O humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, foi preso pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em Santa Catarina neste domingo, 14, por suspeita de estelionato em vendas de produtos por meio de uma loja virtual. Na última sexta-feira, 12, ele também havia sido alvo de uma outra operação por suspeita de rifas ilegais.
A defesa do artista afirma que a inocência de Nego Di será provada e pediu cautela com julgamentos precipitados, sob risco de atrapalhar a carreira do cliente.
Já sobre a operação por suspeita de rifas ilegais, a defesa diz que não teve acesso aos autos, mas também afirmou que “a inocência dos investigados será provada”.
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Conhecido pela sua participação no Big Brother Brasil 21, o humorista deixou o programa com o maior índice de rejeição da história, 98,76% dos votos. A porcentagem, porém, foi superada por uma de suas colegas de jogo, a cantora Karol Conká, eliminada com 99,17% dos votos.
Nego Di começou a ficar conhecido em Porto Alegre em 2016 com a divulgação de áudios de humor divulgados pelo WhatsApp e assumiu o bordão “é us guri”, gíria comum em Porto Alegre.
O sucesso nas redes o levou para o elenco fixo do programa Pretinho Básico, programa de humor similar ao Pânico, da Jovem Pan, transmitido pela Rádio Atlântida, do grupo RBS, afiliada da TV Globo. A atração é a mais popular no segmento jovem do Estado.
Polêmicas
Após deixar o BBB 21, o humorista se envolveu em polêmicas com nomes famosos e acusações de homofobia e transfobia. Em 2022, Nego Di lançou o stand-up 98% – O Show com comentários transfóbicos sobre a cantora Linn da Quebrada, participante do BBB 22.
Em um dos trechos do show, ele se referiu a Linn como “traveco”, forma pejorativa pela qual não se deve tratar travestis e mulheres trans, fez comentários sobre os órgãos genitais da cantora e o fato de ela ter “ficado” com a participante Maria durante uma das festas.
À época, a equipe do ex-BBB não respondeu ao pedido do Estadão por um pronunciamento. A cantora, porém, chegou a abordar o assunto nas redes sociais.
Linn afirmou que a conduta do humorista era uma “atitude desesperada de tentar coagir manifestações potencialmente perigosas ao grupo que ele pertence”. “Um riso que persegue, que tenta corrigir, que quer diminuir para criar a ilusão de que eles são maiores e mais fortes”, escreveu.
No ano passado, Nego Di publicou um vídeo em que zombava da roupa escolhida pelo ator João Guilherme durante a Semana de Moda em Paris. No vídeo em questão, o humorista supôs que o artista seria homossexual por escolher usar um cropped.
“Que pouca vergonha”, iniciou no vídeo. “Não vou aceitar. [...] Ele se veste igual uma c****** e vira o terror dos homens de masculinidade frágil”, disse.
João Guilherme se pronunciou sobre o assunto nas redes sociais, publicando uma sequência de capturas de tela de notícias sobre pessoas mortas por homofobia. O ator disse que havia “pensado muito” antes de falar sobre o tema, mas resolveu fazer a postagem para “usar esse espaço para abrir conversas importantes, principalmente por estarmos no mês do orgulho LGBTQIAPN+”.
Após a repercussão, Nego Di publicou um “pronunciamento oficial” em que reforçava o conteúdo do vídeo. O humorista disse que a publicação era apenas “uma piada”.
O ex-BBB afirmou que “está chato ter que ficar explicando isso para as pessoas”. “Eu quero deixar bem claro que a piada que eu fiz não tem nada a ver com a sexualidade de ninguém, mas, na minha opinião, eu acho que não dá para ‘engolir goela abaixo’ (sic) que homem tem que se vestir assim e o homem que não se veste assim é porque tem masculinidade frágil”, declarou.
O comediante alegou que não é homofóbico e, ao final, mostrou que estava usando um vestido.