Difícil ter um cão em casa e não lidar com o pânico e o estresse causados por barulhos excessivos que assustam os animais, como trovões, carros de som e fogos de artifício.
A verdade é que isso ocorre principalmente por causa da audição aguçada que esses pets têm, o que torna os barulhos mais assustadores, especialmente se estiverem em ambientes abertos.
A preocupação dos tutores é muito válida. É comum relatos de casos graves de saúde relacionados a esse estresse, normalmente em cães cardiopatas e epiléticos, mas também notícias de acidentes por fuga, já que eles ficam muito assustados. Em comemorações, como copa do mundo, finais de campeonatos, festas juninas e de fim de ano, cresce o número de emergências em clínicas e hospitais veterinários.
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Capacidade auditiva superior aos humanos
Segundo especialistas, os animais domésticos, em geral, têm uma audição muito mais aguçada do que a dos humanos. A diferença na capacidade auditiva dos pets é resultado de uma adaptação evolutiva, que permitiu que eles pudessem se comunicar e caçar com mais eficiência. Por isso, essa capacidade ampliada, pode tornar os animais mais sensíveis a ruídos altos, sendo até mesmo prejudiciais. Além disso, seu poder de atenção é muito maior para qualquer algo estranho ao seu redor. Possivelmente, por uma questão de sobrevivência na Natureza.
"Enquanto o ouvido humano é capaz de detectar sons com frequência entre 20 Hz e 20.000 Hz, os cães, por exemplo, são capazes de ouvir frequências de até 65.000 Hz. Os gatos têm uma audição ainda mais sensível, podendo detectar frequências de até 100.000 Hz", explica o médico-veterinário Pedro Mancini.
Qual a solução?
É possível encontrar quase de tudo na internet sobre as milagrosas soluções para esse problema. São dicas para usar florais, enfaixar o pet, mantê-lo abraçado nesse período de sons altos e o uso de algodão. Algumas podem até funcionar, já que depende de um animal para o outro e a sua reação, mas também existem muitos mitos.
"A primeira coisa que os tutores devem fazer é observar o comportamento de seus animais durante eventos barulhentos. Se um pet se mostra estressado ou assustado, é importante que tente minimizar o impacto do som. Uma maneira de fazer isso é proporcionar um ambiente seguro e confortável, como um espaço fechado e acolhedor em casa, onde o pet se sinta protegido", orienta o veterinário Mancini.
Muitas pessoas acreditam que colocar um pedaço de algodão no ouvido do pet pode ajudar a amenizar os efeitos do barulho, mas isso não é inteiramente verdade. Esse método pode acabar causando mais danos do que benefícios, já que ele não é capaz de bloquear efetivamente o som.
"Colocar um pedaço de algodão no ouvido do cachorro pode parecer uma solução simples, mas é importante lembrar que isso pode ser ineficiente e até mesmo prejudicial, caso o algodão não seja posicionado corretamente", afirma o especialista.
Se o algodão for colocado muito fundo no canal auditivo do animal, pode causar desconforto, irritação e até mesmo infecções no ouvido. Portanto, evitar o uso de algodão e investir em métodos mais seguros e eficazes para proteger a audição dos pets faz toda a diferença para o bem-estar do animal.
Mas se o algodão pode ser ruim para o meu pet, o que uso para diminuir esses barulhos? Uma opção é o fone de ouvido Dogphone, desenvolvido para cães, que promete inibir em até 90% de todo ruido externo. Criado pela startup de mesmo nome, a empresa levou cerca de três anos para estabelecer um produto ideal. Nesse período, foram considerados estudos de densidade da espuma, a estrutura, formato do plástico do casco e tantos outros fatores para chegar a um produto confortável e eficiente.
Apesar de o Dogphone parecer ser uma solução interessante, é preciso entender que necessita de adaptação e treinamento para que seu cão se acostume a usar. E o custo não é tão baixo: R$ 249,90 (www.dogphones.com.br).
Sabendo que esses bichinhos têm uma capacidade auditiva incrível, precisamos ter o cuidado de não os expor a ruídos excessivamente altos, que podem causar danos permanentes à sua audição, mas também buscar alternativas comprovadamente eficientes.
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