A tensão entre a relação de Anitta com a Warner Music Group ganhou destaque nas últimas semanas. No entanto, a briga é de longa data. Em 2020, a artista assinou o contrato internacional com a Warner Records, para investir em produções em diferentes idiomas e parcerias fora do País, e renovou o contrato com a Warner Music Brasil.
Apesar do sucesso da cantora, especialmente em 2022, quando conquistou o primeiro lugar no Spotify Mundial, foi primeira brasileira a vencer o American Music Awards e em mais de 50 anos, a latina indicada na categoria Artista Revelação do Ano no Grammy Awards, ela acusou o grupo Warner Music de falta de reconhecimento e muito mais.
Em março de 2022, após o lançamento de sua composição Envolver, que lhe deu o primeiro lugar no Spotify Mundial, a brasileira comemorou o sucesso e expôs que não teve apoio da Warner Records. “Disseram que a música não iria a lugar nenhum e que eu não teria força para lançar isso sozinha”, contou na época.
Quase um ano depois, no início de março de 2023, a hashtag Free Anitta foi um dos assuntos mais comentados do Twitter, após a cantora expor publicamente suas insatisfações com a gravadora. O desabafo começou quando um fã declarou que seu sonho seria “Anitta sair da Warner, ir pra uma gravadora que a valorize e, de quebra, a primeira música lançada pegar o TOP 10 global”, e a artista concordou: “Somos dois”.
Não demorou para outros internautas incentivarem a quebra de contrato da cantora. No entanto, segundo ela, a situação é mais delicada do que imaginam. “Se tivesse uma multa pra pagar, eu já tinha leiloado meus órgãos, por mais caro que fosse, pra sair fora. Mas infelizmente não tem. Quando a gente é novo e ainda não sabe muito, tem que prestar muita atenção nas coisas que assina... se não pode passar uma vida inteira pagando pelo erro”, expôs.
Ainda de acordo com a artista, ela e sua equipe estão há todos esses anos de contrato aceitando o “descaso” e tentando “seguir o baile”.
Novas exposições
Mesmo após toda a exposição, o perfil do Instagram da Warner Music Latina aproveitou o Dia Internacional das Mulheres, na última quarta-feira, 8, para homenagear as artistas do casting, incluindo Anitta. A foto da brasileira, inclusive, foi a primeira.
“Hoje e todos os dias homenageamos as mulheres que continuam a moldar a música”, escreveu a gravadora. Em outro momento, nos stories, divulgou uma imagem da carioca com trilha sonora de Envolver.
A publicação, entretanto, desagradou a artista, que voltou a criticar a relação com a gravadora e fez novas exposições em suas redes sociais. “Eles me postaram durante o Dia das Mulheres, mesmo que eu tenha que vir a público pedir para o ‘respeito às mulheres’ que essa data representa”, escreveu nos stories do Instagram, em inglês.
Para complementar, ela destacou: “E ainda usam uma música de fundo que disseram que nunca iria fazer sucesso sem uma parceria porque não sou forte o suficiente para isso”.
Anitta declarou que teve uma conversa com o CEO da gravadora há um mês, na intenção de encerrar o contrato, o que não aconteceu. Ela ainda argumentou que não recebe apoio da empresa para promover suas músicas.
A artista pediu por “respeito” e por e um “preço justo” pelo contrato com a Warner Music. Além disso, aconselhou mais uma os novos artistas a terem atenção, para não passarem por situações desse tipo. “Você tem que lutar por você mesmo, porque eles não dão a mínima. Porque você é muito pequeno no mar enorme de tubarões com milhares de outros peixinhos para continuar comendo”, refletiu.
Novamente, os fãs movimentaram o Twitter com o assunto. A cantora, então, aproveitou para responder alguns e pontuou que a gravadora não a apoiou nem quando fez a apresentação de Lobby com Missy Elliott no American Music Awards. Segundo ela, a performance foi paga pela varejista chinesa Shein.
Ao ser apontada como “corajosa” por um internauta, a artista respondeu: “Não é nem coragem... é que está tudo tão merd*, que pior do que está não fica. Desde Show das Poderosas [seu primeiro hit, em 2013] estou implorando pra me apoiarem, e nada. Se ficar pior pelo menos não vou mais fingir que tá tudo certo, porque já esgotei as minhas forças”.
O Estadão entrou em contato com a Warner Music, mas a empresa optou por não se pronunciar sobre o assunto.