Psiquiatria e sociedade

Opinião|Brincadeiras sérias - e divertidas


Presente para criança pode ser educativo e divertido ao mesmo tempo. E ainda agradar adultos.

Por Daniel Martins de Barros
 Foto: Estadão

Dia das crianças sempre levanta uma dúvida sobre como presentear os pequenos. O dilema vem de uma percepção de que ou o brinquedo é divertido e emburrece ou é educativo, mas chato. Nada mais falso.

Há algum tempo venho falando da ressurreição triunfal dos jogos de tabuleiro. Assim como o cinema não matou o teatro nem a TV matou o cinema, os videogames e celulares não mataram os jogos de carta e de mesa. Claro que impuseram um rearranjo de forças no mercado, mas aos poucos as vantagens da diversão offline foram ficando mais e mais evidentes, alimentando esse retorno modernizado. Desenvolvimento da concentração, controle de impulsos, habilidades matemáticas, raciocínio lógico, criatividade, valorização da interação real entre as pessoas - os jogos modernos estimulam tudo isso, mas não fariam o sucesso que têm feito se não promovessem diversão genuína.

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Só para dar uma dimensão dos números, o jogo de cartas Dobble já vendeu mais de 12 milhões de cópias no mundo todo desde o lançamento. Claro que se trata de um jogo leve e muito  rápido de jogar, alcançando um leque amplo de idades. Mas mesmo jogos que requerem mais raciocínio e são indicados para crianças um pouco maiores trazem números expressivos - Kingdomino por exemplo, ultrapassou a marca de um milhão de exemplares.

Então, para você que está atrás de boas sugestões de presentes, vai aqui uma lista de lançamentos recentes (ordena por idade) só com títulos realmente divertidos, que "por acaso" ajudam as crianças (e adultos) a trabalhar diversas habilidades diferentes (muitas vezes ao mesmo tempo).

 

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 Foto: Estadão

Dobble 1, 2, 3 (Galápagos Jogos, 2019) - Membro da família Dobble, no qual os jogadores precisam identificar qual elemento comum entre duas cartas, o Dobble 1, 2, 3 é para ser jogado por crianças a partir de 3 anos. Seguindo a mesma lógica, o objetivo é encontrar o número, cor ou forma que se repete em duas cartas. Há várias regras possíveis - tentar recolher o maior número de cartas, se livrar delas, passar para o próximo - o que permite variar as formas de jogar.

 

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 Foto: Estadão

O monstro das cores (Devir,  2019) -  Baseado no livro homônimo da escritora Anna Llenas, nesse jogo crianças a partir de 4 anos têm que ajudar o monstro a entender melhor suas emoções. Trata-se de um jogo cooperativo (em que todos devem colaborar para ganhar em grupo), no qual as fichas de cada emoção devem ser colecionadas e colocadas nos potes corretos. Mas para ganhar a ficha o jogador deve descrever uma situação que o faz ou fez sentir a emoção descrita na ficha. Se o mostro continuar confuso e não for capaz de discernir suas emoções, o grupo perde.

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 Foto: Estadão

Rhino Hero (Conclave Editora, 2018) - Nesse outro best seller mundial, as crianças a partir de 5anos (claro, não só elas) são desafiadas a ajudar um heroico rinoceronte a escalar um prédio que fica cada vez mais alto conforme as cartas são empilhadas. A cada novo andar acrescentado fica mais difícil sustentar o peso do herói de madeira, mas quem conseguir se livrar de suas cartas antes de tudo vir abaixo é o vencedor.

 Foto: Estadão
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Quem foi? (Papergames, 2019) - A temática escatológica e a dinâmica acelerada garantiram o sucesso desse jogo para crianças a partir de 6 anos que já vendeu mais de 200.000 cópias no mundo. Algum bichinho de estimação fez cocô no meio da sala e os jogadores têm que livrar a cara de seu pet. O primeiro descarta um bicho de sua mão, dizendo não ter sido ele e já acusando outro. A partir daí, quem descartar primeiro o bicho citado o livra da acusação e aponta o próximo suspeito. É importante prestar atenção, pois quem acusar um animalzinho que nenhum outro jogador tenha em mãos leva a culpa e ganha uma carta de cocô. O primeiro a coletar três dessas, perde.

 Foto: Estadão

Catan Junior (Devir, 2019) - Se estamos falando sobre jogos modernos é em grande parte por conta dos Colonizadores de Catan, que sacudiu o mercado com sua mecânica inovadora e sucesso de público há quase 25 anos. Agora o Catan pode novamente ser uma porta para os jogos modernos, dessa vez para as crianças a partir de 6 anos. Assim como no jogo original, há necessidade de coletar recursos para fazer construções, mas dessa vez o objetivo é construir esconderijos de piratas. Além disso, juntar dinheiro e se lançar ao mar garante a exploração de novos territórios, onde há mais espaço para construir e ganhar mais recursos.

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 Foto: Estadão

Córtex desafios! (Grok, 2019) - Imagine se o jogo de tapão fosse misturado com testes de Q.I. - isso dá uma ideia aproximada do que é esse jogo, indicado para crianças a partir de 8 anos. As cartas são abertas uma por vez no centro da mesa, e os participantes devem resolver o desafio proposto mentalmente - encontrar a saída do labirinto, o elemento comum, o número mais frequente, há desafios em 8 categorias - e assim que encontram a resposta devem cobrir a carta com a mão e dizer a solução. Quem montar seu cérebro primeiro - vencendo desafios em todas diferentes categorias - ganha o jogo.

 Foto: Estadão

Colheita de dados (Meeple BR, 2019) - Um valor que os jogos modernos defendem é depender menos de sorte e mais de habilidade ou estratégia. O que não exclui o uso de dados. Nesse jogo para crianças a partir de 8 anos, há dados de três cores, representando cenouras, tomates ou alfaces. A cada rodada os dados são lançados e os jogadores precisam fazer sua colheita, anotando os resultados em folhas que representam seus terrenos. Mas o local onde plantam seus vegetais (onde anotam os resultados) interfere com a colheita da próxima rodada, dependendo da combinação de cores e números dos dados. Além disso, o valor de cada produto pode mudar com as escolhas dos jogadores - por isso é preciso pensar bem antes de agir.

 Foto: Estadão

Fairy tile (Conclave, 2019) - Nesse jogo as crianças (também a partir de 8 anos) precisam não só construir um reino com planícies, rios, montanhas e florestas, como também movimentar por ele a princesa, o cavaleiro e o dragão para cumprir os objetivos das cartas que têm na mão. E com isso acabam compondo elas mesmas uma história. Cada carta representa uma página com determinada ação - o cavaleiro olha para o dragão, por exemplo - e o jogador deve ser capaz de posicionar as miniaturas no tabuleiro de forma que tal ação seja realizada, livrando-se assim da carta. Aquele que acabar com seu monte primeiro é o vencedor - e ao ler as cartas em ordem verá uma história que sem perceber acabou de escrever.

 

 Foto: Estadão

Santorini (Galápagos Jogos, 2019) - Jogos mais estratégicos podem ser muito interessantes para jogar com as crianças, não só por desenvolver outras habilidades, mas porque a neles a diversão ganha uma dimensão de recompensa intelectual. Esse jogo abstrato foi desenvolvido há anos por um matemático e educador e vem sendo modernizado desde então. Nele dois jogadores a partir de 8 anos se enfrentam no desafio de construir três níveis de andares e colocar um peão no último nível. Lógica e antecipação de movimentos são essenciais para tentar chegar primeiro nesse objetivo.

 

Acho que com esses poucos exemplos deu para ver que, assim como aconteceu com as animações para o cinema, os jogos de tabuleiro vêm se desenvolvendo na direção de divertir não só as crianças, mas oferecer entretenimento também aos adultos que as acompanham.

Então, feliz dia das crianças para todos.

 Foto: Estadão

Dia das crianças sempre levanta uma dúvida sobre como presentear os pequenos. O dilema vem de uma percepção de que ou o brinquedo é divertido e emburrece ou é educativo, mas chato. Nada mais falso.

Há algum tempo venho falando da ressurreição triunfal dos jogos de tabuleiro. Assim como o cinema não matou o teatro nem a TV matou o cinema, os videogames e celulares não mataram os jogos de carta e de mesa. Claro que impuseram um rearranjo de forças no mercado, mas aos poucos as vantagens da diversão offline foram ficando mais e mais evidentes, alimentando esse retorno modernizado. Desenvolvimento da concentração, controle de impulsos, habilidades matemáticas, raciocínio lógico, criatividade, valorização da interação real entre as pessoas - os jogos modernos estimulam tudo isso, mas não fariam o sucesso que têm feito se não promovessem diversão genuína.

Só para dar uma dimensão dos números, o jogo de cartas Dobble já vendeu mais de 12 milhões de cópias no mundo todo desde o lançamento. Claro que se trata de um jogo leve e muito  rápido de jogar, alcançando um leque amplo de idades. Mas mesmo jogos que requerem mais raciocínio e são indicados para crianças um pouco maiores trazem números expressivos - Kingdomino por exemplo, ultrapassou a marca de um milhão de exemplares.

Então, para você que está atrás de boas sugestões de presentes, vai aqui uma lista de lançamentos recentes (ordena por idade) só com títulos realmente divertidos, que "por acaso" ajudam as crianças (e adultos) a trabalhar diversas habilidades diferentes (muitas vezes ao mesmo tempo).

 

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Dobble 1, 2, 3 (Galápagos Jogos, 2019) - Membro da família Dobble, no qual os jogadores precisam identificar qual elemento comum entre duas cartas, o Dobble 1, 2, 3 é para ser jogado por crianças a partir de 3 anos. Seguindo a mesma lógica, o objetivo é encontrar o número, cor ou forma que se repete em duas cartas. Há várias regras possíveis - tentar recolher o maior número de cartas, se livrar delas, passar para o próximo - o que permite variar as formas de jogar.

 

 

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O monstro das cores (Devir,  2019) -  Baseado no livro homônimo da escritora Anna Llenas, nesse jogo crianças a partir de 4 anos têm que ajudar o monstro a entender melhor suas emoções. Trata-se de um jogo cooperativo (em que todos devem colaborar para ganhar em grupo), no qual as fichas de cada emoção devem ser colecionadas e colocadas nos potes corretos. Mas para ganhar a ficha o jogador deve descrever uma situação que o faz ou fez sentir a emoção descrita na ficha. Se o mostro continuar confuso e não for capaz de discernir suas emoções, o grupo perde.

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Rhino Hero (Conclave Editora, 2018) - Nesse outro best seller mundial, as crianças a partir de 5anos (claro, não só elas) são desafiadas a ajudar um heroico rinoceronte a escalar um prédio que fica cada vez mais alto conforme as cartas são empilhadas. A cada novo andar acrescentado fica mais difícil sustentar o peso do herói de madeira, mas quem conseguir se livrar de suas cartas antes de tudo vir abaixo é o vencedor.

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Quem foi? (Papergames, 2019) - A temática escatológica e a dinâmica acelerada garantiram o sucesso desse jogo para crianças a partir de 6 anos que já vendeu mais de 200.000 cópias no mundo. Algum bichinho de estimação fez cocô no meio da sala e os jogadores têm que livrar a cara de seu pet. O primeiro descarta um bicho de sua mão, dizendo não ter sido ele e já acusando outro. A partir daí, quem descartar primeiro o bicho citado o livra da acusação e aponta o próximo suspeito. É importante prestar atenção, pois quem acusar um animalzinho que nenhum outro jogador tenha em mãos leva a culpa e ganha uma carta de cocô. O primeiro a coletar três dessas, perde.

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Catan Junior (Devir, 2019) - Se estamos falando sobre jogos modernos é em grande parte por conta dos Colonizadores de Catan, que sacudiu o mercado com sua mecânica inovadora e sucesso de público há quase 25 anos. Agora o Catan pode novamente ser uma porta para os jogos modernos, dessa vez para as crianças a partir de 6 anos. Assim como no jogo original, há necessidade de coletar recursos para fazer construções, mas dessa vez o objetivo é construir esconderijos de piratas. Além disso, juntar dinheiro e se lançar ao mar garante a exploração de novos territórios, onde há mais espaço para construir e ganhar mais recursos.

 Foto: Estadão

Córtex desafios! (Grok, 2019) - Imagine se o jogo de tapão fosse misturado com testes de Q.I. - isso dá uma ideia aproximada do que é esse jogo, indicado para crianças a partir de 8 anos. As cartas são abertas uma por vez no centro da mesa, e os participantes devem resolver o desafio proposto mentalmente - encontrar a saída do labirinto, o elemento comum, o número mais frequente, há desafios em 8 categorias - e assim que encontram a resposta devem cobrir a carta com a mão e dizer a solução. Quem montar seu cérebro primeiro - vencendo desafios em todas diferentes categorias - ganha o jogo.

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Colheita de dados (Meeple BR, 2019) - Um valor que os jogos modernos defendem é depender menos de sorte e mais de habilidade ou estratégia. O que não exclui o uso de dados. Nesse jogo para crianças a partir de 8 anos, há dados de três cores, representando cenouras, tomates ou alfaces. A cada rodada os dados são lançados e os jogadores precisam fazer sua colheita, anotando os resultados em folhas que representam seus terrenos. Mas o local onde plantam seus vegetais (onde anotam os resultados) interfere com a colheita da próxima rodada, dependendo da combinação de cores e números dos dados. Além disso, o valor de cada produto pode mudar com as escolhas dos jogadores - por isso é preciso pensar bem antes de agir.

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Fairy tile (Conclave, 2019) - Nesse jogo as crianças (também a partir de 8 anos) precisam não só construir um reino com planícies, rios, montanhas e florestas, como também movimentar por ele a princesa, o cavaleiro e o dragão para cumprir os objetivos das cartas que têm na mão. E com isso acabam compondo elas mesmas uma história. Cada carta representa uma página com determinada ação - o cavaleiro olha para o dragão, por exemplo - e o jogador deve ser capaz de posicionar as miniaturas no tabuleiro de forma que tal ação seja realizada, livrando-se assim da carta. Aquele que acabar com seu monte primeiro é o vencedor - e ao ler as cartas em ordem verá uma história que sem perceber acabou de escrever.

 

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Santorini (Galápagos Jogos, 2019) - Jogos mais estratégicos podem ser muito interessantes para jogar com as crianças, não só por desenvolver outras habilidades, mas porque a neles a diversão ganha uma dimensão de recompensa intelectual. Esse jogo abstrato foi desenvolvido há anos por um matemático e educador e vem sendo modernizado desde então. Nele dois jogadores a partir de 8 anos se enfrentam no desafio de construir três níveis de andares e colocar um peão no último nível. Lógica e antecipação de movimentos são essenciais para tentar chegar primeiro nesse objetivo.

 

Acho que com esses poucos exemplos deu para ver que, assim como aconteceu com as animações para o cinema, os jogos de tabuleiro vêm se desenvolvendo na direção de divertir não só as crianças, mas oferecer entretenimento também aos adultos que as acompanham.

Então, feliz dia das crianças para todos.

 Foto: Estadão

Dia das crianças sempre levanta uma dúvida sobre como presentear os pequenos. O dilema vem de uma percepção de que ou o brinquedo é divertido e emburrece ou é educativo, mas chato. Nada mais falso.

Há algum tempo venho falando da ressurreição triunfal dos jogos de tabuleiro. Assim como o cinema não matou o teatro nem a TV matou o cinema, os videogames e celulares não mataram os jogos de carta e de mesa. Claro que impuseram um rearranjo de forças no mercado, mas aos poucos as vantagens da diversão offline foram ficando mais e mais evidentes, alimentando esse retorno modernizado. Desenvolvimento da concentração, controle de impulsos, habilidades matemáticas, raciocínio lógico, criatividade, valorização da interação real entre as pessoas - os jogos modernos estimulam tudo isso, mas não fariam o sucesso que têm feito se não promovessem diversão genuína.

Só para dar uma dimensão dos números, o jogo de cartas Dobble já vendeu mais de 12 milhões de cópias no mundo todo desde o lançamento. Claro que se trata de um jogo leve e muito  rápido de jogar, alcançando um leque amplo de idades. Mas mesmo jogos que requerem mais raciocínio e são indicados para crianças um pouco maiores trazem números expressivos - Kingdomino por exemplo, ultrapassou a marca de um milhão de exemplares.

Então, para você que está atrás de boas sugestões de presentes, vai aqui uma lista de lançamentos recentes (ordena por idade) só com títulos realmente divertidos, que "por acaso" ajudam as crianças (e adultos) a trabalhar diversas habilidades diferentes (muitas vezes ao mesmo tempo).

 

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Dobble 1, 2, 3 (Galápagos Jogos, 2019) - Membro da família Dobble, no qual os jogadores precisam identificar qual elemento comum entre duas cartas, o Dobble 1, 2, 3 é para ser jogado por crianças a partir de 3 anos. Seguindo a mesma lógica, o objetivo é encontrar o número, cor ou forma que se repete em duas cartas. Há várias regras possíveis - tentar recolher o maior número de cartas, se livrar delas, passar para o próximo - o que permite variar as formas de jogar.

 

 

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O monstro das cores (Devir,  2019) -  Baseado no livro homônimo da escritora Anna Llenas, nesse jogo crianças a partir de 4 anos têm que ajudar o monstro a entender melhor suas emoções. Trata-se de um jogo cooperativo (em que todos devem colaborar para ganhar em grupo), no qual as fichas de cada emoção devem ser colecionadas e colocadas nos potes corretos. Mas para ganhar a ficha o jogador deve descrever uma situação que o faz ou fez sentir a emoção descrita na ficha. Se o mostro continuar confuso e não for capaz de discernir suas emoções, o grupo perde.

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Rhino Hero (Conclave Editora, 2018) - Nesse outro best seller mundial, as crianças a partir de 5anos (claro, não só elas) são desafiadas a ajudar um heroico rinoceronte a escalar um prédio que fica cada vez mais alto conforme as cartas são empilhadas. A cada novo andar acrescentado fica mais difícil sustentar o peso do herói de madeira, mas quem conseguir se livrar de suas cartas antes de tudo vir abaixo é o vencedor.

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Quem foi? (Papergames, 2019) - A temática escatológica e a dinâmica acelerada garantiram o sucesso desse jogo para crianças a partir de 6 anos que já vendeu mais de 200.000 cópias no mundo. Algum bichinho de estimação fez cocô no meio da sala e os jogadores têm que livrar a cara de seu pet. O primeiro descarta um bicho de sua mão, dizendo não ter sido ele e já acusando outro. A partir daí, quem descartar primeiro o bicho citado o livra da acusação e aponta o próximo suspeito. É importante prestar atenção, pois quem acusar um animalzinho que nenhum outro jogador tenha em mãos leva a culpa e ganha uma carta de cocô. O primeiro a coletar três dessas, perde.

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Catan Junior (Devir, 2019) - Se estamos falando sobre jogos modernos é em grande parte por conta dos Colonizadores de Catan, que sacudiu o mercado com sua mecânica inovadora e sucesso de público há quase 25 anos. Agora o Catan pode novamente ser uma porta para os jogos modernos, dessa vez para as crianças a partir de 6 anos. Assim como no jogo original, há necessidade de coletar recursos para fazer construções, mas dessa vez o objetivo é construir esconderijos de piratas. Além disso, juntar dinheiro e se lançar ao mar garante a exploração de novos territórios, onde há mais espaço para construir e ganhar mais recursos.

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Córtex desafios! (Grok, 2019) - Imagine se o jogo de tapão fosse misturado com testes de Q.I. - isso dá uma ideia aproximada do que é esse jogo, indicado para crianças a partir de 8 anos. As cartas são abertas uma por vez no centro da mesa, e os participantes devem resolver o desafio proposto mentalmente - encontrar a saída do labirinto, o elemento comum, o número mais frequente, há desafios em 8 categorias - e assim que encontram a resposta devem cobrir a carta com a mão e dizer a solução. Quem montar seu cérebro primeiro - vencendo desafios em todas diferentes categorias - ganha o jogo.

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Colheita de dados (Meeple BR, 2019) - Um valor que os jogos modernos defendem é depender menos de sorte e mais de habilidade ou estratégia. O que não exclui o uso de dados. Nesse jogo para crianças a partir de 8 anos, há dados de três cores, representando cenouras, tomates ou alfaces. A cada rodada os dados são lançados e os jogadores precisam fazer sua colheita, anotando os resultados em folhas que representam seus terrenos. Mas o local onde plantam seus vegetais (onde anotam os resultados) interfere com a colheita da próxima rodada, dependendo da combinação de cores e números dos dados. Além disso, o valor de cada produto pode mudar com as escolhas dos jogadores - por isso é preciso pensar bem antes de agir.

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Fairy tile (Conclave, 2019) - Nesse jogo as crianças (também a partir de 8 anos) precisam não só construir um reino com planícies, rios, montanhas e florestas, como também movimentar por ele a princesa, o cavaleiro e o dragão para cumprir os objetivos das cartas que têm na mão. E com isso acabam compondo elas mesmas uma história. Cada carta representa uma página com determinada ação - o cavaleiro olha para o dragão, por exemplo - e o jogador deve ser capaz de posicionar as miniaturas no tabuleiro de forma que tal ação seja realizada, livrando-se assim da carta. Aquele que acabar com seu monte primeiro é o vencedor - e ao ler as cartas em ordem verá uma história que sem perceber acabou de escrever.

 

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Santorini (Galápagos Jogos, 2019) - Jogos mais estratégicos podem ser muito interessantes para jogar com as crianças, não só por desenvolver outras habilidades, mas porque a neles a diversão ganha uma dimensão de recompensa intelectual. Esse jogo abstrato foi desenvolvido há anos por um matemático e educador e vem sendo modernizado desde então. Nele dois jogadores a partir de 8 anos se enfrentam no desafio de construir três níveis de andares e colocar um peão no último nível. Lógica e antecipação de movimentos são essenciais para tentar chegar primeiro nesse objetivo.

 

Acho que com esses poucos exemplos deu para ver que, assim como aconteceu com as animações para o cinema, os jogos de tabuleiro vêm se desenvolvendo na direção de divertir não só as crianças, mas oferecer entretenimento também aos adultos que as acompanham.

Então, feliz dia das crianças para todos.

 Foto: Estadão

Dia das crianças sempre levanta uma dúvida sobre como presentear os pequenos. O dilema vem de uma percepção de que ou o brinquedo é divertido e emburrece ou é educativo, mas chato. Nada mais falso.

Há algum tempo venho falando da ressurreição triunfal dos jogos de tabuleiro. Assim como o cinema não matou o teatro nem a TV matou o cinema, os videogames e celulares não mataram os jogos de carta e de mesa. Claro que impuseram um rearranjo de forças no mercado, mas aos poucos as vantagens da diversão offline foram ficando mais e mais evidentes, alimentando esse retorno modernizado. Desenvolvimento da concentração, controle de impulsos, habilidades matemáticas, raciocínio lógico, criatividade, valorização da interação real entre as pessoas - os jogos modernos estimulam tudo isso, mas não fariam o sucesso que têm feito se não promovessem diversão genuína.

Só para dar uma dimensão dos números, o jogo de cartas Dobble já vendeu mais de 12 milhões de cópias no mundo todo desde o lançamento. Claro que se trata de um jogo leve e muito  rápido de jogar, alcançando um leque amplo de idades. Mas mesmo jogos que requerem mais raciocínio e são indicados para crianças um pouco maiores trazem números expressivos - Kingdomino por exemplo, ultrapassou a marca de um milhão de exemplares.

Então, para você que está atrás de boas sugestões de presentes, vai aqui uma lista de lançamentos recentes (ordena por idade) só com títulos realmente divertidos, que "por acaso" ajudam as crianças (e adultos) a trabalhar diversas habilidades diferentes (muitas vezes ao mesmo tempo).

 

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Dobble 1, 2, 3 (Galápagos Jogos, 2019) - Membro da família Dobble, no qual os jogadores precisam identificar qual elemento comum entre duas cartas, o Dobble 1, 2, 3 é para ser jogado por crianças a partir de 3 anos. Seguindo a mesma lógica, o objetivo é encontrar o número, cor ou forma que se repete em duas cartas. Há várias regras possíveis - tentar recolher o maior número de cartas, se livrar delas, passar para o próximo - o que permite variar as formas de jogar.

 

 

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O monstro das cores (Devir,  2019) -  Baseado no livro homônimo da escritora Anna Llenas, nesse jogo crianças a partir de 4 anos têm que ajudar o monstro a entender melhor suas emoções. Trata-se de um jogo cooperativo (em que todos devem colaborar para ganhar em grupo), no qual as fichas de cada emoção devem ser colecionadas e colocadas nos potes corretos. Mas para ganhar a ficha o jogador deve descrever uma situação que o faz ou fez sentir a emoção descrita na ficha. Se o mostro continuar confuso e não for capaz de discernir suas emoções, o grupo perde.

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Rhino Hero (Conclave Editora, 2018) - Nesse outro best seller mundial, as crianças a partir de 5anos (claro, não só elas) são desafiadas a ajudar um heroico rinoceronte a escalar um prédio que fica cada vez mais alto conforme as cartas são empilhadas. A cada novo andar acrescentado fica mais difícil sustentar o peso do herói de madeira, mas quem conseguir se livrar de suas cartas antes de tudo vir abaixo é o vencedor.

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Quem foi? (Papergames, 2019) - A temática escatológica e a dinâmica acelerada garantiram o sucesso desse jogo para crianças a partir de 6 anos que já vendeu mais de 200.000 cópias no mundo. Algum bichinho de estimação fez cocô no meio da sala e os jogadores têm que livrar a cara de seu pet. O primeiro descarta um bicho de sua mão, dizendo não ter sido ele e já acusando outro. A partir daí, quem descartar primeiro o bicho citado o livra da acusação e aponta o próximo suspeito. É importante prestar atenção, pois quem acusar um animalzinho que nenhum outro jogador tenha em mãos leva a culpa e ganha uma carta de cocô. O primeiro a coletar três dessas, perde.

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Catan Junior (Devir, 2019) - Se estamos falando sobre jogos modernos é em grande parte por conta dos Colonizadores de Catan, que sacudiu o mercado com sua mecânica inovadora e sucesso de público há quase 25 anos. Agora o Catan pode novamente ser uma porta para os jogos modernos, dessa vez para as crianças a partir de 6 anos. Assim como no jogo original, há necessidade de coletar recursos para fazer construções, mas dessa vez o objetivo é construir esconderijos de piratas. Além disso, juntar dinheiro e se lançar ao mar garante a exploração de novos territórios, onde há mais espaço para construir e ganhar mais recursos.

 Foto: Estadão

Córtex desafios! (Grok, 2019) - Imagine se o jogo de tapão fosse misturado com testes de Q.I. - isso dá uma ideia aproximada do que é esse jogo, indicado para crianças a partir de 8 anos. As cartas são abertas uma por vez no centro da mesa, e os participantes devem resolver o desafio proposto mentalmente - encontrar a saída do labirinto, o elemento comum, o número mais frequente, há desafios em 8 categorias - e assim que encontram a resposta devem cobrir a carta com a mão e dizer a solução. Quem montar seu cérebro primeiro - vencendo desafios em todas diferentes categorias - ganha o jogo.

 Foto: Estadão

Colheita de dados (Meeple BR, 2019) - Um valor que os jogos modernos defendem é depender menos de sorte e mais de habilidade ou estratégia. O que não exclui o uso de dados. Nesse jogo para crianças a partir de 8 anos, há dados de três cores, representando cenouras, tomates ou alfaces. A cada rodada os dados são lançados e os jogadores precisam fazer sua colheita, anotando os resultados em folhas que representam seus terrenos. Mas o local onde plantam seus vegetais (onde anotam os resultados) interfere com a colheita da próxima rodada, dependendo da combinação de cores e números dos dados. Além disso, o valor de cada produto pode mudar com as escolhas dos jogadores - por isso é preciso pensar bem antes de agir.

 Foto: Estadão

Fairy tile (Conclave, 2019) - Nesse jogo as crianças (também a partir de 8 anos) precisam não só construir um reino com planícies, rios, montanhas e florestas, como também movimentar por ele a princesa, o cavaleiro e o dragão para cumprir os objetivos das cartas que têm na mão. E com isso acabam compondo elas mesmas uma história. Cada carta representa uma página com determinada ação - o cavaleiro olha para o dragão, por exemplo - e o jogador deve ser capaz de posicionar as miniaturas no tabuleiro de forma que tal ação seja realizada, livrando-se assim da carta. Aquele que acabar com seu monte primeiro é o vencedor - e ao ler as cartas em ordem verá uma história que sem perceber acabou de escrever.

 

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Santorini (Galápagos Jogos, 2019) - Jogos mais estratégicos podem ser muito interessantes para jogar com as crianças, não só por desenvolver outras habilidades, mas porque a neles a diversão ganha uma dimensão de recompensa intelectual. Esse jogo abstrato foi desenvolvido há anos por um matemático e educador e vem sendo modernizado desde então. Nele dois jogadores a partir de 8 anos se enfrentam no desafio de construir três níveis de andares e colocar um peão no último nível. Lógica e antecipação de movimentos são essenciais para tentar chegar primeiro nesse objetivo.

 

Acho que com esses poucos exemplos deu para ver que, assim como aconteceu com as animações para o cinema, os jogos de tabuleiro vêm se desenvolvendo na direção de divertir não só as crianças, mas oferecer entretenimento também aos adultos que as acompanham.

Então, feliz dia das crianças para todos.

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Opinião por Daniel Martins de Barros

Professor colaborador do Dep. de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. Autor do livro 'Rir é Preciso'

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