Dia do Rap Nacional: TZ da Coronel fala do estilo musical que mudou sua vida


Rapper carioca de 21 anos foi citado por Caetano Veloso na canção 'Sem Samba Não Dá', de 2021

Por Thaíse Ramos
Atualização:
Com uma média de 20 shows por mês, o rapper vem conquistando cada vez mais fãs por onde se apresenta pelo Brasil. Foto: Allan França

Neste sábado, 6, o Brasil comemora o Dia do Rap Nacional. A homenagem foi estabelecida por lei pela Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2008. Há 14 anos, a data é lembrada, mas o rap tem uma construção muito mais antiga no País, como lembra TZ da Coronel, considerado hoje um dos nomes em ascensão no trap nacional e que já ganhou elogios de Caetano Veloso.

Foi por indicação do filho Zeca, que o cantor e compositor baiano chegou a TZ. Um vídeo do veterano cantando a música do rapper, que tocava na rádio do carro, circulou pelas redes sociais e ele acabou por citá-lo na música Sem Samba Não Dá, de 2021, juntamente com Djonga, Cabelinho, DJ Gabriel do Borel e Baco.

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Natural de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, o artista de 21 anos, que cresceu no Morro do Limão, iniciou sua caminhada através das batalhas de rima e hoje soma mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, quase 1 bilhão de streams e 2 milhões e meio de ouvintes.

Com uma média de 20 shows por mês, TZ da Coronel vem conquistando cada vez mais fãs por onde se apresenta pelo Brasil.

Como o rap surgiu na sua vida? 

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O rap é um som que tá na quebrada, na periferia e eu tive um contato maior nas batalhas de rima, quando era moleque. Foi lá que comecei minha caminhada como artista e fui crescendo nesse trampo.

Que mensagem mais costuma passar com as suas letras?

É o que digo sempre, um cantor canta aquilo que vive, que vê e sente. Vim de comunidade, morei minha vida toda em um lugar que existe o tráfico, as drogas, as armas, e a injustiça rolando ao ar livre, de dia e de noite. Coloco nas minhas letras a minha vivência, o que quero que mude e a realidade da galera de favela. E levo esse papo para o asfalto, para festa de playboy, através do som, das rimas, dos coros.

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Qual o seu maior objetivo ao divulgar suas músicas?

Meu sonho é poder chegar a muito mais pessoas, lotar estádios e lugares onde o rap ainda não chegou, estamos crescendo, mas ainda tem muito pra conquistar. Também trabalho para que a galera respeite mais o nosso corre, nossas letras, que olhem para a gente e entendam que escrevemos nossa história e o que vivemos.

"Meu sonho é poder chegar a muito mais pessoas, lotar estádios e lugares onde o rap ainda não chegou", diz TZ. Foto: Allan França
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Dia 6 de agosto é o Dia do Rap Nacional. Acha importante termos essa data? 

O rap vive e existe da galera que curte. Nosso público que faz tudo acontecer, que leva o nosso som para o topo. Essa data é importante para quem está de fora conhecer mais, não só o som mas a cultura do rap. Ainda falta muita coisa: espaço na imprensa, nos grandes eventos, nas premiações de música... As coisas estão mudando um pouco agora. A internet tem ajudado demais e tem muito artista brabo representando o nosso som, mas falta muito para chegarmos mais longe e sermos reconhecido no Brasil.

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Quem é o seu maior ídolo? 

Admiro um monte de artista, mas meu ídolo na música é o Quavo. Nunca conheci, mas espero um dia ter esse privilégio. Também tem o Mano Brown, respeito ao máximo.

Como é para você encarar o sucesso? 

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É maneiro demais. A galera reconhece nosso trampo, nosso som... Vejo os caras gigantes escutando meu trabalho: Ret, L7nnon, Gabigol (jogador do Flamengo). É muita satisfação! O rap mudou minha vida. Caetano Veloso falou de mim em um som dele... Algumas paradas a gente não consegue nem entender ou se acostumar. Sou um moleque, cria do Morro do Limão, de 21 anos, só gratidão por tudo o que vem acontecendo na minha vida e na minha carreira.

 

O que você costuma fazer minutos antes de subir ao palco?

Preparo a minha voz. Faço meia hora de nebulização, exercício vocal... Essas paradas que são mais comuns antes de subir no palco. Tem aquele nervosismo e ansiedade que dá a cada vez que estou pronto para me apresentar. Essa é a sensação mais braba e boa que sinto cada vez que faço um show. 

E se um dia voltasse a ser aquele cara lá de trás, sem fama, como você encararia isso?

Sou muito grato pela fama que conquistei com meu trampo mas muito pé no chão, suave. Não me imagino fazendo outra coisa, dando certo ou não. Eu ia continuar tentando, fazendo meu som, nas batalhas de rima, em todo canto.

O que mais gosta de fazer quando está de folga? 

Fico com a minha família, curtindo uma praia, com os meus amigos fazendo som. Não deixo de ficar com minha coroa de jeito nenhum. Mãe é importante demais. A minha me apoia desde moleque, acredita no meu trampo. Sem ela não teria chegado onde cheguei, ela me fortalece demais como pessoa e artista.

O rapper carioca tem 21 anos. Foto: Instagram/@tzdacoronel

 

Que mensagem você manda para os jovens que sonham seguir carreira no rap?

Que não desistam, se joguem nas batalhas de rima, que são as escolas da galera do trap, do rap. Lá a gente aprende a rimar de verdade, a falar na frente da galera. Estar sempre lá ouvindo quem é brabo para depois a inspiração vir e fluir. O rap está crescendo demais, estamos entrando em lugares que antes não tínhamos espaço. A internet está levando isso e ajudando muitos moleques a mudarem de vida com a música.

Como você se vê daqui a dez anos?

Muito grande, tocando em festivais no Brasil e fora dele, realizando meus sonhos, gravando músicas com grandes artistas, tendo uma carreira reconhecida em todas as quebradas, mas sem perder quem sou. Tem muito artista que estoura um disco, fica grandão e se perde, depois não consegue escrever as vivências da galera de favela, não tem conexão com o público. Quero crescer e continuar levando o trap, rap, o tipo de som que sempre fiz.

Tem algum trabalho vindo por aí?

Estou preparando um EP ainda para esse ano. Tem muitos projetos maneiros com artistas brabos também. Vai sair bastante som que a galera vai curtir. Tem o Poesia Acústico 13 também. 

Com uma média de 20 shows por mês, o rapper vem conquistando cada vez mais fãs por onde se apresenta pelo Brasil. Foto: Allan França

Neste sábado, 6, o Brasil comemora o Dia do Rap Nacional. A homenagem foi estabelecida por lei pela Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2008. Há 14 anos, a data é lembrada, mas o rap tem uma construção muito mais antiga no País, como lembra TZ da Coronel, considerado hoje um dos nomes em ascensão no trap nacional e que já ganhou elogios de Caetano Veloso.

Foi por indicação do filho Zeca, que o cantor e compositor baiano chegou a TZ. Um vídeo do veterano cantando a música do rapper, que tocava na rádio do carro, circulou pelas redes sociais e ele acabou por citá-lo na música Sem Samba Não Dá, de 2021, juntamente com Djonga, Cabelinho, DJ Gabriel do Borel e Baco.

Natural de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, o artista de 21 anos, que cresceu no Morro do Limão, iniciou sua caminhada através das batalhas de rima e hoje soma mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, quase 1 bilhão de streams e 2 milhões e meio de ouvintes.

Com uma média de 20 shows por mês, TZ da Coronel vem conquistando cada vez mais fãs por onde se apresenta pelo Brasil.

Como o rap surgiu na sua vida? 

O rap é um som que tá na quebrada, na periferia e eu tive um contato maior nas batalhas de rima, quando era moleque. Foi lá que comecei minha caminhada como artista e fui crescendo nesse trampo.

Que mensagem mais costuma passar com as suas letras?

É o que digo sempre, um cantor canta aquilo que vive, que vê e sente. Vim de comunidade, morei minha vida toda em um lugar que existe o tráfico, as drogas, as armas, e a injustiça rolando ao ar livre, de dia e de noite. Coloco nas minhas letras a minha vivência, o que quero que mude e a realidade da galera de favela. E levo esse papo para o asfalto, para festa de playboy, através do som, das rimas, dos coros.

Qual o seu maior objetivo ao divulgar suas músicas?

Meu sonho é poder chegar a muito mais pessoas, lotar estádios e lugares onde o rap ainda não chegou, estamos crescendo, mas ainda tem muito pra conquistar. Também trabalho para que a galera respeite mais o nosso corre, nossas letras, que olhem para a gente e entendam que escrevemos nossa história e o que vivemos.

"Meu sonho é poder chegar a muito mais pessoas, lotar estádios e lugares onde o rap ainda não chegou", diz TZ. Foto: Allan França

 

Dia 6 de agosto é o Dia do Rap Nacional. Acha importante termos essa data? 

O rap vive e existe da galera que curte. Nosso público que faz tudo acontecer, que leva o nosso som para o topo. Essa data é importante para quem está de fora conhecer mais, não só o som mas a cultura do rap. Ainda falta muita coisa: espaço na imprensa, nos grandes eventos, nas premiações de música... As coisas estão mudando um pouco agora. A internet tem ajudado demais e tem muito artista brabo representando o nosso som, mas falta muito para chegarmos mais longe e sermos reconhecido no Brasil.

Quem é o seu maior ídolo? 

Admiro um monte de artista, mas meu ídolo na música é o Quavo. Nunca conheci, mas espero um dia ter esse privilégio. Também tem o Mano Brown, respeito ao máximo.

Como é para você encarar o sucesso? 

É maneiro demais. A galera reconhece nosso trampo, nosso som... Vejo os caras gigantes escutando meu trabalho: Ret, L7nnon, Gabigol (jogador do Flamengo). É muita satisfação! O rap mudou minha vida. Caetano Veloso falou de mim em um som dele... Algumas paradas a gente não consegue nem entender ou se acostumar. Sou um moleque, cria do Morro do Limão, de 21 anos, só gratidão por tudo o que vem acontecendo na minha vida e na minha carreira.

 

O que você costuma fazer minutos antes de subir ao palco?

Preparo a minha voz. Faço meia hora de nebulização, exercício vocal... Essas paradas que são mais comuns antes de subir no palco. Tem aquele nervosismo e ansiedade que dá a cada vez que estou pronto para me apresentar. Essa é a sensação mais braba e boa que sinto cada vez que faço um show. 

E se um dia voltasse a ser aquele cara lá de trás, sem fama, como você encararia isso?

Sou muito grato pela fama que conquistei com meu trampo mas muito pé no chão, suave. Não me imagino fazendo outra coisa, dando certo ou não. Eu ia continuar tentando, fazendo meu som, nas batalhas de rima, em todo canto.

O que mais gosta de fazer quando está de folga? 

Fico com a minha família, curtindo uma praia, com os meus amigos fazendo som. Não deixo de ficar com minha coroa de jeito nenhum. Mãe é importante demais. A minha me apoia desde moleque, acredita no meu trampo. Sem ela não teria chegado onde cheguei, ela me fortalece demais como pessoa e artista.

O rapper carioca tem 21 anos. Foto: Instagram/@tzdacoronel

 

Que mensagem você manda para os jovens que sonham seguir carreira no rap?

Que não desistam, se joguem nas batalhas de rima, que são as escolas da galera do trap, do rap. Lá a gente aprende a rimar de verdade, a falar na frente da galera. Estar sempre lá ouvindo quem é brabo para depois a inspiração vir e fluir. O rap está crescendo demais, estamos entrando em lugares que antes não tínhamos espaço. A internet está levando isso e ajudando muitos moleques a mudarem de vida com a música.

Como você se vê daqui a dez anos?

Muito grande, tocando em festivais no Brasil e fora dele, realizando meus sonhos, gravando músicas com grandes artistas, tendo uma carreira reconhecida em todas as quebradas, mas sem perder quem sou. Tem muito artista que estoura um disco, fica grandão e se perde, depois não consegue escrever as vivências da galera de favela, não tem conexão com o público. Quero crescer e continuar levando o trap, rap, o tipo de som que sempre fiz.

Tem algum trabalho vindo por aí?

Estou preparando um EP ainda para esse ano. Tem muitos projetos maneiros com artistas brabos também. Vai sair bastante som que a galera vai curtir. Tem o Poesia Acústico 13 também. 

Com uma média de 20 shows por mês, o rapper vem conquistando cada vez mais fãs por onde se apresenta pelo Brasil. Foto: Allan França

Neste sábado, 6, o Brasil comemora o Dia do Rap Nacional. A homenagem foi estabelecida por lei pela Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2008. Há 14 anos, a data é lembrada, mas o rap tem uma construção muito mais antiga no País, como lembra TZ da Coronel, considerado hoje um dos nomes em ascensão no trap nacional e que já ganhou elogios de Caetano Veloso.

Foi por indicação do filho Zeca, que o cantor e compositor baiano chegou a TZ. Um vídeo do veterano cantando a música do rapper, que tocava na rádio do carro, circulou pelas redes sociais e ele acabou por citá-lo na música Sem Samba Não Dá, de 2021, juntamente com Djonga, Cabelinho, DJ Gabriel do Borel e Baco.

Natural de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, o artista de 21 anos, que cresceu no Morro do Limão, iniciou sua caminhada através das batalhas de rima e hoje soma mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, quase 1 bilhão de streams e 2 milhões e meio de ouvintes.

Com uma média de 20 shows por mês, TZ da Coronel vem conquistando cada vez mais fãs por onde se apresenta pelo Brasil.

Como o rap surgiu na sua vida? 

O rap é um som que tá na quebrada, na periferia e eu tive um contato maior nas batalhas de rima, quando era moleque. Foi lá que comecei minha caminhada como artista e fui crescendo nesse trampo.

Que mensagem mais costuma passar com as suas letras?

É o que digo sempre, um cantor canta aquilo que vive, que vê e sente. Vim de comunidade, morei minha vida toda em um lugar que existe o tráfico, as drogas, as armas, e a injustiça rolando ao ar livre, de dia e de noite. Coloco nas minhas letras a minha vivência, o que quero que mude e a realidade da galera de favela. E levo esse papo para o asfalto, para festa de playboy, através do som, das rimas, dos coros.

Qual o seu maior objetivo ao divulgar suas músicas?

Meu sonho é poder chegar a muito mais pessoas, lotar estádios e lugares onde o rap ainda não chegou, estamos crescendo, mas ainda tem muito pra conquistar. Também trabalho para que a galera respeite mais o nosso corre, nossas letras, que olhem para a gente e entendam que escrevemos nossa história e o que vivemos.

"Meu sonho é poder chegar a muito mais pessoas, lotar estádios e lugares onde o rap ainda não chegou", diz TZ. Foto: Allan França

 

Dia 6 de agosto é o Dia do Rap Nacional. Acha importante termos essa data? 

O rap vive e existe da galera que curte. Nosso público que faz tudo acontecer, que leva o nosso som para o topo. Essa data é importante para quem está de fora conhecer mais, não só o som mas a cultura do rap. Ainda falta muita coisa: espaço na imprensa, nos grandes eventos, nas premiações de música... As coisas estão mudando um pouco agora. A internet tem ajudado demais e tem muito artista brabo representando o nosso som, mas falta muito para chegarmos mais longe e sermos reconhecido no Brasil.

Quem é o seu maior ídolo? 

Admiro um monte de artista, mas meu ídolo na música é o Quavo. Nunca conheci, mas espero um dia ter esse privilégio. Também tem o Mano Brown, respeito ao máximo.

Como é para você encarar o sucesso? 

É maneiro demais. A galera reconhece nosso trampo, nosso som... Vejo os caras gigantes escutando meu trabalho: Ret, L7nnon, Gabigol (jogador do Flamengo). É muita satisfação! O rap mudou minha vida. Caetano Veloso falou de mim em um som dele... Algumas paradas a gente não consegue nem entender ou se acostumar. Sou um moleque, cria do Morro do Limão, de 21 anos, só gratidão por tudo o que vem acontecendo na minha vida e na minha carreira.

 

O que você costuma fazer minutos antes de subir ao palco?

Preparo a minha voz. Faço meia hora de nebulização, exercício vocal... Essas paradas que são mais comuns antes de subir no palco. Tem aquele nervosismo e ansiedade que dá a cada vez que estou pronto para me apresentar. Essa é a sensação mais braba e boa que sinto cada vez que faço um show. 

E se um dia voltasse a ser aquele cara lá de trás, sem fama, como você encararia isso?

Sou muito grato pela fama que conquistei com meu trampo mas muito pé no chão, suave. Não me imagino fazendo outra coisa, dando certo ou não. Eu ia continuar tentando, fazendo meu som, nas batalhas de rima, em todo canto.

O que mais gosta de fazer quando está de folga? 

Fico com a minha família, curtindo uma praia, com os meus amigos fazendo som. Não deixo de ficar com minha coroa de jeito nenhum. Mãe é importante demais. A minha me apoia desde moleque, acredita no meu trampo. Sem ela não teria chegado onde cheguei, ela me fortalece demais como pessoa e artista.

O rapper carioca tem 21 anos. Foto: Instagram/@tzdacoronel

 

Que mensagem você manda para os jovens que sonham seguir carreira no rap?

Que não desistam, se joguem nas batalhas de rima, que são as escolas da galera do trap, do rap. Lá a gente aprende a rimar de verdade, a falar na frente da galera. Estar sempre lá ouvindo quem é brabo para depois a inspiração vir e fluir. O rap está crescendo demais, estamos entrando em lugares que antes não tínhamos espaço. A internet está levando isso e ajudando muitos moleques a mudarem de vida com a música.

Como você se vê daqui a dez anos?

Muito grande, tocando em festivais no Brasil e fora dele, realizando meus sonhos, gravando músicas com grandes artistas, tendo uma carreira reconhecida em todas as quebradas, mas sem perder quem sou. Tem muito artista que estoura um disco, fica grandão e se perde, depois não consegue escrever as vivências da galera de favela, não tem conexão com o público. Quero crescer e continuar levando o trap, rap, o tipo de som que sempre fiz.

Tem algum trabalho vindo por aí?

Estou preparando um EP ainda para esse ano. Tem muitos projetos maneiros com artistas brabos também. Vai sair bastante som que a galera vai curtir. Tem o Poesia Acústico 13 também. 

Com uma média de 20 shows por mês, o rapper vem conquistando cada vez mais fãs por onde se apresenta pelo Brasil. Foto: Allan França

Neste sábado, 6, o Brasil comemora o Dia do Rap Nacional. A homenagem foi estabelecida por lei pela Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2008. Há 14 anos, a data é lembrada, mas o rap tem uma construção muito mais antiga no País, como lembra TZ da Coronel, considerado hoje um dos nomes em ascensão no trap nacional e que já ganhou elogios de Caetano Veloso.

Foi por indicação do filho Zeca, que o cantor e compositor baiano chegou a TZ. Um vídeo do veterano cantando a música do rapper, que tocava na rádio do carro, circulou pelas redes sociais e ele acabou por citá-lo na música Sem Samba Não Dá, de 2021, juntamente com Djonga, Cabelinho, DJ Gabriel do Borel e Baco.

Natural de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, o artista de 21 anos, que cresceu no Morro do Limão, iniciou sua caminhada através das batalhas de rima e hoje soma mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, quase 1 bilhão de streams e 2 milhões e meio de ouvintes.

Com uma média de 20 shows por mês, TZ da Coronel vem conquistando cada vez mais fãs por onde se apresenta pelo Brasil.

Como o rap surgiu na sua vida? 

O rap é um som que tá na quebrada, na periferia e eu tive um contato maior nas batalhas de rima, quando era moleque. Foi lá que comecei minha caminhada como artista e fui crescendo nesse trampo.

Que mensagem mais costuma passar com as suas letras?

É o que digo sempre, um cantor canta aquilo que vive, que vê e sente. Vim de comunidade, morei minha vida toda em um lugar que existe o tráfico, as drogas, as armas, e a injustiça rolando ao ar livre, de dia e de noite. Coloco nas minhas letras a minha vivência, o que quero que mude e a realidade da galera de favela. E levo esse papo para o asfalto, para festa de playboy, através do som, das rimas, dos coros.

Qual o seu maior objetivo ao divulgar suas músicas?

Meu sonho é poder chegar a muito mais pessoas, lotar estádios e lugares onde o rap ainda não chegou, estamos crescendo, mas ainda tem muito pra conquistar. Também trabalho para que a galera respeite mais o nosso corre, nossas letras, que olhem para a gente e entendam que escrevemos nossa história e o que vivemos.

"Meu sonho é poder chegar a muito mais pessoas, lotar estádios e lugares onde o rap ainda não chegou", diz TZ. Foto: Allan França

 

Dia 6 de agosto é o Dia do Rap Nacional. Acha importante termos essa data? 

O rap vive e existe da galera que curte. Nosso público que faz tudo acontecer, que leva o nosso som para o topo. Essa data é importante para quem está de fora conhecer mais, não só o som mas a cultura do rap. Ainda falta muita coisa: espaço na imprensa, nos grandes eventos, nas premiações de música... As coisas estão mudando um pouco agora. A internet tem ajudado demais e tem muito artista brabo representando o nosso som, mas falta muito para chegarmos mais longe e sermos reconhecido no Brasil.

Quem é o seu maior ídolo? 

Admiro um monte de artista, mas meu ídolo na música é o Quavo. Nunca conheci, mas espero um dia ter esse privilégio. Também tem o Mano Brown, respeito ao máximo.

Como é para você encarar o sucesso? 

É maneiro demais. A galera reconhece nosso trampo, nosso som... Vejo os caras gigantes escutando meu trabalho: Ret, L7nnon, Gabigol (jogador do Flamengo). É muita satisfação! O rap mudou minha vida. Caetano Veloso falou de mim em um som dele... Algumas paradas a gente não consegue nem entender ou se acostumar. Sou um moleque, cria do Morro do Limão, de 21 anos, só gratidão por tudo o que vem acontecendo na minha vida e na minha carreira.

 

O que você costuma fazer minutos antes de subir ao palco?

Preparo a minha voz. Faço meia hora de nebulização, exercício vocal... Essas paradas que são mais comuns antes de subir no palco. Tem aquele nervosismo e ansiedade que dá a cada vez que estou pronto para me apresentar. Essa é a sensação mais braba e boa que sinto cada vez que faço um show. 

E se um dia voltasse a ser aquele cara lá de trás, sem fama, como você encararia isso?

Sou muito grato pela fama que conquistei com meu trampo mas muito pé no chão, suave. Não me imagino fazendo outra coisa, dando certo ou não. Eu ia continuar tentando, fazendo meu som, nas batalhas de rima, em todo canto.

O que mais gosta de fazer quando está de folga? 

Fico com a minha família, curtindo uma praia, com os meus amigos fazendo som. Não deixo de ficar com minha coroa de jeito nenhum. Mãe é importante demais. A minha me apoia desde moleque, acredita no meu trampo. Sem ela não teria chegado onde cheguei, ela me fortalece demais como pessoa e artista.

O rapper carioca tem 21 anos. Foto: Instagram/@tzdacoronel

 

Que mensagem você manda para os jovens que sonham seguir carreira no rap?

Que não desistam, se joguem nas batalhas de rima, que são as escolas da galera do trap, do rap. Lá a gente aprende a rimar de verdade, a falar na frente da galera. Estar sempre lá ouvindo quem é brabo para depois a inspiração vir e fluir. O rap está crescendo demais, estamos entrando em lugares que antes não tínhamos espaço. A internet está levando isso e ajudando muitos moleques a mudarem de vida com a música.

Como você se vê daqui a dez anos?

Muito grande, tocando em festivais no Brasil e fora dele, realizando meus sonhos, gravando músicas com grandes artistas, tendo uma carreira reconhecida em todas as quebradas, mas sem perder quem sou. Tem muito artista que estoura um disco, fica grandão e se perde, depois não consegue escrever as vivências da galera de favela, não tem conexão com o público. Quero crescer e continuar levando o trap, rap, o tipo de som que sempre fiz.

Tem algum trabalho vindo por aí?

Estou preparando um EP ainda para esse ano. Tem muitos projetos maneiros com artistas brabos também. Vai sair bastante som que a galera vai curtir. Tem o Poesia Acústico 13 também. 

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