Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Transtornos alimentares


Os pais precisam estar alertas para darem suporte para seus filhos quando estes apresentam sintomas de transtornos alimentares

Por Luciana Kotaka
 Foto: Estadão

Vou abordar o tema de transtornos alimentares e vamos tentar primeiro entender o que essa palavra significa. Segundo o Aurélio, transtorno significa ato ou efeito de transtornar, contrariedade, contratempo, desarranjo, perturbação mental.

Vamos imaginar a seguinte situação:

continua após a publicidade

Sua filha de 15 anos se olha no espelho e se vê bem acima do peso real. Como ela está transtornada, ela vê uma imagem irreal de acordo com as lentes de aumento que utiliza para realizar uma autoavaliação. Essa lente de aumento que utiliza não é adequada, porém nesse momento em que se vê gorda, não consegue discernir a realidade da imagem projetada.

Ficamos assombrados com a dificuldade que o jovem tem de se enxergar claramente, pois para quem está olhando de fora é óbvio o quanto a filha está magra, e a primeira reação desesperada dos pais é tentar forçar a filha a comer, de vigiá-la incessantemente na tentativa de evitar os vômitos ou mesmo de impedi-la de esconder comidas em lugares estrategicamente escolhidos como seguros.

Os pais ficam tão "transtornados" com essa realidade em função do fato de não terem informações suficientes que não sabem o que são esses transtornos e como lidar com a situação.

continua após a publicidade

Mas também existem outras reações. Pais que por não saberem lidar com essa situação acabam desvalorizando o comportamento da filha, como se o comportamento desta não estivesse atrelado a uma patologia, resumindo o fato somente a modismo ou a falta de fome real.

Recentemente conversando com uma mãe em um local comercial, ao saber do meu trabalho, relatou que a sua filha de 14 anos estava apresentando uma distorção de imagem corporal, que se olhava no espelho e dizia estar gorda precisando perder mais peso. Durante o relato a mãe se mostrava preocupada, mas rindo como uma forma de defesa frente a uma situação que sabe ser grave, porém ficou clara a falta de recursos emocionais desta mãe o que a impede de buscar ajuda para a filha, sendo mais fácil fazer de conta que é somente um momento que irá passar.

Grande engano, pois frequentemente quando se tem uma imagem distorcida do próprio corpo, existe uma grande tendência de o quadro agravar gradativamente. Quando a perda de peso se apresenta significativa, a desnutrição e comprometimento da patologia estão em um estágio bem avançado. A negação é um recurso muito utilizado nessas situações, pois assumir que se tem um problema desta instância dentro de sua casa é de alguma forma admitir que algo muito errado acontece dentro da dinâmica da família.

continua após a publicidade

É imprescindível que se busque ajuda especializada, os transtornos alimentares são doenças sérias que afetam uma grande parcela de homens e mulheres, desde a infância até a idade adulta. Negar é fazer de conta que nada acontece, encarar ainda é o caminho mais assertivo a ser seguido.

Pode não fazer nenhum sentido para os pais, mas os filhos precisam de cuidados profissionais que ajudem a resgatar a imagem corporal, desmistificar crenças e estruturar-se emocionalmente.

 Foto: Estadão

Vou abordar o tema de transtornos alimentares e vamos tentar primeiro entender o que essa palavra significa. Segundo o Aurélio, transtorno significa ato ou efeito de transtornar, contrariedade, contratempo, desarranjo, perturbação mental.

Vamos imaginar a seguinte situação:

Sua filha de 15 anos se olha no espelho e se vê bem acima do peso real. Como ela está transtornada, ela vê uma imagem irreal de acordo com as lentes de aumento que utiliza para realizar uma autoavaliação. Essa lente de aumento que utiliza não é adequada, porém nesse momento em que se vê gorda, não consegue discernir a realidade da imagem projetada.

Ficamos assombrados com a dificuldade que o jovem tem de se enxergar claramente, pois para quem está olhando de fora é óbvio o quanto a filha está magra, e a primeira reação desesperada dos pais é tentar forçar a filha a comer, de vigiá-la incessantemente na tentativa de evitar os vômitos ou mesmo de impedi-la de esconder comidas em lugares estrategicamente escolhidos como seguros.

Os pais ficam tão "transtornados" com essa realidade em função do fato de não terem informações suficientes que não sabem o que são esses transtornos e como lidar com a situação.

Mas também existem outras reações. Pais que por não saberem lidar com essa situação acabam desvalorizando o comportamento da filha, como se o comportamento desta não estivesse atrelado a uma patologia, resumindo o fato somente a modismo ou a falta de fome real.

Recentemente conversando com uma mãe em um local comercial, ao saber do meu trabalho, relatou que a sua filha de 14 anos estava apresentando uma distorção de imagem corporal, que se olhava no espelho e dizia estar gorda precisando perder mais peso. Durante o relato a mãe se mostrava preocupada, mas rindo como uma forma de defesa frente a uma situação que sabe ser grave, porém ficou clara a falta de recursos emocionais desta mãe o que a impede de buscar ajuda para a filha, sendo mais fácil fazer de conta que é somente um momento que irá passar.

Grande engano, pois frequentemente quando se tem uma imagem distorcida do próprio corpo, existe uma grande tendência de o quadro agravar gradativamente. Quando a perda de peso se apresenta significativa, a desnutrição e comprometimento da patologia estão em um estágio bem avançado. A negação é um recurso muito utilizado nessas situações, pois assumir que se tem um problema desta instância dentro de sua casa é de alguma forma admitir que algo muito errado acontece dentro da dinâmica da família.

É imprescindível que se busque ajuda especializada, os transtornos alimentares são doenças sérias que afetam uma grande parcela de homens e mulheres, desde a infância até a idade adulta. Negar é fazer de conta que nada acontece, encarar ainda é o caminho mais assertivo a ser seguido.

Pode não fazer nenhum sentido para os pais, mas os filhos precisam de cuidados profissionais que ajudem a resgatar a imagem corporal, desmistificar crenças e estruturar-se emocionalmente.

 Foto: Estadão

Vou abordar o tema de transtornos alimentares e vamos tentar primeiro entender o que essa palavra significa. Segundo o Aurélio, transtorno significa ato ou efeito de transtornar, contrariedade, contratempo, desarranjo, perturbação mental.

Vamos imaginar a seguinte situação:

Sua filha de 15 anos se olha no espelho e se vê bem acima do peso real. Como ela está transtornada, ela vê uma imagem irreal de acordo com as lentes de aumento que utiliza para realizar uma autoavaliação. Essa lente de aumento que utiliza não é adequada, porém nesse momento em que se vê gorda, não consegue discernir a realidade da imagem projetada.

Ficamos assombrados com a dificuldade que o jovem tem de se enxergar claramente, pois para quem está olhando de fora é óbvio o quanto a filha está magra, e a primeira reação desesperada dos pais é tentar forçar a filha a comer, de vigiá-la incessantemente na tentativa de evitar os vômitos ou mesmo de impedi-la de esconder comidas em lugares estrategicamente escolhidos como seguros.

Os pais ficam tão "transtornados" com essa realidade em função do fato de não terem informações suficientes que não sabem o que são esses transtornos e como lidar com a situação.

Mas também existem outras reações. Pais que por não saberem lidar com essa situação acabam desvalorizando o comportamento da filha, como se o comportamento desta não estivesse atrelado a uma patologia, resumindo o fato somente a modismo ou a falta de fome real.

Recentemente conversando com uma mãe em um local comercial, ao saber do meu trabalho, relatou que a sua filha de 14 anos estava apresentando uma distorção de imagem corporal, que se olhava no espelho e dizia estar gorda precisando perder mais peso. Durante o relato a mãe se mostrava preocupada, mas rindo como uma forma de defesa frente a uma situação que sabe ser grave, porém ficou clara a falta de recursos emocionais desta mãe o que a impede de buscar ajuda para a filha, sendo mais fácil fazer de conta que é somente um momento que irá passar.

Grande engano, pois frequentemente quando se tem uma imagem distorcida do próprio corpo, existe uma grande tendência de o quadro agravar gradativamente. Quando a perda de peso se apresenta significativa, a desnutrição e comprometimento da patologia estão em um estágio bem avançado. A negação é um recurso muito utilizado nessas situações, pois assumir que se tem um problema desta instância dentro de sua casa é de alguma forma admitir que algo muito errado acontece dentro da dinâmica da família.

É imprescindível que se busque ajuda especializada, os transtornos alimentares são doenças sérias que afetam uma grande parcela de homens e mulheres, desde a infância até a idade adulta. Negar é fazer de conta que nada acontece, encarar ainda é o caminho mais assertivo a ser seguido.

Pode não fazer nenhum sentido para os pais, mas os filhos precisam de cuidados profissionais que ajudem a resgatar a imagem corporal, desmistificar crenças e estruturar-se emocionalmente.

Opinião por Luciana Kotaka

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.