Self-service de humor

Opinião|Infodemia coletiva


Por Carlos Castelo

Com os acontecimentos de Varanasi e Cuzco, o mundo entrou em estado de choque.

(Dall-E)  
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Aconteceu pela primeira vez na Índia. Na cidade de Varanasi, um senhor sikhi andava de ônibus. Como costumava fazer, se locomovia ouvindo notícias no celular. Foi quando o locutor proferiu uma fake news. Na hora, começou a jorrar sangue de seus ouvidos e a morte aconteceu em questão de segundos.

O caso não terminou ali. Pela cidade, passou a circular outra fake news relacionada ao óbito do sikhi. Assegurava que o homem falecera pela proliferação do vírus ébola. A nova mentira provocou o desaparcimento imediato de 1.437 indianos.

Ao mesmo tempo, em Cuzco, no Peru, um grupo de turistas passeava pelas ruínas de um templo inca. Uma mulher italiana, olhando para uma das pirâmides, afirmou aos outros: «sabiam que foram extraterrestres que construíram isso aqui tudo?». No ato, todos à volta dela, não conseguindo mais respirar, caíram como moscas no chão. A italiana teve uma espécie de implosão e a polícia encontrou apenas pequenas partes de seu corpo.

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Com os acontecimentos de Varanasi e Cuzco, o mundo entrou em estado de choque. As redes sociais buscavam explicar o inexplicável e, claro, criavam fake news a cada minuto.

Enquanto isso, em Los Angeles, uma influenciadora digital de cosméticos chamada Brittany estava em uma live, comentando sobre as tragédias recentes. «Gente, vocês não vão acreditar! Acabei de ouvir que os espelhos podem roubar a alma se você olhar neles por mais de 30 segundos!», disse ela, sorrindente. Milhares de seus seguidores começaram a testar a teoria na hora. Em questão de minutos, as salas de emergência de Los Angeles estavam lotadas de pessoas gritando que haviam perdido suas almas. Brittany, percebendo o caos que havia causado, tentou pedir desculpas em uma nova live, mas ao olhar para o espelho para ajustar a maquiagem, desapareceu instantaneamente, deixando apenas um rastro de glitter da Drunk Elephant.

O mundo seguia lidando com as estranhas ocorrências, e cientistas de todo o planeta tentavam encontrar uma explicação. Finalmente, concluíram que a Terra estava passando por um fenômeno nunca antes visto, chamado "Infodemia Coletiva". Esse fenômeno fazia com que as fake news não apenas influenciassem as mentes das pessoas, mas também alterassem a realidade física ao seu redor. Em outras palavras, as matava.

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Em um esforço conjunto para salvar a humanidade, uma equipe de ganhadores dos Nobel de Física, Química e Medicina se reuniu em um bunker secreto para discutir uma solução. Foi então que um dos laureados pesquisadores fez uma proposta ousada: «E se desligássemos a internet?»

A sala ficou em silêncio. E então, um a um, os líderes mundiais da Ciência foram concordando. Em um movimento sem precedentes, todas as redes sociais, sites de notícias e plataformas de comunicação foram colocados em off.

O planeta voltou à era pré-digital, onde as fake news não tinham o mesmo poder letal. Devagar, o mundo começou a se recuperar das trágicas ocorrências.

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Até que, passado um curto espaço de tempo, tudo voltou a ser como antes. Por causa dos salões de cabeleireiro.

 

Com os acontecimentos de Varanasi e Cuzco, o mundo entrou em estado de choque.

(Dall-E)  

Aconteceu pela primeira vez na Índia. Na cidade de Varanasi, um senhor sikhi andava de ônibus. Como costumava fazer, se locomovia ouvindo notícias no celular. Foi quando o locutor proferiu uma fake news. Na hora, começou a jorrar sangue de seus ouvidos e a morte aconteceu em questão de segundos.

O caso não terminou ali. Pela cidade, passou a circular outra fake news relacionada ao óbito do sikhi. Assegurava que o homem falecera pela proliferação do vírus ébola. A nova mentira provocou o desaparcimento imediato de 1.437 indianos.

Ao mesmo tempo, em Cuzco, no Peru, um grupo de turistas passeava pelas ruínas de um templo inca. Uma mulher italiana, olhando para uma das pirâmides, afirmou aos outros: «sabiam que foram extraterrestres que construíram isso aqui tudo?». No ato, todos à volta dela, não conseguindo mais respirar, caíram como moscas no chão. A italiana teve uma espécie de implosão e a polícia encontrou apenas pequenas partes de seu corpo.

Com os acontecimentos de Varanasi e Cuzco, o mundo entrou em estado de choque. As redes sociais buscavam explicar o inexplicável e, claro, criavam fake news a cada minuto.

Enquanto isso, em Los Angeles, uma influenciadora digital de cosméticos chamada Brittany estava em uma live, comentando sobre as tragédias recentes. «Gente, vocês não vão acreditar! Acabei de ouvir que os espelhos podem roubar a alma se você olhar neles por mais de 30 segundos!», disse ela, sorrindente. Milhares de seus seguidores começaram a testar a teoria na hora. Em questão de minutos, as salas de emergência de Los Angeles estavam lotadas de pessoas gritando que haviam perdido suas almas. Brittany, percebendo o caos que havia causado, tentou pedir desculpas em uma nova live, mas ao olhar para o espelho para ajustar a maquiagem, desapareceu instantaneamente, deixando apenas um rastro de glitter da Drunk Elephant.

O mundo seguia lidando com as estranhas ocorrências, e cientistas de todo o planeta tentavam encontrar uma explicação. Finalmente, concluíram que a Terra estava passando por um fenômeno nunca antes visto, chamado "Infodemia Coletiva". Esse fenômeno fazia com que as fake news não apenas influenciassem as mentes das pessoas, mas também alterassem a realidade física ao seu redor. Em outras palavras, as matava.

Em um esforço conjunto para salvar a humanidade, uma equipe de ganhadores dos Nobel de Física, Química e Medicina se reuniu em um bunker secreto para discutir uma solução. Foi então que um dos laureados pesquisadores fez uma proposta ousada: «E se desligássemos a internet?»

A sala ficou em silêncio. E então, um a um, os líderes mundiais da Ciência foram concordando. Em um movimento sem precedentes, todas as redes sociais, sites de notícias e plataformas de comunicação foram colocados em off.

O planeta voltou à era pré-digital, onde as fake news não tinham o mesmo poder letal. Devagar, o mundo começou a se recuperar das trágicas ocorrências.

Até que, passado um curto espaço de tempo, tudo voltou a ser como antes. Por causa dos salões de cabeleireiro.

 

Com os acontecimentos de Varanasi e Cuzco, o mundo entrou em estado de choque.

(Dall-E)  

Aconteceu pela primeira vez na Índia. Na cidade de Varanasi, um senhor sikhi andava de ônibus. Como costumava fazer, se locomovia ouvindo notícias no celular. Foi quando o locutor proferiu uma fake news. Na hora, começou a jorrar sangue de seus ouvidos e a morte aconteceu em questão de segundos.

O caso não terminou ali. Pela cidade, passou a circular outra fake news relacionada ao óbito do sikhi. Assegurava que o homem falecera pela proliferação do vírus ébola. A nova mentira provocou o desaparcimento imediato de 1.437 indianos.

Ao mesmo tempo, em Cuzco, no Peru, um grupo de turistas passeava pelas ruínas de um templo inca. Uma mulher italiana, olhando para uma das pirâmides, afirmou aos outros: «sabiam que foram extraterrestres que construíram isso aqui tudo?». No ato, todos à volta dela, não conseguindo mais respirar, caíram como moscas no chão. A italiana teve uma espécie de implosão e a polícia encontrou apenas pequenas partes de seu corpo.

Com os acontecimentos de Varanasi e Cuzco, o mundo entrou em estado de choque. As redes sociais buscavam explicar o inexplicável e, claro, criavam fake news a cada minuto.

Enquanto isso, em Los Angeles, uma influenciadora digital de cosméticos chamada Brittany estava em uma live, comentando sobre as tragédias recentes. «Gente, vocês não vão acreditar! Acabei de ouvir que os espelhos podem roubar a alma se você olhar neles por mais de 30 segundos!», disse ela, sorrindente. Milhares de seus seguidores começaram a testar a teoria na hora. Em questão de minutos, as salas de emergência de Los Angeles estavam lotadas de pessoas gritando que haviam perdido suas almas. Brittany, percebendo o caos que havia causado, tentou pedir desculpas em uma nova live, mas ao olhar para o espelho para ajustar a maquiagem, desapareceu instantaneamente, deixando apenas um rastro de glitter da Drunk Elephant.

O mundo seguia lidando com as estranhas ocorrências, e cientistas de todo o planeta tentavam encontrar uma explicação. Finalmente, concluíram que a Terra estava passando por um fenômeno nunca antes visto, chamado "Infodemia Coletiva". Esse fenômeno fazia com que as fake news não apenas influenciassem as mentes das pessoas, mas também alterassem a realidade física ao seu redor. Em outras palavras, as matava.

Em um esforço conjunto para salvar a humanidade, uma equipe de ganhadores dos Nobel de Física, Química e Medicina se reuniu em um bunker secreto para discutir uma solução. Foi então que um dos laureados pesquisadores fez uma proposta ousada: «E se desligássemos a internet?»

A sala ficou em silêncio. E então, um a um, os líderes mundiais da Ciência foram concordando. Em um movimento sem precedentes, todas as redes sociais, sites de notícias e plataformas de comunicação foram colocados em off.

O planeta voltou à era pré-digital, onde as fake news não tinham o mesmo poder letal. Devagar, o mundo começou a se recuperar das trágicas ocorrências.

Até que, passado um curto espaço de tempo, tudo voltou a ser como antes. Por causa dos salões de cabeleireiro.

 

Com os acontecimentos de Varanasi e Cuzco, o mundo entrou em estado de choque.

(Dall-E)  

Aconteceu pela primeira vez na Índia. Na cidade de Varanasi, um senhor sikhi andava de ônibus. Como costumava fazer, se locomovia ouvindo notícias no celular. Foi quando o locutor proferiu uma fake news. Na hora, começou a jorrar sangue de seus ouvidos e a morte aconteceu em questão de segundos.

O caso não terminou ali. Pela cidade, passou a circular outra fake news relacionada ao óbito do sikhi. Assegurava que o homem falecera pela proliferação do vírus ébola. A nova mentira provocou o desaparcimento imediato de 1.437 indianos.

Ao mesmo tempo, em Cuzco, no Peru, um grupo de turistas passeava pelas ruínas de um templo inca. Uma mulher italiana, olhando para uma das pirâmides, afirmou aos outros: «sabiam que foram extraterrestres que construíram isso aqui tudo?». No ato, todos à volta dela, não conseguindo mais respirar, caíram como moscas no chão. A italiana teve uma espécie de implosão e a polícia encontrou apenas pequenas partes de seu corpo.

Com os acontecimentos de Varanasi e Cuzco, o mundo entrou em estado de choque. As redes sociais buscavam explicar o inexplicável e, claro, criavam fake news a cada minuto.

Enquanto isso, em Los Angeles, uma influenciadora digital de cosméticos chamada Brittany estava em uma live, comentando sobre as tragédias recentes. «Gente, vocês não vão acreditar! Acabei de ouvir que os espelhos podem roubar a alma se você olhar neles por mais de 30 segundos!», disse ela, sorrindente. Milhares de seus seguidores começaram a testar a teoria na hora. Em questão de minutos, as salas de emergência de Los Angeles estavam lotadas de pessoas gritando que haviam perdido suas almas. Brittany, percebendo o caos que havia causado, tentou pedir desculpas em uma nova live, mas ao olhar para o espelho para ajustar a maquiagem, desapareceu instantaneamente, deixando apenas um rastro de glitter da Drunk Elephant.

O mundo seguia lidando com as estranhas ocorrências, e cientistas de todo o planeta tentavam encontrar uma explicação. Finalmente, concluíram que a Terra estava passando por um fenômeno nunca antes visto, chamado "Infodemia Coletiva". Esse fenômeno fazia com que as fake news não apenas influenciassem as mentes das pessoas, mas também alterassem a realidade física ao seu redor. Em outras palavras, as matava.

Em um esforço conjunto para salvar a humanidade, uma equipe de ganhadores dos Nobel de Física, Química e Medicina se reuniu em um bunker secreto para discutir uma solução. Foi então que um dos laureados pesquisadores fez uma proposta ousada: «E se desligássemos a internet?»

A sala ficou em silêncio. E então, um a um, os líderes mundiais da Ciência foram concordando. Em um movimento sem precedentes, todas as redes sociais, sites de notícias e plataformas de comunicação foram colocados em off.

O planeta voltou à era pré-digital, onde as fake news não tinham o mesmo poder letal. Devagar, o mundo começou a se recuperar das trágicas ocorrências.

Até que, passado um curto espaço de tempo, tudo voltou a ser como antes. Por causa dos salões de cabeleireiro.

 

Opinião por Carlos Castelo

Carlos Castelo. Cronista, compositor e frasista. É ainda sócio fundador do grupo de humor Língua de Trapo.

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