A gravidez deve ser sempre uma escolha livre. Para adiar ou evitar a gestação, os métodos contraceptivos são importantes alternativas. No entanto, a escolha ainda pode causar dúvidas e gerar inseguranças.
“Após o desenvolvimento da primeira pílula contraceptiva [em 1960], a indústria buscou ampliar os métodos contraceptivos e modificou as dosagens medicamentosas, para conseguir a mínima dosagem hormonal capaz de ter a devida ação. Essa mudança ajudou a reduzir os efeitos colaterais nas mulheres, sem perder a eficácia do produto”, explica Anamarya Rocha, ginecologista e sexóloga, da clínica JK Estética Avançada.
A profissional defende a escolha consciente do método contraceptivo para “mulheres em idade reprodutiva (que já menstruaram), que iniciaram ou iniciarão as atividades sexuais”. Nesse aspecto, ela destaca a importância de conhecer as opções disponíveis, hormonais e não hormonais, que se dividem em medicamentos, procedimentos, dispositivos e comportamentos.
Com informações da ginecologista, confira a seguir as diferenças entre os métodos contraceptivos e saiba escolher a melhor opção para si.
Métodos contraceptivos sem hormônios
“Os métodos contraceptivos não hormonais mantêm a ovulação feminina. Portanto, quem os utiliza permanece com seus ciclos menstruais, caso não sofra de alguma doença hormonal, como a síndrome dos ovários policísticos, por exemplo”, explica a ginecologista, que também é especialista em estética íntima.
Entre essas opções, os preservativos masculino ou feminino são os mais populares, além de únicos capazes de prevenir, ainda, as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HIV/aids e hepatites virais B e C, por exemplo. Por isso, a recomendação é fazer o uso tanto para a penetração vaginal, quanto anal e oral.
Anamarya aconselha que esse tipo de contraceptivo de barreira seja associado a outros métodos. “Com exceção do DIU de cobre ou cobre com prata, o risco de falha dos métodos contraceptivos não hormonais é maior em relação às opções hormonais”, explica.
Além do preservativo, o grupo livre de hormônios inclui: espermicida, esponja contraceptiva, capuz cervical e diafragma; opções devem ser inseridas no fundo da vagina pela própria mulher.
Nesse grupo, o destaque de eficácia é para os DIUs de cobre ou cobre com prata; ambos são inseridos no útero por um ginecologista, após a realização de alguns exames.
Métodos contraceptivos hormonais
A médica reforça que “os métodos hormonais, embora alterem os ciclos menstruais, são os que têm altas taxas de eficácia na prevenção da gravidez”. As opções incluem pílula anticoncepcional (medicamento oral), DIU de Mirena ou Kyleena (inserido no útero, em consultório ginecológico), injeções mensais e trimestrais, implanon (impante subdérmico), anel vaginal (inserido na vagina), adesivo contraceptivo (colado na pele) e outras opções recentes de implantes hormonais.
A escolha dos métodos hormonais requer indicação ginecológica, a partir de avaliações individuais. Segundo Anamarya, é preciso considerar alguns fatores, como “fluxo menstrual, presença de doença de base como a endometriose, o planejamento de ter ou não filhos a longo ou a curto prazo, se há alguma dificuldade para lembrar de tomar o medicamento, se sofre ou não de TPM [tensão pré-menstrual], se possui alguma alteração na libido ou no desejo sexual, entre outros”.
Como escolher o melhor método contraceptivo
Para escolher o melhor para si, deve-se considerar as especificidades de cada opção e relacioná-las com suas próprias expectativas e realidades. Por isso, a ginecologista garante que “não existe o melhor método contraceptivo”.
“O que podemos concluir é que há métodos mais eficazes e outros menos, hormonais ou não hormonais, de longa ou curta duração, que protegem ou não contra ISTs. A escolha do melhor método para cada mulher deverá ser individualizada, baseada em suas necessidades, desejos e eficácia. Converse com seu (ua) ginecologista, ele (a) entenderá suas necessidades e te ajudará a fazer a escolha que melhor se encaixa em sua rotina”, reitera Anamarya.