A atriz Charlize Theron, em entrevista para a revista americana Harper’s Bazaar, comentou sobre situações que viveu na indústria de filmes, que escancara o machismo ainda existente em Hollywood. Ela relata sobre uma vez que um diretor quis que ela usasse um vestido sexy contra sua própria vontade a fim de deixá-la mais “desejável”.
“Não ter absolutamente nenhum controle sobre o que você está vestindo é um grande problema que realmente me incomodou por anos. Ter um cara fazendo você provar roupas quase na frente dele. Há coisas assim. É realmente depreciativo. Quando comecei, não se falava sobre isso. Era tipo: ‘Isso é o que você vai vestir’”, relata.
A atriz seguiu seu desabafo dizendo que não ter nenhum poder de decisão sobre o figurino das produções sempre foi algo que a irritou. Isso acabou gerando nela uma tristeza e um sentimento de impotência. “Não ter absolutamente nenhum controle sobre o que você está vestindo é um grande problema que realmente me incomodou por anos”.
Na sequência, a atriz relembra de um acontecimento marcante. Durante os bastidores da gravação de um filme, o diretor fez Charlize trocar de roupa muitas vezes. Segundo o diretor, a intenção era deixar a artista mais “desejável” para os espectadores. “Um diretor continuou me trazendo roupas, foi prova atrás de prova. E era tão óbvio que isso tinha a ver com a minha sexualidade e o quão desejável eles poderiam me deixar no filme. Quando eu comecei, isso era meio que a norma”.
Charlize, que não revelou o nome do diretor, ainda disse que usou de sua experiência e carreira sólida na indústria de filmes para tentar resolver esses problemas. “Há uma luta natural em mim para querer criar ambientes que se pareçam com as coisas que eu gostaria de ter 30 anos atrás, quando comecei”.
A estrela de Mad Max: Estrada da Fúria, produziu o filme The Old Guard. A equipe da trama é composta em 85% por mulheres. “Sinto que estou em um lugar onde as coisas são o que são. Trabalhar mais não vai mudar meu nível de fama, acho. Nem sempre acerto, mas estou muito ciente quanto a olhar para o quadro geral e dizer: ‘Isso é realmente o melhor que podemos fazer?’”