Que atire a primeira balança a mulher (e o homem!) que não se incomoda com uma ou outra gordurinha localizada, aquela última superdifícil de eliminar. Para ajudar nessa missão quase impossível, um novo método não invasivo tem se popularizado nas clínicas de dermatologia e estética. Trata-se da criolipólise, que por meio de um aparelho resfria as células de gordura até que elas congelem. “O processo ocorre de maneira controlada, sem que haja dano à pele ou aos órgãos adjacentes”, afirma a médica Juliana Mendonça, de São Paulo. Depois de congelada, a molécula de gordura sofre uma alteração de estrutura e o corpo passa a não reconhecê-la mais, eliminando-a aos poucos. Para os mais ansiosos, um aviso: os resultados não aparecem imediatamente, pois a eliminação total só ocorre entre dois e três meses após o procedimento.
Uma das vantagens da criolipólise em relação aos demais tratamentos estéticos é que basta uma sessão por área – ou seja, uma na barriga, uma nos flancos e assim por diante, conforme a necessidade. Desenvolvida a partir de 1999 em Harvard, a criolipólise dispensa anestesia, repouso e analgésicos, três características da lipoaspiração. “A diferença é que na lipoaspiração as células adiposas são fisicamente removidas do corpo por meio de uma cirurgia”,explica o médico Noel Lima, integrante da American Academy of Cosmetic Surgery. Guru de celebridades como Deborah Secco e Claudia Raia, o dermatologista Jardis Volpe afirma outra vantagem da criolipólise: “Com os equipamentos mais atuais, pode-se tratar não apenas o abdômen, mas também áreas menores, a exemplo de flancos, braços e interno da coxa”.
A maior parte dos especialistas aponta o aparelho Coolsculpting como o melhor para realizar a técnica, já que não há registro de problemas relacionados ao seu uso. “É preciso cuidado com máquinas genéricas, que podem causar queimaduras”, diz a doutora Valéria Marcondes. Duvide de tratamentos muito abaixo do preço de mercado - uma sessão custa a partir de mil reais.
Apesar de ser uma técnica comprovadamente segura, algumas clínicas, como a da médica Maria Bussade, abandonaram a criolipólise por acreditar que os tratamentos feitos por ultrassom são mais eficazes. “As tecnologias vão se aprimorando e uma nova máquina de ultrassom focado em gordura localizada não possui o vácuo do coolsculpting e, portanto, não tem risco de aumentar a flacidez da pele”, afirma ela, que prefere usar o Liposonix e o iLipo. “Existem trabalhos mostrando que a criolipólise até melhorou a textura da pele, além da gordura localizada”, contrapõe a Dra. Valéria Marcondes, defensora da técnica. Apesar das divergências de opinião, todos os especialistas alertam que é preciso evitar ao máximo o ganho significativo de peso após o tratamento para que as células não fiquem deformadas. Para quem tem um quadro de obesidade, a criolipólise não é a melhor indicação, já que trata apenas a gordura superficial.
EU TESTEI
Em nome do jornalismo e, por que não?, da boa forma, testei o método na clínica paulistanaJuliana Mendonça. Apesar da criolipólise não ser invasiva, senti um pouco de dor durante o procedimento. Sobretudo na hora em que a ponteira do aparelho se encaixou na gordura e a suga. A pressão é forte e machuca, mas nada intolerável. Quando a máquina começou o processo de congelamento, que dura uma hora, parei de sentir a área tratada. Deu para dormir, entrar nas redes sociais, responder e-mails... Processo finalizado, achei a sensação esquisita, como se minha barriga fosse uma carne congelada à parte de mim. Logo a rigidez da área se desfez, mas minha pele ficou dormente por uma semana, alguns roxos apareceram e a área ficou um pouco inchada. Tudo dentro do script. Ainda não vi os efeitos, já que eles demoram a ser visíveis, mas foi uma das únicas vezes, em três anos de jornalismo de beleza, que senti um tratamento fazendo a diferença.