As "nail arts" estão mais chiques e discretas


Esmaltes tecnológicos e pinturas minimalistas são tendência no mercado de beleza

Por Crystal Martin
Atualização:
A manicure Miss Pop reduz o design de unhas a elementos básicos Foto: Samantha Rapp/The New York Times

Madeline Poole, uma manicure com clientes famosas em Nova York e Los Angeles, começou pintando as unhas das amigas em casa, há cerca de cinco anos, quando o frenesi em torno das nail arts começou a aumentar. Ela havia estudado artes plásticas e decidiu entrar no mercado de beleza. “É um meio tão bobo”, diz. “Você não precisa de toda um linha conceitual para pintar uma unha”.

A própria manicure considera algumas de suas primeiras unhas artísticas esquisitas. Uma delas, batizada de Holy LA, mesclava conteúdo religioso, um logotipo dos Dodgers e um rótulo de Old English 800. As consumidoras, encorajadas por uma repentina abundância de cores e equipamentos, e instigadas por um luxo perfeitamente acessível em tempos economicamente sombrios, também aderiram ao vale tudo para suas unhas.

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O color blocking é a aposta de manicure no salão Tenoverten, em Nova York Foto: Samantha Rapp/The New York Times

Mas há alguns anos a modinha chamativa passou. “Depois de um tempo, as mulheres se deram conta de que não precisavam ousar em tudo”, afirma Karen Grant, analista da empresa de pesquisa de mercado NPD Group. Surgiu então, em meados do ano passado, uma estética simplificada. A manicure Madeline, que é também a embaixadora global de cores da marca de esmaltes Sally Hansen, deu aos seus desenhos um rumo diferente. "Agora prefiro unhas mais discretas, só com a parte inferior de outra cor ou com uma pérola ou um cristal", diz.

Um prenúncio da art nouveau do setor é a pintura do "espaço negativo", em que parte da unha não recebe esmalte. Esse novo estilo apareceu inicialmente em um padrão de formas geométricas e poucas cores. Agora, vem ainda mais contido. No desfile da grife Adam Selman, no mês passado, Madeline pintou um único ponto azul em cada uma das unhas. E repetiu o efeito na passarela de Tanya Taylor, desta vez com duas listras horizontais.

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“Também jogamos com texturas e tons”, afirma Miss Pop, artista de Nova York especialista em unhas. “Camadas transparentes sobre cores metálicas dão uma impressão de coisa antiga, como as joias da vovó”. Na Semana de Moda de Nova York, Miss Pop criou nail arts para Erin Fetherston, Rodarte e Rag & Bone. Ambas as manicures são favoráveis a reduzir um desenho aos seus elementos essenciais, como uma listra preta mínima sobre um fundo branco. 

Nos designsde Madeline Poole, uma única bolinha ou a ponta colorida dão toque às unhas naturais Foto: Samantha Rapp/The New York Times

À medida que os gostos se refinam, as marcas de esmalte mudam de foco e vão da caça às tendências ao aprimoramento da tecnologia. No mês passado, Sally Hansen lançou um aplicativo para teste pelo iOS, o ManiMatch, que utiliza a câmera do smartphone para escanear o tom da pele e sugerir nuances. O esmalte virtual flutua sobre as pontas dos dedos - uma experiência divertida e funcional.

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Os esmaltes em gel, que duram semanas, também têm se tornado bastante populares. Orly, Butter London, Deborah Lippman, Sally Hansen e OPI estão entre as marcas que oferecem variações do tipo. “As consumidoras querem experiências mais próximas à do salão e querem saber exatamente o que os produtos contêm”, acredita Suzi Weiss-Fischmann, uma das fundadoras da OPI.

A marca Little Ondine, que faz um esmalte sem odor, fácil de retirar, feito com ingredientes naturais (resinas de plantas, pigmentos minerais, e água), disponível na Europa e na China, será lançado nos Estados Unidos no final do ano. Se o interesse das companhias for um indicador preciso, deverá ser o grande sucesso da temporada. Segundo Nikolaos Antonogiannis, diretor gerente da empresa na Grã-Bretanha, a Estée Lauder contactou a companhia em 2013 pedindo suas fórmulas. Simon Yu, diretor executivo e fundador da Little Ondine, não as forneceu.

Tie-dye, padronagens píton e manicures em gel são feitas no salão Marie Nails, em Nova York Foto: Samantha Rapp/The New York Times
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“Ele viu o nosso potencial”, afirma Antonogiannis. “Os produtos naturais são o futuro, mas são difíceis de produzir. Os produtos químicos estão aí por alguma razão”. Os esmaltes da Little Ondine secam em cerca de dois minutos e são fáceis de retirar. A companhia trabalha neste momento com a artista britânica Sophy Robson em uma coleção de nuances holográficas, e testa continuamente ideias novas. “Estamos ppesquisando fórmulas com vitaminas, mas é difícil dizer se os nutrientes podem ser absorvidos pelas unhas”, completa Antonogiannis.

Quando se trata de nail art, um dos nomes mais importantes do setor é o de Lisa Logan, que trabalhou para Madonna, Katy Perry e Beyoncé. Ela é a mulher que espera ansiosamente a Tokyo Nail Expo do próximo mês, a maior de todas as exposições do mercado de produtos para unhas na capital mundial das unhas. Ela é a técnica que acabou de aperfeiçoar a unha aquário, um acrílico com pontas recheadas de líquido parecendo um globo de neve. A técnica despontou neste verão, mas já era bastante conhecida nos círculos do setor há pelo menos quatro anos.

Falando em tendências, nos desfiles de moda de primavera 2016, Miss Pop lançou a "sapatilha de balé", unha cujo formato lembra uma sapatilha de ponta, com lados afunilados e ponta quadrada. “Estamos tornando esse tipo mais usável e um pouco menos chamativo”, diz ela. Já Lisa Logan aposta num ‘revival’ do estilo usado pelas mulheres na rua nos anos 90. Ela planeja começar a trabalhar com um equipamento predileto daquela década, o aerógrafo. “ O degradé é muito popular agora, mas o feito com aerógrafo era o máximo”, lembra. “Lembra daqueles desenhos de palmeiras? Faziam a gente sorrir. É isso que unhas bem pintadas fazem: nos deixam felizes”.

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Tradução de Anna Capovilla  

A manicure Miss Pop reduz o design de unhas a elementos básicos Foto: Samantha Rapp/The New York Times

Madeline Poole, uma manicure com clientes famosas em Nova York e Los Angeles, começou pintando as unhas das amigas em casa, há cerca de cinco anos, quando o frenesi em torno das nail arts começou a aumentar. Ela havia estudado artes plásticas e decidiu entrar no mercado de beleza. “É um meio tão bobo”, diz. “Você não precisa de toda um linha conceitual para pintar uma unha”.

A própria manicure considera algumas de suas primeiras unhas artísticas esquisitas. Uma delas, batizada de Holy LA, mesclava conteúdo religioso, um logotipo dos Dodgers e um rótulo de Old English 800. As consumidoras, encorajadas por uma repentina abundância de cores e equipamentos, e instigadas por um luxo perfeitamente acessível em tempos economicamente sombrios, também aderiram ao vale tudo para suas unhas.

O color blocking é a aposta de manicure no salão Tenoverten, em Nova York Foto: Samantha Rapp/The New York Times

Mas há alguns anos a modinha chamativa passou. “Depois de um tempo, as mulheres se deram conta de que não precisavam ousar em tudo”, afirma Karen Grant, analista da empresa de pesquisa de mercado NPD Group. Surgiu então, em meados do ano passado, uma estética simplificada. A manicure Madeline, que é também a embaixadora global de cores da marca de esmaltes Sally Hansen, deu aos seus desenhos um rumo diferente. "Agora prefiro unhas mais discretas, só com a parte inferior de outra cor ou com uma pérola ou um cristal", diz.

Um prenúncio da art nouveau do setor é a pintura do "espaço negativo", em que parte da unha não recebe esmalte. Esse novo estilo apareceu inicialmente em um padrão de formas geométricas e poucas cores. Agora, vem ainda mais contido. No desfile da grife Adam Selman, no mês passado, Madeline pintou um único ponto azul em cada uma das unhas. E repetiu o efeito na passarela de Tanya Taylor, desta vez com duas listras horizontais.

“Também jogamos com texturas e tons”, afirma Miss Pop, artista de Nova York especialista em unhas. “Camadas transparentes sobre cores metálicas dão uma impressão de coisa antiga, como as joias da vovó”. Na Semana de Moda de Nova York, Miss Pop criou nail arts para Erin Fetherston, Rodarte e Rag & Bone. Ambas as manicures são favoráveis a reduzir um desenho aos seus elementos essenciais, como uma listra preta mínima sobre um fundo branco. 

Nos designsde Madeline Poole, uma única bolinha ou a ponta colorida dão toque às unhas naturais Foto: Samantha Rapp/The New York Times

À medida que os gostos se refinam, as marcas de esmalte mudam de foco e vão da caça às tendências ao aprimoramento da tecnologia. No mês passado, Sally Hansen lançou um aplicativo para teste pelo iOS, o ManiMatch, que utiliza a câmera do smartphone para escanear o tom da pele e sugerir nuances. O esmalte virtual flutua sobre as pontas dos dedos - uma experiência divertida e funcional.

Os esmaltes em gel, que duram semanas, também têm se tornado bastante populares. Orly, Butter London, Deborah Lippman, Sally Hansen e OPI estão entre as marcas que oferecem variações do tipo. “As consumidoras querem experiências mais próximas à do salão e querem saber exatamente o que os produtos contêm”, acredita Suzi Weiss-Fischmann, uma das fundadoras da OPI.

A marca Little Ondine, que faz um esmalte sem odor, fácil de retirar, feito com ingredientes naturais (resinas de plantas, pigmentos minerais, e água), disponível na Europa e na China, será lançado nos Estados Unidos no final do ano. Se o interesse das companhias for um indicador preciso, deverá ser o grande sucesso da temporada. Segundo Nikolaos Antonogiannis, diretor gerente da empresa na Grã-Bretanha, a Estée Lauder contactou a companhia em 2013 pedindo suas fórmulas. Simon Yu, diretor executivo e fundador da Little Ondine, não as forneceu.

Tie-dye, padronagens píton e manicures em gel são feitas no salão Marie Nails, em Nova York Foto: Samantha Rapp/The New York Times

“Ele viu o nosso potencial”, afirma Antonogiannis. “Os produtos naturais são o futuro, mas são difíceis de produzir. Os produtos químicos estão aí por alguma razão”. Os esmaltes da Little Ondine secam em cerca de dois minutos e são fáceis de retirar. A companhia trabalha neste momento com a artista britânica Sophy Robson em uma coleção de nuances holográficas, e testa continuamente ideias novas. “Estamos ppesquisando fórmulas com vitaminas, mas é difícil dizer se os nutrientes podem ser absorvidos pelas unhas”, completa Antonogiannis.

Quando se trata de nail art, um dos nomes mais importantes do setor é o de Lisa Logan, que trabalhou para Madonna, Katy Perry e Beyoncé. Ela é a mulher que espera ansiosamente a Tokyo Nail Expo do próximo mês, a maior de todas as exposições do mercado de produtos para unhas na capital mundial das unhas. Ela é a técnica que acabou de aperfeiçoar a unha aquário, um acrílico com pontas recheadas de líquido parecendo um globo de neve. A técnica despontou neste verão, mas já era bastante conhecida nos círculos do setor há pelo menos quatro anos.

Falando em tendências, nos desfiles de moda de primavera 2016, Miss Pop lançou a "sapatilha de balé", unha cujo formato lembra uma sapatilha de ponta, com lados afunilados e ponta quadrada. “Estamos tornando esse tipo mais usável e um pouco menos chamativo”, diz ela. Já Lisa Logan aposta num ‘revival’ do estilo usado pelas mulheres na rua nos anos 90. Ela planeja começar a trabalhar com um equipamento predileto daquela década, o aerógrafo. “ O degradé é muito popular agora, mas o feito com aerógrafo era o máximo”, lembra. “Lembra daqueles desenhos de palmeiras? Faziam a gente sorrir. É isso que unhas bem pintadas fazem: nos deixam felizes”.

Tradução de Anna Capovilla  

A manicure Miss Pop reduz o design de unhas a elementos básicos Foto: Samantha Rapp/The New York Times

Madeline Poole, uma manicure com clientes famosas em Nova York e Los Angeles, começou pintando as unhas das amigas em casa, há cerca de cinco anos, quando o frenesi em torno das nail arts começou a aumentar. Ela havia estudado artes plásticas e decidiu entrar no mercado de beleza. “É um meio tão bobo”, diz. “Você não precisa de toda um linha conceitual para pintar uma unha”.

A própria manicure considera algumas de suas primeiras unhas artísticas esquisitas. Uma delas, batizada de Holy LA, mesclava conteúdo religioso, um logotipo dos Dodgers e um rótulo de Old English 800. As consumidoras, encorajadas por uma repentina abundância de cores e equipamentos, e instigadas por um luxo perfeitamente acessível em tempos economicamente sombrios, também aderiram ao vale tudo para suas unhas.

O color blocking é a aposta de manicure no salão Tenoverten, em Nova York Foto: Samantha Rapp/The New York Times

Mas há alguns anos a modinha chamativa passou. “Depois de um tempo, as mulheres se deram conta de que não precisavam ousar em tudo”, afirma Karen Grant, analista da empresa de pesquisa de mercado NPD Group. Surgiu então, em meados do ano passado, uma estética simplificada. A manicure Madeline, que é também a embaixadora global de cores da marca de esmaltes Sally Hansen, deu aos seus desenhos um rumo diferente. "Agora prefiro unhas mais discretas, só com a parte inferior de outra cor ou com uma pérola ou um cristal", diz.

Um prenúncio da art nouveau do setor é a pintura do "espaço negativo", em que parte da unha não recebe esmalte. Esse novo estilo apareceu inicialmente em um padrão de formas geométricas e poucas cores. Agora, vem ainda mais contido. No desfile da grife Adam Selman, no mês passado, Madeline pintou um único ponto azul em cada uma das unhas. E repetiu o efeito na passarela de Tanya Taylor, desta vez com duas listras horizontais.

“Também jogamos com texturas e tons”, afirma Miss Pop, artista de Nova York especialista em unhas. “Camadas transparentes sobre cores metálicas dão uma impressão de coisa antiga, como as joias da vovó”. Na Semana de Moda de Nova York, Miss Pop criou nail arts para Erin Fetherston, Rodarte e Rag & Bone. Ambas as manicures são favoráveis a reduzir um desenho aos seus elementos essenciais, como uma listra preta mínima sobre um fundo branco. 

Nos designsde Madeline Poole, uma única bolinha ou a ponta colorida dão toque às unhas naturais Foto: Samantha Rapp/The New York Times

À medida que os gostos se refinam, as marcas de esmalte mudam de foco e vão da caça às tendências ao aprimoramento da tecnologia. No mês passado, Sally Hansen lançou um aplicativo para teste pelo iOS, o ManiMatch, que utiliza a câmera do smartphone para escanear o tom da pele e sugerir nuances. O esmalte virtual flutua sobre as pontas dos dedos - uma experiência divertida e funcional.

Os esmaltes em gel, que duram semanas, também têm se tornado bastante populares. Orly, Butter London, Deborah Lippman, Sally Hansen e OPI estão entre as marcas que oferecem variações do tipo. “As consumidoras querem experiências mais próximas à do salão e querem saber exatamente o que os produtos contêm”, acredita Suzi Weiss-Fischmann, uma das fundadoras da OPI.

A marca Little Ondine, que faz um esmalte sem odor, fácil de retirar, feito com ingredientes naturais (resinas de plantas, pigmentos minerais, e água), disponível na Europa e na China, será lançado nos Estados Unidos no final do ano. Se o interesse das companhias for um indicador preciso, deverá ser o grande sucesso da temporada. Segundo Nikolaos Antonogiannis, diretor gerente da empresa na Grã-Bretanha, a Estée Lauder contactou a companhia em 2013 pedindo suas fórmulas. Simon Yu, diretor executivo e fundador da Little Ondine, não as forneceu.

Tie-dye, padronagens píton e manicures em gel são feitas no salão Marie Nails, em Nova York Foto: Samantha Rapp/The New York Times

“Ele viu o nosso potencial”, afirma Antonogiannis. “Os produtos naturais são o futuro, mas são difíceis de produzir. Os produtos químicos estão aí por alguma razão”. Os esmaltes da Little Ondine secam em cerca de dois minutos e são fáceis de retirar. A companhia trabalha neste momento com a artista britânica Sophy Robson em uma coleção de nuances holográficas, e testa continuamente ideias novas. “Estamos ppesquisando fórmulas com vitaminas, mas é difícil dizer se os nutrientes podem ser absorvidos pelas unhas”, completa Antonogiannis.

Quando se trata de nail art, um dos nomes mais importantes do setor é o de Lisa Logan, que trabalhou para Madonna, Katy Perry e Beyoncé. Ela é a mulher que espera ansiosamente a Tokyo Nail Expo do próximo mês, a maior de todas as exposições do mercado de produtos para unhas na capital mundial das unhas. Ela é a técnica que acabou de aperfeiçoar a unha aquário, um acrílico com pontas recheadas de líquido parecendo um globo de neve. A técnica despontou neste verão, mas já era bastante conhecida nos círculos do setor há pelo menos quatro anos.

Falando em tendências, nos desfiles de moda de primavera 2016, Miss Pop lançou a "sapatilha de balé", unha cujo formato lembra uma sapatilha de ponta, com lados afunilados e ponta quadrada. “Estamos tornando esse tipo mais usável e um pouco menos chamativo”, diz ela. Já Lisa Logan aposta num ‘revival’ do estilo usado pelas mulheres na rua nos anos 90. Ela planeja começar a trabalhar com um equipamento predileto daquela década, o aerógrafo. “ O degradé é muito popular agora, mas o feito com aerógrafo era o máximo”, lembra. “Lembra daqueles desenhos de palmeiras? Faziam a gente sorrir. É isso que unhas bem pintadas fazem: nos deixam felizes”.

Tradução de Anna Capovilla  

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