Beleza para homens, sem complicação

Opinião|Quinta da Côrte: uma 'bela adormecida' no Douro


Conheça a história de uma das mais belas quintas do Douro, que têm à frente uma mulher visionária e das primeiras enólogas da região, Marta Casanova

Por Glauco Junqueira
Cercada da paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a Quinta da Côrte alia a tradição, a modernidade e o luxo de uma simplicidade sofisticada. ( Foto: Divulgação)

E aí, beleza?

Esta é a história de uma das mais belas quintas do Douro, que remonta aos meados do século XVIII, pela qual um homem se apaixonou. Em 2012, o francês Philippe Austruy - proprietário de várias quintas vitivinícolas na França e Itália - procura uma quinta no Douro. Quando visita a Quinta da Côrte, é amor à primeira vista.

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Seu terroir é composto por 26 hectares de vinhas - 13 das quais vinhas velhas - e em 2013, faz-se a primeira colheita, com um vinho tinto do Douro, comprovando a excelência vínica do terreno. Apaixonado pelos vários terroirs e por resgatar "belas adormecidas", como carinhosamente lhes chama, Austruy encontrou nestes projetos uma forma de colocar a sua assinatura noutras áreas de criação: reabilitou as propriedades e apostou no enoturismo de qualidade e em experiências vínicas.

Falamos com a mulher à frente do projeto, Marta Casanova, diretora geral da Quinta da Côrte - e uma das primeiras enólogas da região, responsável pelos vinhos de excelência e superpremiados por todo o mundo.

Marta Casanova, enóloga e Diretora geral da Quinta da Côrte. ( Foto: Divulgação)
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A vinha e a adega são o coração da Quinta. Mas o que torna a Quinta da Côrte tão especial a seus olhos?

O que a torna tão especial é a sua história, por ser uma das mais antigas e mais emblemáticas da região do Douro, da integração da quinta na paisagem mesmo no coração do Douro. Paisagem única, com as suas vinhas velhas em socalcos sustentados por muros de pedra de xisto seculares, feitos manualmente e que ainda hoje mantemos. Além disso, continuamos a pintar de branco (caiar) estes muros na área das escadas, como faziam os antigos, para melhor identificar as escadas que lhes permitiam aceder ao socalco de cima ou de baixo, quando estavam a vindimar, por exemplo. Hoje, apenas três quintas no Douro continuam a caiar os muros, sendo a Quinta da Côrte uma delas - tradição que continuamos a manter. Outra tradição que mantemos é o trabalho de solo utilizando a ajuda de cavalos.

O que o público vai à procura quando se hospeda na QC?

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Essencialmente, desligar da rotina do dia a dia, da tranquilidade, da exclusividade que a Quinta da Côrte, no "mundo do vinho", permite oferecer. Além disso, através desta tranquilidade, bebem os conhecimentos transmitidos pelas degustações dos nossos vinhos, que fazem nas visitas guiadas às nossas adegas (vinícolas), assim como durante as refeições.

Qual o maior desafio para a Quinta enquanto produtora independente de vinho? E poderia nos falar um pouco mais sobre o terroir da QC?

Conseguir manter a paisagem única na viticultura de encosta com os elevados custos de operação; mantermo-nos no patamar mais elevado de qualidade dos vinhos, bem como a sustentabilidade econômica do projeto.

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Qual o perfil dos vinhos produzidos na Quinta da Côrte e o que os torna tão especiais?

A Quinta da Côrte está situada na sub-região do Cima Corgo, na margem do Rio Torto, um dos afluentes do Rio Douro, onde se produzem vinhos mais equilibrados, sobretudo em termos de álcool e acidez. São vinhos com caráter, com estrutura "bem musculada", mas elegantes ao mesmo tempo. Aromas frescos, mais frutados, mas também com algumas notas florais. São vinhos típicos do Douro por excelência.

O que significa os socalcos de terras terem classificação A e o que isso influencia no produto final?

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Com a criação da Casa do Douro, em 1932, foi desenvolvido um trabalho exaustivo de caracterização de todas as parcelas das vinhas do Douro, o chamado Cadastro das vinhas do Douro. Álvaro Moreira da Fonseca criou um método de avaliação, em meados dos anos 40 do século XX, sendo usado desde então até aos nossos dias, com a máxima importância. Este método, com base em diferentes fatores como castas, altitude, exposição, solo, clima, etc., num total de 12 fatores, eram pontuados e esta pontuação traduzida numa letra que ia de A a F. A letra A é a que tem atribuída a pontuação máxima. A Quinta da Côrte tem todas as suas parcelas de vinha com letra A.

O ENOTURISMO

É possível hospedar-se na Quinta da Côrte e vivenciar uma experiência única e imersiva no mundo dos vinhos, a todos os viajantes que desejam descobrir a mais antiga região vitícola delimitada do mundo. Digno desta paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a Quinta da Côrte alia a tradição, a modernidade e o luxo de uma simplicidade sofisticada.

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A Quinta da Côrte conta um exclusivo hotel de charme com apenas 8 quartos, com vista das vinhas e da idílica paisagem duriense. ( Foto: Divulgação)

Philippe Austruy já era proprietário da Commanderie de Peyrassol, nas Côtes de Provence, na França, e do Château Malescasse, no Haut-Médoc, quando adquiriu, no final de 2013, a Quinta da Côrte, no Alto Douro. Para recuperar os edifícios e construir um enoturismo, trouxe consigo a visão de Pierre Yovanovitch, arquiteto e designer de interiores de renome internacional, que reinterpretou o espaço com a sua visão depurada e linhas arquitetônicas audaciosas, e o complementou com objetos de artesãos locais e obras de arte semeadas por todo o lado.

Hoje, a QC conta um exclusivo hotel de charme com apenas 8 quartos, com vista das vinhas e da idílica paisagem duriense. Para hospedar-se, é preciso preencher um formulário com a intenção de reserva, o que não garante a hospedagem. O pedido é analisado pela equipe de enoturismo e só aí - e mediante disponibilidade - é que são confirmadas as reservas.

Cercada da paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a Quinta da Côrte alia a tradição, a modernidade e o luxo de uma simplicidade sofisticada. ( Foto: Divulgação)

E aí, beleza?

Esta é a história de uma das mais belas quintas do Douro, que remonta aos meados do século XVIII, pela qual um homem se apaixonou. Em 2012, o francês Philippe Austruy - proprietário de várias quintas vitivinícolas na França e Itália - procura uma quinta no Douro. Quando visita a Quinta da Côrte, é amor à primeira vista.

Seu terroir é composto por 26 hectares de vinhas - 13 das quais vinhas velhas - e em 2013, faz-se a primeira colheita, com um vinho tinto do Douro, comprovando a excelência vínica do terreno. Apaixonado pelos vários terroirs e por resgatar "belas adormecidas", como carinhosamente lhes chama, Austruy encontrou nestes projetos uma forma de colocar a sua assinatura noutras áreas de criação: reabilitou as propriedades e apostou no enoturismo de qualidade e em experiências vínicas.

Falamos com a mulher à frente do projeto, Marta Casanova, diretora geral da Quinta da Côrte - e uma das primeiras enólogas da região, responsável pelos vinhos de excelência e superpremiados por todo o mundo.

Marta Casanova, enóloga e Diretora geral da Quinta da Côrte. ( Foto: Divulgação)

A vinha e a adega são o coração da Quinta. Mas o que torna a Quinta da Côrte tão especial a seus olhos?

O que a torna tão especial é a sua história, por ser uma das mais antigas e mais emblemáticas da região do Douro, da integração da quinta na paisagem mesmo no coração do Douro. Paisagem única, com as suas vinhas velhas em socalcos sustentados por muros de pedra de xisto seculares, feitos manualmente e que ainda hoje mantemos. Além disso, continuamos a pintar de branco (caiar) estes muros na área das escadas, como faziam os antigos, para melhor identificar as escadas que lhes permitiam aceder ao socalco de cima ou de baixo, quando estavam a vindimar, por exemplo. Hoje, apenas três quintas no Douro continuam a caiar os muros, sendo a Quinta da Côrte uma delas - tradição que continuamos a manter. Outra tradição que mantemos é o trabalho de solo utilizando a ajuda de cavalos.

O que o público vai à procura quando se hospeda na QC?

Essencialmente, desligar da rotina do dia a dia, da tranquilidade, da exclusividade que a Quinta da Côrte, no "mundo do vinho", permite oferecer. Além disso, através desta tranquilidade, bebem os conhecimentos transmitidos pelas degustações dos nossos vinhos, que fazem nas visitas guiadas às nossas adegas (vinícolas), assim como durante as refeições.

Qual o maior desafio para a Quinta enquanto produtora independente de vinho? E poderia nos falar um pouco mais sobre o terroir da QC?

Conseguir manter a paisagem única na viticultura de encosta com os elevados custos de operação; mantermo-nos no patamar mais elevado de qualidade dos vinhos, bem como a sustentabilidade econômica do projeto.

Qual o perfil dos vinhos produzidos na Quinta da Côrte e o que os torna tão especiais?

A Quinta da Côrte está situada na sub-região do Cima Corgo, na margem do Rio Torto, um dos afluentes do Rio Douro, onde se produzem vinhos mais equilibrados, sobretudo em termos de álcool e acidez. São vinhos com caráter, com estrutura "bem musculada", mas elegantes ao mesmo tempo. Aromas frescos, mais frutados, mas também com algumas notas florais. São vinhos típicos do Douro por excelência.

O que significa os socalcos de terras terem classificação A e o que isso influencia no produto final?

Com a criação da Casa do Douro, em 1932, foi desenvolvido um trabalho exaustivo de caracterização de todas as parcelas das vinhas do Douro, o chamado Cadastro das vinhas do Douro. Álvaro Moreira da Fonseca criou um método de avaliação, em meados dos anos 40 do século XX, sendo usado desde então até aos nossos dias, com a máxima importância. Este método, com base em diferentes fatores como castas, altitude, exposição, solo, clima, etc., num total de 12 fatores, eram pontuados e esta pontuação traduzida numa letra que ia de A a F. A letra A é a que tem atribuída a pontuação máxima. A Quinta da Côrte tem todas as suas parcelas de vinha com letra A.

O ENOTURISMO

É possível hospedar-se na Quinta da Côrte e vivenciar uma experiência única e imersiva no mundo dos vinhos, a todos os viajantes que desejam descobrir a mais antiga região vitícola delimitada do mundo. Digno desta paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a Quinta da Côrte alia a tradição, a modernidade e o luxo de uma simplicidade sofisticada.

A Quinta da Côrte conta um exclusivo hotel de charme com apenas 8 quartos, com vista das vinhas e da idílica paisagem duriense. ( Foto: Divulgação)

Philippe Austruy já era proprietário da Commanderie de Peyrassol, nas Côtes de Provence, na França, e do Château Malescasse, no Haut-Médoc, quando adquiriu, no final de 2013, a Quinta da Côrte, no Alto Douro. Para recuperar os edifícios e construir um enoturismo, trouxe consigo a visão de Pierre Yovanovitch, arquiteto e designer de interiores de renome internacional, que reinterpretou o espaço com a sua visão depurada e linhas arquitetônicas audaciosas, e o complementou com objetos de artesãos locais e obras de arte semeadas por todo o lado.

Hoje, a QC conta um exclusivo hotel de charme com apenas 8 quartos, com vista das vinhas e da idílica paisagem duriense. Para hospedar-se, é preciso preencher um formulário com a intenção de reserva, o que não garante a hospedagem. O pedido é analisado pela equipe de enoturismo e só aí - e mediante disponibilidade - é que são confirmadas as reservas.

Cercada da paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a Quinta da Côrte alia a tradição, a modernidade e o luxo de uma simplicidade sofisticada. ( Foto: Divulgação)

E aí, beleza?

Esta é a história de uma das mais belas quintas do Douro, que remonta aos meados do século XVIII, pela qual um homem se apaixonou. Em 2012, o francês Philippe Austruy - proprietário de várias quintas vitivinícolas na França e Itália - procura uma quinta no Douro. Quando visita a Quinta da Côrte, é amor à primeira vista.

Seu terroir é composto por 26 hectares de vinhas - 13 das quais vinhas velhas - e em 2013, faz-se a primeira colheita, com um vinho tinto do Douro, comprovando a excelência vínica do terreno. Apaixonado pelos vários terroirs e por resgatar "belas adormecidas", como carinhosamente lhes chama, Austruy encontrou nestes projetos uma forma de colocar a sua assinatura noutras áreas de criação: reabilitou as propriedades e apostou no enoturismo de qualidade e em experiências vínicas.

Falamos com a mulher à frente do projeto, Marta Casanova, diretora geral da Quinta da Côrte - e uma das primeiras enólogas da região, responsável pelos vinhos de excelência e superpremiados por todo o mundo.

Marta Casanova, enóloga e Diretora geral da Quinta da Côrte. ( Foto: Divulgação)

A vinha e a adega são o coração da Quinta. Mas o que torna a Quinta da Côrte tão especial a seus olhos?

O que a torna tão especial é a sua história, por ser uma das mais antigas e mais emblemáticas da região do Douro, da integração da quinta na paisagem mesmo no coração do Douro. Paisagem única, com as suas vinhas velhas em socalcos sustentados por muros de pedra de xisto seculares, feitos manualmente e que ainda hoje mantemos. Além disso, continuamos a pintar de branco (caiar) estes muros na área das escadas, como faziam os antigos, para melhor identificar as escadas que lhes permitiam aceder ao socalco de cima ou de baixo, quando estavam a vindimar, por exemplo. Hoje, apenas três quintas no Douro continuam a caiar os muros, sendo a Quinta da Côrte uma delas - tradição que continuamos a manter. Outra tradição que mantemos é o trabalho de solo utilizando a ajuda de cavalos.

O que o público vai à procura quando se hospeda na QC?

Essencialmente, desligar da rotina do dia a dia, da tranquilidade, da exclusividade que a Quinta da Côrte, no "mundo do vinho", permite oferecer. Além disso, através desta tranquilidade, bebem os conhecimentos transmitidos pelas degustações dos nossos vinhos, que fazem nas visitas guiadas às nossas adegas (vinícolas), assim como durante as refeições.

Qual o maior desafio para a Quinta enquanto produtora independente de vinho? E poderia nos falar um pouco mais sobre o terroir da QC?

Conseguir manter a paisagem única na viticultura de encosta com os elevados custos de operação; mantermo-nos no patamar mais elevado de qualidade dos vinhos, bem como a sustentabilidade econômica do projeto.

Qual o perfil dos vinhos produzidos na Quinta da Côrte e o que os torna tão especiais?

A Quinta da Côrte está situada na sub-região do Cima Corgo, na margem do Rio Torto, um dos afluentes do Rio Douro, onde se produzem vinhos mais equilibrados, sobretudo em termos de álcool e acidez. São vinhos com caráter, com estrutura "bem musculada", mas elegantes ao mesmo tempo. Aromas frescos, mais frutados, mas também com algumas notas florais. São vinhos típicos do Douro por excelência.

O que significa os socalcos de terras terem classificação A e o que isso influencia no produto final?

Com a criação da Casa do Douro, em 1932, foi desenvolvido um trabalho exaustivo de caracterização de todas as parcelas das vinhas do Douro, o chamado Cadastro das vinhas do Douro. Álvaro Moreira da Fonseca criou um método de avaliação, em meados dos anos 40 do século XX, sendo usado desde então até aos nossos dias, com a máxima importância. Este método, com base em diferentes fatores como castas, altitude, exposição, solo, clima, etc., num total de 12 fatores, eram pontuados e esta pontuação traduzida numa letra que ia de A a F. A letra A é a que tem atribuída a pontuação máxima. A Quinta da Côrte tem todas as suas parcelas de vinha com letra A.

O ENOTURISMO

É possível hospedar-se na Quinta da Côrte e vivenciar uma experiência única e imersiva no mundo dos vinhos, a todos os viajantes que desejam descobrir a mais antiga região vitícola delimitada do mundo. Digno desta paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a Quinta da Côrte alia a tradição, a modernidade e o luxo de uma simplicidade sofisticada.

A Quinta da Côrte conta um exclusivo hotel de charme com apenas 8 quartos, com vista das vinhas e da idílica paisagem duriense. ( Foto: Divulgação)

Philippe Austruy já era proprietário da Commanderie de Peyrassol, nas Côtes de Provence, na França, e do Château Malescasse, no Haut-Médoc, quando adquiriu, no final de 2013, a Quinta da Côrte, no Alto Douro. Para recuperar os edifícios e construir um enoturismo, trouxe consigo a visão de Pierre Yovanovitch, arquiteto e designer de interiores de renome internacional, que reinterpretou o espaço com a sua visão depurada e linhas arquitetônicas audaciosas, e o complementou com objetos de artesãos locais e obras de arte semeadas por todo o lado.

Hoje, a QC conta um exclusivo hotel de charme com apenas 8 quartos, com vista das vinhas e da idílica paisagem duriense. Para hospedar-se, é preciso preencher um formulário com a intenção de reserva, o que não garante a hospedagem. O pedido é analisado pela equipe de enoturismo e só aí - e mediante disponibilidade - é que são confirmadas as reservas.

Cercada da paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a Quinta da Côrte alia a tradição, a modernidade e o luxo de uma simplicidade sofisticada. ( Foto: Divulgação)

E aí, beleza?

Esta é a história de uma das mais belas quintas do Douro, que remonta aos meados do século XVIII, pela qual um homem se apaixonou. Em 2012, o francês Philippe Austruy - proprietário de várias quintas vitivinícolas na França e Itália - procura uma quinta no Douro. Quando visita a Quinta da Côrte, é amor à primeira vista.

Seu terroir é composto por 26 hectares de vinhas - 13 das quais vinhas velhas - e em 2013, faz-se a primeira colheita, com um vinho tinto do Douro, comprovando a excelência vínica do terreno. Apaixonado pelos vários terroirs e por resgatar "belas adormecidas", como carinhosamente lhes chama, Austruy encontrou nestes projetos uma forma de colocar a sua assinatura noutras áreas de criação: reabilitou as propriedades e apostou no enoturismo de qualidade e em experiências vínicas.

Falamos com a mulher à frente do projeto, Marta Casanova, diretora geral da Quinta da Côrte - e uma das primeiras enólogas da região, responsável pelos vinhos de excelência e superpremiados por todo o mundo.

Marta Casanova, enóloga e Diretora geral da Quinta da Côrte. ( Foto: Divulgação)

A vinha e a adega são o coração da Quinta. Mas o que torna a Quinta da Côrte tão especial a seus olhos?

O que a torna tão especial é a sua história, por ser uma das mais antigas e mais emblemáticas da região do Douro, da integração da quinta na paisagem mesmo no coração do Douro. Paisagem única, com as suas vinhas velhas em socalcos sustentados por muros de pedra de xisto seculares, feitos manualmente e que ainda hoje mantemos. Além disso, continuamos a pintar de branco (caiar) estes muros na área das escadas, como faziam os antigos, para melhor identificar as escadas que lhes permitiam aceder ao socalco de cima ou de baixo, quando estavam a vindimar, por exemplo. Hoje, apenas três quintas no Douro continuam a caiar os muros, sendo a Quinta da Côrte uma delas - tradição que continuamos a manter. Outra tradição que mantemos é o trabalho de solo utilizando a ajuda de cavalos.

O que o público vai à procura quando se hospeda na QC?

Essencialmente, desligar da rotina do dia a dia, da tranquilidade, da exclusividade que a Quinta da Côrte, no "mundo do vinho", permite oferecer. Além disso, através desta tranquilidade, bebem os conhecimentos transmitidos pelas degustações dos nossos vinhos, que fazem nas visitas guiadas às nossas adegas (vinícolas), assim como durante as refeições.

Qual o maior desafio para a Quinta enquanto produtora independente de vinho? E poderia nos falar um pouco mais sobre o terroir da QC?

Conseguir manter a paisagem única na viticultura de encosta com os elevados custos de operação; mantermo-nos no patamar mais elevado de qualidade dos vinhos, bem como a sustentabilidade econômica do projeto.

Qual o perfil dos vinhos produzidos na Quinta da Côrte e o que os torna tão especiais?

A Quinta da Côrte está situada na sub-região do Cima Corgo, na margem do Rio Torto, um dos afluentes do Rio Douro, onde se produzem vinhos mais equilibrados, sobretudo em termos de álcool e acidez. São vinhos com caráter, com estrutura "bem musculada", mas elegantes ao mesmo tempo. Aromas frescos, mais frutados, mas também com algumas notas florais. São vinhos típicos do Douro por excelência.

O que significa os socalcos de terras terem classificação A e o que isso influencia no produto final?

Com a criação da Casa do Douro, em 1932, foi desenvolvido um trabalho exaustivo de caracterização de todas as parcelas das vinhas do Douro, o chamado Cadastro das vinhas do Douro. Álvaro Moreira da Fonseca criou um método de avaliação, em meados dos anos 40 do século XX, sendo usado desde então até aos nossos dias, com a máxima importância. Este método, com base em diferentes fatores como castas, altitude, exposição, solo, clima, etc., num total de 12 fatores, eram pontuados e esta pontuação traduzida numa letra que ia de A a F. A letra A é a que tem atribuída a pontuação máxima. A Quinta da Côrte tem todas as suas parcelas de vinha com letra A.

O ENOTURISMO

É possível hospedar-se na Quinta da Côrte e vivenciar uma experiência única e imersiva no mundo dos vinhos, a todos os viajantes que desejam descobrir a mais antiga região vitícola delimitada do mundo. Digno desta paisagem classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, a Quinta da Côrte alia a tradição, a modernidade e o luxo de uma simplicidade sofisticada.

A Quinta da Côrte conta um exclusivo hotel de charme com apenas 8 quartos, com vista das vinhas e da idílica paisagem duriense. ( Foto: Divulgação)

Philippe Austruy já era proprietário da Commanderie de Peyrassol, nas Côtes de Provence, na França, e do Château Malescasse, no Haut-Médoc, quando adquiriu, no final de 2013, a Quinta da Côrte, no Alto Douro. Para recuperar os edifícios e construir um enoturismo, trouxe consigo a visão de Pierre Yovanovitch, arquiteto e designer de interiores de renome internacional, que reinterpretou o espaço com a sua visão depurada e linhas arquitetônicas audaciosas, e o complementou com objetos de artesãos locais e obras de arte semeadas por todo o lado.

Hoje, a QC conta um exclusivo hotel de charme com apenas 8 quartos, com vista das vinhas e da idílica paisagem duriense. Para hospedar-se, é preciso preencher um formulário com a intenção de reserva, o que não garante a hospedagem. O pedido é analisado pela equipe de enoturismo e só aí - e mediante disponibilidade - é que são confirmadas as reservas.

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