A cantora Luciane Dom denunciou um caso de racismo no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ne última quinta-feira, 14. Ela relatou que teve o cabelo revistado antes de embarcar para São Paulo. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) nega o caso e afirma que ficou “constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos”.
No fim da noite de sábado, 16, ela publicou um comunicado após a repercussão da questão no Instagram: “Muito obrigada a todos que solidariamente não largaram minha mão neste momento”.
“Sei que muitos estão esperando uma palavra minha, mas neste momento estou precisando de um tempo para cuidar de mim e poder cumprir com meu compromisso profissional. Adianto que meus representantes estão tomando as devidas providências e em breve falarei sobre toda essa violência que aconteceu comigo”, informou.
Há alguns dias, a cantora descreveu a situação: “As coisas nunca são suaves para pessoas como eu. Eu estou no meio da divulgação de uma música minha que sai amanhã, estava feliz, vendo memes, lendo coisas leves que gosto, ai chego no Aeroporto Santos Dumont e sou parada por uma ‘revista aleatória’, minutos antes de embarcar para São Paulo”.
“Eu já tinha passado a mala no scanner, e eu mesma já tinha passado no scanner corporal. A mulher me diz ‘tenho que olhar seu cabelo’. Eu olho para ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou”, continuou.
“Eu trabalho com arte, criando possibilidades e imaginários diferentes, fazendo pessoas sonharem… me fazendo acreditar na mudança. Queria ao menos ter ânimo e cabeça pra continuar divulgando o som e falando o que eu tava falando durante a semana... queria estar leve! Mas não”, completou.
Em nota, a Infraero alegou que não houve revista no cabelo da cantora. A empresa diz que ela foi selecionada de forma aleatória para uma inspeção manual.
“Após averiguação interna, foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos”, afirma o comunicado.
A empresa ainda alega que “a inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade, profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra característica do passageiro”.
“A Infraero reitera que repudia quaisquer formas de discriminação, que comportamentos como injúria racial e racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração e está à disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos que façam necessários”, finaliza.
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