‘Muito medo do julgamento’: entenda o que é disforia, estado que tem afetado Maya Massafera


Influenciadora diz que passou dias dentro do quarto e que não desejava ser vista durante sua visita ao Festival Internacional de Cinema de Cannes

Por Redação
Atualização:

Maya Massafera, que se encontra em Cannes para o Festival de Cinema Internacional, compartilhou um desabafo em suas redes sociais na última quarta-feira, 22. A influenciadora explicou sobre seu estado de disforia, e como se sente com relação à sua transição de gênero. “Teve dia que eu fiz a maquiagem, tirei as fotos, e simplesmente não fui porque fiquei com muito medo do julgamento”, escreve Maya.

Ela explica que vazaram muitas notícias distorcidas a seu respeito, fazendo com que se pronunciasse. “Hoje quero falar sobre minha disforia e como eu gostaria que vocês pegassem esse exemplo e levassem para a vida de vocês. Todo mundo tem coisas boas e ruins. Eu, por exemplo, tenho o lado ruim de ter perdido 40 anos em um corpo que não me pertencia. E tem um lado bom, de ter feito minha transição longe de tudo e de todos. Pude me dar esse luxo”, revelou, em seus stories do Instagram.

Maya Massafera relata sua disforia, mas comenta que está feliz com o novo corpo Foto: @mayamassafera Via Instagram
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Maya, que estava no processo de transição durante o período de quase um ano, continua seu relato. “Conversando com meus médicos e psicólogos, entendo que essa minha felicidade é o estado normal da maioria da população. Todo mundo que nasce e se identifica com o corpo em que nasceu tem esse estado. Provavelmente, vou me acostumar com o meu gênero e essa felicidade vai se tornar normal para mim, como é para vocês”.

Ela explica que é uma pessoa feliz como todos, que também que tem momentos felizes e tristes, mas que enfrenta a disforia frequentemente. “Isso começou quando eu comecei minha transição. Os médicos me falaram que é normal para muitas meninas trans sentirem isso nos primeiros anos de transição. Às vezes, a disforia é tanta que eu realmente prefiro ficar sozinha e não ser vista por ninguém”.

“Fiquei meses na cama, sem força, e não sei como faria se não pudesse dar esse tempo de tudo. Lembrando vocês que eu falo apenas pela Maya. Não falo por todas as trans. Não generalizem”, completa a influenciadora.

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Sobre o assunto, Maya finaliza explicando: “Quando falei para vocês pegarem meu exemplo, é para não se cobrarem tanto. Essa minha viagem para Cannes está maravilhosa. Mas teve dia que eu não saí do quarto por disforia [...] Para finalizar esse assunto da disforia, eu estou ótima. Feliz da vida. Mas tenho meus momentos avassaladores”.

“Eu amo vocês e prometo que a Maya vai ser uma influência positiva”, finaliza.

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O que é a disforia?

A disforia é caracterizada pelo desconforto relacionado ao corpo de um determinado indivíduo. Dentro dela, a de gênero normalmente atinge a camada trans da população, especialmente dentro do contexto de transição de gênero: “viver em um corpo que não corresponde ao seu próprio gênero pode ser motivo de sofrimento, muitas vezes intenso. Sentimentos como tristeza, raiva e culpa compõem o que se denomina ‘disforia de gênero’. Trata-se de um estado de profundo incômodo e infelicidade que acomete grande parte da população trans, em diversos momentos de suas vidas. É importante destacar que a disforia de gênero não é uma doença mental”, diz o Hospital Oswaldo Cruz, sobre a condição.

A instituição comenta também sobre cirurgias de afirmação de gênero, que podem envolver procedimentos faciais e corporais, como a feminização facial, tireoplastia (redução do pomo de Adão), mamoplastia de aumento e a redesignação sexual feminizante (transformação do pênis e testículos em vagina e vulva), no caso de mulheres trans.

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O hospital menciona também que a realização dos procedimentos pode ajudar com a disforia, além de “contribuir para o aumento na autoestima e autoaceitação e reduzem sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”.

Elton Yoji Kanomata, psiquiatra no Hospital Israelita Albert Einstein, também falou sobre a disforia. “Existe um transtorno mental catalogado no manual americano de diagnósticos, que acaba sendo bem consagrado e utilizado pelos psiquiatras, que é a disforia de gênero. Então, a disforia de gênero seria um transtorno mental, mas não no contexto também empregado pela Maya, porque a disforia de gênero, como um transtorno mental, são aquelas pessoas que têm um forte sofrimento por não conseguir se identificar com as características físicas da parte sexual, no sentido de órgãos, corpo, enfim, se identificar mais com o gênero oposto”.

Ele ainda explicou que o episódio detalhado por Maya pode ter sido desencadeado por medo de julgamentos e inseguranças. “Essas pessoas que acabam passando por esse tipo de transição, acabam passando por um nível de sofrimento muito grande e é um processo de adaptação a uma nova identidade, a uma nova mentalidade, a um novo corpo”, explicou, detalhando que esses sentimentos podem gerar fortes emoções e sofrimento, provocando a disforia, que é uma alteração de humor.

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O especialista ressaltou que a disforia pode afetar indivíduos além de pessoas transsexuais, mas que geralmente é evidenciado por alterações bruscas de humor. “Quando a gente fala sobre disforia, a gente pode elencar diversos tipos de transtornos mentais, por exemplo, como depressão, ansiedade, até mesmo o transtorno afetivo bipolar e esquizofrenia”.

Maya Massafera, que se encontra em Cannes para o Festival de Cinema Internacional, compartilhou um desabafo em suas redes sociais na última quarta-feira, 22. A influenciadora explicou sobre seu estado de disforia, e como se sente com relação à sua transição de gênero. “Teve dia que eu fiz a maquiagem, tirei as fotos, e simplesmente não fui porque fiquei com muito medo do julgamento”, escreve Maya.

Ela explica que vazaram muitas notícias distorcidas a seu respeito, fazendo com que se pronunciasse. “Hoje quero falar sobre minha disforia e como eu gostaria que vocês pegassem esse exemplo e levassem para a vida de vocês. Todo mundo tem coisas boas e ruins. Eu, por exemplo, tenho o lado ruim de ter perdido 40 anos em um corpo que não me pertencia. E tem um lado bom, de ter feito minha transição longe de tudo e de todos. Pude me dar esse luxo”, revelou, em seus stories do Instagram.

Maya Massafera relata sua disforia, mas comenta que está feliz com o novo corpo Foto: @mayamassafera Via Instagram

Maya, que estava no processo de transição durante o período de quase um ano, continua seu relato. “Conversando com meus médicos e psicólogos, entendo que essa minha felicidade é o estado normal da maioria da população. Todo mundo que nasce e se identifica com o corpo em que nasceu tem esse estado. Provavelmente, vou me acostumar com o meu gênero e essa felicidade vai se tornar normal para mim, como é para vocês”.

Ela explica que é uma pessoa feliz como todos, que também que tem momentos felizes e tristes, mas que enfrenta a disforia frequentemente. “Isso começou quando eu comecei minha transição. Os médicos me falaram que é normal para muitas meninas trans sentirem isso nos primeiros anos de transição. Às vezes, a disforia é tanta que eu realmente prefiro ficar sozinha e não ser vista por ninguém”.

“Fiquei meses na cama, sem força, e não sei como faria se não pudesse dar esse tempo de tudo. Lembrando vocês que eu falo apenas pela Maya. Não falo por todas as trans. Não generalizem”, completa a influenciadora.

Sobre o assunto, Maya finaliza explicando: “Quando falei para vocês pegarem meu exemplo, é para não se cobrarem tanto. Essa minha viagem para Cannes está maravilhosa. Mas teve dia que eu não saí do quarto por disforia [...] Para finalizar esse assunto da disforia, eu estou ótima. Feliz da vida. Mas tenho meus momentos avassaladores”.

“Eu amo vocês e prometo que a Maya vai ser uma influência positiva”, finaliza.

O que é a disforia?

A disforia é caracterizada pelo desconforto relacionado ao corpo de um determinado indivíduo. Dentro dela, a de gênero normalmente atinge a camada trans da população, especialmente dentro do contexto de transição de gênero: “viver em um corpo que não corresponde ao seu próprio gênero pode ser motivo de sofrimento, muitas vezes intenso. Sentimentos como tristeza, raiva e culpa compõem o que se denomina ‘disforia de gênero’. Trata-se de um estado de profundo incômodo e infelicidade que acomete grande parte da população trans, em diversos momentos de suas vidas. É importante destacar que a disforia de gênero não é uma doença mental”, diz o Hospital Oswaldo Cruz, sobre a condição.

A instituição comenta também sobre cirurgias de afirmação de gênero, que podem envolver procedimentos faciais e corporais, como a feminização facial, tireoplastia (redução do pomo de Adão), mamoplastia de aumento e a redesignação sexual feminizante (transformação do pênis e testículos em vagina e vulva), no caso de mulheres trans.

O hospital menciona também que a realização dos procedimentos pode ajudar com a disforia, além de “contribuir para o aumento na autoestima e autoaceitação e reduzem sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”.

Elton Yoji Kanomata, psiquiatra no Hospital Israelita Albert Einstein, também falou sobre a disforia. “Existe um transtorno mental catalogado no manual americano de diagnósticos, que acaba sendo bem consagrado e utilizado pelos psiquiatras, que é a disforia de gênero. Então, a disforia de gênero seria um transtorno mental, mas não no contexto também empregado pela Maya, porque a disforia de gênero, como um transtorno mental, são aquelas pessoas que têm um forte sofrimento por não conseguir se identificar com as características físicas da parte sexual, no sentido de órgãos, corpo, enfim, se identificar mais com o gênero oposto”.

Ele ainda explicou que o episódio detalhado por Maya pode ter sido desencadeado por medo de julgamentos e inseguranças. “Essas pessoas que acabam passando por esse tipo de transição, acabam passando por um nível de sofrimento muito grande e é um processo de adaptação a uma nova identidade, a uma nova mentalidade, a um novo corpo”, explicou, detalhando que esses sentimentos podem gerar fortes emoções e sofrimento, provocando a disforia, que é uma alteração de humor.

O especialista ressaltou que a disforia pode afetar indivíduos além de pessoas transsexuais, mas que geralmente é evidenciado por alterações bruscas de humor. “Quando a gente fala sobre disforia, a gente pode elencar diversos tipos de transtornos mentais, por exemplo, como depressão, ansiedade, até mesmo o transtorno afetivo bipolar e esquizofrenia”.

Maya Massafera, que se encontra em Cannes para o Festival de Cinema Internacional, compartilhou um desabafo em suas redes sociais na última quarta-feira, 22. A influenciadora explicou sobre seu estado de disforia, e como se sente com relação à sua transição de gênero. “Teve dia que eu fiz a maquiagem, tirei as fotos, e simplesmente não fui porque fiquei com muito medo do julgamento”, escreve Maya.

Ela explica que vazaram muitas notícias distorcidas a seu respeito, fazendo com que se pronunciasse. “Hoje quero falar sobre minha disforia e como eu gostaria que vocês pegassem esse exemplo e levassem para a vida de vocês. Todo mundo tem coisas boas e ruins. Eu, por exemplo, tenho o lado ruim de ter perdido 40 anos em um corpo que não me pertencia. E tem um lado bom, de ter feito minha transição longe de tudo e de todos. Pude me dar esse luxo”, revelou, em seus stories do Instagram.

Maya Massafera relata sua disforia, mas comenta que está feliz com o novo corpo Foto: @mayamassafera Via Instagram

Maya, que estava no processo de transição durante o período de quase um ano, continua seu relato. “Conversando com meus médicos e psicólogos, entendo que essa minha felicidade é o estado normal da maioria da população. Todo mundo que nasce e se identifica com o corpo em que nasceu tem esse estado. Provavelmente, vou me acostumar com o meu gênero e essa felicidade vai se tornar normal para mim, como é para vocês”.

Ela explica que é uma pessoa feliz como todos, que também que tem momentos felizes e tristes, mas que enfrenta a disforia frequentemente. “Isso começou quando eu comecei minha transição. Os médicos me falaram que é normal para muitas meninas trans sentirem isso nos primeiros anos de transição. Às vezes, a disforia é tanta que eu realmente prefiro ficar sozinha e não ser vista por ninguém”.

“Fiquei meses na cama, sem força, e não sei como faria se não pudesse dar esse tempo de tudo. Lembrando vocês que eu falo apenas pela Maya. Não falo por todas as trans. Não generalizem”, completa a influenciadora.

Sobre o assunto, Maya finaliza explicando: “Quando falei para vocês pegarem meu exemplo, é para não se cobrarem tanto. Essa minha viagem para Cannes está maravilhosa. Mas teve dia que eu não saí do quarto por disforia [...] Para finalizar esse assunto da disforia, eu estou ótima. Feliz da vida. Mas tenho meus momentos avassaladores”.

“Eu amo vocês e prometo que a Maya vai ser uma influência positiva”, finaliza.

O que é a disforia?

A disforia é caracterizada pelo desconforto relacionado ao corpo de um determinado indivíduo. Dentro dela, a de gênero normalmente atinge a camada trans da população, especialmente dentro do contexto de transição de gênero: “viver em um corpo que não corresponde ao seu próprio gênero pode ser motivo de sofrimento, muitas vezes intenso. Sentimentos como tristeza, raiva e culpa compõem o que se denomina ‘disforia de gênero’. Trata-se de um estado de profundo incômodo e infelicidade que acomete grande parte da população trans, em diversos momentos de suas vidas. É importante destacar que a disforia de gênero não é uma doença mental”, diz o Hospital Oswaldo Cruz, sobre a condição.

A instituição comenta também sobre cirurgias de afirmação de gênero, que podem envolver procedimentos faciais e corporais, como a feminização facial, tireoplastia (redução do pomo de Adão), mamoplastia de aumento e a redesignação sexual feminizante (transformação do pênis e testículos em vagina e vulva), no caso de mulheres trans.

O hospital menciona também que a realização dos procedimentos pode ajudar com a disforia, além de “contribuir para o aumento na autoestima e autoaceitação e reduzem sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”.

Elton Yoji Kanomata, psiquiatra no Hospital Israelita Albert Einstein, também falou sobre a disforia. “Existe um transtorno mental catalogado no manual americano de diagnósticos, que acaba sendo bem consagrado e utilizado pelos psiquiatras, que é a disforia de gênero. Então, a disforia de gênero seria um transtorno mental, mas não no contexto também empregado pela Maya, porque a disforia de gênero, como um transtorno mental, são aquelas pessoas que têm um forte sofrimento por não conseguir se identificar com as características físicas da parte sexual, no sentido de órgãos, corpo, enfim, se identificar mais com o gênero oposto”.

Ele ainda explicou que o episódio detalhado por Maya pode ter sido desencadeado por medo de julgamentos e inseguranças. “Essas pessoas que acabam passando por esse tipo de transição, acabam passando por um nível de sofrimento muito grande e é um processo de adaptação a uma nova identidade, a uma nova mentalidade, a um novo corpo”, explicou, detalhando que esses sentimentos podem gerar fortes emoções e sofrimento, provocando a disforia, que é uma alteração de humor.

O especialista ressaltou que a disforia pode afetar indivíduos além de pessoas transsexuais, mas que geralmente é evidenciado por alterações bruscas de humor. “Quando a gente fala sobre disforia, a gente pode elencar diversos tipos de transtornos mentais, por exemplo, como depressão, ansiedade, até mesmo o transtorno afetivo bipolar e esquizofrenia”.

Maya Massafera, que se encontra em Cannes para o Festival de Cinema Internacional, compartilhou um desabafo em suas redes sociais na última quarta-feira, 22. A influenciadora explicou sobre seu estado de disforia, e como se sente com relação à sua transição de gênero. “Teve dia que eu fiz a maquiagem, tirei as fotos, e simplesmente não fui porque fiquei com muito medo do julgamento”, escreve Maya.

Ela explica que vazaram muitas notícias distorcidas a seu respeito, fazendo com que se pronunciasse. “Hoje quero falar sobre minha disforia e como eu gostaria que vocês pegassem esse exemplo e levassem para a vida de vocês. Todo mundo tem coisas boas e ruins. Eu, por exemplo, tenho o lado ruim de ter perdido 40 anos em um corpo que não me pertencia. E tem um lado bom, de ter feito minha transição longe de tudo e de todos. Pude me dar esse luxo”, revelou, em seus stories do Instagram.

Maya Massafera relata sua disforia, mas comenta que está feliz com o novo corpo Foto: @mayamassafera Via Instagram

Maya, que estava no processo de transição durante o período de quase um ano, continua seu relato. “Conversando com meus médicos e psicólogos, entendo que essa minha felicidade é o estado normal da maioria da população. Todo mundo que nasce e se identifica com o corpo em que nasceu tem esse estado. Provavelmente, vou me acostumar com o meu gênero e essa felicidade vai se tornar normal para mim, como é para vocês”.

Ela explica que é uma pessoa feliz como todos, que também que tem momentos felizes e tristes, mas que enfrenta a disforia frequentemente. “Isso começou quando eu comecei minha transição. Os médicos me falaram que é normal para muitas meninas trans sentirem isso nos primeiros anos de transição. Às vezes, a disforia é tanta que eu realmente prefiro ficar sozinha e não ser vista por ninguém”.

“Fiquei meses na cama, sem força, e não sei como faria se não pudesse dar esse tempo de tudo. Lembrando vocês que eu falo apenas pela Maya. Não falo por todas as trans. Não generalizem”, completa a influenciadora.

Sobre o assunto, Maya finaliza explicando: “Quando falei para vocês pegarem meu exemplo, é para não se cobrarem tanto. Essa minha viagem para Cannes está maravilhosa. Mas teve dia que eu não saí do quarto por disforia [...] Para finalizar esse assunto da disforia, eu estou ótima. Feliz da vida. Mas tenho meus momentos avassaladores”.

“Eu amo vocês e prometo que a Maya vai ser uma influência positiva”, finaliza.

O que é a disforia?

A disforia é caracterizada pelo desconforto relacionado ao corpo de um determinado indivíduo. Dentro dela, a de gênero normalmente atinge a camada trans da população, especialmente dentro do contexto de transição de gênero: “viver em um corpo que não corresponde ao seu próprio gênero pode ser motivo de sofrimento, muitas vezes intenso. Sentimentos como tristeza, raiva e culpa compõem o que se denomina ‘disforia de gênero’. Trata-se de um estado de profundo incômodo e infelicidade que acomete grande parte da população trans, em diversos momentos de suas vidas. É importante destacar que a disforia de gênero não é uma doença mental”, diz o Hospital Oswaldo Cruz, sobre a condição.

A instituição comenta também sobre cirurgias de afirmação de gênero, que podem envolver procedimentos faciais e corporais, como a feminização facial, tireoplastia (redução do pomo de Adão), mamoplastia de aumento e a redesignação sexual feminizante (transformação do pênis e testículos em vagina e vulva), no caso de mulheres trans.

O hospital menciona também que a realização dos procedimentos pode ajudar com a disforia, além de “contribuir para o aumento na autoestima e autoaceitação e reduzem sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”.

Elton Yoji Kanomata, psiquiatra no Hospital Israelita Albert Einstein, também falou sobre a disforia. “Existe um transtorno mental catalogado no manual americano de diagnósticos, que acaba sendo bem consagrado e utilizado pelos psiquiatras, que é a disforia de gênero. Então, a disforia de gênero seria um transtorno mental, mas não no contexto também empregado pela Maya, porque a disforia de gênero, como um transtorno mental, são aquelas pessoas que têm um forte sofrimento por não conseguir se identificar com as características físicas da parte sexual, no sentido de órgãos, corpo, enfim, se identificar mais com o gênero oposto”.

Ele ainda explicou que o episódio detalhado por Maya pode ter sido desencadeado por medo de julgamentos e inseguranças. “Essas pessoas que acabam passando por esse tipo de transição, acabam passando por um nível de sofrimento muito grande e é um processo de adaptação a uma nova identidade, a uma nova mentalidade, a um novo corpo”, explicou, detalhando que esses sentimentos podem gerar fortes emoções e sofrimento, provocando a disforia, que é uma alteração de humor.

O especialista ressaltou que a disforia pode afetar indivíduos além de pessoas transsexuais, mas que geralmente é evidenciado por alterações bruscas de humor. “Quando a gente fala sobre disforia, a gente pode elencar diversos tipos de transtornos mentais, por exemplo, como depressão, ansiedade, até mesmo o transtorno afetivo bipolar e esquizofrenia”.

Maya Massafera, que se encontra em Cannes para o Festival de Cinema Internacional, compartilhou um desabafo em suas redes sociais na última quarta-feira, 22. A influenciadora explicou sobre seu estado de disforia, e como se sente com relação à sua transição de gênero. “Teve dia que eu fiz a maquiagem, tirei as fotos, e simplesmente não fui porque fiquei com muito medo do julgamento”, escreve Maya.

Ela explica que vazaram muitas notícias distorcidas a seu respeito, fazendo com que se pronunciasse. “Hoje quero falar sobre minha disforia e como eu gostaria que vocês pegassem esse exemplo e levassem para a vida de vocês. Todo mundo tem coisas boas e ruins. Eu, por exemplo, tenho o lado ruim de ter perdido 40 anos em um corpo que não me pertencia. E tem um lado bom, de ter feito minha transição longe de tudo e de todos. Pude me dar esse luxo”, revelou, em seus stories do Instagram.

Maya Massafera relata sua disforia, mas comenta que está feliz com o novo corpo Foto: @mayamassafera Via Instagram

Maya, que estava no processo de transição durante o período de quase um ano, continua seu relato. “Conversando com meus médicos e psicólogos, entendo que essa minha felicidade é o estado normal da maioria da população. Todo mundo que nasce e se identifica com o corpo em que nasceu tem esse estado. Provavelmente, vou me acostumar com o meu gênero e essa felicidade vai se tornar normal para mim, como é para vocês”.

Ela explica que é uma pessoa feliz como todos, que também que tem momentos felizes e tristes, mas que enfrenta a disforia frequentemente. “Isso começou quando eu comecei minha transição. Os médicos me falaram que é normal para muitas meninas trans sentirem isso nos primeiros anos de transição. Às vezes, a disforia é tanta que eu realmente prefiro ficar sozinha e não ser vista por ninguém”.

“Fiquei meses na cama, sem força, e não sei como faria se não pudesse dar esse tempo de tudo. Lembrando vocês que eu falo apenas pela Maya. Não falo por todas as trans. Não generalizem”, completa a influenciadora.

Sobre o assunto, Maya finaliza explicando: “Quando falei para vocês pegarem meu exemplo, é para não se cobrarem tanto. Essa minha viagem para Cannes está maravilhosa. Mas teve dia que eu não saí do quarto por disforia [...] Para finalizar esse assunto da disforia, eu estou ótima. Feliz da vida. Mas tenho meus momentos avassaladores”.

“Eu amo vocês e prometo que a Maya vai ser uma influência positiva”, finaliza.

O que é a disforia?

A disforia é caracterizada pelo desconforto relacionado ao corpo de um determinado indivíduo. Dentro dela, a de gênero normalmente atinge a camada trans da população, especialmente dentro do contexto de transição de gênero: “viver em um corpo que não corresponde ao seu próprio gênero pode ser motivo de sofrimento, muitas vezes intenso. Sentimentos como tristeza, raiva e culpa compõem o que se denomina ‘disforia de gênero’. Trata-se de um estado de profundo incômodo e infelicidade que acomete grande parte da população trans, em diversos momentos de suas vidas. É importante destacar que a disforia de gênero não é uma doença mental”, diz o Hospital Oswaldo Cruz, sobre a condição.

A instituição comenta também sobre cirurgias de afirmação de gênero, que podem envolver procedimentos faciais e corporais, como a feminização facial, tireoplastia (redução do pomo de Adão), mamoplastia de aumento e a redesignação sexual feminizante (transformação do pênis e testículos em vagina e vulva), no caso de mulheres trans.

O hospital menciona também que a realização dos procedimentos pode ajudar com a disforia, além de “contribuir para o aumento na autoestima e autoaceitação e reduzem sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”.

Elton Yoji Kanomata, psiquiatra no Hospital Israelita Albert Einstein, também falou sobre a disforia. “Existe um transtorno mental catalogado no manual americano de diagnósticos, que acaba sendo bem consagrado e utilizado pelos psiquiatras, que é a disforia de gênero. Então, a disforia de gênero seria um transtorno mental, mas não no contexto também empregado pela Maya, porque a disforia de gênero, como um transtorno mental, são aquelas pessoas que têm um forte sofrimento por não conseguir se identificar com as características físicas da parte sexual, no sentido de órgãos, corpo, enfim, se identificar mais com o gênero oposto”.

Ele ainda explicou que o episódio detalhado por Maya pode ter sido desencadeado por medo de julgamentos e inseguranças. “Essas pessoas que acabam passando por esse tipo de transição, acabam passando por um nível de sofrimento muito grande e é um processo de adaptação a uma nova identidade, a uma nova mentalidade, a um novo corpo”, explicou, detalhando que esses sentimentos podem gerar fortes emoções e sofrimento, provocando a disforia, que é uma alteração de humor.

O especialista ressaltou que a disforia pode afetar indivíduos além de pessoas transsexuais, mas que geralmente é evidenciado por alterações bruscas de humor. “Quando a gente fala sobre disforia, a gente pode elencar diversos tipos de transtornos mentais, por exemplo, como depressão, ansiedade, até mesmo o transtorno afetivo bipolar e esquizofrenia”.

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