Self-service de humor

Opinião|Help, eu preciso de uma nova banda


Por Carlos Castelo

Paul, George e Ringo se encontram no estúdio Abbey Road.

(Pixabay)  
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Depois da morte de Lennon, em 1980, Paul, George e Ringo se encontram no estúdio Abbey Road. Há muito tempo não se veem. A ideia por trás do encontro é poderosa: retomar os Beatles com um novo componente. É Ringo quem inicia a conversa:

- Pra mim, está bem fácil de resolver a questão: entra Eric Clapton. Além do talento, da amizade, ainda é britânico.

Paul acende um charo. Coça a cabeça e comenta:

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- Adoro o Eric, Starkey. Mas você não considerou algo importante...

- Já sei: a Yoko acabou comprar o passe dele.

- Ainda não. Estou me referindo à inclusão. Os tempos são outros. Precisamos ter uma mulher na banda, cara.

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- É, tô sabendo...

- Hoje, somos os Fab Three. Mas, se não diversificarmos fica politicamente incorreto demais. Concorda?

- Claro, Macca. Temos que mesclar a banda já. Hurry up, man!

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- Você tem alguma sugestão para a vaga?

- Hummm, de bate pronto assim, me ocorre a Dolly Parton.

- Por que Dolly Parton?

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- Seria mais pra não dar espaço e a Yoko entrar. E, vamos combinar, a Dolly preenche muito bem qualquer ambiente...

- Isso é verdade. E você, George, pensou em alguém pra vaga do John?

- Pensei, cara: Madre de Teresa de Calcutá.

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- ...

- Olha, George: essa sua fixação com a Índia está ficando muito além do razoável. Eu vou dar o meu palpite agora, enquanto isso você pensa melhor, pode ser?

- Ok, Paul.

- Bom, eu tive uma ideia malucona. Vocês sabem, eu domino todos os instrumentos, né? Então pensei em tocar, ao mesmo tempo, a guitarra do John e meu baixo.

- Louco, cara! Que você consegue, não duvido. Mas e o lance da inclusão feminina?

- Eu passaria a tocar de saia escocesa, Ringo.

- Kilt? É uma, hein?

-Yeah!

Nesse instante, entra no estúdio o quinto beatle, George Martin. E diz:

- Desculpa aí, rapazes, acabei ouvindo o papo de vocês. E já vou metendo minha colher. Que tal a vaga da mulher ser da Rainha? Ela pode usar a coroa como um chapéu doidão enquanto recita sonetos do Shakespeare. Imagina essa performance com uma fanfarra real soando de fundo...

 

Paul, George e Ringo se encontram no estúdio Abbey Road.

(Pixabay)  

Depois da morte de Lennon, em 1980, Paul, George e Ringo se encontram no estúdio Abbey Road. Há muito tempo não se veem. A ideia por trás do encontro é poderosa: retomar os Beatles com um novo componente. É Ringo quem inicia a conversa:

- Pra mim, está bem fácil de resolver a questão: entra Eric Clapton. Além do talento, da amizade, ainda é britânico.

Paul acende um charo. Coça a cabeça e comenta:

- Adoro o Eric, Starkey. Mas você não considerou algo importante...

- Já sei: a Yoko acabou comprar o passe dele.

- Ainda não. Estou me referindo à inclusão. Os tempos são outros. Precisamos ter uma mulher na banda, cara.

- É, tô sabendo...

- Hoje, somos os Fab Three. Mas, se não diversificarmos fica politicamente incorreto demais. Concorda?

- Claro, Macca. Temos que mesclar a banda já. Hurry up, man!

- Você tem alguma sugestão para a vaga?

- Hummm, de bate pronto assim, me ocorre a Dolly Parton.

- Por que Dolly Parton?

- Seria mais pra não dar espaço e a Yoko entrar. E, vamos combinar, a Dolly preenche muito bem qualquer ambiente...

- Isso é verdade. E você, George, pensou em alguém pra vaga do John?

- Pensei, cara: Madre de Teresa de Calcutá.

- ...

- Olha, George: essa sua fixação com a Índia está ficando muito além do razoável. Eu vou dar o meu palpite agora, enquanto isso você pensa melhor, pode ser?

- Ok, Paul.

- Bom, eu tive uma ideia malucona. Vocês sabem, eu domino todos os instrumentos, né? Então pensei em tocar, ao mesmo tempo, a guitarra do John e meu baixo.

- Louco, cara! Que você consegue, não duvido. Mas e o lance da inclusão feminina?

- Eu passaria a tocar de saia escocesa, Ringo.

- Kilt? É uma, hein?

-Yeah!

Nesse instante, entra no estúdio o quinto beatle, George Martin. E diz:

- Desculpa aí, rapazes, acabei ouvindo o papo de vocês. E já vou metendo minha colher. Que tal a vaga da mulher ser da Rainha? Ela pode usar a coroa como um chapéu doidão enquanto recita sonetos do Shakespeare. Imagina essa performance com uma fanfarra real soando de fundo...

 

Paul, George e Ringo se encontram no estúdio Abbey Road.

(Pixabay)  

Depois da morte de Lennon, em 1980, Paul, George e Ringo se encontram no estúdio Abbey Road. Há muito tempo não se veem. A ideia por trás do encontro é poderosa: retomar os Beatles com um novo componente. É Ringo quem inicia a conversa:

- Pra mim, está bem fácil de resolver a questão: entra Eric Clapton. Além do talento, da amizade, ainda é britânico.

Paul acende um charo. Coça a cabeça e comenta:

- Adoro o Eric, Starkey. Mas você não considerou algo importante...

- Já sei: a Yoko acabou comprar o passe dele.

- Ainda não. Estou me referindo à inclusão. Os tempos são outros. Precisamos ter uma mulher na banda, cara.

- É, tô sabendo...

- Hoje, somos os Fab Three. Mas, se não diversificarmos fica politicamente incorreto demais. Concorda?

- Claro, Macca. Temos que mesclar a banda já. Hurry up, man!

- Você tem alguma sugestão para a vaga?

- Hummm, de bate pronto assim, me ocorre a Dolly Parton.

- Por que Dolly Parton?

- Seria mais pra não dar espaço e a Yoko entrar. E, vamos combinar, a Dolly preenche muito bem qualquer ambiente...

- Isso é verdade. E você, George, pensou em alguém pra vaga do John?

- Pensei, cara: Madre de Teresa de Calcutá.

- ...

- Olha, George: essa sua fixação com a Índia está ficando muito além do razoável. Eu vou dar o meu palpite agora, enquanto isso você pensa melhor, pode ser?

- Ok, Paul.

- Bom, eu tive uma ideia malucona. Vocês sabem, eu domino todos os instrumentos, né? Então pensei em tocar, ao mesmo tempo, a guitarra do John e meu baixo.

- Louco, cara! Que você consegue, não duvido. Mas e o lance da inclusão feminina?

- Eu passaria a tocar de saia escocesa, Ringo.

- Kilt? É uma, hein?

-Yeah!

Nesse instante, entra no estúdio o quinto beatle, George Martin. E diz:

- Desculpa aí, rapazes, acabei ouvindo o papo de vocês. E já vou metendo minha colher. Que tal a vaga da mulher ser da Rainha? Ela pode usar a coroa como um chapéu doidão enquanto recita sonetos do Shakespeare. Imagina essa performance com uma fanfarra real soando de fundo...

 

Paul, George e Ringo se encontram no estúdio Abbey Road.

(Pixabay)  

Depois da morte de Lennon, em 1980, Paul, George e Ringo se encontram no estúdio Abbey Road. Há muito tempo não se veem. A ideia por trás do encontro é poderosa: retomar os Beatles com um novo componente. É Ringo quem inicia a conversa:

- Pra mim, está bem fácil de resolver a questão: entra Eric Clapton. Além do talento, da amizade, ainda é britânico.

Paul acende um charo. Coça a cabeça e comenta:

- Adoro o Eric, Starkey. Mas você não considerou algo importante...

- Já sei: a Yoko acabou comprar o passe dele.

- Ainda não. Estou me referindo à inclusão. Os tempos são outros. Precisamos ter uma mulher na banda, cara.

- É, tô sabendo...

- Hoje, somos os Fab Three. Mas, se não diversificarmos fica politicamente incorreto demais. Concorda?

- Claro, Macca. Temos que mesclar a banda já. Hurry up, man!

- Você tem alguma sugestão para a vaga?

- Hummm, de bate pronto assim, me ocorre a Dolly Parton.

- Por que Dolly Parton?

- Seria mais pra não dar espaço e a Yoko entrar. E, vamos combinar, a Dolly preenche muito bem qualquer ambiente...

- Isso é verdade. E você, George, pensou em alguém pra vaga do John?

- Pensei, cara: Madre de Teresa de Calcutá.

- ...

- Olha, George: essa sua fixação com a Índia está ficando muito além do razoável. Eu vou dar o meu palpite agora, enquanto isso você pensa melhor, pode ser?

- Ok, Paul.

- Bom, eu tive uma ideia malucona. Vocês sabem, eu domino todos os instrumentos, né? Então pensei em tocar, ao mesmo tempo, a guitarra do John e meu baixo.

- Louco, cara! Que você consegue, não duvido. Mas e o lance da inclusão feminina?

- Eu passaria a tocar de saia escocesa, Ringo.

- Kilt? É uma, hein?

-Yeah!

Nesse instante, entra no estúdio o quinto beatle, George Martin. E diz:

- Desculpa aí, rapazes, acabei ouvindo o papo de vocês. E já vou metendo minha colher. Que tal a vaga da mulher ser da Rainha? Ela pode usar a coroa como um chapéu doidão enquanto recita sonetos do Shakespeare. Imagina essa performance com uma fanfarra real soando de fundo...

 

Opinião por Carlos Castelo

Carlos Castelo. Cronista, compositor e frasista. É ainda sócio fundador do grupo de humor Língua de Trapo.

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