Klara Castanho, 22 anos, se emocionou ao falar sobre o caso de estupro que sofreu no ano passado. A atriz foi uma das convidadas do programa Altas Horas, apresentado por Serginho Groisman, neste sábado, 4, que teve a temática do Dia Internacional da Mulher.
“Meu coração está muito acelerado. É muito provável que em algum momento eu vá chorar”, diz a atriz. “Foi um período de recolhimento voluntário. Depois de tudo o que aconteceu no ano passado, eu cheguei no meu limite do que eu poderia, deveria e consigo falar.”
No depoimento feito no programa da rede Globo, a atriz agradeceu pelo suporte e o acolhimento das pessoas que respeitaram sua decisão, e ressaltou a sua confiança na Justiça.
“Tenho muita sorte de ter recebido muito acolhimento. As pessoas foram muito gentis comigo. Tenho uma rede de apoio maravilhosa, uma equipe que me acolheu, me defendeu e me defende. Recebo mensagens de muito carinho. Por mais que as pessoas não entendam, elas escolheram respeitar a minha decisão”, disse a atriz.
“Tem uma coisa que eu quero deixar registrado, já que é a única coisa que ainda tentam usar contra mim. Eu denunciei todos os crimes aos quais eu fui submetida. Todos, sem nenhuma exceção. E o que me resta nesse momento, e ainda bem, é confiar na Justiça. E eu confio muito. Não só na Justiça daqui, mas em uma justiça muito maior. Eu fiz o que eu podia, como eu podia, o que o meu psicológico podia aguentar e pode”, acrescentou.
Após encerrar sua fala, emocionada, a atriz foi aplaudida e recebeu um abraço da jornalista Sandra Annenberg.
Em junho do ano passado, Klara Castanho publicou uma carta aberta após informações sobre estupro e doação de bebê terem sido expostas na internet por Antonia Fontenelle e o colunista Leo Dias.
“Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada”, disse a atriz na carta, publicada à época em seu Instagram.
No último dia 15 de fevereiro, Klara Castanho já havia falado sobre como conseguiu lidar com o caso, em entrevista ao programa TV Fama, da Rede TV!. Ela destacou a importância da rede de apoio e disse que teve ajuda profissional.
“Eu não posso reclamar, eu tenho uma rede de apoio muito maravilhosa, pessoas muito maravilhosas ao meu redor. As pessoas que estão comigo são as que me receberam e me acolheram muito”, diz Castanho. “Eu sempre tive ajuda profissional. Então, foi só agregar ao que estava acontecendo.”
Veja a íntegra do relato pessoal de Klara Castanho no programa ‘Altas Horas’, da TV Globo:
“É minha primeira vez, minha primeira aparição pública. Antes de mais nada eu quero muito agradecer a todos vocês. Eu escolhi vir aqui porque principalmente você, Serginho, é muito cuidadoso, sempre me recebeu muito bem, é uma plateia sempre muito cuidadosa, muito amistosa, muito respeitosa. E, meu coração tá muito acelerado. É, muito provável que em algum momento eu vá chorar... É, eu quero te agradecer, de verdade, por esse espaço. Foi um período de recolhimento voluntário. Depois de tudo o que aconteceu no ano passado, eu cheguei no meu limite do que eu poderia, deveria e consigo falar.
Eu quero antes de mais nada abrir o programa falando sobre isso, que é um assunto latente, eu sei que por ser a minha primeira vez publicamente é o que as pessoas querem saber, é o que as pessoas estão em busca. Eu fui forçada a trazer a público a coisa mais difícil da minha vida. Eu nunca imaginei que eu teria que falar e lidar com isso além das pessoas que involuntariamente foram incluídas na história, que são a minha família. Eu tenho muita sorte de ter recebido muito acolhimento, as pessoas foram muito gentis comigo. Eu tenho uma rede de apoio maravilhosa. Uma equipe que me acolheu, me defendeu e me defende. Eu recebo mensagens de muito carinho, por mais que as pessoas não entendam, as pessoas escolheram respeitar a minha decisão.
E tem uma coisa que quero deixar aqui registrado, já que é a única coisa que tentam usar contra mim de alguma forma. Depois que eu vim a público, de novo, de forma forçada, eu denunciei todos os crimes aos quais eu fui submetida. Todos. Sem nenhuma exceção. E o que me resta nesse momento, e ainda bem, é confiar na Justiça. E eu confio muito. Não só na justiça daqui, mas numa justiça muito maior. Eu fiz o que eu podia, como podia, o que meu psicológico podia aguentar, e pode.
E que bom que eu estou aqui, que bom que é com você, que bom que é com mulheres tão fortes, mulheres tão potentes. E finalmente eu consigo chorar, finalmente eu consigo colocar para fora. Mais uma vez eu quero muito agradecer o acolhimento de cada um, cada olhar de carinho, cada olhar de amor, cada carinho que eu recebi e recebo todos os dias. Desculpa tomar tanto tempo, mas que bom que foi agora e que bom que foi dessa forma, obrigada.”