'Estadão' faz manifesto contra assédio sexual na SPFW


Modelos entraram na passarela de Amir Slama com frases de empoderamento como 'minha saia não é um convite' e 'me visto como eu quiser' escritas no corpo

Por Maria Rita Alonso e Isabela Serafim
Atualização:
Frases de empoderamento como 'meu visto como quiser' foram escritas no corpo das modelos Foto: JF DIORIO/ESTADÃO

Quando os flashes atingiram os corpos de quatro modelos na passarela da Amir Slama nesta quinta-feira, 16, na São Paulo Fashion Week, o público ficou surpreso. Mensagens de conscientização e empoderamento feminino apareceram nas imagens registradas pelos celulares e câmeras fotográficas da plateia. Trata-se da campanha ‘Sexismo Invisível’, idealizada pelo Estado e assinada pela agência de publicidade FCB, com o objetivo de promover o debate sobre o assédio nem sempre explícito (mas muito comum) cometido contra as mulheres.

A ação, que aconteceu durante o desfile, contou com uma tinta especial invisível que só pode ser visualizada em fotografias tiradas com flash. As frases ‘Decote não é convite’, ‘Minha saia não é permissão’, ‘Me visto como eu quiser’ e ‘Perna de fora não é provocação’ ganharam as redes sociais com a hashtag ‘#decotenaoeconvite’. As letras foram aplicadas em diferentes partes do corpo das modelos fazendo relação com as roupas. “Encontramos uma nova forma de chamar a atenção para uma questão que deveria ser óbvia: a liberdade das mulheres de se vestir como quiserem, sem que isso seja interpretado de forma diferente pelos homens”, explica Marcelo Moraes, diretor de Marketing do Grupo Estado.

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A frase 'minha saia não é permissão' foi escrita na perna de uma das modelos Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

O desfile escolhido para a ação foi o de Amir Slama, estilista renomado da moda praia. Na coleção, inspirada em um show de Elis Regina, Slama trouxe roupas com pegada esportiva, além de muitos biquínis e maiôs modelo asa-delta. As referências aos anos 1980 apareceram ainda na cartela de cores vivas, como pink, roxo, vermelho e verde, nas estampas tipográficas que remetiam aos grafites da época e às peças em prata e dourado. Lamês e paetês, muito usados na época, também estavam lá, além dos decotes profundos, vazados e barrigas de fora “Quem determina o que está na moda é o consumidor. E a moda ajuda a mulher a se expressar e a se colocar”, diz Amir Slama. “Muitos homens ainda encaram como uma provocação o fato de as mulheres quererem usar roupas curtas ou decotadas. Isso é um absurdo.”

A tinta especial só aparecia com a luz do flash Foto: JF DIORIO
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Uma das frases do projeto apareceu no corpo de Marcela Thomé, modelo transgênero que estreou na semana de desfiles nesta temporada. “A SPFW sempre apoiou causas relevantes para a sociedade. E a valorização, o respeito e o empoderamento da mulher são relevantes para o evento”, afirma Paulo Borges. A ideia do projeto surgiu com o debate sobre o papel da moda e o limite entre o elogio e o assédio. “A intenção do nosso trabalho para o Estado é colocar uma nova luz sobre essas questões graves, mas cotidianas, surpreendendo as pessoas através do uso de diferentes tecnologias”, diz Fabio Simões, diretor executivo de criação da FCB.

A tinta usada nas mensagens foi importada dos EUA e costuma ser usada por ciclistas que pedalam à noite. Com uma pigmentação especial, o produto é ativado com os faróis e na passarela foi retratado com flashes. Segundo Simões, a SPFW, palco da moda brasileira, era o lugar ideal para refletir sobre a questão. Na moda, o tema vem sendo debatido e tratado com respeito por ativistas. “Temos o poder de incitar conversas que podem transformar opiniões que parecem estar consolidadas”, afirma a diretora de Redação da Elle Brasil, Susana Barbosa. 

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'Perna de fora' não é provocação foi outra das frases escolhidas Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

Essa foi a quarta ação que o Estado desenvolveu com a FCB Brasil com o tema da igualdade de gênero e violência contra a mulher. Em 2016, o jornal colocou na rua a campanha #7minutos1denuncia, lembrando o número de denúncias de agressões contra mulheres. A ‘Músicas de Violência’, feita em parceria com o aplicativo Shazam, teve o intuito de evitar que usuários fizessem download de canções que podem incitar o abuso. Neste ano, no aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro, foi lançado o projeto #somosmaisque16porcento, que também levantou o debate sobre representatividade feminina.

“Tem se falado muito em feminismo, é uma discussão muito pertinente. O assédio é o mais grave e é muito velado. Por isso, campanhas assim são muito importantes”, diz Marina Caruso, diretora de Redação da Marie Claire

Frases de empoderamento como 'meu visto como quiser' foram escritas no corpo das modelos Foto: JF DIORIO/ESTADÃO

Quando os flashes atingiram os corpos de quatro modelos na passarela da Amir Slama nesta quinta-feira, 16, na São Paulo Fashion Week, o público ficou surpreso. Mensagens de conscientização e empoderamento feminino apareceram nas imagens registradas pelos celulares e câmeras fotográficas da plateia. Trata-se da campanha ‘Sexismo Invisível’, idealizada pelo Estado e assinada pela agência de publicidade FCB, com o objetivo de promover o debate sobre o assédio nem sempre explícito (mas muito comum) cometido contra as mulheres.

A ação, que aconteceu durante o desfile, contou com uma tinta especial invisível que só pode ser visualizada em fotografias tiradas com flash. As frases ‘Decote não é convite’, ‘Minha saia não é permissão’, ‘Me visto como eu quiser’ e ‘Perna de fora não é provocação’ ganharam as redes sociais com a hashtag ‘#decotenaoeconvite’. As letras foram aplicadas em diferentes partes do corpo das modelos fazendo relação com as roupas. “Encontramos uma nova forma de chamar a atenção para uma questão que deveria ser óbvia: a liberdade das mulheres de se vestir como quiserem, sem que isso seja interpretado de forma diferente pelos homens”, explica Marcelo Moraes, diretor de Marketing do Grupo Estado.

A frase 'minha saia não é permissão' foi escrita na perna de uma das modelos Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

O desfile escolhido para a ação foi o de Amir Slama, estilista renomado da moda praia. Na coleção, inspirada em um show de Elis Regina, Slama trouxe roupas com pegada esportiva, além de muitos biquínis e maiôs modelo asa-delta. As referências aos anos 1980 apareceram ainda na cartela de cores vivas, como pink, roxo, vermelho e verde, nas estampas tipográficas que remetiam aos grafites da época e às peças em prata e dourado. Lamês e paetês, muito usados na época, também estavam lá, além dos decotes profundos, vazados e barrigas de fora “Quem determina o que está na moda é o consumidor. E a moda ajuda a mulher a se expressar e a se colocar”, diz Amir Slama. “Muitos homens ainda encaram como uma provocação o fato de as mulheres quererem usar roupas curtas ou decotadas. Isso é um absurdo.”

A tinta especial só aparecia com a luz do flash Foto: JF DIORIO

 

Uma das frases do projeto apareceu no corpo de Marcela Thomé, modelo transgênero que estreou na semana de desfiles nesta temporada. “A SPFW sempre apoiou causas relevantes para a sociedade. E a valorização, o respeito e o empoderamento da mulher são relevantes para o evento”, afirma Paulo Borges. A ideia do projeto surgiu com o debate sobre o papel da moda e o limite entre o elogio e o assédio. “A intenção do nosso trabalho para o Estado é colocar uma nova luz sobre essas questões graves, mas cotidianas, surpreendendo as pessoas através do uso de diferentes tecnologias”, diz Fabio Simões, diretor executivo de criação da FCB.

A tinta usada nas mensagens foi importada dos EUA e costuma ser usada por ciclistas que pedalam à noite. Com uma pigmentação especial, o produto é ativado com os faróis e na passarela foi retratado com flashes. Segundo Simões, a SPFW, palco da moda brasileira, era o lugar ideal para refletir sobre a questão. Na moda, o tema vem sendo debatido e tratado com respeito por ativistas. “Temos o poder de incitar conversas que podem transformar opiniões que parecem estar consolidadas”, afirma a diretora de Redação da Elle Brasil, Susana Barbosa. 

'Perna de fora' não é provocação foi outra das frases escolhidas Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

Essa foi a quarta ação que o Estado desenvolveu com a FCB Brasil com o tema da igualdade de gênero e violência contra a mulher. Em 2016, o jornal colocou na rua a campanha #7minutos1denuncia, lembrando o número de denúncias de agressões contra mulheres. A ‘Músicas de Violência’, feita em parceria com o aplicativo Shazam, teve o intuito de evitar que usuários fizessem download de canções que podem incitar o abuso. Neste ano, no aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro, foi lançado o projeto #somosmaisque16porcento, que também levantou o debate sobre representatividade feminina.

“Tem se falado muito em feminismo, é uma discussão muito pertinente. O assédio é o mais grave e é muito velado. Por isso, campanhas assim são muito importantes”, diz Marina Caruso, diretora de Redação da Marie Claire

Frases de empoderamento como 'meu visto como quiser' foram escritas no corpo das modelos Foto: JF DIORIO/ESTADÃO

Quando os flashes atingiram os corpos de quatro modelos na passarela da Amir Slama nesta quinta-feira, 16, na São Paulo Fashion Week, o público ficou surpreso. Mensagens de conscientização e empoderamento feminino apareceram nas imagens registradas pelos celulares e câmeras fotográficas da plateia. Trata-se da campanha ‘Sexismo Invisível’, idealizada pelo Estado e assinada pela agência de publicidade FCB, com o objetivo de promover o debate sobre o assédio nem sempre explícito (mas muito comum) cometido contra as mulheres.

A ação, que aconteceu durante o desfile, contou com uma tinta especial invisível que só pode ser visualizada em fotografias tiradas com flash. As frases ‘Decote não é convite’, ‘Minha saia não é permissão’, ‘Me visto como eu quiser’ e ‘Perna de fora não é provocação’ ganharam as redes sociais com a hashtag ‘#decotenaoeconvite’. As letras foram aplicadas em diferentes partes do corpo das modelos fazendo relação com as roupas. “Encontramos uma nova forma de chamar a atenção para uma questão que deveria ser óbvia: a liberdade das mulheres de se vestir como quiserem, sem que isso seja interpretado de forma diferente pelos homens”, explica Marcelo Moraes, diretor de Marketing do Grupo Estado.

A frase 'minha saia não é permissão' foi escrita na perna de uma das modelos Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

O desfile escolhido para a ação foi o de Amir Slama, estilista renomado da moda praia. Na coleção, inspirada em um show de Elis Regina, Slama trouxe roupas com pegada esportiva, além de muitos biquínis e maiôs modelo asa-delta. As referências aos anos 1980 apareceram ainda na cartela de cores vivas, como pink, roxo, vermelho e verde, nas estampas tipográficas que remetiam aos grafites da época e às peças em prata e dourado. Lamês e paetês, muito usados na época, também estavam lá, além dos decotes profundos, vazados e barrigas de fora “Quem determina o que está na moda é o consumidor. E a moda ajuda a mulher a se expressar e a se colocar”, diz Amir Slama. “Muitos homens ainda encaram como uma provocação o fato de as mulheres quererem usar roupas curtas ou decotadas. Isso é um absurdo.”

A tinta especial só aparecia com a luz do flash Foto: JF DIORIO

 

Uma das frases do projeto apareceu no corpo de Marcela Thomé, modelo transgênero que estreou na semana de desfiles nesta temporada. “A SPFW sempre apoiou causas relevantes para a sociedade. E a valorização, o respeito e o empoderamento da mulher são relevantes para o evento”, afirma Paulo Borges. A ideia do projeto surgiu com o debate sobre o papel da moda e o limite entre o elogio e o assédio. “A intenção do nosso trabalho para o Estado é colocar uma nova luz sobre essas questões graves, mas cotidianas, surpreendendo as pessoas através do uso de diferentes tecnologias”, diz Fabio Simões, diretor executivo de criação da FCB.

A tinta usada nas mensagens foi importada dos EUA e costuma ser usada por ciclistas que pedalam à noite. Com uma pigmentação especial, o produto é ativado com os faróis e na passarela foi retratado com flashes. Segundo Simões, a SPFW, palco da moda brasileira, era o lugar ideal para refletir sobre a questão. Na moda, o tema vem sendo debatido e tratado com respeito por ativistas. “Temos o poder de incitar conversas que podem transformar opiniões que parecem estar consolidadas”, afirma a diretora de Redação da Elle Brasil, Susana Barbosa. 

'Perna de fora' não é provocação foi outra das frases escolhidas Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

Essa foi a quarta ação que o Estado desenvolveu com a FCB Brasil com o tema da igualdade de gênero e violência contra a mulher. Em 2016, o jornal colocou na rua a campanha #7minutos1denuncia, lembrando o número de denúncias de agressões contra mulheres. A ‘Músicas de Violência’, feita em parceria com o aplicativo Shazam, teve o intuito de evitar que usuários fizessem download de canções que podem incitar o abuso. Neste ano, no aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro, foi lançado o projeto #somosmaisque16porcento, que também levantou o debate sobre representatividade feminina.

“Tem se falado muito em feminismo, é uma discussão muito pertinente. O assédio é o mais grave e é muito velado. Por isso, campanhas assim são muito importantes”, diz Marina Caruso, diretora de Redação da Marie Claire

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