Susan Sarandon não está entre as mulheres que relataram abusos sexuais, mas não por isso está fora da discussão sobre as mudanças propostas para Hollywood nesta "era pós-Weistein", como a própria Susan define. Em uma longa entrevista ao jornal britânico The Guardian, a atriz falou sobre assédio, feminismo e política.
Na opinião de Susan, a solução para acabar com os abusos em Hollywood passa por dar mais poderes às mulheres, o que já estaria acontecendo. "Cada vez mais mulheres estão concretizando seus próprios projetos". A atriz citou a colega Reese Witherspoon, que está liderando projetos, lançando livros e relatando histórias sobre mulheres, como a série Big Little Lies.
O problema de ter todo o poder na mão dos homens, opina Susan, é que eles acreditam que conseguir sexo faz parte dos privilégios de quem tem o poder.
Diante dos relatos de abuso que vieram (ainda mais) à tona com as denúncias contra Harvey Weinstein, Susan acredita que tal comportamento foi naturalizado nos anos 1970, "quando era a cultura [vigente]". Para a atriz, o problema das situações envolvendo Weinstein foi, sobretudo, a quantidade de pessoas que ouviram os relatos das vítimas e nada fizeram.
Embora defensora do feminismo, "que de repente foi aceito pela sociedade", Susan não apoiou a candidatura de Hillary Clinton à presidência. "Se tivesse sido eleita, estaríamos em guerra. Veja o que aconteceu sob a gestão Obama, e nem ficamos sabendo" - disse fazendo referência às várias deportações feitas, "muito mais do que têm sido feitas sob comando de Trump".