Self-service de humor

Opinião|Para velhos publicitários


Por Carlos Castelo

Em dupla com W.Olivetto.

(Dall-E)  
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 Um velho publicitário tem de abandonar o requinte dos pratos gourmet. É hora de abraçar as maravilhas do fast food. É necessário trocar o vinho por um Red Bull bem gelado. Esquecer os restaurantes clássicos; o futuro está nas hamburguerias ou nos pequenos veganos.

Livros? Ah, é preciso deixar o Machado de Assis na estante. O negócio é acompanhar os best-sellers do momento, e, claro, sempre ter em mãos "Sapiens", de Yuval Harari. Também é fundamental trocar a literatura tradicional por tutoriais do YouTube e podcasts de influenciadores digitais

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Um velho publicitário tem de apreciar graffitis urbanos e instalações pop-up. Esquecer as galerias; o Instagram é a nova galeria de arte. E quanto à música, largar mão de João Donato e sintonizar nas playlists virais do Spotify e I-Tunes Music.

Um velho publicitário tem de adotar bonés e sneakers da moda. E, claro, substituir seus relógios elegantes por smartwatches multifuncionais. Em vez de assistir a obras-primas do cinema, maratonar séries e reality shows. Federico Fellini e Jean-Luc Godard? Talvez em outro momento. O presente pede "Stranger Things" e "Barbie".

Um velho publicitário não pode se preocupar tanto com a autenticidade jornalística; o sensacionalismo nas redes sociais é o que realmente chama atenção. O importante é viralizar, não importa como. E lembrar-se sempre, algoritmos são seus melhores amigos, nunca inimigos.

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No campo da moda, o velho publicitário tem que trocar peças de grife por itens sustentáveis e marcas indie. Uma parte bem visível do corpo tatuada com símbolos incompreensíveis cai muito bem.

E abandonar os automóveis; um patinete elétrico ou uma bicicleta compartilhada são muito mais "in".

Um velho publicitário tem que sair com a mulher ou mulheres, o homem ou homens que ele quer e estar ciente de que ninguém tem nada a ver com isso. Claro, se ainda estiver saindo com alguém.

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Um velho publicitário tem que conhecer os sorvetes da Momo no Rio e em São Paulo, da Cairu em Belém, no Pará, e da La Gelateria del Porto, em Vieil Antibes. Mas pedir os sabores de frutas, sem açúcar, e zero lactose.

Um velho publicitário deve ter senso de humor e capacidade de rir de si mesmo. É condição "sine qua non" para suportar o etarismo. E muito importante: o velho publicitário nunca deve verbalizar a expressão "sine qua non" em público. Isto revelaria a sua idade.

No fim do dia, o importante é seguir as trends. Fazendo isso, talvez o velho publicitário, de vez em quando, descole alguns freelas.

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Palavra de alguém que é um velho publicitário desde a década de 1990.

Em dupla com W.Olivetto.

(Dall-E)  

 

 Um velho publicitário tem de abandonar o requinte dos pratos gourmet. É hora de abraçar as maravilhas do fast food. É necessário trocar o vinho por um Red Bull bem gelado. Esquecer os restaurantes clássicos; o futuro está nas hamburguerias ou nos pequenos veganos.

Livros? Ah, é preciso deixar o Machado de Assis na estante. O negócio é acompanhar os best-sellers do momento, e, claro, sempre ter em mãos "Sapiens", de Yuval Harari. Também é fundamental trocar a literatura tradicional por tutoriais do YouTube e podcasts de influenciadores digitais

Um velho publicitário tem de apreciar graffitis urbanos e instalações pop-up. Esquecer as galerias; o Instagram é a nova galeria de arte. E quanto à música, largar mão de João Donato e sintonizar nas playlists virais do Spotify e I-Tunes Music.

Um velho publicitário tem de adotar bonés e sneakers da moda. E, claro, substituir seus relógios elegantes por smartwatches multifuncionais. Em vez de assistir a obras-primas do cinema, maratonar séries e reality shows. Federico Fellini e Jean-Luc Godard? Talvez em outro momento. O presente pede "Stranger Things" e "Barbie".

Um velho publicitário não pode se preocupar tanto com a autenticidade jornalística; o sensacionalismo nas redes sociais é o que realmente chama atenção. O importante é viralizar, não importa como. E lembrar-se sempre, algoritmos são seus melhores amigos, nunca inimigos.

No campo da moda, o velho publicitário tem que trocar peças de grife por itens sustentáveis e marcas indie. Uma parte bem visível do corpo tatuada com símbolos incompreensíveis cai muito bem.

E abandonar os automóveis; um patinete elétrico ou uma bicicleta compartilhada são muito mais "in".

Um velho publicitário tem que sair com a mulher ou mulheres, o homem ou homens que ele quer e estar ciente de que ninguém tem nada a ver com isso. Claro, se ainda estiver saindo com alguém.

Um velho publicitário tem que conhecer os sorvetes da Momo no Rio e em São Paulo, da Cairu em Belém, no Pará, e da La Gelateria del Porto, em Vieil Antibes. Mas pedir os sabores de frutas, sem açúcar, e zero lactose.

Um velho publicitário deve ter senso de humor e capacidade de rir de si mesmo. É condição "sine qua non" para suportar o etarismo. E muito importante: o velho publicitário nunca deve verbalizar a expressão "sine qua non" em público. Isto revelaria a sua idade.

No fim do dia, o importante é seguir as trends. Fazendo isso, talvez o velho publicitário, de vez em quando, descole alguns freelas.

Palavra de alguém que é um velho publicitário desde a década de 1990.

Em dupla com W.Olivetto.

(Dall-E)  

 

 Um velho publicitário tem de abandonar o requinte dos pratos gourmet. É hora de abraçar as maravilhas do fast food. É necessário trocar o vinho por um Red Bull bem gelado. Esquecer os restaurantes clássicos; o futuro está nas hamburguerias ou nos pequenos veganos.

Livros? Ah, é preciso deixar o Machado de Assis na estante. O negócio é acompanhar os best-sellers do momento, e, claro, sempre ter em mãos "Sapiens", de Yuval Harari. Também é fundamental trocar a literatura tradicional por tutoriais do YouTube e podcasts de influenciadores digitais

Um velho publicitário tem de apreciar graffitis urbanos e instalações pop-up. Esquecer as galerias; o Instagram é a nova galeria de arte. E quanto à música, largar mão de João Donato e sintonizar nas playlists virais do Spotify e I-Tunes Music.

Um velho publicitário tem de adotar bonés e sneakers da moda. E, claro, substituir seus relógios elegantes por smartwatches multifuncionais. Em vez de assistir a obras-primas do cinema, maratonar séries e reality shows. Federico Fellini e Jean-Luc Godard? Talvez em outro momento. O presente pede "Stranger Things" e "Barbie".

Um velho publicitário não pode se preocupar tanto com a autenticidade jornalística; o sensacionalismo nas redes sociais é o que realmente chama atenção. O importante é viralizar, não importa como. E lembrar-se sempre, algoritmos são seus melhores amigos, nunca inimigos.

No campo da moda, o velho publicitário tem que trocar peças de grife por itens sustentáveis e marcas indie. Uma parte bem visível do corpo tatuada com símbolos incompreensíveis cai muito bem.

E abandonar os automóveis; um patinete elétrico ou uma bicicleta compartilhada são muito mais "in".

Um velho publicitário tem que sair com a mulher ou mulheres, o homem ou homens que ele quer e estar ciente de que ninguém tem nada a ver com isso. Claro, se ainda estiver saindo com alguém.

Um velho publicitário tem que conhecer os sorvetes da Momo no Rio e em São Paulo, da Cairu em Belém, no Pará, e da La Gelateria del Porto, em Vieil Antibes. Mas pedir os sabores de frutas, sem açúcar, e zero lactose.

Um velho publicitário deve ter senso de humor e capacidade de rir de si mesmo. É condição "sine qua non" para suportar o etarismo. E muito importante: o velho publicitário nunca deve verbalizar a expressão "sine qua non" em público. Isto revelaria a sua idade.

No fim do dia, o importante é seguir as trends. Fazendo isso, talvez o velho publicitário, de vez em quando, descole alguns freelas.

Palavra de alguém que é um velho publicitário desde a década de 1990.

Em dupla com W.Olivetto.

(Dall-E)  

 

 Um velho publicitário tem de abandonar o requinte dos pratos gourmet. É hora de abraçar as maravilhas do fast food. É necessário trocar o vinho por um Red Bull bem gelado. Esquecer os restaurantes clássicos; o futuro está nas hamburguerias ou nos pequenos veganos.

Livros? Ah, é preciso deixar o Machado de Assis na estante. O negócio é acompanhar os best-sellers do momento, e, claro, sempre ter em mãos "Sapiens", de Yuval Harari. Também é fundamental trocar a literatura tradicional por tutoriais do YouTube e podcasts de influenciadores digitais

Um velho publicitário tem de apreciar graffitis urbanos e instalações pop-up. Esquecer as galerias; o Instagram é a nova galeria de arte. E quanto à música, largar mão de João Donato e sintonizar nas playlists virais do Spotify e I-Tunes Music.

Um velho publicitário tem de adotar bonés e sneakers da moda. E, claro, substituir seus relógios elegantes por smartwatches multifuncionais. Em vez de assistir a obras-primas do cinema, maratonar séries e reality shows. Federico Fellini e Jean-Luc Godard? Talvez em outro momento. O presente pede "Stranger Things" e "Barbie".

Um velho publicitário não pode se preocupar tanto com a autenticidade jornalística; o sensacionalismo nas redes sociais é o que realmente chama atenção. O importante é viralizar, não importa como. E lembrar-se sempre, algoritmos são seus melhores amigos, nunca inimigos.

No campo da moda, o velho publicitário tem que trocar peças de grife por itens sustentáveis e marcas indie. Uma parte bem visível do corpo tatuada com símbolos incompreensíveis cai muito bem.

E abandonar os automóveis; um patinete elétrico ou uma bicicleta compartilhada são muito mais "in".

Um velho publicitário tem que sair com a mulher ou mulheres, o homem ou homens que ele quer e estar ciente de que ninguém tem nada a ver com isso. Claro, se ainda estiver saindo com alguém.

Um velho publicitário tem que conhecer os sorvetes da Momo no Rio e em São Paulo, da Cairu em Belém, no Pará, e da La Gelateria del Porto, em Vieil Antibes. Mas pedir os sabores de frutas, sem açúcar, e zero lactose.

Um velho publicitário deve ter senso de humor e capacidade de rir de si mesmo. É condição "sine qua non" para suportar o etarismo. E muito importante: o velho publicitário nunca deve verbalizar a expressão "sine qua non" em público. Isto revelaria a sua idade.

No fim do dia, o importante é seguir as trends. Fazendo isso, talvez o velho publicitário, de vez em quando, descole alguns freelas.

Palavra de alguém que é um velho publicitário desde a década de 1990.

Opinião por Carlos Castelo

Carlos Castelo. Cronista, compositor e frasista. É ainda sócio fundador do grupo de humor Língua de Trapo.

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