A região de Yasuni, na Amazônia equatoriana, é uma das mais ricas em biodiversidade do mundo. Permanece intocada graças ao status de parque nacional e de reserva de biosfera da Unesco, mas não se sabe por quanto tempo. Muitas companhias de petróleo estão pressionando o governo equatoriano para que conceda licença de exploração do petróleo existente sob a reserva. Yasuni abriga a maior reserva conhecida do país. Isso torna ainda mais sensacional a proposta que a ministra equatoriana de Meio Ambiente, Marcela Aguiñaga, apresentou na Europa: que o petróleo não explorado da região seja incorporado ao mercado de crédito de carbono. O país deixa de emitir toneladas de dióxido de carbono na atmosfera e, por isso, seria compensado por grandes indústrias e usinas de energia européias na forma de créditos de carbono. "O dinheiro seria usado para melhorar a proteção de 5 milhões de hectares de reservas naturais, promover o desenvolvimento sustentável da agricultura e proteger tribos nativas", explicou Marcela. Mas a ministra vai enfrentar uma dura questão: o que acontecerá se os sauditas começarem a exigir compensação pelo petróleo que deixarem de produzir? E se um futuro governante permitir a exploração de petróleo? O modelo, diz a ministra, serve apenas para regiões de grande biodiversidade. E os doadores terão o direito de confiscar o petróleo se ele acabar sendo produzido.
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