Self-service de humor

Opinião|Apertem os cintos: criança a bordo!


Por Carlos Castelo

O homem tinha acabado de descobrir que seu assento no voo era ao lado de uma criança.

(Grok 2)  
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O homem tinha acabado de descobrir que seu assento no voo era ao lado de uma criança. O terror começou antes mesmo de ele se acomodar; o menino, com a energia de um coelho que caiu numa piscina de cafeína, chutava o assento da frente com vontade.

O homem suspirou, ajustou os fones de ouvido e lançou um olhar fulminante para a pequena criatura ao seu lado.

A mãe do garoto, em estado de exaustão parental, já havia abandonado qualquer esperança de controlar o minitornado. Apenas sussurrou: "ele é tão animado!" com um sorriso que pedia desculpas por todas as decisões de vida que levaram àquele momento. Inclusive, o ato sexual.

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O homem respondeu com um sorriso triste que queria dizer: "Se ele ficar animado assim por mais tempo, vou abrir a saída de emergência e jogá-lo".

O avião decolou, e começou a batalha. O garoto estava mesmo disposto a desrespeitar as leis da física ou as normas básicas de convivência. Começou espancando a mesinha retrátil, tentando descobrir se ela poderia ser usada como catapulta. Depois, abria e fechava a janelinha. A cada "CLACK!", o homem sentia a paciência escorrer pelos poros.

Mas o auge veio quando o tsunami decidiu formular perguntas. Aquelas que apenas uma criança daquela idade consegue inventar, com um nível de criatividade que faria Picasso parecer Romero Britto.

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-- Moço, o que acontece se eu puxar essa coisa? -- perguntou ele, apontando para a máscara de oxigênio.

-- Você aprende a voar -- respondeu o homem, sem levantar os olhos do tablet.

-- Sério?! -- O garoto arregalou os olhos, considerando puxar o objeto.

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Depois vieram as perguntas filosóficas.

-- Por que o avião é branco? -- ele perguntou, com uma expressão de quem precisava muito dessa resposta.

-- Porque a manutenção é mais barata -- o homem respondeu, sem a menor paciência.

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-- Mas e se fosse vermelho? Ele ia ser mais rápido, tipo o carro do meu pai?

-- Talvez -- disse o homem, já conformado com o interrogatório.

A mãe tentou intervir algumas vezes, mas o garoto tinha o instinto de detectar o momento exato em que ela estava dormindo. Era aí que ele tocava o terror.

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Quando o lanche foi servido, o passageiro achou que teria um momento de paz. Doce ilusão. O diabinho derrubou suco de laranja na camisa dele, seguido por um angelical "foi sem querer". O homem, que até então conseguira manter uma fachada de dignidade, olhou para a criança como se fosse um juiz prestes a dar uma sentença de prisão perpétua. Mas, antes que pudesse dizer algo, o menino completou:

-- Moço, sua camisa ficou igual a um tigre! Agora você é feroz!

O homem, contra todas as probabilidades, soltou uma gargalhada. Como é que uma criatura tão novinha podia ser tão irritante e, ao mesmo tempo, tão verdadeira? Olhou para o menino, que estava agora com um pedaço de bolacha grudado no nariz, e percebeu que era um mini humano sem filtro -- e talvez houvesse algo de admirável nisso.

Quando aterrissaram, o homem estava exausto. Porém, era parte do jogo, os guris têm prioridade na vida.

Enquanto pegava a bagagem de mão, o menino lhe disse:

-- Moço, você é muito legal.

-- Obrigado, meu amiguinho - o passageiro respondeu, enternecido.

Ao que o guri completou:

-- Quando eu crescer, quero ser igual a você, só que não vou usar peruca.

O homem tinha acabado de descobrir que seu assento no voo era ao lado de uma criança.

(Grok 2)  

O homem tinha acabado de descobrir que seu assento no voo era ao lado de uma criança. O terror começou antes mesmo de ele se acomodar; o menino, com a energia de um coelho que caiu numa piscina de cafeína, chutava o assento da frente com vontade.

O homem suspirou, ajustou os fones de ouvido e lançou um olhar fulminante para a pequena criatura ao seu lado.

A mãe do garoto, em estado de exaustão parental, já havia abandonado qualquer esperança de controlar o minitornado. Apenas sussurrou: "ele é tão animado!" com um sorriso que pedia desculpas por todas as decisões de vida que levaram àquele momento. Inclusive, o ato sexual.

O homem respondeu com um sorriso triste que queria dizer: "Se ele ficar animado assim por mais tempo, vou abrir a saída de emergência e jogá-lo".

O avião decolou, e começou a batalha. O garoto estava mesmo disposto a desrespeitar as leis da física ou as normas básicas de convivência. Começou espancando a mesinha retrátil, tentando descobrir se ela poderia ser usada como catapulta. Depois, abria e fechava a janelinha. A cada "CLACK!", o homem sentia a paciência escorrer pelos poros.

Mas o auge veio quando o tsunami decidiu formular perguntas. Aquelas que apenas uma criança daquela idade consegue inventar, com um nível de criatividade que faria Picasso parecer Romero Britto.

-- Moço, o que acontece se eu puxar essa coisa? -- perguntou ele, apontando para a máscara de oxigênio.

-- Você aprende a voar -- respondeu o homem, sem levantar os olhos do tablet.

-- Sério?! -- O garoto arregalou os olhos, considerando puxar o objeto.

Depois vieram as perguntas filosóficas.

-- Por que o avião é branco? -- ele perguntou, com uma expressão de quem precisava muito dessa resposta.

-- Porque a manutenção é mais barata -- o homem respondeu, sem a menor paciência.

-- Mas e se fosse vermelho? Ele ia ser mais rápido, tipo o carro do meu pai?

-- Talvez -- disse o homem, já conformado com o interrogatório.

A mãe tentou intervir algumas vezes, mas o garoto tinha o instinto de detectar o momento exato em que ela estava dormindo. Era aí que ele tocava o terror.

Quando o lanche foi servido, o passageiro achou que teria um momento de paz. Doce ilusão. O diabinho derrubou suco de laranja na camisa dele, seguido por um angelical "foi sem querer". O homem, que até então conseguira manter uma fachada de dignidade, olhou para a criança como se fosse um juiz prestes a dar uma sentença de prisão perpétua. Mas, antes que pudesse dizer algo, o menino completou:

-- Moço, sua camisa ficou igual a um tigre! Agora você é feroz!

O homem, contra todas as probabilidades, soltou uma gargalhada. Como é que uma criatura tão novinha podia ser tão irritante e, ao mesmo tempo, tão verdadeira? Olhou para o menino, que estava agora com um pedaço de bolacha grudado no nariz, e percebeu que era um mini humano sem filtro -- e talvez houvesse algo de admirável nisso.

Quando aterrissaram, o homem estava exausto. Porém, era parte do jogo, os guris têm prioridade na vida.

Enquanto pegava a bagagem de mão, o menino lhe disse:

-- Moço, você é muito legal.

-- Obrigado, meu amiguinho - o passageiro respondeu, enternecido.

Ao que o guri completou:

-- Quando eu crescer, quero ser igual a você, só que não vou usar peruca.

O homem tinha acabado de descobrir que seu assento no voo era ao lado de uma criança.

(Grok 2)  

O homem tinha acabado de descobrir que seu assento no voo era ao lado de uma criança. O terror começou antes mesmo de ele se acomodar; o menino, com a energia de um coelho que caiu numa piscina de cafeína, chutava o assento da frente com vontade.

O homem suspirou, ajustou os fones de ouvido e lançou um olhar fulminante para a pequena criatura ao seu lado.

A mãe do garoto, em estado de exaustão parental, já havia abandonado qualquer esperança de controlar o minitornado. Apenas sussurrou: "ele é tão animado!" com um sorriso que pedia desculpas por todas as decisões de vida que levaram àquele momento. Inclusive, o ato sexual.

O homem respondeu com um sorriso triste que queria dizer: "Se ele ficar animado assim por mais tempo, vou abrir a saída de emergência e jogá-lo".

O avião decolou, e começou a batalha. O garoto estava mesmo disposto a desrespeitar as leis da física ou as normas básicas de convivência. Começou espancando a mesinha retrátil, tentando descobrir se ela poderia ser usada como catapulta. Depois, abria e fechava a janelinha. A cada "CLACK!", o homem sentia a paciência escorrer pelos poros.

Mas o auge veio quando o tsunami decidiu formular perguntas. Aquelas que apenas uma criança daquela idade consegue inventar, com um nível de criatividade que faria Picasso parecer Romero Britto.

-- Moço, o que acontece se eu puxar essa coisa? -- perguntou ele, apontando para a máscara de oxigênio.

-- Você aprende a voar -- respondeu o homem, sem levantar os olhos do tablet.

-- Sério?! -- O garoto arregalou os olhos, considerando puxar o objeto.

Depois vieram as perguntas filosóficas.

-- Por que o avião é branco? -- ele perguntou, com uma expressão de quem precisava muito dessa resposta.

-- Porque a manutenção é mais barata -- o homem respondeu, sem a menor paciência.

-- Mas e se fosse vermelho? Ele ia ser mais rápido, tipo o carro do meu pai?

-- Talvez -- disse o homem, já conformado com o interrogatório.

A mãe tentou intervir algumas vezes, mas o garoto tinha o instinto de detectar o momento exato em que ela estava dormindo. Era aí que ele tocava o terror.

Quando o lanche foi servido, o passageiro achou que teria um momento de paz. Doce ilusão. O diabinho derrubou suco de laranja na camisa dele, seguido por um angelical "foi sem querer". O homem, que até então conseguira manter uma fachada de dignidade, olhou para a criança como se fosse um juiz prestes a dar uma sentença de prisão perpétua. Mas, antes que pudesse dizer algo, o menino completou:

-- Moço, sua camisa ficou igual a um tigre! Agora você é feroz!

O homem, contra todas as probabilidades, soltou uma gargalhada. Como é que uma criatura tão novinha podia ser tão irritante e, ao mesmo tempo, tão verdadeira? Olhou para o menino, que estava agora com um pedaço de bolacha grudado no nariz, e percebeu que era um mini humano sem filtro -- e talvez houvesse algo de admirável nisso.

Quando aterrissaram, o homem estava exausto. Porém, era parte do jogo, os guris têm prioridade na vida.

Enquanto pegava a bagagem de mão, o menino lhe disse:

-- Moço, você é muito legal.

-- Obrigado, meu amiguinho - o passageiro respondeu, enternecido.

Ao que o guri completou:

-- Quando eu crescer, quero ser igual a você, só que não vou usar peruca.

Opinião por Carlos Castelo

Carlos Castelo. Cronista, compositor e frasista. É ainda sócio fundador do grupo de humor Língua de Trapo.

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