Perda de apetite, vômitos, emagrecimento, diarreia e alterações repentinas no comportamento podem ser sinais de que seu gato esteja com leucemia felina. Ainda que não seja muito conhecida, a FeLV (Feline leukemia vírus) é mais comum do que se imagina, principalmente entre os felinos que vieram de abrigos.
Isso porque o vírus só é transmitido entre gatos. “O que mais frequentemente acontece é a transmissão em abrigos de alta densidade populacional de gatos, sejam abrigos de proteção, gatis comerciais ou até mesmo mera as casas superpopulosas”, alerta a veterinária especialista em felinos da Pet Care Mallet Del Barrio.
Além disso, Farah de Andrade, veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação DrogaVET, alerta que a falta de controle da doença irá acelerar o surgimento de infecções, o desenvolvimento de tumores e o agravamento dos sinais clínicos. Pensando nisso, confira tudo que você precisa saber sobre a leucemia felina:
O que é a leucemia felina?
“A leucemia viral felina é uma doença infecciosa transmitida por um Retrovírus, primo do vírus da imunodeficiência viral felina que, por sua vez, é primo do HIV, o vírus causador da AIDS”, explica Mallet.
Assim como a AIDS, a leucemia felina não tem cura, mas é possível conviver com a enfermidade. Os felinos podem ter qualidade e expectativa de vida significativas, desde que não tenham um diagnóstico tardio e contem com um acompanhamento periódico.
Quais são os sintomas?
- Cansaço excessivo
- Anemia
- Perda de peso
- Gengivite crônicas
- Febre
- Infecções respiratórias
- Diarreia
- Fraqueza
- Pelagem sem brilho
- Doenças proliferativas como câncer linfático (leucemia ou Linfoma)
- Secreção ocular
- Espirros
- Secreção nasal
Como é feito o diagnóstico?
Farah explica que o exame de triagem para o disgnóstico é semelhante ao que fazemos para covid-19. Sempre que se adota um novo felino ou quando há suspeita de contágio, é possível fazer um teste rápido utilizando apenas uma pequena amostra de sangue.
“No entanto, como esse tipo de teste detecta um fragmento da partícula viral e não os anticorpos, pode gerar um resultado falso negativo. Para maior segurança é aconselhável realizar um novo teste entre 30 e 60 dias. Se o exame utilizado for o PCR, a janela pode ser menor, porém é o médico veterinário que irá determinar a melhor opção de exame e período, conforme o histórico do animal”, orienta a veterinária.
Qual é o tratamento?
O tratamento ainda encontra inúmeras barreiras, pois ainda não existe um Antiviral realmente efetivo e com poucos efeitos colaterais para o tratamento de FeLV.
“O que se faz de rotina é tratar isoladamente cada situação consequente a infecção, como anemia, o câncer, as infecções. Muitos produtos considerados imunoestimulantes agravam a condição do gato, pois, na verdade, favorecem o aumento da carga viral”, alerta Mallet.
Outro ponto importante é o fortalecimento do sistema imunológico dos animais. Medidas para minimizar o estresse são ainda mais importantes, visto que o estresse também faz baixar a imunidade dos bichanos.
“Os medicamentos veterinários manipulados são uma excelente alternativa para o tratamento, pois podem ser manipulados em formas farmacêuticas de melhor aceitação pelos felinos como pasta, calda ou molho, e ainda ser flavorizados com o sabor preferido do gato. A zidovudina ou o nutracêutico podem ser manipulados em forma de molho no sabor frango, por exemplo”, cita Farah.
Prevenção
Ainda que não garanta 100% de proteção, vacina (quíntupla) é fundamental na prevenção e controle da disseminação da doença. Para vacinar um gato contra a FeLV é preciso que o mesmo seja testado antecipadamente, pois somente os negativados podem ser vacinados.
A imunização deve ser repetida regularmente, conforme orientação médica. Os pets contaminados com FeLV não devem viver no mesmo ambiente que outros animais saudáveis, visto as variadas formas de contágio da doença (contato com a saliva e outras secreções do animal, em comedouros, lambeduras, etc).