Um texto que caminha tropeçando e caindo, empurrado pelo espírito galhofeiro dos números. Especial para este 12 de outubro.
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Um ovo, dois ovos, três,
Quatro, cinco, seis ou sete?
Com quantos, acham vocês,
Se faz um bom omelete?
E quantas são as formigas
Que fazem um formigueiro?
Me digam, minhas amigas,
Uma dúzia ou um milheiro?
Se um e um completam um par
E cem cestos são um cento,
Quantas ondas tem o mar
E quantos sopros o vento?
E, amigos meus e amiguinhas,
Resolvam esta questão:
Digam quantas andorinhas
Podem fazer um verão.
E se quinze são quinzena
E mil vezes mil, milhão,
E se vinte são vintena,
Três vezes três quantos são?
Se com dez fios bem finos
Uma aranha faz a teia,
De quantos fios, meninos,
Precisa uma aranha e meia?
Se a lua tem duas faces,
E uma moeda também,
Quantos pés têm três alfaces
E um pé quantos dedos tem?
Se um semestre são seis meses
E poesia não é prosa,
É bom saber: doze vezes
Doze fazem uma grosa.
Agora eu querer sabia:
Se em sete dias Deus fez
O mundo, quantos faria
Numa quinzena ou num mês?
E se cem bois são boiada
E dez mais onze vinte e um,
E cem búfalos manada,
Quanto é que é um mais nenhum?
Se a noite sucede ao dia
E o tempo depressa passa,
Permitam, João e Maria,
Que uma sugestão eu faça.
Já é hora de descansar,
Sigamos nossos caminhos.
Na cama vamos deitar
E contar os carneirinhos.