Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|A gratidão como um caminho para a felicidade


Pessoas intolerantes à frustração normalmente apresentam dificuldades em serem gratas

Por Luciana Kotaka
Atualização:
 Foto: Estadão

Ser feliz é um desafio que muitas pessoas enfrentam, pois acabam resumindo a felicidade a momentos em que o prazer e o controle se fazem presentes. Um estado mais racional do que espontâneo e é aí que identificamos o primeiro desafio a ser mudado.

É muito interessante, porque nascemos espontâneos, rimos gostoso, damos gargalhadas, o prazer chega do simples, tudo é alegria. Com o tempo, vamos sendo moldados pelos valores que são importantes para a sociedade e vamos perdendo contato com essas nossas partes que reagiam à alegria com qualquer estímulo. A risada que antes derretia o coração de nossos pais agora precisa ser contida, já que não podemos agir assim em várias situações. Na casa de visitas, na escola, em uma reunião de trabalho, nos tornamos reféns de um sistema de crenças que vende um pacote de como devemos ser para agradar aos outros, e não a nós mesmos.

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Quando chegamos nesse ponto já carregamos muitas dores em nossos sistemas, já fomos adestrados o suficiente para não sentirmos prazer, e o supérfluo se torna indispensável para nos sentirmos felizes. Passamos a relacionar a comida como prazer  e faz todo sentido, visto que o leite que tomamos logo ao nascer chega na temperatura certa, morninha e relaxamos. O prazer é imediato, então quando insatisfeitos acabamos buscando na comida esse prazer que lá no início nos trouxe o sentimento de felicidade.

Mas a grande questão é que essa busca se torna viciante e a comida por si só nem sempre satisfaz  e passamos a buscar a felicidade comprando roupas, carros, colecionando coisas, focamos na estética, sempre querendo mais. Nós nos  satisfazemos somente por alguns dias, talvez alguns meses, e novamente a angústia se instala, a insatisfação nos tira a presença e o círculo vicioso recomeça.

Não toleramos a frustração, não queremos entrar em contato com o que nos causa angústia, fugimos do que sentimos e do que o nosso corpo insiste em mostrar. Nesse momento a busca pela felicidade no externo ganha mais força, é sempre mais fácil comer, comprar, fumar, transar, do que realmente se confrontar com o que nos traz desconforto.

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Entramos nesse círculo vicioso e paramos de olhar para como a nossa vida é abundante, como temos muitas coisas que nos trazem conforto, bem-estar e, principalmente, felicidade. Não sentimos gratidão pelos nossos desafios, nossos familiares, nossa história, principalmente quando deixamos a lente de aumento direcionada para a dor. Não tem como sentirmos gratidão de forma genuína quando o foco está no negativo, quando ficamos remoendo mágoas, lembrando com pesar do que perdemos, com raiva das injustiças que sofremos, pois nada disso leva à construção de um bem-estar interno.

E é nesse momento que entra o controle, pois para não sofrermos passamos a querer controlar todo o externo, como não conseguimos, ficamos ansiosos, angustiados e o consumismo aparece. E, na verdade, o caminho deveria ser o inverso, voltarmos a viver com espontaneidade, usar o chinelo de dedo para ir ao mercado, rir quando temos vontade, assumir quem somos e do que gostamos sem medo do julgamento do outro. Ser feliz requer reconquistar o que há muito tempo foi perdido, um estado de paz interna por sermos livres para sermos o que quisermos. Passamos a maior parte da vida sendo o que não somos na essência, e agora é preciso reconquistar o que há muito tempo foi perdido, a liberdade de ser o que somos.

 

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 Foto: Estadão

Ser feliz é um desafio que muitas pessoas enfrentam, pois acabam resumindo a felicidade a momentos em que o prazer e o controle se fazem presentes. Um estado mais racional do que espontâneo e é aí que identificamos o primeiro desafio a ser mudado.

É muito interessante, porque nascemos espontâneos, rimos gostoso, damos gargalhadas, o prazer chega do simples, tudo é alegria. Com o tempo, vamos sendo moldados pelos valores que são importantes para a sociedade e vamos perdendo contato com essas nossas partes que reagiam à alegria com qualquer estímulo. A risada que antes derretia o coração de nossos pais agora precisa ser contida, já que não podemos agir assim em várias situações. Na casa de visitas, na escola, em uma reunião de trabalho, nos tornamos reféns de um sistema de crenças que vende um pacote de como devemos ser para agradar aos outros, e não a nós mesmos.

Quando chegamos nesse ponto já carregamos muitas dores em nossos sistemas, já fomos adestrados o suficiente para não sentirmos prazer, e o supérfluo se torna indispensável para nos sentirmos felizes. Passamos a relacionar a comida como prazer  e faz todo sentido, visto que o leite que tomamos logo ao nascer chega na temperatura certa, morninha e relaxamos. O prazer é imediato, então quando insatisfeitos acabamos buscando na comida esse prazer que lá no início nos trouxe o sentimento de felicidade.

Mas a grande questão é que essa busca se torna viciante e a comida por si só nem sempre satisfaz  e passamos a buscar a felicidade comprando roupas, carros, colecionando coisas, focamos na estética, sempre querendo mais. Nós nos  satisfazemos somente por alguns dias, talvez alguns meses, e novamente a angústia se instala, a insatisfação nos tira a presença e o círculo vicioso recomeça.

Não toleramos a frustração, não queremos entrar em contato com o que nos causa angústia, fugimos do que sentimos e do que o nosso corpo insiste em mostrar. Nesse momento a busca pela felicidade no externo ganha mais força, é sempre mais fácil comer, comprar, fumar, transar, do que realmente se confrontar com o que nos traz desconforto.

Entramos nesse círculo vicioso e paramos de olhar para como a nossa vida é abundante, como temos muitas coisas que nos trazem conforto, bem-estar e, principalmente, felicidade. Não sentimos gratidão pelos nossos desafios, nossos familiares, nossa história, principalmente quando deixamos a lente de aumento direcionada para a dor. Não tem como sentirmos gratidão de forma genuína quando o foco está no negativo, quando ficamos remoendo mágoas, lembrando com pesar do que perdemos, com raiva das injustiças que sofremos, pois nada disso leva à construção de um bem-estar interno.

E é nesse momento que entra o controle, pois para não sofrermos passamos a querer controlar todo o externo, como não conseguimos, ficamos ansiosos, angustiados e o consumismo aparece. E, na verdade, o caminho deveria ser o inverso, voltarmos a viver com espontaneidade, usar o chinelo de dedo para ir ao mercado, rir quando temos vontade, assumir quem somos e do que gostamos sem medo do julgamento do outro. Ser feliz requer reconquistar o que há muito tempo foi perdido, um estado de paz interna por sermos livres para sermos o que quisermos. Passamos a maior parte da vida sendo o que não somos na essência, e agora é preciso reconquistar o que há muito tempo foi perdido, a liberdade de ser o que somos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ser feliz é um desafio que muitas pessoas enfrentam, pois acabam resumindo a felicidade a momentos em que o prazer e o controle se fazem presentes. Um estado mais racional do que espontâneo e é aí que identificamos o primeiro desafio a ser mudado.

É muito interessante, porque nascemos espontâneos, rimos gostoso, damos gargalhadas, o prazer chega do simples, tudo é alegria. Com o tempo, vamos sendo moldados pelos valores que são importantes para a sociedade e vamos perdendo contato com essas nossas partes que reagiam à alegria com qualquer estímulo. A risada que antes derretia o coração de nossos pais agora precisa ser contida, já que não podemos agir assim em várias situações. Na casa de visitas, na escola, em uma reunião de trabalho, nos tornamos reféns de um sistema de crenças que vende um pacote de como devemos ser para agradar aos outros, e não a nós mesmos.

Quando chegamos nesse ponto já carregamos muitas dores em nossos sistemas, já fomos adestrados o suficiente para não sentirmos prazer, e o supérfluo se torna indispensável para nos sentirmos felizes. Passamos a relacionar a comida como prazer  e faz todo sentido, visto que o leite que tomamos logo ao nascer chega na temperatura certa, morninha e relaxamos. O prazer é imediato, então quando insatisfeitos acabamos buscando na comida esse prazer que lá no início nos trouxe o sentimento de felicidade.

Mas a grande questão é que essa busca se torna viciante e a comida por si só nem sempre satisfaz  e passamos a buscar a felicidade comprando roupas, carros, colecionando coisas, focamos na estética, sempre querendo mais. Nós nos  satisfazemos somente por alguns dias, talvez alguns meses, e novamente a angústia se instala, a insatisfação nos tira a presença e o círculo vicioso recomeça.

Não toleramos a frustração, não queremos entrar em contato com o que nos causa angústia, fugimos do que sentimos e do que o nosso corpo insiste em mostrar. Nesse momento a busca pela felicidade no externo ganha mais força, é sempre mais fácil comer, comprar, fumar, transar, do que realmente se confrontar com o que nos traz desconforto.

Entramos nesse círculo vicioso e paramos de olhar para como a nossa vida é abundante, como temos muitas coisas que nos trazem conforto, bem-estar e, principalmente, felicidade. Não sentimos gratidão pelos nossos desafios, nossos familiares, nossa história, principalmente quando deixamos a lente de aumento direcionada para a dor. Não tem como sentirmos gratidão de forma genuína quando o foco está no negativo, quando ficamos remoendo mágoas, lembrando com pesar do que perdemos, com raiva das injustiças que sofremos, pois nada disso leva à construção de um bem-estar interno.

E é nesse momento que entra o controle, pois para não sofrermos passamos a querer controlar todo o externo, como não conseguimos, ficamos ansiosos, angustiados e o consumismo aparece. E, na verdade, o caminho deveria ser o inverso, voltarmos a viver com espontaneidade, usar o chinelo de dedo para ir ao mercado, rir quando temos vontade, assumir quem somos e do que gostamos sem medo do julgamento do outro. Ser feliz requer reconquistar o que há muito tempo foi perdido, um estado de paz interna por sermos livres para sermos o que quisermos. Passamos a maior parte da vida sendo o que não somos na essência, e agora é preciso reconquistar o que há muito tempo foi perdido, a liberdade de ser o que somos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Opinião por Luciana Kotaka

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