Hungria Hip Hop revela dificuldades para alcançar estrelato: ‘Não tenho fotos de infância’


Cantor de origem humilde, que ganhou prêmio com a música ‘Céu Aberto’, com Marcelo Falcão, contou ao Estadão que perdeu as imagens por morar em locais de risco

Por Gabriela Piva
Atualização:

Gustavo da Hungria Neves, conhecido como o rapper Hungria Hip Hop, de 31 anos, foi vencedor do festival de cinema brasileiro LAMV 2022, que ocorre em Los Angeles, nos Estados Unidos, com o clipe da música Céu Aberto, parceria com Marcelo Falcão, na categoria Films USA. De origem humilde, o músico se tornou amigo do ex-vocalista de O Rappa após tocarem juntos em uma turnê que ocorreu pouco antes da pandemia.

Ali, entre as cidades do Brasil, Hungria e o cantor de Minha Alma criaram uma amizade. Visitando o camarim um do outro nos bastidores dos shows, o rapper de Brasília, no Distrito Federal, mostrou a música Céu Aberto para Falcão. “Ele se apaixonou pela faixa, entrou com os arranjos, melodias, enquanto entrei com a voz e letra”, relembrou ele em entrevista por Zoom ao Estadão.

A amizade dos dois cresceu a tal ponto que, um dia, Falcão telefonou para avisar Hungria que jantaria em sua casa. Religioso, o rapper de 31 anos aproveitou a oportunidade para fazer uma revelação. “Quando ele sentou na mesa, eu falei: ‘Ó, você está aqui dentro de casa, você é uma promessa de Deus, porque Ele me falou que sentariam pessoas que eu admiro muito nessa mesa, e você é uma delas’. Foi inacreditável, a gente cantou, a gente chorou e ficou conversando até às 6h da manhã”, contou.

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O Rappa, assim como os Racionais MC’s, com quem Hungria cantou em um show do dia 6 de setembro deste ano, em São Paulo, participou de seu crescimento e história. Sempre muito presente em sua vida, a música serviu para o rapper como uma forma de escape das adversidades.

As letras de Hungria costumam tratar de temas sensíveis da própria história. Em Temporal, por exemplo, canta: “Uma aparência meio fragilizada/ Era nós de quebrada, nesses sol das seis/ E minha mãe tava desempregada/ Com a agenda lotada pra criar nós três”. Os desabafos, que funcionam como uma espécie de terapia, se traduzem em mais de três milhões de ouvintes mensais só no Spotify.

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‘O progresso é um tapa na cara’

Como canta em Universo Paralelo, “o progresso é um tapa na cara”, Hungria enfrentou adversidades na infância e adolescência até alcançar o estrelato. Ele vivia em locais de difícil acesso, que alagavam após as chuvas. “Eu não tenho nenhuma foto de criança porque perdi todas nos alagamentos - e a minha mãe tem medo de chuva até hoje”, contou ele, que costumava mudar de casa com frequência.

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A mãe, Raquel da Hungria Neves, com quem o artista nutre uma relação de amor e afeto profundos, trabalhava com o que fosse necessário para alimentar a família. Ela já fora empregada doméstica e até administrou uma lojinha que, à noite, transformava-se no quarto onde dormia com os filhos.

“Nunca faltou comida em casa, mas, na verdade, faltou de a gente querer comer uma parada, e não ter aquela parada para comer”, contou Hungria.

O artista mantém forte a memória de Raquel juntando moedas, às 4h, para comprar dois pães para os filhos comerem no colégio. Ele diz que essa experiência moldou sua personalidade. “Quer saber? Isso não foi ruim não, porque aprendi muito e criou meu caráter. Hoje, vejo que o que realmente importa é a minha mãe e minha família”.

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O sucesso de Hungria se tornou uma recompensa a Raquel pelas dificuldades que ela enfrentara. “Somos carne e unha - ela dorme na minha cama até hoje. Já botou bumbum e, agora, quer fazer o nariz (risos)”, contou o músico sobre os presentes que dá à mãe depois do sucesso musical.

Hungria relembra as dificuldades que passou com a mãe até alcançar o estrelato Foto: Instagram/@hungria_oficial


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‘Dentro de mim sempre tem céu aberto’

Para os fãs que vieram do mesmo contexto social e econômico que Hungria, ele disse que quer servir de exemplo. “O que eu quero e amo muito é que a molecada olhe para mim e pense: ‘Caramba, é possível’. Eu fico muito feliz, me sinto muito grato e orgulhoso de tudo que eu vivi e estou vivendo.”

Voltando ao gancho desta matéria, a vontade de Hungria se traduziu na música Céu-Aberto. Ele e Falcão cantam sobre fé e honestidade: “Imagine a vibe e os amigos do lado/ Sempre correndo pelo certo/ Tem vezes que o dia amanhece nublado/ Mas dentro de mim sempre tem céu aberto”.

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O ex-vocalista de O Rappa, inclusive, abre o clipe da faixa com uma mensagem de incentivo e esperança. “Muitos vão te dizer que não é possível; que nesse lugar, ninguém tem vez; que sonhar é só perda de tempo. Mas, para quem tem fé, a vida nunca tem fim.”

O clipe, que conta com participação e depoimentos de Neymar e Whindersson Nunes, foi planejado por Falcão. Assista:

Gustavo da Hungria Neves, conhecido como o rapper Hungria Hip Hop, de 31 anos, foi vencedor do festival de cinema brasileiro LAMV 2022, que ocorre em Los Angeles, nos Estados Unidos, com o clipe da música Céu Aberto, parceria com Marcelo Falcão, na categoria Films USA. De origem humilde, o músico se tornou amigo do ex-vocalista de O Rappa após tocarem juntos em uma turnê que ocorreu pouco antes da pandemia.

Ali, entre as cidades do Brasil, Hungria e o cantor de Minha Alma criaram uma amizade. Visitando o camarim um do outro nos bastidores dos shows, o rapper de Brasília, no Distrito Federal, mostrou a música Céu Aberto para Falcão. “Ele se apaixonou pela faixa, entrou com os arranjos, melodias, enquanto entrei com a voz e letra”, relembrou ele em entrevista por Zoom ao Estadão.

A amizade dos dois cresceu a tal ponto que, um dia, Falcão telefonou para avisar Hungria que jantaria em sua casa. Religioso, o rapper de 31 anos aproveitou a oportunidade para fazer uma revelação. “Quando ele sentou na mesa, eu falei: ‘Ó, você está aqui dentro de casa, você é uma promessa de Deus, porque Ele me falou que sentariam pessoas que eu admiro muito nessa mesa, e você é uma delas’. Foi inacreditável, a gente cantou, a gente chorou e ficou conversando até às 6h da manhã”, contou.

O Rappa, assim como os Racionais MC’s, com quem Hungria cantou em um show do dia 6 de setembro deste ano, em São Paulo, participou de seu crescimento e história. Sempre muito presente em sua vida, a música serviu para o rapper como uma forma de escape das adversidades.

As letras de Hungria costumam tratar de temas sensíveis da própria história. Em Temporal, por exemplo, canta: “Uma aparência meio fragilizada/ Era nós de quebrada, nesses sol das seis/ E minha mãe tava desempregada/ Com a agenda lotada pra criar nós três”. Os desabafos, que funcionam como uma espécie de terapia, se traduzem em mais de três milhões de ouvintes mensais só no Spotify.


‘O progresso é um tapa na cara’

Como canta em Universo Paralelo, “o progresso é um tapa na cara”, Hungria enfrentou adversidades na infância e adolescência até alcançar o estrelato. Ele vivia em locais de difícil acesso, que alagavam após as chuvas. “Eu não tenho nenhuma foto de criança porque perdi todas nos alagamentos - e a minha mãe tem medo de chuva até hoje”, contou ele, que costumava mudar de casa com frequência.

A mãe, Raquel da Hungria Neves, com quem o artista nutre uma relação de amor e afeto profundos, trabalhava com o que fosse necessário para alimentar a família. Ela já fora empregada doméstica e até administrou uma lojinha que, à noite, transformava-se no quarto onde dormia com os filhos.

“Nunca faltou comida em casa, mas, na verdade, faltou de a gente querer comer uma parada, e não ter aquela parada para comer”, contou Hungria.

O artista mantém forte a memória de Raquel juntando moedas, às 4h, para comprar dois pães para os filhos comerem no colégio. Ele diz que essa experiência moldou sua personalidade. “Quer saber? Isso não foi ruim não, porque aprendi muito e criou meu caráter. Hoje, vejo que o que realmente importa é a minha mãe e minha família”.

O sucesso de Hungria se tornou uma recompensa a Raquel pelas dificuldades que ela enfrentara. “Somos carne e unha - ela dorme na minha cama até hoje. Já botou bumbum e, agora, quer fazer o nariz (risos)”, contou o músico sobre os presentes que dá à mãe depois do sucesso musical.

Hungria relembra as dificuldades que passou com a mãe até alcançar o estrelato Foto: Instagram/@hungria_oficial


‘Dentro de mim sempre tem céu aberto’

Para os fãs que vieram do mesmo contexto social e econômico que Hungria, ele disse que quer servir de exemplo. “O que eu quero e amo muito é que a molecada olhe para mim e pense: ‘Caramba, é possível’. Eu fico muito feliz, me sinto muito grato e orgulhoso de tudo que eu vivi e estou vivendo.”

Voltando ao gancho desta matéria, a vontade de Hungria se traduziu na música Céu-Aberto. Ele e Falcão cantam sobre fé e honestidade: “Imagine a vibe e os amigos do lado/ Sempre correndo pelo certo/ Tem vezes que o dia amanhece nublado/ Mas dentro de mim sempre tem céu aberto”.

O ex-vocalista de O Rappa, inclusive, abre o clipe da faixa com uma mensagem de incentivo e esperança. “Muitos vão te dizer que não é possível; que nesse lugar, ninguém tem vez; que sonhar é só perda de tempo. Mas, para quem tem fé, a vida nunca tem fim.”

O clipe, que conta com participação e depoimentos de Neymar e Whindersson Nunes, foi planejado por Falcão. Assista:

Gustavo da Hungria Neves, conhecido como o rapper Hungria Hip Hop, de 31 anos, foi vencedor do festival de cinema brasileiro LAMV 2022, que ocorre em Los Angeles, nos Estados Unidos, com o clipe da música Céu Aberto, parceria com Marcelo Falcão, na categoria Films USA. De origem humilde, o músico se tornou amigo do ex-vocalista de O Rappa após tocarem juntos em uma turnê que ocorreu pouco antes da pandemia.

Ali, entre as cidades do Brasil, Hungria e o cantor de Minha Alma criaram uma amizade. Visitando o camarim um do outro nos bastidores dos shows, o rapper de Brasília, no Distrito Federal, mostrou a música Céu Aberto para Falcão. “Ele se apaixonou pela faixa, entrou com os arranjos, melodias, enquanto entrei com a voz e letra”, relembrou ele em entrevista por Zoom ao Estadão.

A amizade dos dois cresceu a tal ponto que, um dia, Falcão telefonou para avisar Hungria que jantaria em sua casa. Religioso, o rapper de 31 anos aproveitou a oportunidade para fazer uma revelação. “Quando ele sentou na mesa, eu falei: ‘Ó, você está aqui dentro de casa, você é uma promessa de Deus, porque Ele me falou que sentariam pessoas que eu admiro muito nessa mesa, e você é uma delas’. Foi inacreditável, a gente cantou, a gente chorou e ficou conversando até às 6h da manhã”, contou.

O Rappa, assim como os Racionais MC’s, com quem Hungria cantou em um show do dia 6 de setembro deste ano, em São Paulo, participou de seu crescimento e história. Sempre muito presente em sua vida, a música serviu para o rapper como uma forma de escape das adversidades.

As letras de Hungria costumam tratar de temas sensíveis da própria história. Em Temporal, por exemplo, canta: “Uma aparência meio fragilizada/ Era nós de quebrada, nesses sol das seis/ E minha mãe tava desempregada/ Com a agenda lotada pra criar nós três”. Os desabafos, que funcionam como uma espécie de terapia, se traduzem em mais de três milhões de ouvintes mensais só no Spotify.


‘O progresso é um tapa na cara’

Como canta em Universo Paralelo, “o progresso é um tapa na cara”, Hungria enfrentou adversidades na infância e adolescência até alcançar o estrelato. Ele vivia em locais de difícil acesso, que alagavam após as chuvas. “Eu não tenho nenhuma foto de criança porque perdi todas nos alagamentos - e a minha mãe tem medo de chuva até hoje”, contou ele, que costumava mudar de casa com frequência.

A mãe, Raquel da Hungria Neves, com quem o artista nutre uma relação de amor e afeto profundos, trabalhava com o que fosse necessário para alimentar a família. Ela já fora empregada doméstica e até administrou uma lojinha que, à noite, transformava-se no quarto onde dormia com os filhos.

“Nunca faltou comida em casa, mas, na verdade, faltou de a gente querer comer uma parada, e não ter aquela parada para comer”, contou Hungria.

O artista mantém forte a memória de Raquel juntando moedas, às 4h, para comprar dois pães para os filhos comerem no colégio. Ele diz que essa experiência moldou sua personalidade. “Quer saber? Isso não foi ruim não, porque aprendi muito e criou meu caráter. Hoje, vejo que o que realmente importa é a minha mãe e minha família”.

O sucesso de Hungria se tornou uma recompensa a Raquel pelas dificuldades que ela enfrentara. “Somos carne e unha - ela dorme na minha cama até hoje. Já botou bumbum e, agora, quer fazer o nariz (risos)”, contou o músico sobre os presentes que dá à mãe depois do sucesso musical.

Hungria relembra as dificuldades que passou com a mãe até alcançar o estrelato Foto: Instagram/@hungria_oficial


‘Dentro de mim sempre tem céu aberto’

Para os fãs que vieram do mesmo contexto social e econômico que Hungria, ele disse que quer servir de exemplo. “O que eu quero e amo muito é que a molecada olhe para mim e pense: ‘Caramba, é possível’. Eu fico muito feliz, me sinto muito grato e orgulhoso de tudo que eu vivi e estou vivendo.”

Voltando ao gancho desta matéria, a vontade de Hungria se traduziu na música Céu-Aberto. Ele e Falcão cantam sobre fé e honestidade: “Imagine a vibe e os amigos do lado/ Sempre correndo pelo certo/ Tem vezes que o dia amanhece nublado/ Mas dentro de mim sempre tem céu aberto”.

O ex-vocalista de O Rappa, inclusive, abre o clipe da faixa com uma mensagem de incentivo e esperança. “Muitos vão te dizer que não é possível; que nesse lugar, ninguém tem vez; que sonhar é só perda de tempo. Mas, para quem tem fé, a vida nunca tem fim.”

O clipe, que conta com participação e depoimentos de Neymar e Whindersson Nunes, foi planejado por Falcão. Assista:

Gustavo da Hungria Neves, conhecido como o rapper Hungria Hip Hop, de 31 anos, foi vencedor do festival de cinema brasileiro LAMV 2022, que ocorre em Los Angeles, nos Estados Unidos, com o clipe da música Céu Aberto, parceria com Marcelo Falcão, na categoria Films USA. De origem humilde, o músico se tornou amigo do ex-vocalista de O Rappa após tocarem juntos em uma turnê que ocorreu pouco antes da pandemia.

Ali, entre as cidades do Brasil, Hungria e o cantor de Minha Alma criaram uma amizade. Visitando o camarim um do outro nos bastidores dos shows, o rapper de Brasília, no Distrito Federal, mostrou a música Céu Aberto para Falcão. “Ele se apaixonou pela faixa, entrou com os arranjos, melodias, enquanto entrei com a voz e letra”, relembrou ele em entrevista por Zoom ao Estadão.

A amizade dos dois cresceu a tal ponto que, um dia, Falcão telefonou para avisar Hungria que jantaria em sua casa. Religioso, o rapper de 31 anos aproveitou a oportunidade para fazer uma revelação. “Quando ele sentou na mesa, eu falei: ‘Ó, você está aqui dentro de casa, você é uma promessa de Deus, porque Ele me falou que sentariam pessoas que eu admiro muito nessa mesa, e você é uma delas’. Foi inacreditável, a gente cantou, a gente chorou e ficou conversando até às 6h da manhã”, contou.

O Rappa, assim como os Racionais MC’s, com quem Hungria cantou em um show do dia 6 de setembro deste ano, em São Paulo, participou de seu crescimento e história. Sempre muito presente em sua vida, a música serviu para o rapper como uma forma de escape das adversidades.

As letras de Hungria costumam tratar de temas sensíveis da própria história. Em Temporal, por exemplo, canta: “Uma aparência meio fragilizada/ Era nós de quebrada, nesses sol das seis/ E minha mãe tava desempregada/ Com a agenda lotada pra criar nós três”. Os desabafos, que funcionam como uma espécie de terapia, se traduzem em mais de três milhões de ouvintes mensais só no Spotify.


‘O progresso é um tapa na cara’

Como canta em Universo Paralelo, “o progresso é um tapa na cara”, Hungria enfrentou adversidades na infância e adolescência até alcançar o estrelato. Ele vivia em locais de difícil acesso, que alagavam após as chuvas. “Eu não tenho nenhuma foto de criança porque perdi todas nos alagamentos - e a minha mãe tem medo de chuva até hoje”, contou ele, que costumava mudar de casa com frequência.

A mãe, Raquel da Hungria Neves, com quem o artista nutre uma relação de amor e afeto profundos, trabalhava com o que fosse necessário para alimentar a família. Ela já fora empregada doméstica e até administrou uma lojinha que, à noite, transformava-se no quarto onde dormia com os filhos.

“Nunca faltou comida em casa, mas, na verdade, faltou de a gente querer comer uma parada, e não ter aquela parada para comer”, contou Hungria.

O artista mantém forte a memória de Raquel juntando moedas, às 4h, para comprar dois pães para os filhos comerem no colégio. Ele diz que essa experiência moldou sua personalidade. “Quer saber? Isso não foi ruim não, porque aprendi muito e criou meu caráter. Hoje, vejo que o que realmente importa é a minha mãe e minha família”.

O sucesso de Hungria se tornou uma recompensa a Raquel pelas dificuldades que ela enfrentara. “Somos carne e unha - ela dorme na minha cama até hoje. Já botou bumbum e, agora, quer fazer o nariz (risos)”, contou o músico sobre os presentes que dá à mãe depois do sucesso musical.

Hungria relembra as dificuldades que passou com a mãe até alcançar o estrelato Foto: Instagram/@hungria_oficial


‘Dentro de mim sempre tem céu aberto’

Para os fãs que vieram do mesmo contexto social e econômico que Hungria, ele disse que quer servir de exemplo. “O que eu quero e amo muito é que a molecada olhe para mim e pense: ‘Caramba, é possível’. Eu fico muito feliz, me sinto muito grato e orgulhoso de tudo que eu vivi e estou vivendo.”

Voltando ao gancho desta matéria, a vontade de Hungria se traduziu na música Céu-Aberto. Ele e Falcão cantam sobre fé e honestidade: “Imagine a vibe e os amigos do lado/ Sempre correndo pelo certo/ Tem vezes que o dia amanhece nublado/ Mas dentro de mim sempre tem céu aberto”.

O ex-vocalista de O Rappa, inclusive, abre o clipe da faixa com uma mensagem de incentivo e esperança. “Muitos vão te dizer que não é possível; que nesse lugar, ninguém tem vez; que sonhar é só perda de tempo. Mas, para quem tem fé, a vida nunca tem fim.”

O clipe, que conta com participação e depoimentos de Neymar e Whindersson Nunes, foi planejado por Falcão. Assista:

Gustavo da Hungria Neves, conhecido como o rapper Hungria Hip Hop, de 31 anos, foi vencedor do festival de cinema brasileiro LAMV 2022, que ocorre em Los Angeles, nos Estados Unidos, com o clipe da música Céu Aberto, parceria com Marcelo Falcão, na categoria Films USA. De origem humilde, o músico se tornou amigo do ex-vocalista de O Rappa após tocarem juntos em uma turnê que ocorreu pouco antes da pandemia.

Ali, entre as cidades do Brasil, Hungria e o cantor de Minha Alma criaram uma amizade. Visitando o camarim um do outro nos bastidores dos shows, o rapper de Brasília, no Distrito Federal, mostrou a música Céu Aberto para Falcão. “Ele se apaixonou pela faixa, entrou com os arranjos, melodias, enquanto entrei com a voz e letra”, relembrou ele em entrevista por Zoom ao Estadão.

A amizade dos dois cresceu a tal ponto que, um dia, Falcão telefonou para avisar Hungria que jantaria em sua casa. Religioso, o rapper de 31 anos aproveitou a oportunidade para fazer uma revelação. “Quando ele sentou na mesa, eu falei: ‘Ó, você está aqui dentro de casa, você é uma promessa de Deus, porque Ele me falou que sentariam pessoas que eu admiro muito nessa mesa, e você é uma delas’. Foi inacreditável, a gente cantou, a gente chorou e ficou conversando até às 6h da manhã”, contou.

O Rappa, assim como os Racionais MC’s, com quem Hungria cantou em um show do dia 6 de setembro deste ano, em São Paulo, participou de seu crescimento e história. Sempre muito presente em sua vida, a música serviu para o rapper como uma forma de escape das adversidades.

As letras de Hungria costumam tratar de temas sensíveis da própria história. Em Temporal, por exemplo, canta: “Uma aparência meio fragilizada/ Era nós de quebrada, nesses sol das seis/ E minha mãe tava desempregada/ Com a agenda lotada pra criar nós três”. Os desabafos, que funcionam como uma espécie de terapia, se traduzem em mais de três milhões de ouvintes mensais só no Spotify.


‘O progresso é um tapa na cara’

Como canta em Universo Paralelo, “o progresso é um tapa na cara”, Hungria enfrentou adversidades na infância e adolescência até alcançar o estrelato. Ele vivia em locais de difícil acesso, que alagavam após as chuvas. “Eu não tenho nenhuma foto de criança porque perdi todas nos alagamentos - e a minha mãe tem medo de chuva até hoje”, contou ele, que costumava mudar de casa com frequência.

A mãe, Raquel da Hungria Neves, com quem o artista nutre uma relação de amor e afeto profundos, trabalhava com o que fosse necessário para alimentar a família. Ela já fora empregada doméstica e até administrou uma lojinha que, à noite, transformava-se no quarto onde dormia com os filhos.

“Nunca faltou comida em casa, mas, na verdade, faltou de a gente querer comer uma parada, e não ter aquela parada para comer”, contou Hungria.

O artista mantém forte a memória de Raquel juntando moedas, às 4h, para comprar dois pães para os filhos comerem no colégio. Ele diz que essa experiência moldou sua personalidade. “Quer saber? Isso não foi ruim não, porque aprendi muito e criou meu caráter. Hoje, vejo que o que realmente importa é a minha mãe e minha família”.

O sucesso de Hungria se tornou uma recompensa a Raquel pelas dificuldades que ela enfrentara. “Somos carne e unha - ela dorme na minha cama até hoje. Já botou bumbum e, agora, quer fazer o nariz (risos)”, contou o músico sobre os presentes que dá à mãe depois do sucesso musical.

Hungria relembra as dificuldades que passou com a mãe até alcançar o estrelato Foto: Instagram/@hungria_oficial


‘Dentro de mim sempre tem céu aberto’

Para os fãs que vieram do mesmo contexto social e econômico que Hungria, ele disse que quer servir de exemplo. “O que eu quero e amo muito é que a molecada olhe para mim e pense: ‘Caramba, é possível’. Eu fico muito feliz, me sinto muito grato e orgulhoso de tudo que eu vivi e estou vivendo.”

Voltando ao gancho desta matéria, a vontade de Hungria se traduziu na música Céu-Aberto. Ele e Falcão cantam sobre fé e honestidade: “Imagine a vibe e os amigos do lado/ Sempre correndo pelo certo/ Tem vezes que o dia amanhece nublado/ Mas dentro de mim sempre tem céu aberto”.

O ex-vocalista de O Rappa, inclusive, abre o clipe da faixa com uma mensagem de incentivo e esperança. “Muitos vão te dizer que não é possível; que nesse lugar, ninguém tem vez; que sonhar é só perda de tempo. Mas, para quem tem fé, a vida nunca tem fim.”

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