Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Ser autossuficiente nem sempre é saudável


Ao aceitar que o outro te ajude você abre portas para uma vida mais satisfatória e feliz

Por Luciana Kotaka
 Foto: Estadão

Nada como entrar em um assunto tão desafiador para nos causar certo desconforto, afinal tudo o que buscamos é estar em paz para encontrarmos um ponto de equilíbrio e ali permanecer.

Há pouco mais de um ano após as festas da virada estávamos cheios de energia e com muitos planos, mas para a nossa surpresa na sequência nos deparamos com um vírus desconhecido e perigoso. Após o susto inicial cada um foi se acomodando dentro de sua realidade, se recolhendo, e assim fomos aprendendo a lidar com a nova realidade.

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Para muitas pessoas a rotina permaneceu igual ou com poucas alterações, outras que estavam acostumadas a serem cuidadas logo relaxaram e receberam de bom grado estarem mais próximas da família, mas para muitos a sensação é que estavam no olho do furacão. Não podemos esquecer que para os que passaram a viver no isolamento e não estavam acostumados a delegarem a outros suas responsabilidade acabaram encontrando muitas dificuldades, pois para muitos depender de outras pessoas para resolverem a nossa vida é um tanto desafiador.

Essa é uma questão bem delicada e, portanto, gostaria de saber como é para você depender de alguém. Esse assunto abre diversas vertentes importantes, pois o falso controle nos dá a sensação de que tudo podemos, afinal acordamos e realizamos diversas tarefas que foram programadas, vamos dando conta de nossa vida independente do outro e esse é um aspecto que nos faz sentir autossuficientes. Mas aí a vida chega com uma novidade e nos dá uma rasteira, eu falei da pandemia somente para ilustrar, pois todos nós passamos por desafios que nos força a parar com tudo virando a nossa rotina do avesso, e nessa ficamos à mercê da boa vontade do outro.

Quando eu caí e quebrei o pé fiquei deitada por alguns dias e minha casa tem muitas escadas, imaginem que estresse que foi para mim que sou tão ativa não poder dar conta da minha rotina, depender de outras pessoas para resolver questões importantes que eu fazia sozinha. Nada fácil, porém não tive escolha e segui solicitando e aceitando auxílio para dar consta de minhas tarefas.

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Nesse momento abrimos a nossa mochila da vida e tiramos de dentro instrumentos para nos ajudar nessa transição, pois não é fácil aceitar cuidados de outras pessoas, e são nesses desafios que a vida nos presenteia trazendo muita dor e/ou restrições, o que nos faz desenvolver recursos para prosseguir firmes e equilibrados.

Parece tranquilo para alguns de vocês, mas é sofrido demais para quem aprendeu a fazer tudo sozinho, para aqueles que não conseguem confiar em delegar ou mesmo em compartilhar intimidades. Os motivos são vários e não vou me aprofundar nesse quesito, mas penso que essas vivências nos fazem sair do pedestal que nos colocamos, como se fôssemos inatingíveis e autossuficientes quando na verdade não somos.

Quando isolados pela dor seguimos a jornada sem criar vínculos mais profundos vamos morrendo aos poucos por dentro, não conseguimos fazer trocas, não damos e nem conseguimos receber afeto, carinho e cuidados que nutrem a nossa alma. Geramos um ciclo de escassez interminável, e a vida vai perdendo aos poucos o sentido.

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Desta forma quero te levar a olhar para esse movimento que a pandemia nos trouxe e até mesmo para outras possíveis experiências que marcaram a sua vida, que talvez seja necessário visitar esse aspecto que te faz ficar trancado a sete chaves dentro de uma bolha para não sofrer e que você acredita que te protege, mas que na verdade te bloqueia criando uma armadura na sua vida.

Antes de finalizar, é claro que não é gostoso esse processo e é muito bom termos a liberdade de tomar decisões e agir como e quando queremos, mas talvez uma das grandes lições que os momentos de dor nos traz é a humildade em reconhecer que somos todos um, que unidos sim crescemos e é preciso ter muita coragem para reconhecermos que o outro sim deve ser valorizado em nossa vida.

 

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 Foto: Estadão

Nada como entrar em um assunto tão desafiador para nos causar certo desconforto, afinal tudo o que buscamos é estar em paz para encontrarmos um ponto de equilíbrio e ali permanecer.

Há pouco mais de um ano após as festas da virada estávamos cheios de energia e com muitos planos, mas para a nossa surpresa na sequência nos deparamos com um vírus desconhecido e perigoso. Após o susto inicial cada um foi se acomodando dentro de sua realidade, se recolhendo, e assim fomos aprendendo a lidar com a nova realidade.

Para muitas pessoas a rotina permaneceu igual ou com poucas alterações, outras que estavam acostumadas a serem cuidadas logo relaxaram e receberam de bom grado estarem mais próximas da família, mas para muitos a sensação é que estavam no olho do furacão. Não podemos esquecer que para os que passaram a viver no isolamento e não estavam acostumados a delegarem a outros suas responsabilidade acabaram encontrando muitas dificuldades, pois para muitos depender de outras pessoas para resolverem a nossa vida é um tanto desafiador.

Essa é uma questão bem delicada e, portanto, gostaria de saber como é para você depender de alguém. Esse assunto abre diversas vertentes importantes, pois o falso controle nos dá a sensação de que tudo podemos, afinal acordamos e realizamos diversas tarefas que foram programadas, vamos dando conta de nossa vida independente do outro e esse é um aspecto que nos faz sentir autossuficientes. Mas aí a vida chega com uma novidade e nos dá uma rasteira, eu falei da pandemia somente para ilustrar, pois todos nós passamos por desafios que nos força a parar com tudo virando a nossa rotina do avesso, e nessa ficamos à mercê da boa vontade do outro.

Quando eu caí e quebrei o pé fiquei deitada por alguns dias e minha casa tem muitas escadas, imaginem que estresse que foi para mim que sou tão ativa não poder dar conta da minha rotina, depender de outras pessoas para resolver questões importantes que eu fazia sozinha. Nada fácil, porém não tive escolha e segui solicitando e aceitando auxílio para dar consta de minhas tarefas.

Nesse momento abrimos a nossa mochila da vida e tiramos de dentro instrumentos para nos ajudar nessa transição, pois não é fácil aceitar cuidados de outras pessoas, e são nesses desafios que a vida nos presenteia trazendo muita dor e/ou restrições, o que nos faz desenvolver recursos para prosseguir firmes e equilibrados.

Parece tranquilo para alguns de vocês, mas é sofrido demais para quem aprendeu a fazer tudo sozinho, para aqueles que não conseguem confiar em delegar ou mesmo em compartilhar intimidades. Os motivos são vários e não vou me aprofundar nesse quesito, mas penso que essas vivências nos fazem sair do pedestal que nos colocamos, como se fôssemos inatingíveis e autossuficientes quando na verdade não somos.

Quando isolados pela dor seguimos a jornada sem criar vínculos mais profundos vamos morrendo aos poucos por dentro, não conseguimos fazer trocas, não damos e nem conseguimos receber afeto, carinho e cuidados que nutrem a nossa alma. Geramos um ciclo de escassez interminável, e a vida vai perdendo aos poucos o sentido.

Desta forma quero te levar a olhar para esse movimento que a pandemia nos trouxe e até mesmo para outras possíveis experiências que marcaram a sua vida, que talvez seja necessário visitar esse aspecto que te faz ficar trancado a sete chaves dentro de uma bolha para não sofrer e que você acredita que te protege, mas que na verdade te bloqueia criando uma armadura na sua vida.

Antes de finalizar, é claro que não é gostoso esse processo e é muito bom termos a liberdade de tomar decisões e agir como e quando queremos, mas talvez uma das grandes lições que os momentos de dor nos traz é a humildade em reconhecer que somos todos um, que unidos sim crescemos e é preciso ter muita coragem para reconhecermos que o outro sim deve ser valorizado em nossa vida.

 

 

 Foto: Estadão

Nada como entrar em um assunto tão desafiador para nos causar certo desconforto, afinal tudo o que buscamos é estar em paz para encontrarmos um ponto de equilíbrio e ali permanecer.

Há pouco mais de um ano após as festas da virada estávamos cheios de energia e com muitos planos, mas para a nossa surpresa na sequência nos deparamos com um vírus desconhecido e perigoso. Após o susto inicial cada um foi se acomodando dentro de sua realidade, se recolhendo, e assim fomos aprendendo a lidar com a nova realidade.

Para muitas pessoas a rotina permaneceu igual ou com poucas alterações, outras que estavam acostumadas a serem cuidadas logo relaxaram e receberam de bom grado estarem mais próximas da família, mas para muitos a sensação é que estavam no olho do furacão. Não podemos esquecer que para os que passaram a viver no isolamento e não estavam acostumados a delegarem a outros suas responsabilidade acabaram encontrando muitas dificuldades, pois para muitos depender de outras pessoas para resolverem a nossa vida é um tanto desafiador.

Essa é uma questão bem delicada e, portanto, gostaria de saber como é para você depender de alguém. Esse assunto abre diversas vertentes importantes, pois o falso controle nos dá a sensação de que tudo podemos, afinal acordamos e realizamos diversas tarefas que foram programadas, vamos dando conta de nossa vida independente do outro e esse é um aspecto que nos faz sentir autossuficientes. Mas aí a vida chega com uma novidade e nos dá uma rasteira, eu falei da pandemia somente para ilustrar, pois todos nós passamos por desafios que nos força a parar com tudo virando a nossa rotina do avesso, e nessa ficamos à mercê da boa vontade do outro.

Quando eu caí e quebrei o pé fiquei deitada por alguns dias e minha casa tem muitas escadas, imaginem que estresse que foi para mim que sou tão ativa não poder dar conta da minha rotina, depender de outras pessoas para resolver questões importantes que eu fazia sozinha. Nada fácil, porém não tive escolha e segui solicitando e aceitando auxílio para dar consta de minhas tarefas.

Nesse momento abrimos a nossa mochila da vida e tiramos de dentro instrumentos para nos ajudar nessa transição, pois não é fácil aceitar cuidados de outras pessoas, e são nesses desafios que a vida nos presenteia trazendo muita dor e/ou restrições, o que nos faz desenvolver recursos para prosseguir firmes e equilibrados.

Parece tranquilo para alguns de vocês, mas é sofrido demais para quem aprendeu a fazer tudo sozinho, para aqueles que não conseguem confiar em delegar ou mesmo em compartilhar intimidades. Os motivos são vários e não vou me aprofundar nesse quesito, mas penso que essas vivências nos fazem sair do pedestal que nos colocamos, como se fôssemos inatingíveis e autossuficientes quando na verdade não somos.

Quando isolados pela dor seguimos a jornada sem criar vínculos mais profundos vamos morrendo aos poucos por dentro, não conseguimos fazer trocas, não damos e nem conseguimos receber afeto, carinho e cuidados que nutrem a nossa alma. Geramos um ciclo de escassez interminável, e a vida vai perdendo aos poucos o sentido.

Desta forma quero te levar a olhar para esse movimento que a pandemia nos trouxe e até mesmo para outras possíveis experiências que marcaram a sua vida, que talvez seja necessário visitar esse aspecto que te faz ficar trancado a sete chaves dentro de uma bolha para não sofrer e que você acredita que te protege, mas que na verdade te bloqueia criando uma armadura na sua vida.

Antes de finalizar, é claro que não é gostoso esse processo e é muito bom termos a liberdade de tomar decisões e agir como e quando queremos, mas talvez uma das grandes lições que os momentos de dor nos traz é a humildade em reconhecer que somos todos um, que unidos sim crescemos e é preciso ter muita coragem para reconhecermos que o outro sim deve ser valorizado em nossa vida.

 

 

Opinião por Luciana Kotaka

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