Parte do público brasileiro provavelmente reconhece Samantha Schmütz por conta de seus papéis no humor, como o Juninho Play, do Zorra Total, ou Jéssica, do Vai Que Cola, mas a atriz possui diversas outras facetas no mundo artístico, inclusive como cantora. O talento, segundo ela, vem de família: sua primeira apresentação de dança foi aos cinco anos de idade, seguindo os passos da mãe, que é bailarina. "Meus pais me incentivaram muito. Tive a sorte de ter nascido dentro dessa família de artistas. Meu pai, mesmo que não fosse artista profissional, o humor com certeza eu herdei dele. Já vem do meu avô, uma coisa super hereditária", acrescenta. Entre suas outras inspirações no humor, cita nomes como Jim Carrey e Jerry Lewis, além de programas como o TV Pirata.
TV. No teatro, criou o personagem que lhe renderia um convite de Maurício Sherman, então diretor do Zorra Total, para ganhar destaque na TV, o Juninho Play. Até hoje, Samantha colhe os frutos do sucesso do garotinho marrento, que ganhou até uma versão em desenho animado, com direito a dublagem de Ivete Sangalo.
Em Carcereiros, baseado em livro de Dráuzio Varella, sairá do humor pela primeira vez em sua trajetória na televisão. Na série, que já foi ao ar pela Globo Play, mas ainda deve estrear na TV aberta, ela interpreta uma mulher casada com o personagem de Othon Bastos, ator de 84 anos, que enfrenta problemas de aceitação com a família do marido.
Questionada se tem receio de o público estranhar seu trabalho fora do mundo do humor, é enfática: "Não tenho medo nenhum, porque estudei pra ser atriz. E atriz faz tudo, né? Antes de entrar pra TV, fiz muito teatro, muita peça sem ser comédia". No cinema, por sua vez, os próximos trabalhos seguem na linha do que já conhecemos, em filmes como Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral, Os Salafrários e Tô Ryca 2 - que deve ser feito em breve.
Cantora. Nos últimos anos, Samantha também tem investido na carreira musical, estrelando o Samantha Canta, no canal Bis, em que faz sua versão de sucessos de artistas como Roberto Carlos, Rita Lee, Gilberto Gil e Jimmy Cliff. "Acho que às vezes é difícil de as pessoas, de uma maneira geral, entenderem que eu posso fazer mais de uma coisa, que a gente pode ser múltiplo, sabe? Então o público estranha, mas também aceita. Aos poucos vou conseguindo mostrar às pessoas meu lado como cantora", comentou. Em 2017, Samantha se envolveu em uma discussão com Miguel Falabella no Show dos Famosos do Domingão do Faustão, quando o jurado afirmou que ela não poderia ser considerada uma cantora. Hoje, ela garante que tudo ficou para trás. "Nesse mesmo dia, comentei sobre a falta de pagamento dos servidores públicos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Bailarinos que estavam tendo que virar motoristas de Uber por causa de uma falta de salário. O cara estuda anos, e os políticos roubam os sonhos das pessoas. Fico muito triste que isso tenha sido menos comentado que a polêmica com o Miguel", ressalta, sobre o episódio.
"Tô fazendo as coisas aos poucos. Quero juntar músicas que eu gosto, acredito, fazer parcerias com pessoas que tenham a ver comigo e pretendo ir lançando faixas. Talvez um vinil com umas cinco canções", diz, planejando lançar novos trabalhos em breve. Neste ano, cantará pela primeira vez em um camarote de carnaval: "Não tem muita diferença não, só tem que, de repente, estar um pouco mais sarada, né?", brinca. Perguntada sobre o que almeja na carreira, Samantha sonha alto: "Ganhar um Grammy".
Responsabilidade como artista. Samantha costuma se posicionar sobre temas controversos em suas redes sociais, como a legalização do aborto ou as denúncias sobre o presidente Michel Temer.
"Acho que hoje em dia, o silêncio pode custar mais caro do que você perder fãs, ou perder algum patrocínio. Acho que o artista é pra isso. Eu não acredito num artista que só entretém, sem nenhuma crítica por trás. Eu não sou essa artista. Sempre tento ter uma visão crítica de alguma coisa. Acho que é pra isso que serve a arte, é pra isso que serve o humor", conta.
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