar a conversa. Em termos de desenvolvimento, a jovem adolescente acredita que muitas de suas emoções são fatos. O garoto não gostou dela? Então ninguém nunca vai gostar. Ela está solteira? Então ela não merece amor. E dependendo da família, da cultura em que vive e de seu consumo de redes sociais, ela pode estar recebendo mensagens que alimentam essas crenças erradas.

Não é anormal que uma garota de 14 anos pareça 'fixada' em ter namorado, nem é anormal que ela esconda isso de você.  Foto: Home-stock/Adobe Stock
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Sua filha está tentando encontrar sua própria voz, sua autonomia, e os estudos deixam claro que usar escuta atenta e elogiar a honestidade dela funcionam muito melhor do que qualquer outra técnica. Para avançar, você precisa buscar mais criatividade e conexão. Por exemplo, faça perguntas atenciosas, use exemplos, ouça com atenção e procure oportunidades para fazer isso em pequenas doses. “Janet, eu me lembrei de uma coisa outro dia: quando eu tinha 14 anos, estava apaixonada pelo Justin, mas ele era o maior babaca. Eu não enxergava isso, eu só queria que ele gostasse de mim. Fiquei super arrasada quando ele começou a namorar minha amiga, mesmo que ele nunca gostado de mim. Foi péssimo”.

Aí você faz uma pausa para sentir como ela está recebendo a história. Se sua filha parecer aberta, você pode perguntar: “Você já se sentiu assim? Tem alguma amiga que passou por isso?” Se sua filha não morder a isca, fique na sua. Você está só jogando a isca e esperando. Se você insistir – “Janet, me diga como você se identifica com a minha história” ou “Eu sei que você se sente do mesmo jeito, e eu aprendi a me amar e você também vai aprender” –, você vai estragar a comunicação. Tentar se conectar com sua filha nesse nível pode parecer irritantemente lento, mas confie que essa abordagem vai dar certo.

Você também precisa escolher bem os momentos para começar essas conversas, prestando atenção à energia das duas. Se você sabe que ela está tensa por causa de uma troca de mensagens, espere. Se você sente que precisa “dizer a ela” ou “ensinar uma coisa a ela”, espere. Adolescentes são alérgicos à carência dos pais e mães, então escolha uma situação que pareça fácil e segura. Acho que os momentos em que vocês estão no carro, fazendo caminhadas, cozinhando ou jogando alguma coisa juntas são os melhores e mais tranquilos para abordar assuntos delicados, mas você conhece sua filha melhor do que eu.

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É importante escolher bem os momentos para começar conversas difíceis, prestando atenção à energia das duas.  Foto: LIGHTFIELD STUDIOS /Adobe Stock

Para mais ajuda nesses tópicos difíceis de intimidade romântica, recorri ao livro The Birds, The Bees, and The Elephant in the Room, de Rachel Coler Mulholland. A autora descreve quatro tipos de intimidade – emocional, mental, espiritual e física – e diz que todos os quatro podem ser avaliados quando se trata de um parceiro romântico ou em qualquer relacionamento. A abordagem de Mulholland – perguntar “Meu parceiro preenche os requisitos de intimidade? Quantos? – pode ajudar sua jovem adolescente a começar a avaliar e julgar seus romances. O livro de Mulholland também traz exemplos de roteiros que você pode usar para criar conversas com sua filha.

Qualquer que seja sua abordagem, o mais importante é não desistir. Pratique escutar, escutar e escutar. E quando ela disser algo difícil de ouvir, como “Eu sei que não sou tão bonita quanto minhas amigas”, prepare-se para dizer “Esse sentimento deve ser terrível”, abrace-a e espere. Embora seja doloroso para vocês duas, simplesmente estar com ela nesses momentos de grandes emoções é o suficiente. Ah, e vão ver Divertida Mente 2 juntas. Boa sorte. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Cara Meghan,

Como faço para que minha filha de 14 anos se abra comigo sobre suas dificuldades? Nas últimas semanas, eu a tenho ouvido falar com amigas sobre como ela sente que não merece ser amada e como saiu machucada de um relacionamento com um garoto que disse que a amava e depois a trocou por outra. Eu achava que ele fosse só um amigo.

Ela parece muito tensa e preocupada em arrumar um namorado e estar em um relacionamento, como se essas coisas provassem que ela merece amor. Eu tento trazer esses temas à tona, mas ela age como se eu estivesse maluca. Faço muitas coisas para ajudá-la a entender seu valor e o quanto ela é amada, mas ela está fixada em buscar a validação externa de um garoto. Como posso ajudá-la?

Mãe preocupada

Cara Mãe preocupada,

Eu queria muito fazer um passe de mágica e deixar tudo isso mais fácil para você e sua filha. É doloroso ver nossos filhos sofrendo, e é ainda mais doloroso quando sentimos que temos sabedoria e apoio para oferecer. Para ser clara: não é anormal que uma garota de 14 anos pareça “fixada” em ter namorado, nem é anormal que ela esconda isso de você. Os humanos são projetados para ficarem cada vez mais reservados à medida que crescem, então é lógico que ela não vai lhe passar um relatório detalhado de sua vida amorosa. Mas, então, o que fazer?

Não sei se você está fazendo isso, mas uma técnica de comunicação que dá errado 100% das vezes é falar aos adolescentes qualquer coisa sobre eles mesmos. É claro que, para você, sua filha merece todo o amor do mundo, mas “dizer” isso a ela é a maneira mais rápida de encerrar a conversa. Em termos de desenvolvimento, a jovem adolescente acredita que muitas de suas emoções são fatos. O garoto não gostou dela? Então ninguém nunca vai gostar. Ela está solteira? Então ela não merece amor. E dependendo da família, da cultura em que vive e de seu consumo de redes sociais, ela pode estar recebendo mensagens que alimentam essas crenças erradas.

Não é anormal que uma garota de 14 anos pareça 'fixada' em ter namorado, nem é anormal que ela esconda isso de você.  Foto: Home-stock/Adobe Stock

Sua filha está tentando encontrar sua própria voz, sua autonomia, e os estudos deixam claro que usar escuta atenta e elogiar a honestidade dela funcionam muito melhor do que qualquer outra técnica. Para avançar, você precisa buscar mais criatividade e conexão. Por exemplo, faça perguntas atenciosas, use exemplos, ouça com atenção e procure oportunidades para fazer isso em pequenas doses. “Janet, eu me lembrei de uma coisa outro dia: quando eu tinha 14 anos, estava apaixonada pelo Justin, mas ele era o maior babaca. Eu não enxergava isso, eu só queria que ele gostasse de mim. Fiquei super arrasada quando ele começou a namorar minha amiga, mesmo que ele nunca gostado de mim. Foi péssimo”.

Aí você faz uma pausa para sentir como ela está recebendo a história. Se sua filha parecer aberta, você pode perguntar: “Você já se sentiu assim? Tem alguma amiga que passou por isso?” Se sua filha não morder a isca, fique na sua. Você está só jogando a isca e esperando. Se você insistir – “Janet, me diga como você se identifica com a minha história” ou “Eu sei que você se sente do mesmo jeito, e eu aprendi a me amar e você também vai aprender” –, você vai estragar a comunicação. Tentar se conectar com sua filha nesse nível pode parecer irritantemente lento, mas confie que essa abordagem vai dar certo.

Você também precisa escolher bem os momentos para começar essas conversas, prestando atenção à energia das duas. Se você sabe que ela está tensa por causa de uma troca de mensagens, espere. Se você sente que precisa “dizer a ela” ou “ensinar uma coisa a ela”, espere. Adolescentes são alérgicos à carência dos pais e mães, então escolha uma situação que pareça fácil e segura. Acho que os momentos em que vocês estão no carro, fazendo caminhadas, cozinhando ou jogando alguma coisa juntas são os melhores e mais tranquilos para abordar assuntos delicados, mas você conhece sua filha melhor do que eu.

É importante escolher bem os momentos para começar conversas difíceis, prestando atenção à energia das duas.  Foto: LIGHTFIELD STUDIOS /Adobe Stock

Para mais ajuda nesses tópicos difíceis de intimidade romântica, recorri ao livro The Birds, The Bees, and The Elephant in the Room, de Rachel Coler Mulholland. A autora descreve quatro tipos de intimidade – emocional, mental, espiritual e física – e diz que todos os quatro podem ser avaliados quando se trata de um parceiro romântico ou em qualquer relacionamento. A abordagem de Mulholland – perguntar “Meu parceiro preenche os requisitos de intimidade? Quantos? – pode ajudar sua jovem adolescente a começar a avaliar e julgar seus romances. O livro de Mulholland também traz exemplos de roteiros que você pode usar para criar conversas com sua filha.

Qualquer que seja sua abordagem, o mais importante é não desistir. Pratique escutar, escutar e escutar. E quando ela disser algo difícil de ouvir, como “Eu sei que não sou tão bonita quanto minhas amigas”, prepare-se para dizer “Esse sentimento deve ser terrível”, abrace-a e espere. Embora seja doloroso para vocês duas, simplesmente estar com ela nesses momentos de grandes emoções é o suficiente. Ah, e vão ver Divertida Mente 2 juntas. Boa sorte. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Cara Meghan,

Como faço para que minha filha de 14 anos se abra comigo sobre suas dificuldades? Nas últimas semanas, eu a tenho ouvido falar com amigas sobre como ela sente que não merece ser amada e como saiu machucada de um relacionamento com um garoto que disse que a amava e depois a trocou por outra. Eu achava que ele fosse só um amigo.

Ela parece muito tensa e preocupada em arrumar um namorado e estar em um relacionamento, como se essas coisas provassem que ela merece amor. Eu tento trazer esses temas à tona, mas ela age como se eu estivesse maluca. Faço muitas coisas para ajudá-la a entender seu valor e o quanto ela é amada, mas ela está fixada em buscar a validação externa de um garoto. Como posso ajudá-la?

Mãe preocupada

Cara Mãe preocupada,

Eu queria muito fazer um passe de mágica e deixar tudo isso mais fácil para você e sua filha. É doloroso ver nossos filhos sofrendo, e é ainda mais doloroso quando sentimos que temos sabedoria e apoio para oferecer. Para ser clara: não é anormal que uma garota de 14 anos pareça “fixada” em ter namorado, nem é anormal que ela esconda isso de você. Os humanos são projetados para ficarem cada vez mais reservados à medida que crescem, então é lógico que ela não vai lhe passar um relatório detalhado de sua vida amorosa. Mas, então, o que fazer?

Não sei se você está fazendo isso, mas uma técnica de comunicação que dá errado 100% das vezes é falar aos adolescentes qualquer coisa sobre eles mesmos. É claro que, para você, sua filha merece todo o amor do mundo, mas “dizer” isso a ela é a maneira mais rápida de encerrar a conversa. Em termos de desenvolvimento, a jovem adolescente acredita que muitas de suas emoções são fatos. O garoto não gostou dela? Então ninguém nunca vai gostar. Ela está solteira? Então ela não merece amor. E dependendo da família, da cultura em que vive e de seu consumo de redes sociais, ela pode estar recebendo mensagens que alimentam essas crenças erradas.

Não é anormal que uma garota de 14 anos pareça 'fixada' em ter namorado, nem é anormal que ela esconda isso de você.  Foto: Home-stock/Adobe Stock

Sua filha está tentando encontrar sua própria voz, sua autonomia, e os estudos deixam claro que usar escuta atenta e elogiar a honestidade dela funcionam muito melhor do que qualquer outra técnica. Para avançar, você precisa buscar mais criatividade e conexão. Por exemplo, faça perguntas atenciosas, use exemplos, ouça com atenção e procure oportunidades para fazer isso em pequenas doses. “Janet, eu me lembrei de uma coisa outro dia: quando eu tinha 14 anos, estava apaixonada pelo Justin, mas ele era o maior babaca. Eu não enxergava isso, eu só queria que ele gostasse de mim. Fiquei super arrasada quando ele começou a namorar minha amiga, mesmo que ele nunca gostado de mim. Foi péssimo”.

Aí você faz uma pausa para sentir como ela está recebendo a história. Se sua filha parecer aberta, você pode perguntar: “Você já se sentiu assim? Tem alguma amiga que passou por isso?” Se sua filha não morder a isca, fique na sua. Você está só jogando a isca e esperando. Se você insistir – “Janet, me diga como você se identifica com a minha história” ou “Eu sei que você se sente do mesmo jeito, e eu aprendi a me amar e você também vai aprender” –, você vai estragar a comunicação. Tentar se conectar com sua filha nesse nível pode parecer irritantemente lento, mas confie que essa abordagem vai dar certo.

Você também precisa escolher bem os momentos para começar essas conversas, prestando atenção à energia das duas. Se você sabe que ela está tensa por causa de uma troca de mensagens, espere. Se você sente que precisa “dizer a ela” ou “ensinar uma coisa a ela”, espere. Adolescentes são alérgicos à carência dos pais e mães, então escolha uma situação que pareça fácil e segura. Acho que os momentos em que vocês estão no carro, fazendo caminhadas, cozinhando ou jogando alguma coisa juntas são os melhores e mais tranquilos para abordar assuntos delicados, mas você conhece sua filha melhor do que eu.

É importante escolher bem os momentos para começar conversas difíceis, prestando atenção à energia das duas.  Foto: LIGHTFIELD STUDIOS /Adobe Stock

Para mais ajuda nesses tópicos difíceis de intimidade romântica, recorri ao livro The Birds, The Bees, and The Elephant in the Room, de Rachel Coler Mulholland. A autora descreve quatro tipos de intimidade – emocional, mental, espiritual e física – e diz que todos os quatro podem ser avaliados quando se trata de um parceiro romântico ou em qualquer relacionamento. A abordagem de Mulholland – perguntar “Meu parceiro preenche os requisitos de intimidade? Quantos? – pode ajudar sua jovem adolescente a começar a avaliar e julgar seus romances. O livro de Mulholland também traz exemplos de roteiros que você pode usar para criar conversas com sua filha.

Qualquer que seja sua abordagem, o mais importante é não desistir. Pratique escutar, escutar e escutar. E quando ela disser algo difícil de ouvir, como “Eu sei que não sou tão bonita quanto minhas amigas”, prepare-se para dizer “Esse sentimento deve ser terrível”, abrace-a e espere. Embora seja doloroso para vocês duas, simplesmente estar com ela nesses momentos de grandes emoções é o suficiente. Ah, e vão ver Divertida Mente 2 juntas. Boa sorte. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Cara Meghan,

Como faço para que minha filha de 14 anos se abra comigo sobre suas dificuldades? Nas últimas semanas, eu a tenho ouvido falar com amigas sobre como ela sente que não merece ser amada e como saiu machucada de um relacionamento com um garoto que disse que a amava e depois a trocou por outra. Eu achava que ele fosse só um amigo.

Ela parece muito tensa e preocupada em arrumar um namorado e estar em um relacionamento, como se essas coisas provassem que ela merece amor. Eu tento trazer esses temas à tona, mas ela age como se eu estivesse maluca. Faço muitas coisas para ajudá-la a entender seu valor e o quanto ela é amada, mas ela está fixada em buscar a validação externa de um garoto. Como posso ajudá-la?

Mãe preocupada

Cara Mãe preocupada,

Eu queria muito fazer um passe de mágica e deixar tudo isso mais fácil para você e sua filha. É doloroso ver nossos filhos sofrendo, e é ainda mais doloroso quando sentimos que temos sabedoria e apoio para oferecer. Para ser clara: não é anormal que uma garota de 14 anos pareça “fixada” em ter namorado, nem é anormal que ela esconda isso de você. Os humanos são projetados para ficarem cada vez mais reservados à medida que crescem, então é lógico que ela não vai lhe passar um relatório detalhado de sua vida amorosa. Mas, então, o que fazer?

Não sei se você está fazendo isso, mas uma técnica de comunicação que dá errado 100% das vezes é falar aos adolescentes qualquer coisa sobre eles mesmos. É claro que, para você, sua filha merece todo o amor do mundo, mas “dizer” isso a ela é a maneira mais rápida de encerrar a conversa. Em termos de desenvolvimento, a jovem adolescente acredita que muitas de suas emoções são fatos. O garoto não gostou dela? Então ninguém nunca vai gostar. Ela está solteira? Então ela não merece amor. E dependendo da família, da cultura em que vive e de seu consumo de redes sociais, ela pode estar recebendo mensagens que alimentam essas crenças erradas.

Não é anormal que uma garota de 14 anos pareça 'fixada' em ter namorado, nem é anormal que ela esconda isso de você.  Foto: Home-stock/Adobe Stock

Sua filha está tentando encontrar sua própria voz, sua autonomia, e os estudos deixam claro que usar escuta atenta e elogiar a honestidade dela funcionam muito melhor do que qualquer outra técnica. Para avançar, você precisa buscar mais criatividade e conexão. Por exemplo, faça perguntas atenciosas, use exemplos, ouça com atenção e procure oportunidades para fazer isso em pequenas doses. “Janet, eu me lembrei de uma coisa outro dia: quando eu tinha 14 anos, estava apaixonada pelo Justin, mas ele era o maior babaca. Eu não enxergava isso, eu só queria que ele gostasse de mim. Fiquei super arrasada quando ele começou a namorar minha amiga, mesmo que ele nunca gostado de mim. Foi péssimo”.

Aí você faz uma pausa para sentir como ela está recebendo a história. Se sua filha parecer aberta, você pode perguntar: “Você já se sentiu assim? Tem alguma amiga que passou por isso?” Se sua filha não morder a isca, fique na sua. Você está só jogando a isca e esperando. Se você insistir – “Janet, me diga como você se identifica com a minha história” ou “Eu sei que você se sente do mesmo jeito, e eu aprendi a me amar e você também vai aprender” –, você vai estragar a comunicação. Tentar se conectar com sua filha nesse nível pode parecer irritantemente lento, mas confie que essa abordagem vai dar certo.

Você também precisa escolher bem os momentos para começar essas conversas, prestando atenção à energia das duas. Se você sabe que ela está tensa por causa de uma troca de mensagens, espere. Se você sente que precisa “dizer a ela” ou “ensinar uma coisa a ela”, espere. Adolescentes são alérgicos à carência dos pais e mães, então escolha uma situação que pareça fácil e segura. Acho que os momentos em que vocês estão no carro, fazendo caminhadas, cozinhando ou jogando alguma coisa juntas são os melhores e mais tranquilos para abordar assuntos delicados, mas você conhece sua filha melhor do que eu.

É importante escolher bem os momentos para começar conversas difíceis, prestando atenção à energia das duas.  Foto: LIGHTFIELD STUDIOS /Adobe Stock

Para mais ajuda nesses tópicos difíceis de intimidade romântica, recorri ao livro The Birds, The Bees, and The Elephant in the Room, de Rachel Coler Mulholland. A autora descreve quatro tipos de intimidade – emocional, mental, espiritual e física – e diz que todos os quatro podem ser avaliados quando se trata de um parceiro romântico ou em qualquer relacionamento. A abordagem de Mulholland – perguntar “Meu parceiro preenche os requisitos de intimidade? Quantos? – pode ajudar sua jovem adolescente a começar a avaliar e julgar seus romances. O livro de Mulholland também traz exemplos de roteiros que você pode usar para criar conversas com sua filha.

Qualquer que seja sua abordagem, o mais importante é não desistir. Pratique escutar, escutar e escutar. E quando ela disser algo difícil de ouvir, como “Eu sei que não sou tão bonita quanto minhas amigas”, prepare-se para dizer “Esse sentimento deve ser terrível”, abrace-a e espere. Embora seja doloroso para vocês duas, simplesmente estar com ela nesses momentos de grandes emoções é o suficiente. Ah, e vão ver Divertida Mente 2 juntas. Boa sorte. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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Opinião por Meghan Leahy

Colunista do 'The Washington Post', mãe de três filhas e autora do livro 'Parenting Outside the Lines'.

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