*Matéria atualizada em 14/06, às 14h11
“Frases de professora que todo mundo já ouviu: ‘Gente, posso apagar? Ai meu Deus… Mais dois minutinhos então’; ‘Pra quem estudou tá fácil’; ‘Outra coisa, eu não perco nada com isso não viu, gente? Eu já estou formada e todo mês meu salário está bonitinho na minha conta’; ‘Quem mandou guardar o material? Negativo… Faltam seis minutos de aula e ainda tem muita coisa pra gente ver, pode colocar tudo de volta’.”
É assim que começa um dos vídeos de Diego Cruz interpretando uma professora. O conteúdo ultrapassa a marca de 11 milhões de visualizações no TikTok, já no Instagram são mais de 7 milhões.
No Instagram, ele já reúne 2,6 milhões de seguidores e no TikTok são 7,7 milhões de pessoas que acompanham o ator. “Eu fazia vídeos de clichês de filmes e foi isso que me deu bastante visibilidade nas redes sociais, muito porque eu incluía os clichês da vida real também”, diz.
Ator, publicitário, cantor e compositor, Diego tem apostado na criação de conteúdo para as redes sociais e foi com o seu universo de personagens que ficou conhecido. Horas como a Professora, horas como Josh ou Tracy - personagens que vivem situações que só os filmes conseguem retratar.
Nascido (e vivendo) no Rio de Janeiro, o ator de 28 anos explica que os vídeos onde explora situações escolares são os conteúdos que “despertam diversas memórias” de sua vida. Diego conta que mesmo que tenha estudado em escola particular, a vivência com sua mãe, que é professora, proporcionou a ele, desde pequeno, um ambiente didático que o ajudou a criar esses personagens.
Não existe apenas uma professora nos vídeos de Diego Cruz, na verdade, ele faz diferentes arquétipos de professores e alguns têm até nomes, como a Tia Cris e o Marcão, e explica que os personagens do universo escolar surgiram de forma despretensiosa. Mas, nos comentários dos vídeos, o que predomina mesmo é chamá-lo de “Professora”. “Muita gente passou a me conhecer por conta das professoras, coordenadoras e alunos. É algo que me dá muito prazer”.
Da tela do celular para a tela da Globo
Foi em 6 de agosto de 2020 que ele começou a publicar seus vídeos na internet e apostar nas redes sociais para investir na sua carreira como ator. Mas, Diego brinca que não seguiu uma receita de bolo para alcançar tantas pessoas, na verdade, ele pensou em criar algo que se identificasse e gostasse como telespectador — e não apenas como criador.
“Não existe receita de bolo pra isso, né?! O que eu faço hoje me dá muito prazer porque é um conteúdo que, enquanto espectador, eu consumiria. E acho que esse é o ponto de partida, além de ter determinação e de encarar como trabalho desde o início”, conta.
Foi graças ao seu trabalho nas redes sociais que Diego saiu da tela do celular e foi parar na tela da Rede Globo. O ator participou da novela Quanto Mais Vida, Melhor!, que foi ao ar entre novembro de 2021 e maio deste ano, interpretando São Judas Tadeu, e teve a oportunidade de contracenar com Elizabeth Savalla, Marcos Caruso e outros grandes nomes da televisão brasileira.
“Ter tido essa oportunidade foi, sem dúvidas, um dos momentos mais especiais da minha vida. Foi um grande aprendizado porque era um personagem leve, de comédia. E hoje, mantenho contato principalmente com a Elizabeth Savalla, parece que tivemos uma conexão de alma mesmo que nosso tempo contracenando juntos tenha sido curto. Aprendi muito com ela e com todos que estavam ali”, diz.
Além de participar da novela, Diego Cruz já levou seus personagens [das redes sociais] para contracenar com outros artistas. O quadro mais recente foi com Fátima Bernardes, em que Tracy, uma de suas personagens, foi entrevistada pela apresentadora da Globo.
Antes de Fátima, Angélica foi a escolhida para viver a mãe de uma ‘aluna tiktoker’ que teve de conversar com Rosângela, a coordenadora da escola. Cleo foi outra que entrou para o time de artistas nos vídeos de Diego, recriando a famosa discussão de reality show: entender o voto no paredão.
Diego conta que por mais que sonhasse com esses momentos, não esperava que fosse acontecer tão rápido. “Se há um ano e meio, quando eu comecei a gravar, me dissessem que a Angélica ou a Fátima Bernardes fariam um vídeo comigo, dentro do meu universo de conteúdo, pensaria que era brincadeira. Então, é algo para colocar a cabeça no travesseiro e ser grato, mas encarar com muita responsabilidade também”, fala.
O início no TikTok
Investir na criação de conteúdos para o TikTok não foi uma decisão fácil. “Eu mesmo não tinha muito conhecimento do que era a plataforma e quando decidi criar conteúdo, fui estudar sobre ela e percebi que existia um horizonte gigantesco de possibilidades. Na época, era algo que a grande massa achava que era coisa de criança e havia muito preconceito, mas eu nunca liguei não”, conta.
Ele lembra que, na época, as pessoas falavam em tom de brincadeira que ele tinha virado ‘tiktoker’. “Sei que a maioria não falava por mal, às vezes, era por um desconhecimento do que o TikTok poderia oferecer”.
O influenciador acredita que ainda há espaço para as pessoas que sonham em trabalhar com produção de conteúdo digital. Para ele, a “internet veio para democratizar as oportunidades”. “Existe um universo extenso de conteúdos para serem criados e uma dica é fazer algo em que realmente acredita, algo verdadeiro e, por mais clichê que seja, com constância”, ensina.