O influenciador Júlio Cocielo será julgado por racismo após uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal. A Justiça Federal acatou o pedido e deve analisar publicações feitas no X, antigo Twitter, em que ele possui 7,9 milhões de seguidores, feitas ao longo de sete anos. Em nota, a defesa alegou que o conteúdo era humorístico e fazia “críticas sociais”. Leia mais abaixo.
Cocielo é uma figura conhecida há tempos na internet e foi uma das pessoas a popularizar a profissão de “youtuber” na época da popularização do YouTube. Natural de Osasco, ele começou a carreira publicando vlogs – vídeos em que fazia piadas e mostrava o seu dia a dia.
Atualmente, ele comanda dois canais na plataforma de vídeos: um que leva o seu nome, Julio Cocielo, e faz publicações sobre jogos, e outro, Canal Canalha, em que fala sobre a sua vida e publica conteúdos humorísticos. Juntos, os canais possuem mais de 28 milhões de inscritos. Segundo a empresa responsável pela carreira do youtuber, seus vídeos somam mais de 1 bilhão de visualizações.
Em 2017, ele começou a namorar a também influenciadora Tata Estaniecki. Os dois oficializaram a união um ano depois com duas cerimônias: uma em Punta Cana, na República Dominicana, e outra em São Paulo.
O casal ainda criou um canal no YouTube, Tacielo, com mais de 3 milhões de inscritos, em que mostram a rotina com os filhos. Eles são pais de Beatriz, de 3 anos, e de Caio, de cinco meses.
Julgamento por racismo
Júlio Cocielo foi denunciado por postagens feitas entre 2011 e 2018 no X. O procurador da República João Paulo Lordelo, que assina a denúncia, alegou que ele teve a “intenção deliberada” de fazer publicações racistas. Leia mais sobre o processo aqui.
Em uma das publicações, o influenciador afirmou que “o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas, já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”. Em outra, escreveu: “Nada contra os negros, tirando a melanina”.
Após a repercussão, Cocielo apagou mais de 50 mil publicações, segundo o Ministério Público, e publicou um pedido de desculpas. Em nota, a defesa do youtuber negou que ele tenha praticado “qualquer ato discriminatório”, dizendo que o influenciador publicou “piadas e críticas sociais”. Leia abaixo:
“Durante a instrução a acusação não produziu nenhuma prova do que alegou, inclusive não arrolou nenhuma testemunha. Ao contrário, a defesa demonstrou cabalmente que o seu cliente, cuja profissão é humorista, em momento algum praticou qualquer ato discriminatório, pois publicou, em sua plataforma de trabalho, piadas e críticas sociais.”