Após ter revelado ter sido diagnosticada com a doença de Parkinson há quatro anos, a jornalista Renata Capucci deu mais detalhes sobre o momento em que descobriu a doença e como está sendo feito o tratamento.
Em depoimento dado ao jornal O Globo, Renata disse que decidiu falar sobre o diagnóstico, pois, segundo ela, "a inércia é uma grande inimiga dessa doença, aliás, de qualquer uma".
Ela contou que os primeiros sintomas começaram leves e no início de 2018. A jornalista sentia um dos pés se contraírem e havia começado a mancar sem perceber.
Um tempo depois, enquanto participava da competição musical PopStar, na TV Globo, Renata estava em seu quarto, sozinha, quando um dos braços dela se levantou involuntariamente. "Fiquei surpresa e com medo daquilo e fui contar para o meu marido", comentou.
Em um exame clínico com uma neurologista, ela foi informada de que tinha a doença de Parkinson. Conforme o relato, Renata ficou surpresa por só ter 45 anos à época, mas os médicos explicaram que a doença não era "somente uma doença de idosos".
"Foi muito, muito pesado receber essa notícia. Chorei, gritei, me perguntava: por quê? O que aconteceria comigo? Como eu iria evoluir? O não saber, o não controlar é enlouquecedor", afirmou.
Com a notícia, a jornalista cogitou desistir de participar do PopStar, mas disse que "essa palavra não existe no dicionário" dela. "Segui em frente, cheguei à final e fiquei em quarto lugar", narrou.
Ela ainda contou sobre o momento em que falou sobre o assunto com a diretoria da Globo e pediu para deixar o jornalismo diário. "Ganhei outro 'presentão': o Fantástico", disse, e também revelou nunca ter sido considerada menos capaz por ter a doença.
Atualmente, a jornalista afirma que entende que não precisa se esconder e nem sentir culpa pelo diagnóstico. "Falei com o coração, com emoção e me senti aliviada. Uma catarse", contou.
Renata entendeu haver sintomas que começam antes, como a perda do olfato, e descobriu que a doença é "cíclica". "Um dia você acorda muito bem e no outro mal, a gente nunca sabe como vai estar no dia seguinte. Por isso é que não se compartilha tratamento", explicou.
Ela revelou que está levando o tratamento muito a sério e tem usado canabidiol, prescrito pela sua neurologista. Segundo a jornalista, o remédio a ajuda com a insônia, um dos sintomas.
Renata pediu para que a doença pare de ser chamada "mal de Parkinson" por conta da carga negativa da palavra e disse que, agora, recebe diversas mensagens de pessoas que se identificaram com os sintomas e estão buscando auxílio médico.
"Se eu quiser participar do PopStar de novo, eu posso, posso cantar, dançar, fazer exercícios físicos. Eu corro na areia da praia. Faço supermercado, reportagem em qualquer lugar, viajo, vou para a Amazônia, Florianópolis, Londres, para onde quer que seja. Nada mudou na minha vida", relatou.
Hoje, ela diz que possui a "urgência de ser feliz" e a consciência de que não pode controlar nada. "Encaro o Parkinson de frente, com resiliência e muita força", assegurou.
O sonho e a esperança da jornalista, conforme o depoimento, é permanecer com a doença sob controle e assistir à descoberta da cura. "Já fiz tantas limonadas desse limão, que, daqui a pouco, passo a fazer tortas e outras sobremesas", brincou.
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais