A leva final de episódios de The Crown relembra um dos maiores vexames recentes da família real inglesa: quando Príncipe Harry usou um uniforme nazista em uma festa à fantasia em 2005.
Na primeira cena, o Príncipe William (interpretado por Ed McVey) e a então namorada Kate Middleton (Meg Bellamy) vão com Harry (Luther Ford) a uma loja de fantasias. Harry experimenta a roupa com a suástica, pede uma opinião e Kate responde em tom negativo: “Não sei. Talvez cobrir a suástica?”.
O irmão minimiza o problema e diz que era apenas uma “piada”: “Vamos lá. Usar a roupa não faz dele um nazista”. Então, Harry aparece tomando vinho e fumando na festa, em imagens semelhantes às que apareceram nos tabloides em 2005. Dois convidados são vistos fotografando o príncipe escondidos. Mas ninguém o critica pela roupa.
Na vida real, não se sabe se Harry discutiu com a irmã e a cunhada a roupa, nem se ele passou a festa inteira sem ter sido criticado pela roupa. A festa aconteceu em Londres e recebeu mais de 250 convidados.
O príncipe já contou que se arrepende profundamente por esse acontecimento. O depoimento foi feito durante a série documental Harry & Meghan, de 2022, também da Netflix.
Mostrando os bastidores da vida do casal real, a série trouxe o filho da Princesa Diana, que tinha 20 anos na época, para falar sobre o episódio, no qual ele chamou de um “dos maiores erros” da sua vida e que “sentiu-se muito envergonhado depois”.
“Tudo o que eu queria fazer era consertar”, lamentou, e em sequência disse que a situação foi resolvida com muita educação e conscientização.
“Nesta família, às vezes você faz parte do problema e não da solução. Há um grande nível de viés inconsciente. Na verdade, não é culpa de ninguém. Mas uma vez que foi apontada ou identificada dentro de você, você precisa corrigi-la. É um trabalho constante em andamento para todos, inclusive para mim”. disse.
Harry contou que logo após o caso, “poderia ter simplesmente ignorado e provavelmente cometido os mesmos erros repetidamente”, no entanto, usou o episódio para “aprender com” a experiência.
“Conversei com o rabino-chefe de Londres, o que teve um impacto profundo em mim. Fui a Berlim e conversei com um sobrevivente do Holocausto”, revelou.