Um comerciante de 48 anos protagonizou uma verdadeira reviravolta no caso Gugu Liberato nesta quarta-feira, 21, durante a audiência judicial que estava marcada, em São Paulo, para discutir a herança do apresentador. Ele alegou ser filho do comunicador, pediu exame de DNA e entrou na disputa pela fortuna avaliada em R$ 1 bilhão.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, o homem foi identificado como Ricardo Rocha. A mãe do rapaz, Otacília Gomes da Silva, teria conhecido Gugu, na época com 15 anos, em uma padaria na rua Aimberê, nº 458, Perdizes, São Paulo, no segundo semestre de 1973.
Eles passaram a se encontrar diariamente no estabelecimento e ficaram amigos. Posteriormente, se envolveram mais intimamente. Em 1974, depois de passar férias no litoral paulista com a família para a qual trabalhava, Octacília descobriu que estava grávida e tentou entrar em contato com Gugu, o que não conseguiu. Ela, então, perdeu “totalmente o contato”.
Quando ele iniciou a carreira televisiva, de acordo com a intimação, Ricardo Rocha começou a acompanhá-lo à distância. Quanto atingiu a maioridade, “entendeu protelar a busca do reconhecimento da paternidade para o futuro”.
Ele pede um exame de DNA, a partir da coleta de material genético dos filhos do apresentador: Marina, Sofia, de 19 anos, e João Augusto Liberato, de 21. Caso os três se neguem a fazer, o comerciante exige a exumação do cadáver do apresentador para análise e confirmação do parentesco.
A audiência
Mal entraram na sala em que testemunhas seriam ouvidas, os três filhos de Gugu Liberato e mais a irmã dele, Aparecida Liberato, foram avisados que um oficial de Justiça estava no local para entregar a eles uma intimação.
Marina, Sofia e João Augusto tomaram, então, conhecimento da existência de uma ação de investigação de paternidade “post mortem” o pai deles, aberta em março deste ano.
O suposto novo filho do apresentador pede a reserva do quinhão que lhe caberia na herança, caso se prove que ele é irmão dos herdeiros já reconhecidos do comunicador e empresário. O processo corre em segredo de Justiça.
Ao Estadão, o advogado Nelson Wilians, que representa as gêmeas Marina e Sofia, disse que ainda está se inteirando sobre a ação de investigação de paternidade. Mas, à princípio, de acordo com ele, não há motivo para as gêmeas de Gugu se recusarem a colaborar com um pedido de realização de exame de DNA, caso seja pertinente perante a lei.
Sem interferências
Apesar de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter validado, na última terça-feira, 20, o testamento de Gugu Liberato — e ter reconhecido, portanto, o documento que não considera Rose Miriam Di Matteo, com quem o apresentador teve três filhos, como uma de suas herdeiras —, novas audiências acerca do imbróglio familiar acontecem. Uma, que foi nesta quarta-feira; e a próxima, agendada para quinta-feira, 22. A primeira decisão, divulgada pelo STJ não interfere na ação em andamento.
O que diz o testamento de Gugu?
No testamento feito em 2011, Gugu Liberato deu aos três filhos, todos frutos da relação de 20 anos com Rose Miriam Di Matteo, 75% da herança estimada em R$ 1 bilhão. Os outros 25% do patrimônio, ele dividiu entre os cinco sobrinhos.
Três deles são filhos de Amandio Liberato, de 70 anos, o irmão mais velho do comunicador. Os outros dois sobrinhos são filhos de Aparecida Liberato, a curadora do espólio.
O apresentador e empresário também deixou pensão vitalícia de R$ 163 mil por mês para a mãe, Maria do Céu Moraes, de 90 anos.
Gugu morreu em 2019, após um acidente doméstico na casa da família em Orlando, nos Estados Unidos.