Tiktokers buscam ultrapassar o estereótipo da rede social e se profissionalizar na carreira de dança


Juliano Floss e Rebeca Barreto narram desafios e recompensas de serem influenciadores e apontam desejos para o futuro

Por Beatriz Bronzeri Pugliese
Atualização:

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - A rede social TikTok começou a viralizar no início de 2020, mas com a chegada da quarentena e início das aulas online, a plataforma tomou proporções gigantes entre os jovens. Um dos conteúdos mais assistidos são vídeos curtos de danças populares, como funk e hip hop. A hashtag “dança” tem 6,5 bilhões de visualizações e a mesma palavra em inglês (“dance”) possui 467 bilhões.

Muitos jovens aproveitaram a oportunidade lá em 2020 para postar seu próprio conteúdo e acabaram tornando-se influenciadores, ou melhor, tiktokers. Essas personalidades ganharam tanto destaque que chegaram a dançar com grandes artistas brasileiras, como Anitta e Luísa Sonza. Mas o grande desafio é ultrapassar o estereótipo de tiktoker e realmente construir uma carreira na dança.

Juliano Floss, 18 anos, tem mais de 10,4 milhões de seguidores no TikTok e 3,4 milhões no Instagram. Em entrevista ao Estadão, ele contou que já fazia aula de dança antes de viralizar nas redes sociais. “Os três primeiros anos foram bem difíceis, eu não conseguia desenvolver muito bem e não conseguia pegar a coreografia”, disse. “Várias vezes eu saí chorando porque não conseguia e acho que foi justamente isso que me fez aprender a dançar”. Para chegar ao nível de aprendizado que está hoje, Juliano treinou e se esforçou muito. Ele contou que chegava da escola e passava horas assistindo vídeos de dança e tentando reproduzir.

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Após viralizar com conteúdo de dança no TikTok, Juliano continua estudando para crescer na área e busca, constantemente, novas oportunidades. O dançarino chegou, inclusive, a participar do festival Fair Play Dance Camp, na Europa, onde fez aulas e workshops com profissionais reconhecidos mundialmente. “Eu não sou de um balé fixo, mas sempre que um artista me chama para fazer algo, eu fico muito feliz”. ele disse. O dançarino performou com Pedro Sampaio no MTV Miaw, em julho deste ano, e até subiu no palco com Anitta durante um show da cantora em Portugal. “Eu apareço só um pouquinho, mas já me sinto realizado”.

Enquanto jovens como o Juliano, que começaram no TikTok, buscam se profissionalizar, o caminho inverso também acontece: dançarinos que já trabalham na área tentam abraçar o mundo das redes sociais. A escola de dança Millennium, que possui sede em Los Angeles e uma filial em São Paulo, é uma das principais instituições que aceitou o mundo digital e suas tradicionais paredes vermelhas se tornaram cenário famoso nos vídeos do TikTok. A diretora da Millennium na América Latina, Paula Tomazella, disse que não foi fácil aceitar a rede social como parte da profissão. “No início tinha uma resistência muito grande”, contou Tomazella. “Existe uma diferença entre você ter a técnica e conhecimento e pessoas que começaram a fazer realmente por hobby”.

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Meses após a viralização do TikTok em 2020, a Millennium e outras escolas de dança perceberam que a rede social poderia sim ser uma ferramenta para dançarinos. A diretora disse que houve um casamento da comunidade da dança com a plataforma. “Depois do TikTok, a gente acabou tendo mais procuras de pessoas que querem aprender a dançar para se expor na internet”, completou Tomazella. Focando nesse público que busca o aprendizado da dança para entrar na realidade digital, a escola desenvolveu aulas específicas para ensinar como um dançarino deve se portar frente às câmeras, além da instituição se tornar um ponto de encontro para esses mini-influencers.

Entretanto, a carreira de dançarina é muito mais desafiadora do que mostram os vídeos de 60 segundos do TikTok. Os jovens que realmente querem se profissionalizar tentam entrar em companhias de dança para participar de competições. A diretora contou que a maioria dos alunos que chegam na Millennium através do TikTok não têm esse propósito: “O movimento é outro”.

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A influenciadora Rebeca Barreto, 21 anos, também se destacou nas redes sociais com sua habilidade na dança. Entretanto, diferentemente do Juliano, que busca um futuro como dançarino, a pernambucana segue o padrão da maioria dos jovens que viralizaram com vídeos de dança. “Meu sonho é ser atriz, mas no momento eu estou seguindo como influenciadora digital”, disse Beca, apelido que ela usa nas redes sociais.

Outro ponto polêmico entre dançarinos profissionais e os dançarinos do TikTok é o estilo musical. A maioria das coreografias que viralizam na plataforma são de músicas funk, gênero bastante criticado devido às letras com conotação sexual. Apesar das novas gerações serem mais receptivas com o funk brasileiro, Rebeca disse que muitos pais de fãs já a repreenderam por ela postar esse tipo de conteúdo.

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Quando o assunto é preconceito, Juliano sofre ainda mais, assim como muitos homens dançarinos. “Quando eu comecei a dançar, as pessoas chegavam em mim e falavam: ‘como assim você dança? Isso é coisa de gay’”, contou o tiktoker. Ele disse que já se incomodou muito com essas opiniões, principalmente quando chegavam milhares de comentários desse tipo em seus vídeos, mas ele aprendeu a deixar esse preconceito de lado. “Vou continuar dançando, é o que me faz feliz; conheço muito homem hétero que dança e muito homem gay que dança”, disse Juliano.

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - A rede social TikTok começou a viralizar no início de 2020, mas com a chegada da quarentena e início das aulas online, a plataforma tomou proporções gigantes entre os jovens. Um dos conteúdos mais assistidos são vídeos curtos de danças populares, como funk e hip hop. A hashtag “dança” tem 6,5 bilhões de visualizações e a mesma palavra em inglês (“dance”) possui 467 bilhões.

Muitos jovens aproveitaram a oportunidade lá em 2020 para postar seu próprio conteúdo e acabaram tornando-se influenciadores, ou melhor, tiktokers. Essas personalidades ganharam tanto destaque que chegaram a dançar com grandes artistas brasileiras, como Anitta e Luísa Sonza. Mas o grande desafio é ultrapassar o estereótipo de tiktoker e realmente construir uma carreira na dança.

Juliano Floss, 18 anos, tem mais de 10,4 milhões de seguidores no TikTok e 3,4 milhões no Instagram. Em entrevista ao Estadão, ele contou que já fazia aula de dança antes de viralizar nas redes sociais. “Os três primeiros anos foram bem difíceis, eu não conseguia desenvolver muito bem e não conseguia pegar a coreografia”, disse. “Várias vezes eu saí chorando porque não conseguia e acho que foi justamente isso que me fez aprender a dançar”. Para chegar ao nível de aprendizado que está hoje, Juliano treinou e se esforçou muito. Ele contou que chegava da escola e passava horas assistindo vídeos de dança e tentando reproduzir.

Após viralizar com conteúdo de dança no TikTok, Juliano continua estudando para crescer na área e busca, constantemente, novas oportunidades. O dançarino chegou, inclusive, a participar do festival Fair Play Dance Camp, na Europa, onde fez aulas e workshops com profissionais reconhecidos mundialmente. “Eu não sou de um balé fixo, mas sempre que um artista me chama para fazer algo, eu fico muito feliz”. ele disse. O dançarino performou com Pedro Sampaio no MTV Miaw, em julho deste ano, e até subiu no palco com Anitta durante um show da cantora em Portugal. “Eu apareço só um pouquinho, mas já me sinto realizado”.

Enquanto jovens como o Juliano, que começaram no TikTok, buscam se profissionalizar, o caminho inverso também acontece: dançarinos que já trabalham na área tentam abraçar o mundo das redes sociais. A escola de dança Millennium, que possui sede em Los Angeles e uma filial em São Paulo, é uma das principais instituições que aceitou o mundo digital e suas tradicionais paredes vermelhas se tornaram cenário famoso nos vídeos do TikTok. A diretora da Millennium na América Latina, Paula Tomazella, disse que não foi fácil aceitar a rede social como parte da profissão. “No início tinha uma resistência muito grande”, contou Tomazella. “Existe uma diferença entre você ter a técnica e conhecimento e pessoas que começaram a fazer realmente por hobby”.

Meses após a viralização do TikTok em 2020, a Millennium e outras escolas de dança perceberam que a rede social poderia sim ser uma ferramenta para dançarinos. A diretora disse que houve um casamento da comunidade da dança com a plataforma. “Depois do TikTok, a gente acabou tendo mais procuras de pessoas que querem aprender a dançar para se expor na internet”, completou Tomazella. Focando nesse público que busca o aprendizado da dança para entrar na realidade digital, a escola desenvolveu aulas específicas para ensinar como um dançarino deve se portar frente às câmeras, além da instituição se tornar um ponto de encontro para esses mini-influencers.

Entretanto, a carreira de dançarina é muito mais desafiadora do que mostram os vídeos de 60 segundos do TikTok. Os jovens que realmente querem se profissionalizar tentam entrar em companhias de dança para participar de competições. A diretora contou que a maioria dos alunos que chegam na Millennium através do TikTok não têm esse propósito: “O movimento é outro”.

A influenciadora Rebeca Barreto, 21 anos, também se destacou nas redes sociais com sua habilidade na dança. Entretanto, diferentemente do Juliano, que busca um futuro como dançarino, a pernambucana segue o padrão da maioria dos jovens que viralizaram com vídeos de dança. “Meu sonho é ser atriz, mas no momento eu estou seguindo como influenciadora digital”, disse Beca, apelido que ela usa nas redes sociais.

Outro ponto polêmico entre dançarinos profissionais e os dançarinos do TikTok é o estilo musical. A maioria das coreografias que viralizam na plataforma são de músicas funk, gênero bastante criticado devido às letras com conotação sexual. Apesar das novas gerações serem mais receptivas com o funk brasileiro, Rebeca disse que muitos pais de fãs já a repreenderam por ela postar esse tipo de conteúdo.

Quando o assunto é preconceito, Juliano sofre ainda mais, assim como muitos homens dançarinos. “Quando eu comecei a dançar, as pessoas chegavam em mim e falavam: ‘como assim você dança? Isso é coisa de gay’”, contou o tiktoker. Ele disse que já se incomodou muito com essas opiniões, principalmente quando chegavam milhares de comentários desse tipo em seus vídeos, mas ele aprendeu a deixar esse preconceito de lado. “Vou continuar dançando, é o que me faz feliz; conheço muito homem hétero que dança e muito homem gay que dança”, disse Juliano.

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - A rede social TikTok começou a viralizar no início de 2020, mas com a chegada da quarentena e início das aulas online, a plataforma tomou proporções gigantes entre os jovens. Um dos conteúdos mais assistidos são vídeos curtos de danças populares, como funk e hip hop. A hashtag “dança” tem 6,5 bilhões de visualizações e a mesma palavra em inglês (“dance”) possui 467 bilhões.

Muitos jovens aproveitaram a oportunidade lá em 2020 para postar seu próprio conteúdo e acabaram tornando-se influenciadores, ou melhor, tiktokers. Essas personalidades ganharam tanto destaque que chegaram a dançar com grandes artistas brasileiras, como Anitta e Luísa Sonza. Mas o grande desafio é ultrapassar o estereótipo de tiktoker e realmente construir uma carreira na dança.

Juliano Floss, 18 anos, tem mais de 10,4 milhões de seguidores no TikTok e 3,4 milhões no Instagram. Em entrevista ao Estadão, ele contou que já fazia aula de dança antes de viralizar nas redes sociais. “Os três primeiros anos foram bem difíceis, eu não conseguia desenvolver muito bem e não conseguia pegar a coreografia”, disse. “Várias vezes eu saí chorando porque não conseguia e acho que foi justamente isso que me fez aprender a dançar”. Para chegar ao nível de aprendizado que está hoje, Juliano treinou e se esforçou muito. Ele contou que chegava da escola e passava horas assistindo vídeos de dança e tentando reproduzir.

Após viralizar com conteúdo de dança no TikTok, Juliano continua estudando para crescer na área e busca, constantemente, novas oportunidades. O dançarino chegou, inclusive, a participar do festival Fair Play Dance Camp, na Europa, onde fez aulas e workshops com profissionais reconhecidos mundialmente. “Eu não sou de um balé fixo, mas sempre que um artista me chama para fazer algo, eu fico muito feliz”. ele disse. O dançarino performou com Pedro Sampaio no MTV Miaw, em julho deste ano, e até subiu no palco com Anitta durante um show da cantora em Portugal. “Eu apareço só um pouquinho, mas já me sinto realizado”.

Enquanto jovens como o Juliano, que começaram no TikTok, buscam se profissionalizar, o caminho inverso também acontece: dançarinos que já trabalham na área tentam abraçar o mundo das redes sociais. A escola de dança Millennium, que possui sede em Los Angeles e uma filial em São Paulo, é uma das principais instituições que aceitou o mundo digital e suas tradicionais paredes vermelhas se tornaram cenário famoso nos vídeos do TikTok. A diretora da Millennium na América Latina, Paula Tomazella, disse que não foi fácil aceitar a rede social como parte da profissão. “No início tinha uma resistência muito grande”, contou Tomazella. “Existe uma diferença entre você ter a técnica e conhecimento e pessoas que começaram a fazer realmente por hobby”.

Meses após a viralização do TikTok em 2020, a Millennium e outras escolas de dança perceberam que a rede social poderia sim ser uma ferramenta para dançarinos. A diretora disse que houve um casamento da comunidade da dança com a plataforma. “Depois do TikTok, a gente acabou tendo mais procuras de pessoas que querem aprender a dançar para se expor na internet”, completou Tomazella. Focando nesse público que busca o aprendizado da dança para entrar na realidade digital, a escola desenvolveu aulas específicas para ensinar como um dançarino deve se portar frente às câmeras, além da instituição se tornar um ponto de encontro para esses mini-influencers.

Entretanto, a carreira de dançarina é muito mais desafiadora do que mostram os vídeos de 60 segundos do TikTok. Os jovens que realmente querem se profissionalizar tentam entrar em companhias de dança para participar de competições. A diretora contou que a maioria dos alunos que chegam na Millennium através do TikTok não têm esse propósito: “O movimento é outro”.

A influenciadora Rebeca Barreto, 21 anos, também se destacou nas redes sociais com sua habilidade na dança. Entretanto, diferentemente do Juliano, que busca um futuro como dançarino, a pernambucana segue o padrão da maioria dos jovens que viralizaram com vídeos de dança. “Meu sonho é ser atriz, mas no momento eu estou seguindo como influenciadora digital”, disse Beca, apelido que ela usa nas redes sociais.

Outro ponto polêmico entre dançarinos profissionais e os dançarinos do TikTok é o estilo musical. A maioria das coreografias que viralizam na plataforma são de músicas funk, gênero bastante criticado devido às letras com conotação sexual. Apesar das novas gerações serem mais receptivas com o funk brasileiro, Rebeca disse que muitos pais de fãs já a repreenderam por ela postar esse tipo de conteúdo.

Quando o assunto é preconceito, Juliano sofre ainda mais, assim como muitos homens dançarinos. “Quando eu comecei a dançar, as pessoas chegavam em mim e falavam: ‘como assim você dança? Isso é coisa de gay’”, contou o tiktoker. Ele disse que já se incomodou muito com essas opiniões, principalmente quando chegavam milhares de comentários desse tipo em seus vídeos, mas ele aprendeu a deixar esse preconceito de lado. “Vou continuar dançando, é o que me faz feliz; conheço muito homem hétero que dança e muito homem gay que dança”, disse Juliano.

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