Maioria de empresas de cosméticos ainda faz testes em animais


Segundo levantamento baseado em dados da entidade internacional Peta, apenas nove entre 63 marcas do ramo aboliram a prática 

Por Gabriela Marçal
Animais podem ser usados para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade Foto: Divulgação

Apenas nove de 63 marcas de cosméticos não testam seus produtos em animais. É o que aponta um levantamento baseado em dados disponibilizados pela entidade Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), uma das principais organizações de defesa dos direitos dos animais do mundo, com mais de 3 milhões de membros. Lancôme, Neutrogena, Clinique, M.A.C e Benefit estão entre as integrantes da lista.

O tema passou a ser tratado com mais atenção pelas empresas especialmente depois do caso do Instituto Royal, em 2013, que foi invadido por ativistas após denúncias de maus-tratos em animais, como cães da raça beagle, camundongos e coelhos. Eles eram usados em pesquisas e testes de produtos farmacêuticos. O episódio foi amplamente noticiado pela imprensa e fez com que o assunto sobre defesa dos animais voltasse às pautas do mundo corporativo. 

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O ‘Moda e Beleza Estadão’ verificou a situação de todas as empresas presentes no levantameno. A maioria das que admite o uso de cobaias argumenta que aparecem na relação por atuarem também na China, país onde os testes em animais são exigidos por lei. Uma das poucas que não realizam testes em bichos em nenhuma circunstância é a Lush, indústria inglesa que produz cosméticos vegetarianos e veganos há 20 anos.

 “Na Lush, acreditamos que testar em animais é desumano, cruel e desnecessário, já que temos alternativas éticas para isso", diz a diretora geral da Lush, Renata Pagliarussi. "Existem mais de 20 mil ingredientes que já provaram sua segurança e eficácia e podem ser utilizados sem que precisemos nos valer de testes em animais”. 

Beleza com ativismo. Lush está entre as marcas que não fazem testes em animais

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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Rafael Sales
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Lush

Foto: Divulgação
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A legislação que regula a produção de cosméticos, aprovada em 2014 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece às empresas restrições quanto ao uso de animais em testes de seus produtos. Ela só permite o uso de cobaias em casos muito específicos, como para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade aguda. Esses procedimentos já eram reconhecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) desde setembro do ano passado, mas com a regulamentação da Anvisa, as empresas terão até setembro de 2019 para abolir totalmente o uso de cobaias. 

No Estado de São Paulo, empresas são proibidas de realizar testes de cosméticos em animais desde janeiro de 2014, sob pena de multa de até R$ 1 milhão por cada animal utilizado como cobaia. Além disso, a lei prevê outras punições, tais como suspensão do alvará de funcionamento e multa de cerca de R$ 40 mil ao profissional envolvido. 

No Brasil, também existem iniciativas semelhantes às da Peta. O Projeto Esperança Animal (PEA), por exemplo, alimenta desde 2012 uma lista de empresas nacionais que declaram não fazer testes em animais. 

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Marcas que testam em animais, segundo a PETA

Empresa: Avon

Marca: Avon

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Resposta da empresa: “A Avon orgulha-se de ter sido a primeira grande empresa de cosméticos a abolir os testes em animais em seus processos, fato que ocorreu há mais de 20 anos. Um número muito pequeno de países exige testes de segurança adicionais, regulamentados pelo governo ou agências de saúde, o que pode incluir os testes em animais. Nesses casos, a Avon entra em contato com as autoridades locais, na tentativa de não utilizar pesquisas em animais, porém, se um acordo não puder ser feito, a companhia cumpre a legislação do país onde estamos presentes.” 

Empresa: L’Oréal

Marcas: Biotherm, Cacharel, Vichy, Lancôme, La Roche Posay, Garnier, Giorgio Armani, Helena Rubinstein, Kérastase, Kiehl's, Lancôme, L'Oréal, Matriz, Maybelline, Mizani, Ralph Lauren Fragrances, Redken, Shu Uemura, Softsheen, Vichy, Viktor & Rolf 

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Resposta da empresa: “A L’Oréal não faz mais testes em animais para qualquer um de seus produtos ou ingredientes, em nenhum lugar do mundo. A L’Oréal também não delega esta tarefa a outras empresas. A razão pela qual ainda estamos na lista da Peta é porque estamos presentes na China, onde as autoridades regulatórias ainda exigem alguns testes em animais para produtos cosméticos, realizadosem centros de avaliação indicados por eles, antes que estes produtos sejam colocados em seu mercado. Achamos que esses testes são desnecessários, mas não podemos impedí-los.

Estamos trabalhando em estreita colaboração com as diferentes autoridades regulatórias chinesas para que haja mudanças rápidas na estrutura regulatória de produtos cosméticos que exigem testes em animais, e para que seja reconhecido o valor de diferentes métodos alternativos hoje validados em muitos outros países. A L’Oréal implementou na China uma unidade de produção da EpiSkin, empresa que faz parte do grupo e que produz pele reconstruída usada internacionalmente em muitos testes in vitro. A comercialização de EpiSkin na China poderá oferecer uma plataforma para desenvolver técnicas avançadas de testes de cosmética in vitro no país com o objetivo de aplicar uma abordagem moderna de toxicologia e avaliar a segurança e a eficácia de cosméticos (métodos de teste sem o uso de animais).” 

Empresa: Johnson & Johnson

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Marcas: Aveeno, Neutrogena

Resposta da empresa: “A Johnson & Johnson esclarece que não realiza testes em animais para nenhum dos seus produtos de higiene e beleza produzidos no Brasil.” 

Empresa: Mary Kay

Marca: Mary Kay

Resposta da empresa: “Informamos que a Mary Kay está totalmente comprometida com o fim dos testes em animais, defendendo fortemente a utilização de métodos alternativos para garantir a segurança de seus ingredientes e produtos. Não conduzimos testes em animais em nossos produtos ou ingredientes, tão pouco pedimos a terceiros que façam isso em nosso nome, apenas quando requerido por lei, que é o caso da China.

Asseguramos ainda que nenhum dos produtos adquiridos no Brasil é testado em animais. Por mais de vinte anos, a Mary Kay é líder global no desenvolvimento de métodos alternativos. Agências regulatórias na China obrigam por lei o envio de determinados produtos para teste e como empresa devemos seguir as obrigações legais em todos os países em que a Mary Kay opera. Nosso compromisso com a eliminação dos testes em animais jamais foi alterado. A Mary Kay Inc. e a subsidiária da China estão trabalhando de perto com o governo chinês para mostrar que métodos de testes alternativos são seguros e eficazes.”

Testes científicos com animais

1 | 11

Quais são as críticas feitas por quem condena os testes em animais?

Foto: Jair Aceituno/Estadão
2 | 11

Como funcionam os testes lá fora?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
3 | 11

Ouvimos os argumentos dos defensores e dos que são contra uso de bichos em testes científicos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
4 | 11

Testes científicos com animais: que bicho é esse?

Foto: Sergio Castro/Estadão
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Que bichos são os mais utilizados?

Foto: Tasso Marcelo/Estadão
6 | 11

O que os testes testam?

Foto: Zaqueu Proença/Divulgação
7 | 11

Que indústrias realizam os testes com animais?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
8 | 11

O que dizem os que defendem a permanência de animais em experiências científicas?

Foto: Otávio Magalhães/Estadão
9 | 11

Há alguma lei brasileira que proíba o uso de animais em testes?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
10 | 11

Há algum ponto de convergência entre os dois lados?

Foto: Morguefile/Divulgação
11 | 11

Se os animais fossem abolidos dos testes, que alternativas teríamos?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

Empresa: Procter & Gamble

Marca: Aussie, Clairol, Christina Aguilera Perfumes, Dolce & Gabbana, Dunhill Fragrances, Escada Fragrances, Gucci Fragrances, Head & Shoulders, Herbal Essences, Hugo Boss, Lacoste Fragrances, Max Factor, Mr. Clean, Olay, Pantene, Sebastian Professional, Wella 

Resposta da empresa: “A P&G esclarece que cumpre as leis em todos os países onde atua, seguindo as exigências dos agentes regulatórios e oferecendo produtos seguros aos seus consumidores. A companhia realiza mais de 99% de todas as avaliações de segurança sem testes em animais, sendo que o pequeno percentual restante corresponde a casos onde a lei exige. Além disso, é importante destacar que a empresa trabalha na busca por novos métodos de pesquisa, investindo mais de US$ 380 milhões no desenvolvimento de mais de 50 métodos alternativos aprovados.

Também colaboramos com governos e universidades para promover a aceitação dessas soluções. Nós ativamente compartilhamos tais descobertas de modo que outros possam se beneficiar desse progresso. Tais avanços já foram divulgados em mais de 400 publicações científicas. A empresa ainda trabalha em parceria com grupos de proteção aos animais, como o Human Society dos Estados Unidos, para promover pesquisas de métodos alternativos e conseguir a aceitação regulamentar desses métodos. A empresa reitera ainda que colabora com autoridades regulatórias para propor métodos alternativos, que não exijam testes em animais para o atendimento da lei.”

Empresa: Unilever

Marca: Dove

Resposta da empresa: “A Unilever está comprometida com a eliminação de testes em animais e está igualmente comprometida com a saúde e segurança de seus consumidores. Não testamos nenhum de nossos produtos acabados em animais e a maioria deles chega ao consumidor sem que seus ingredientes tenham sido testados em animais. Quando testes são obrigatórios por lei ou são, nas circunstâncias atuais, inevitáveis, buscamos minimizar o número de animais utilizados. Nossos cientistas exercem um papel de liderança internacional, trabalhando com cientistas acadêmicos, governamentais e de ONGs no desenvolvimento e aplicação de abordagens de avaliação de segurança para o consumidor, que não utilizamanimais. A Unilever não compromete a segurança de seus produtos e não vende produtos que não tenham robustas evidências científicas de que os mesmos são seguros para seus consumidores, funcionários e para o meio-ambiente.”

Empresa: Revlon

Marca: Revlon

Resposta da empresa: “Desde 1989, a marca norte-americana Revlon aboliu a realização de testes em animais na fabricação de seus produtos, que são testados exaustivamente pelos mais avançados e tecnológicos métodos disponíveis para garantir que eles sejam tanto inovadores quanto seguros de usar. A Revlon acredita que as mulheres devem ter a oportunidade de expressar-se por meio da maquiagem, portanto, vende seus produtos em diversos mercados ao redor do mundo, sujeitos a normas e regulamentos locais. As autoridades reguladoras de alguns países realizam testes independentes, a fim de satisfazer suas próprias exigências de registro obrigatório. A Revlon está em conformidade com todos os regulamentos dos países em que os seus produtos são vendidos e apoia o avanço de metodologias alternativas que não envolvam testes com animais na indústria. No Brasil, a Frajo Internacional de Cosméticos é a distribuidora exclusiva das maquiagens Revlon e não realiza nenhum tipo de teste.”

Grupo liberta beagles

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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Edison Temoteo - Futura Pres/Estadão

Empresa: Benefit Cosmetics

Marca: Benefit

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Empresa: Caudalie USA, Inc.

Marca: Caudalie

Resposta da empresa: “A Caudalie é contra os testes em animais e exige o mesmo de seus fornecedores de matéria prima. É verdade que vendemos nossos produtos na China. Infelizmente, marcas de cosméticos na China não podem obter certificados das autoridades chinesas que garantem que não há testes realizados em animais. Vendemos na China com o objetivo de atender as necessidades das mulheres chinesas que pedem nossos produtos, mas também porque acreditamos que é mais eficaz mudar a mentalidade quando você está atuando no lugar. Realizamos ações na China apoiando uma ONG que é recomendada pelo PETA (www.IIVS.com). A mentalidade da China está mudando e estamos confiantes de que os métodos vão mudar neste país, que está se conscientizando da importância de proteger o meio ambiente e a biodiversidade animal.”

Empresa: Grupo Clarins

Marca: Clarins

Resposta da empresa: “Os Laboratórios Clarins usam os últimos avanços em testes de segurança não-animais para entregar produtos da mais alta qualidade aos consumidores. Infelizmente, alguns países ainda exigem testes em animais para validar a segurança de ingredientes cosméticos ou de produtos. Como uma empresa global, o Grupo Clarins se compromete a oferecer produtos aos seus consumidores onde eles vivem e, para isso, precisamos obedecer a todos os requerimentos legais onde o Grupo Clarins comercializa seus produtos. O Grupo Clarins continua comprometido com o fim dos testes em animais ao redor do mundo e, para isso, os Laboratórios Clarins continuarão a investir na pesquisa científica que promove a aceitação total de métodos de teste não-animais, trabalhando lado a lado das autoridades mundiais nessa área.”

Empresa: Estee Lauder

Marca: Clinique, M.A.C

Resposta da empresa: “Na Estee Lauder, a segurança dos nossos consumidores é a maior prioridade. Utilizamos os mais recentes avanços em testes de segurança não animal e teste voluntário humano para oferecer produtos da mais alta qualidade aos nossos consumidores. Nós não testamos nossos produtos ou ingredientes em animais, nem pedimos isso a terceiros, exceto quando exigido por lei. Temos orgulho de ser uma das primeiras empresas de cosméticos a estabelecer que a qualidade pode ser obtida por métodos que não envolvam animais. Há, no entanto, ainda alguns países que exigem testes em animais, a fim de validar a segurança dos ingredientes cosméticos. Nossa empresa e todas as nossas marcas permanecem dedicadas à eliminação de testes em animais em todo o mundo. Acreditamos que não devem ser necessários testes em animais para validar a segurança dos produtos cosméticos ou de ingredientes e estamos incentivando o uso de alternativas e para a eliminação de tais testes em animais em todo o mundo.”

Empresa: LVMH

Marca: Guerlain

Resposta da empresa: “A Guerlain se preocupa com a satisfação do cliente e sua prioridade é garantir a segurança dos produtos colocados no mercado. Nossa marca está em conformidade com todos os regulamentos em vigor e, portanto, deixou de realizar testes em animais para os produtos colocados no mercado da UE. O grupo LVMH, ao qual a Guerlain pertence, é um dos poucos no segmento de cosméticos que investe na validação internacional de métodos alternativos, com a criação de um departamento de toxicologia in vitro para o teste de matérias-primas e ingredientes. O grupo desempenha um papel de liderança no desenvolvimento de métodos alternativos e está envolvido em programas como o fundo para alternativas à experimentação animal, nos Estados Unidos, e no programa ‘Opal’, na França. A Guerlain exporta seus produtos para todo o mundo e não comporta qualquer teste em animais. Porém, não existe uma harmonização dos métodos de avaliação de riscos a nível global e diferentes regimes regulamentares coexistem. Na China, as autoridades exigem que nossos produtos sejam testados em laboratórios certificados pelo estado para fins de registro.”

Empresa: Henkel

Marca: Schwarzkopf

Resposta da empresa: “A Henkel é responsável pela segurança, pela saúde e por questões ambientais relacionadas à produção, distribuição e utilização de seus produtos. Os ingredientes e os produtos são submetidos a inúmeros testes e avaliações, muitos deles legalmente obrigatórios. Acima e além disso, as nossas próprias normas são projetadas para garantir que os nossos produtos tenham um elevado nível de segurança para os clientes, consumidores e o meio ambiente.”

Empresa: Shiseido Cosmetics

Marca: Shiseido

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Marcas que não testam em animais, segundo a PETA

Empresa: L’OréalMarcas: NYX Los Angeles Inc, PureOlogy, The Body Shop, Urban Decay,

Empresa: New Look Cosmetics

Empresa: Beauty 21 Cosmetics

Empresa: Beauty Bliss Cosmetics

Empresa: Lush Cosmetics

Empresa: Smashbox Cosmetics

Animais podem ser usados para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade Foto: Divulgação

Apenas nove de 63 marcas de cosméticos não testam seus produtos em animais. É o que aponta um levantamento baseado em dados disponibilizados pela entidade Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), uma das principais organizações de defesa dos direitos dos animais do mundo, com mais de 3 milhões de membros. Lancôme, Neutrogena, Clinique, M.A.C e Benefit estão entre as integrantes da lista.

O tema passou a ser tratado com mais atenção pelas empresas especialmente depois do caso do Instituto Royal, em 2013, que foi invadido por ativistas após denúncias de maus-tratos em animais, como cães da raça beagle, camundongos e coelhos. Eles eram usados em pesquisas e testes de produtos farmacêuticos. O episódio foi amplamente noticiado pela imprensa e fez com que o assunto sobre defesa dos animais voltasse às pautas do mundo corporativo. 

O ‘Moda e Beleza Estadão’ verificou a situação de todas as empresas presentes no levantameno. A maioria das que admite o uso de cobaias argumenta que aparecem na relação por atuarem também na China, país onde os testes em animais são exigidos por lei. Uma das poucas que não realizam testes em bichos em nenhuma circunstância é a Lush, indústria inglesa que produz cosméticos vegetarianos e veganos há 20 anos.

 “Na Lush, acreditamos que testar em animais é desumano, cruel e desnecessário, já que temos alternativas éticas para isso", diz a diretora geral da Lush, Renata Pagliarussi. "Existem mais de 20 mil ingredientes que já provaram sua segurança e eficácia e podem ser utilizados sem que precisemos nos valer de testes em animais”. 

Beleza com ativismo. Lush está entre as marcas que não fazem testes em animais

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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Rafael Sales
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

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Lush

Foto: Divulgação

A legislação que regula a produção de cosméticos, aprovada em 2014 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece às empresas restrições quanto ao uso de animais em testes de seus produtos. Ela só permite o uso de cobaias em casos muito específicos, como para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade aguda. Esses procedimentos já eram reconhecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) desde setembro do ano passado, mas com a regulamentação da Anvisa, as empresas terão até setembro de 2019 para abolir totalmente o uso de cobaias. 

No Estado de São Paulo, empresas são proibidas de realizar testes de cosméticos em animais desde janeiro de 2014, sob pena de multa de até R$ 1 milhão por cada animal utilizado como cobaia. Além disso, a lei prevê outras punições, tais como suspensão do alvará de funcionamento e multa de cerca de R$ 40 mil ao profissional envolvido. 

No Brasil, também existem iniciativas semelhantes às da Peta. O Projeto Esperança Animal (PEA), por exemplo, alimenta desde 2012 uma lista de empresas nacionais que declaram não fazer testes em animais. 

Marcas que testam em animais, segundo a PETA

Empresa: Avon

Marca: Avon

Resposta da empresa: “A Avon orgulha-se de ter sido a primeira grande empresa de cosméticos a abolir os testes em animais em seus processos, fato que ocorreu há mais de 20 anos. Um número muito pequeno de países exige testes de segurança adicionais, regulamentados pelo governo ou agências de saúde, o que pode incluir os testes em animais. Nesses casos, a Avon entra em contato com as autoridades locais, na tentativa de não utilizar pesquisas em animais, porém, se um acordo não puder ser feito, a companhia cumpre a legislação do país onde estamos presentes.” 

Empresa: L’Oréal

Marcas: Biotherm, Cacharel, Vichy, Lancôme, La Roche Posay, Garnier, Giorgio Armani, Helena Rubinstein, Kérastase, Kiehl's, Lancôme, L'Oréal, Matriz, Maybelline, Mizani, Ralph Lauren Fragrances, Redken, Shu Uemura, Softsheen, Vichy, Viktor & Rolf 

Resposta da empresa: “A L’Oréal não faz mais testes em animais para qualquer um de seus produtos ou ingredientes, em nenhum lugar do mundo. A L’Oréal também não delega esta tarefa a outras empresas. A razão pela qual ainda estamos na lista da Peta é porque estamos presentes na China, onde as autoridades regulatórias ainda exigem alguns testes em animais para produtos cosméticos, realizadosem centros de avaliação indicados por eles, antes que estes produtos sejam colocados em seu mercado. Achamos que esses testes são desnecessários, mas não podemos impedí-los.

Estamos trabalhando em estreita colaboração com as diferentes autoridades regulatórias chinesas para que haja mudanças rápidas na estrutura regulatória de produtos cosméticos que exigem testes em animais, e para que seja reconhecido o valor de diferentes métodos alternativos hoje validados em muitos outros países. A L’Oréal implementou na China uma unidade de produção da EpiSkin, empresa que faz parte do grupo e que produz pele reconstruída usada internacionalmente em muitos testes in vitro. A comercialização de EpiSkin na China poderá oferecer uma plataforma para desenvolver técnicas avançadas de testes de cosmética in vitro no país com o objetivo de aplicar uma abordagem moderna de toxicologia e avaliar a segurança e a eficácia de cosméticos (métodos de teste sem o uso de animais).” 

Empresa: Johnson & Johnson

Marcas: Aveeno, Neutrogena

Resposta da empresa: “A Johnson & Johnson esclarece que não realiza testes em animais para nenhum dos seus produtos de higiene e beleza produzidos no Brasil.” 

Empresa: Mary Kay

Marca: Mary Kay

Resposta da empresa: “Informamos que a Mary Kay está totalmente comprometida com o fim dos testes em animais, defendendo fortemente a utilização de métodos alternativos para garantir a segurança de seus ingredientes e produtos. Não conduzimos testes em animais em nossos produtos ou ingredientes, tão pouco pedimos a terceiros que façam isso em nosso nome, apenas quando requerido por lei, que é o caso da China.

Asseguramos ainda que nenhum dos produtos adquiridos no Brasil é testado em animais. Por mais de vinte anos, a Mary Kay é líder global no desenvolvimento de métodos alternativos. Agências regulatórias na China obrigam por lei o envio de determinados produtos para teste e como empresa devemos seguir as obrigações legais em todos os países em que a Mary Kay opera. Nosso compromisso com a eliminação dos testes em animais jamais foi alterado. A Mary Kay Inc. e a subsidiária da China estão trabalhando de perto com o governo chinês para mostrar que métodos de testes alternativos são seguros e eficazes.”

Testes científicos com animais

1 | 11

Quais são as críticas feitas por quem condena os testes em animais?

Foto: Jair Aceituno/Estadão
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Como funcionam os testes lá fora?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ouvimos os argumentos dos defensores e dos que são contra uso de bichos em testes científicos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Testes científicos com animais: que bicho é esse?

Foto: Sergio Castro/Estadão
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Que bichos são os mais utilizados?

Foto: Tasso Marcelo/Estadão
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O que os testes testam?

Foto: Zaqueu Proença/Divulgação
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Que indústrias realizam os testes com animais?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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O que dizem os que defendem a permanência de animais em experiências científicas?

Foto: Otávio Magalhães/Estadão
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Há alguma lei brasileira que proíba o uso de animais em testes?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Há algum ponto de convergência entre os dois lados?

Foto: Morguefile/Divulgação
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Se os animais fossem abolidos dos testes, que alternativas teríamos?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

Empresa: Procter & Gamble

Marca: Aussie, Clairol, Christina Aguilera Perfumes, Dolce & Gabbana, Dunhill Fragrances, Escada Fragrances, Gucci Fragrances, Head & Shoulders, Herbal Essences, Hugo Boss, Lacoste Fragrances, Max Factor, Mr. Clean, Olay, Pantene, Sebastian Professional, Wella 

Resposta da empresa: “A P&G esclarece que cumpre as leis em todos os países onde atua, seguindo as exigências dos agentes regulatórios e oferecendo produtos seguros aos seus consumidores. A companhia realiza mais de 99% de todas as avaliações de segurança sem testes em animais, sendo que o pequeno percentual restante corresponde a casos onde a lei exige. Além disso, é importante destacar que a empresa trabalha na busca por novos métodos de pesquisa, investindo mais de US$ 380 milhões no desenvolvimento de mais de 50 métodos alternativos aprovados.

Também colaboramos com governos e universidades para promover a aceitação dessas soluções. Nós ativamente compartilhamos tais descobertas de modo que outros possam se beneficiar desse progresso. Tais avanços já foram divulgados em mais de 400 publicações científicas. A empresa ainda trabalha em parceria com grupos de proteção aos animais, como o Human Society dos Estados Unidos, para promover pesquisas de métodos alternativos e conseguir a aceitação regulamentar desses métodos. A empresa reitera ainda que colabora com autoridades regulatórias para propor métodos alternativos, que não exijam testes em animais para o atendimento da lei.”

Empresa: Unilever

Marca: Dove

Resposta da empresa: “A Unilever está comprometida com a eliminação de testes em animais e está igualmente comprometida com a saúde e segurança de seus consumidores. Não testamos nenhum de nossos produtos acabados em animais e a maioria deles chega ao consumidor sem que seus ingredientes tenham sido testados em animais. Quando testes são obrigatórios por lei ou são, nas circunstâncias atuais, inevitáveis, buscamos minimizar o número de animais utilizados. Nossos cientistas exercem um papel de liderança internacional, trabalhando com cientistas acadêmicos, governamentais e de ONGs no desenvolvimento e aplicação de abordagens de avaliação de segurança para o consumidor, que não utilizamanimais. A Unilever não compromete a segurança de seus produtos e não vende produtos que não tenham robustas evidências científicas de que os mesmos são seguros para seus consumidores, funcionários e para o meio-ambiente.”

Empresa: Revlon

Marca: Revlon

Resposta da empresa: “Desde 1989, a marca norte-americana Revlon aboliu a realização de testes em animais na fabricação de seus produtos, que são testados exaustivamente pelos mais avançados e tecnológicos métodos disponíveis para garantir que eles sejam tanto inovadores quanto seguros de usar. A Revlon acredita que as mulheres devem ter a oportunidade de expressar-se por meio da maquiagem, portanto, vende seus produtos em diversos mercados ao redor do mundo, sujeitos a normas e regulamentos locais. As autoridades reguladoras de alguns países realizam testes independentes, a fim de satisfazer suas próprias exigências de registro obrigatório. A Revlon está em conformidade com todos os regulamentos dos países em que os seus produtos são vendidos e apoia o avanço de metodologias alternativas que não envolvam testes com animais na indústria. No Brasil, a Frajo Internacional de Cosméticos é a distribuidora exclusiva das maquiagens Revlon e não realiza nenhum tipo de teste.”

Grupo liberta beagles

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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

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Foto: Edison Temoteo - Futura Pres/Estadão

Empresa: Benefit Cosmetics

Marca: Benefit

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Empresa: Caudalie USA, Inc.

Marca: Caudalie

Resposta da empresa: “A Caudalie é contra os testes em animais e exige o mesmo de seus fornecedores de matéria prima. É verdade que vendemos nossos produtos na China. Infelizmente, marcas de cosméticos na China não podem obter certificados das autoridades chinesas que garantem que não há testes realizados em animais. Vendemos na China com o objetivo de atender as necessidades das mulheres chinesas que pedem nossos produtos, mas também porque acreditamos que é mais eficaz mudar a mentalidade quando você está atuando no lugar. Realizamos ações na China apoiando uma ONG que é recomendada pelo PETA (www.IIVS.com). A mentalidade da China está mudando e estamos confiantes de que os métodos vão mudar neste país, que está se conscientizando da importância de proteger o meio ambiente e a biodiversidade animal.”

Empresa: Grupo Clarins

Marca: Clarins

Resposta da empresa: “Os Laboratórios Clarins usam os últimos avanços em testes de segurança não-animais para entregar produtos da mais alta qualidade aos consumidores. Infelizmente, alguns países ainda exigem testes em animais para validar a segurança de ingredientes cosméticos ou de produtos. Como uma empresa global, o Grupo Clarins se compromete a oferecer produtos aos seus consumidores onde eles vivem e, para isso, precisamos obedecer a todos os requerimentos legais onde o Grupo Clarins comercializa seus produtos. O Grupo Clarins continua comprometido com o fim dos testes em animais ao redor do mundo e, para isso, os Laboratórios Clarins continuarão a investir na pesquisa científica que promove a aceitação total de métodos de teste não-animais, trabalhando lado a lado das autoridades mundiais nessa área.”

Empresa: Estee Lauder

Marca: Clinique, M.A.C

Resposta da empresa: “Na Estee Lauder, a segurança dos nossos consumidores é a maior prioridade. Utilizamos os mais recentes avanços em testes de segurança não animal e teste voluntário humano para oferecer produtos da mais alta qualidade aos nossos consumidores. Nós não testamos nossos produtos ou ingredientes em animais, nem pedimos isso a terceiros, exceto quando exigido por lei. Temos orgulho de ser uma das primeiras empresas de cosméticos a estabelecer que a qualidade pode ser obtida por métodos que não envolvam animais. Há, no entanto, ainda alguns países que exigem testes em animais, a fim de validar a segurança dos ingredientes cosméticos. Nossa empresa e todas as nossas marcas permanecem dedicadas à eliminação de testes em animais em todo o mundo. Acreditamos que não devem ser necessários testes em animais para validar a segurança dos produtos cosméticos ou de ingredientes e estamos incentivando o uso de alternativas e para a eliminação de tais testes em animais em todo o mundo.”

Empresa: LVMH

Marca: Guerlain

Resposta da empresa: “A Guerlain se preocupa com a satisfação do cliente e sua prioridade é garantir a segurança dos produtos colocados no mercado. Nossa marca está em conformidade com todos os regulamentos em vigor e, portanto, deixou de realizar testes em animais para os produtos colocados no mercado da UE. O grupo LVMH, ao qual a Guerlain pertence, é um dos poucos no segmento de cosméticos que investe na validação internacional de métodos alternativos, com a criação de um departamento de toxicologia in vitro para o teste de matérias-primas e ingredientes. O grupo desempenha um papel de liderança no desenvolvimento de métodos alternativos e está envolvido em programas como o fundo para alternativas à experimentação animal, nos Estados Unidos, e no programa ‘Opal’, na França. A Guerlain exporta seus produtos para todo o mundo e não comporta qualquer teste em animais. Porém, não existe uma harmonização dos métodos de avaliação de riscos a nível global e diferentes regimes regulamentares coexistem. Na China, as autoridades exigem que nossos produtos sejam testados em laboratórios certificados pelo estado para fins de registro.”

Empresa: Henkel

Marca: Schwarzkopf

Resposta da empresa: “A Henkel é responsável pela segurança, pela saúde e por questões ambientais relacionadas à produção, distribuição e utilização de seus produtos. Os ingredientes e os produtos são submetidos a inúmeros testes e avaliações, muitos deles legalmente obrigatórios. Acima e além disso, as nossas próprias normas são projetadas para garantir que os nossos produtos tenham um elevado nível de segurança para os clientes, consumidores e o meio ambiente.”

Empresa: Shiseido Cosmetics

Marca: Shiseido

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Marcas que não testam em animais, segundo a PETA

Empresa: L’OréalMarcas: NYX Los Angeles Inc, PureOlogy, The Body Shop, Urban Decay,

Empresa: New Look Cosmetics

Empresa: Beauty 21 Cosmetics

Empresa: Beauty Bliss Cosmetics

Empresa: Lush Cosmetics

Empresa: Smashbox Cosmetics

Animais podem ser usados para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade Foto: Divulgação

Apenas nove de 63 marcas de cosméticos não testam seus produtos em animais. É o que aponta um levantamento baseado em dados disponibilizados pela entidade Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), uma das principais organizações de defesa dos direitos dos animais do mundo, com mais de 3 milhões de membros. Lancôme, Neutrogena, Clinique, M.A.C e Benefit estão entre as integrantes da lista.

O tema passou a ser tratado com mais atenção pelas empresas especialmente depois do caso do Instituto Royal, em 2013, que foi invadido por ativistas após denúncias de maus-tratos em animais, como cães da raça beagle, camundongos e coelhos. Eles eram usados em pesquisas e testes de produtos farmacêuticos. O episódio foi amplamente noticiado pela imprensa e fez com que o assunto sobre defesa dos animais voltasse às pautas do mundo corporativo. 

O ‘Moda e Beleza Estadão’ verificou a situação de todas as empresas presentes no levantameno. A maioria das que admite o uso de cobaias argumenta que aparecem na relação por atuarem também na China, país onde os testes em animais são exigidos por lei. Uma das poucas que não realizam testes em bichos em nenhuma circunstância é a Lush, indústria inglesa que produz cosméticos vegetarianos e veganos há 20 anos.

 “Na Lush, acreditamos que testar em animais é desumano, cruel e desnecessário, já que temos alternativas éticas para isso", diz a diretora geral da Lush, Renata Pagliarussi. "Existem mais de 20 mil ingredientes que já provaram sua segurança e eficácia e podem ser utilizados sem que precisemos nos valer de testes em animais”. 

Beleza com ativismo. Lush está entre as marcas que não fazem testes em animais

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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Rafael Sales
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação

A legislação que regula a produção de cosméticos, aprovada em 2014 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece às empresas restrições quanto ao uso de animais em testes de seus produtos. Ela só permite o uso de cobaias em casos muito específicos, como para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade aguda. Esses procedimentos já eram reconhecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) desde setembro do ano passado, mas com a regulamentação da Anvisa, as empresas terão até setembro de 2019 para abolir totalmente o uso de cobaias. 

No Estado de São Paulo, empresas são proibidas de realizar testes de cosméticos em animais desde janeiro de 2014, sob pena de multa de até R$ 1 milhão por cada animal utilizado como cobaia. Além disso, a lei prevê outras punições, tais como suspensão do alvará de funcionamento e multa de cerca de R$ 40 mil ao profissional envolvido. 

No Brasil, também existem iniciativas semelhantes às da Peta. O Projeto Esperança Animal (PEA), por exemplo, alimenta desde 2012 uma lista de empresas nacionais que declaram não fazer testes em animais. 

Marcas que testam em animais, segundo a PETA

Empresa: Avon

Marca: Avon

Resposta da empresa: “A Avon orgulha-se de ter sido a primeira grande empresa de cosméticos a abolir os testes em animais em seus processos, fato que ocorreu há mais de 20 anos. Um número muito pequeno de países exige testes de segurança adicionais, regulamentados pelo governo ou agências de saúde, o que pode incluir os testes em animais. Nesses casos, a Avon entra em contato com as autoridades locais, na tentativa de não utilizar pesquisas em animais, porém, se um acordo não puder ser feito, a companhia cumpre a legislação do país onde estamos presentes.” 

Empresa: L’Oréal

Marcas: Biotherm, Cacharel, Vichy, Lancôme, La Roche Posay, Garnier, Giorgio Armani, Helena Rubinstein, Kérastase, Kiehl's, Lancôme, L'Oréal, Matriz, Maybelline, Mizani, Ralph Lauren Fragrances, Redken, Shu Uemura, Softsheen, Vichy, Viktor & Rolf 

Resposta da empresa: “A L’Oréal não faz mais testes em animais para qualquer um de seus produtos ou ingredientes, em nenhum lugar do mundo. A L’Oréal também não delega esta tarefa a outras empresas. A razão pela qual ainda estamos na lista da Peta é porque estamos presentes na China, onde as autoridades regulatórias ainda exigem alguns testes em animais para produtos cosméticos, realizadosem centros de avaliação indicados por eles, antes que estes produtos sejam colocados em seu mercado. Achamos que esses testes são desnecessários, mas não podemos impedí-los.

Estamos trabalhando em estreita colaboração com as diferentes autoridades regulatórias chinesas para que haja mudanças rápidas na estrutura regulatória de produtos cosméticos que exigem testes em animais, e para que seja reconhecido o valor de diferentes métodos alternativos hoje validados em muitos outros países. A L’Oréal implementou na China uma unidade de produção da EpiSkin, empresa que faz parte do grupo e que produz pele reconstruída usada internacionalmente em muitos testes in vitro. A comercialização de EpiSkin na China poderá oferecer uma plataforma para desenvolver técnicas avançadas de testes de cosmética in vitro no país com o objetivo de aplicar uma abordagem moderna de toxicologia e avaliar a segurança e a eficácia de cosméticos (métodos de teste sem o uso de animais).” 

Empresa: Johnson & Johnson

Marcas: Aveeno, Neutrogena

Resposta da empresa: “A Johnson & Johnson esclarece que não realiza testes em animais para nenhum dos seus produtos de higiene e beleza produzidos no Brasil.” 

Empresa: Mary Kay

Marca: Mary Kay

Resposta da empresa: “Informamos que a Mary Kay está totalmente comprometida com o fim dos testes em animais, defendendo fortemente a utilização de métodos alternativos para garantir a segurança de seus ingredientes e produtos. Não conduzimos testes em animais em nossos produtos ou ingredientes, tão pouco pedimos a terceiros que façam isso em nosso nome, apenas quando requerido por lei, que é o caso da China.

Asseguramos ainda que nenhum dos produtos adquiridos no Brasil é testado em animais. Por mais de vinte anos, a Mary Kay é líder global no desenvolvimento de métodos alternativos. Agências regulatórias na China obrigam por lei o envio de determinados produtos para teste e como empresa devemos seguir as obrigações legais em todos os países em que a Mary Kay opera. Nosso compromisso com a eliminação dos testes em animais jamais foi alterado. A Mary Kay Inc. e a subsidiária da China estão trabalhando de perto com o governo chinês para mostrar que métodos de testes alternativos são seguros e eficazes.”

Testes científicos com animais

1 | 11

Quais são as críticas feitas por quem condena os testes em animais?

Foto: Jair Aceituno/Estadão
2 | 11

Como funcionam os testes lá fora?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
3 | 11

Ouvimos os argumentos dos defensores e dos que são contra uso de bichos em testes científicos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
4 | 11

Testes científicos com animais: que bicho é esse?

Foto: Sergio Castro/Estadão
5 | 11

Que bichos são os mais utilizados?

Foto: Tasso Marcelo/Estadão
6 | 11

O que os testes testam?

Foto: Zaqueu Proença/Divulgação
7 | 11

Que indústrias realizam os testes com animais?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
8 | 11

O que dizem os que defendem a permanência de animais em experiências científicas?

Foto: Otávio Magalhães/Estadão
9 | 11

Há alguma lei brasileira que proíba o uso de animais em testes?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
10 | 11

Há algum ponto de convergência entre os dois lados?

Foto: Morguefile/Divulgação
11 | 11

Se os animais fossem abolidos dos testes, que alternativas teríamos?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

Empresa: Procter & Gamble

Marca: Aussie, Clairol, Christina Aguilera Perfumes, Dolce & Gabbana, Dunhill Fragrances, Escada Fragrances, Gucci Fragrances, Head & Shoulders, Herbal Essences, Hugo Boss, Lacoste Fragrances, Max Factor, Mr. Clean, Olay, Pantene, Sebastian Professional, Wella 

Resposta da empresa: “A P&G esclarece que cumpre as leis em todos os países onde atua, seguindo as exigências dos agentes regulatórios e oferecendo produtos seguros aos seus consumidores. A companhia realiza mais de 99% de todas as avaliações de segurança sem testes em animais, sendo que o pequeno percentual restante corresponde a casos onde a lei exige. Além disso, é importante destacar que a empresa trabalha na busca por novos métodos de pesquisa, investindo mais de US$ 380 milhões no desenvolvimento de mais de 50 métodos alternativos aprovados.

Também colaboramos com governos e universidades para promover a aceitação dessas soluções. Nós ativamente compartilhamos tais descobertas de modo que outros possam se beneficiar desse progresso. Tais avanços já foram divulgados em mais de 400 publicações científicas. A empresa ainda trabalha em parceria com grupos de proteção aos animais, como o Human Society dos Estados Unidos, para promover pesquisas de métodos alternativos e conseguir a aceitação regulamentar desses métodos. A empresa reitera ainda que colabora com autoridades regulatórias para propor métodos alternativos, que não exijam testes em animais para o atendimento da lei.”

Empresa: Unilever

Marca: Dove

Resposta da empresa: “A Unilever está comprometida com a eliminação de testes em animais e está igualmente comprometida com a saúde e segurança de seus consumidores. Não testamos nenhum de nossos produtos acabados em animais e a maioria deles chega ao consumidor sem que seus ingredientes tenham sido testados em animais. Quando testes são obrigatórios por lei ou são, nas circunstâncias atuais, inevitáveis, buscamos minimizar o número de animais utilizados. Nossos cientistas exercem um papel de liderança internacional, trabalhando com cientistas acadêmicos, governamentais e de ONGs no desenvolvimento e aplicação de abordagens de avaliação de segurança para o consumidor, que não utilizamanimais. A Unilever não compromete a segurança de seus produtos e não vende produtos que não tenham robustas evidências científicas de que os mesmos são seguros para seus consumidores, funcionários e para o meio-ambiente.”

Empresa: Revlon

Marca: Revlon

Resposta da empresa: “Desde 1989, a marca norte-americana Revlon aboliu a realização de testes em animais na fabricação de seus produtos, que são testados exaustivamente pelos mais avançados e tecnológicos métodos disponíveis para garantir que eles sejam tanto inovadores quanto seguros de usar. A Revlon acredita que as mulheres devem ter a oportunidade de expressar-se por meio da maquiagem, portanto, vende seus produtos em diversos mercados ao redor do mundo, sujeitos a normas e regulamentos locais. As autoridades reguladoras de alguns países realizam testes independentes, a fim de satisfazer suas próprias exigências de registro obrigatório. A Revlon está em conformidade com todos os regulamentos dos países em que os seus produtos são vendidos e apoia o avanço de metodologias alternativas que não envolvam testes com animais na indústria. No Brasil, a Frajo Internacional de Cosméticos é a distribuidora exclusiva das maquiagens Revlon e não realiza nenhum tipo de teste.”

Grupo liberta beagles

1 | 12

Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
2 | 12

Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
3 | 12

Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Edison Temoteo - Futura Pres/Estadão

Empresa: Benefit Cosmetics

Marca: Benefit

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Empresa: Caudalie USA, Inc.

Marca: Caudalie

Resposta da empresa: “A Caudalie é contra os testes em animais e exige o mesmo de seus fornecedores de matéria prima. É verdade que vendemos nossos produtos na China. Infelizmente, marcas de cosméticos na China não podem obter certificados das autoridades chinesas que garantem que não há testes realizados em animais. Vendemos na China com o objetivo de atender as necessidades das mulheres chinesas que pedem nossos produtos, mas também porque acreditamos que é mais eficaz mudar a mentalidade quando você está atuando no lugar. Realizamos ações na China apoiando uma ONG que é recomendada pelo PETA (www.IIVS.com). A mentalidade da China está mudando e estamos confiantes de que os métodos vão mudar neste país, que está se conscientizando da importância de proteger o meio ambiente e a biodiversidade animal.”

Empresa: Grupo Clarins

Marca: Clarins

Resposta da empresa: “Os Laboratórios Clarins usam os últimos avanços em testes de segurança não-animais para entregar produtos da mais alta qualidade aos consumidores. Infelizmente, alguns países ainda exigem testes em animais para validar a segurança de ingredientes cosméticos ou de produtos. Como uma empresa global, o Grupo Clarins se compromete a oferecer produtos aos seus consumidores onde eles vivem e, para isso, precisamos obedecer a todos os requerimentos legais onde o Grupo Clarins comercializa seus produtos. O Grupo Clarins continua comprometido com o fim dos testes em animais ao redor do mundo e, para isso, os Laboratórios Clarins continuarão a investir na pesquisa científica que promove a aceitação total de métodos de teste não-animais, trabalhando lado a lado das autoridades mundiais nessa área.”

Empresa: Estee Lauder

Marca: Clinique, M.A.C

Resposta da empresa: “Na Estee Lauder, a segurança dos nossos consumidores é a maior prioridade. Utilizamos os mais recentes avanços em testes de segurança não animal e teste voluntário humano para oferecer produtos da mais alta qualidade aos nossos consumidores. Nós não testamos nossos produtos ou ingredientes em animais, nem pedimos isso a terceiros, exceto quando exigido por lei. Temos orgulho de ser uma das primeiras empresas de cosméticos a estabelecer que a qualidade pode ser obtida por métodos que não envolvam animais. Há, no entanto, ainda alguns países que exigem testes em animais, a fim de validar a segurança dos ingredientes cosméticos. Nossa empresa e todas as nossas marcas permanecem dedicadas à eliminação de testes em animais em todo o mundo. Acreditamos que não devem ser necessários testes em animais para validar a segurança dos produtos cosméticos ou de ingredientes e estamos incentivando o uso de alternativas e para a eliminação de tais testes em animais em todo o mundo.”

Empresa: LVMH

Marca: Guerlain

Resposta da empresa: “A Guerlain se preocupa com a satisfação do cliente e sua prioridade é garantir a segurança dos produtos colocados no mercado. Nossa marca está em conformidade com todos os regulamentos em vigor e, portanto, deixou de realizar testes em animais para os produtos colocados no mercado da UE. O grupo LVMH, ao qual a Guerlain pertence, é um dos poucos no segmento de cosméticos que investe na validação internacional de métodos alternativos, com a criação de um departamento de toxicologia in vitro para o teste de matérias-primas e ingredientes. O grupo desempenha um papel de liderança no desenvolvimento de métodos alternativos e está envolvido em programas como o fundo para alternativas à experimentação animal, nos Estados Unidos, e no programa ‘Opal’, na França. A Guerlain exporta seus produtos para todo o mundo e não comporta qualquer teste em animais. Porém, não existe uma harmonização dos métodos de avaliação de riscos a nível global e diferentes regimes regulamentares coexistem. Na China, as autoridades exigem que nossos produtos sejam testados em laboratórios certificados pelo estado para fins de registro.”

Empresa: Henkel

Marca: Schwarzkopf

Resposta da empresa: “A Henkel é responsável pela segurança, pela saúde e por questões ambientais relacionadas à produção, distribuição e utilização de seus produtos. Os ingredientes e os produtos são submetidos a inúmeros testes e avaliações, muitos deles legalmente obrigatórios. Acima e além disso, as nossas próprias normas são projetadas para garantir que os nossos produtos tenham um elevado nível de segurança para os clientes, consumidores e o meio ambiente.”

Empresa: Shiseido Cosmetics

Marca: Shiseido

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Marcas que não testam em animais, segundo a PETA

Empresa: L’OréalMarcas: NYX Los Angeles Inc, PureOlogy, The Body Shop, Urban Decay,

Empresa: New Look Cosmetics

Empresa: Beauty 21 Cosmetics

Empresa: Beauty Bliss Cosmetics

Empresa: Lush Cosmetics

Empresa: Smashbox Cosmetics

Animais podem ser usados para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade Foto: Divulgação

Apenas nove de 63 marcas de cosméticos não testam seus produtos em animais. É o que aponta um levantamento baseado em dados disponibilizados pela entidade Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), uma das principais organizações de defesa dos direitos dos animais do mundo, com mais de 3 milhões de membros. Lancôme, Neutrogena, Clinique, M.A.C e Benefit estão entre as integrantes da lista.

O tema passou a ser tratado com mais atenção pelas empresas especialmente depois do caso do Instituto Royal, em 2013, que foi invadido por ativistas após denúncias de maus-tratos em animais, como cães da raça beagle, camundongos e coelhos. Eles eram usados em pesquisas e testes de produtos farmacêuticos. O episódio foi amplamente noticiado pela imprensa e fez com que o assunto sobre defesa dos animais voltasse às pautas do mundo corporativo. 

O ‘Moda e Beleza Estadão’ verificou a situação de todas as empresas presentes no levantameno. A maioria das que admite o uso de cobaias argumenta que aparecem na relação por atuarem também na China, país onde os testes em animais são exigidos por lei. Uma das poucas que não realizam testes em bichos em nenhuma circunstância é a Lush, indústria inglesa que produz cosméticos vegetarianos e veganos há 20 anos.

 “Na Lush, acreditamos que testar em animais é desumano, cruel e desnecessário, já que temos alternativas éticas para isso", diz a diretora geral da Lush, Renata Pagliarussi. "Existem mais de 20 mil ingredientes que já provaram sua segurança e eficácia e podem ser utilizados sem que precisemos nos valer de testes em animais”. 

Beleza com ativismo. Lush está entre as marcas que não fazem testes em animais

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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Rafael Sales
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação
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Lush

Foto: Divulgação

A legislação que regula a produção de cosméticos, aprovada em 2014 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece às empresas restrições quanto ao uso de animais em testes de seus produtos. Ela só permite o uso de cobaias em casos muito específicos, como para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade aguda. Esses procedimentos já eram reconhecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) desde setembro do ano passado, mas com a regulamentação da Anvisa, as empresas terão até setembro de 2019 para abolir totalmente o uso de cobaias. 

No Estado de São Paulo, empresas são proibidas de realizar testes de cosméticos em animais desde janeiro de 2014, sob pena de multa de até R$ 1 milhão por cada animal utilizado como cobaia. Além disso, a lei prevê outras punições, tais como suspensão do alvará de funcionamento e multa de cerca de R$ 40 mil ao profissional envolvido. 

No Brasil, também existem iniciativas semelhantes às da Peta. O Projeto Esperança Animal (PEA), por exemplo, alimenta desde 2012 uma lista de empresas nacionais que declaram não fazer testes em animais. 

Marcas que testam em animais, segundo a PETA

Empresa: Avon

Marca: Avon

Resposta da empresa: “A Avon orgulha-se de ter sido a primeira grande empresa de cosméticos a abolir os testes em animais em seus processos, fato que ocorreu há mais de 20 anos. Um número muito pequeno de países exige testes de segurança adicionais, regulamentados pelo governo ou agências de saúde, o que pode incluir os testes em animais. Nesses casos, a Avon entra em contato com as autoridades locais, na tentativa de não utilizar pesquisas em animais, porém, se um acordo não puder ser feito, a companhia cumpre a legislação do país onde estamos presentes.” 

Empresa: L’Oréal

Marcas: Biotherm, Cacharel, Vichy, Lancôme, La Roche Posay, Garnier, Giorgio Armani, Helena Rubinstein, Kérastase, Kiehl's, Lancôme, L'Oréal, Matriz, Maybelline, Mizani, Ralph Lauren Fragrances, Redken, Shu Uemura, Softsheen, Vichy, Viktor & Rolf 

Resposta da empresa: “A L’Oréal não faz mais testes em animais para qualquer um de seus produtos ou ingredientes, em nenhum lugar do mundo. A L’Oréal também não delega esta tarefa a outras empresas. A razão pela qual ainda estamos na lista da Peta é porque estamos presentes na China, onde as autoridades regulatórias ainda exigem alguns testes em animais para produtos cosméticos, realizadosem centros de avaliação indicados por eles, antes que estes produtos sejam colocados em seu mercado. Achamos que esses testes são desnecessários, mas não podemos impedí-los.

Estamos trabalhando em estreita colaboração com as diferentes autoridades regulatórias chinesas para que haja mudanças rápidas na estrutura regulatória de produtos cosméticos que exigem testes em animais, e para que seja reconhecido o valor de diferentes métodos alternativos hoje validados em muitos outros países. A L’Oréal implementou na China uma unidade de produção da EpiSkin, empresa que faz parte do grupo e que produz pele reconstruída usada internacionalmente em muitos testes in vitro. A comercialização de EpiSkin na China poderá oferecer uma plataforma para desenvolver técnicas avançadas de testes de cosmética in vitro no país com o objetivo de aplicar uma abordagem moderna de toxicologia e avaliar a segurança e a eficácia de cosméticos (métodos de teste sem o uso de animais).” 

Empresa: Johnson & Johnson

Marcas: Aveeno, Neutrogena

Resposta da empresa: “A Johnson & Johnson esclarece que não realiza testes em animais para nenhum dos seus produtos de higiene e beleza produzidos no Brasil.” 

Empresa: Mary Kay

Marca: Mary Kay

Resposta da empresa: “Informamos que a Mary Kay está totalmente comprometida com o fim dos testes em animais, defendendo fortemente a utilização de métodos alternativos para garantir a segurança de seus ingredientes e produtos. Não conduzimos testes em animais em nossos produtos ou ingredientes, tão pouco pedimos a terceiros que façam isso em nosso nome, apenas quando requerido por lei, que é o caso da China.

Asseguramos ainda que nenhum dos produtos adquiridos no Brasil é testado em animais. Por mais de vinte anos, a Mary Kay é líder global no desenvolvimento de métodos alternativos. Agências regulatórias na China obrigam por lei o envio de determinados produtos para teste e como empresa devemos seguir as obrigações legais em todos os países em que a Mary Kay opera. Nosso compromisso com a eliminação dos testes em animais jamais foi alterado. A Mary Kay Inc. e a subsidiária da China estão trabalhando de perto com o governo chinês para mostrar que métodos de testes alternativos são seguros e eficazes.”

Testes científicos com animais

1 | 11

Quais são as críticas feitas por quem condena os testes em animais?

Foto: Jair Aceituno/Estadão
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Como funcionam os testes lá fora?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
3 | 11

Ouvimos os argumentos dos defensores e dos que são contra uso de bichos em testes científicos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Testes científicos com animais: que bicho é esse?

Foto: Sergio Castro/Estadão
5 | 11

Que bichos são os mais utilizados?

Foto: Tasso Marcelo/Estadão
6 | 11

O que os testes testam?

Foto: Zaqueu Proença/Divulgação
7 | 11

Que indústrias realizam os testes com animais?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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O que dizem os que defendem a permanência de animais em experiências científicas?

Foto: Otávio Magalhães/Estadão
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Há alguma lei brasileira que proíba o uso de animais em testes?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Há algum ponto de convergência entre os dois lados?

Foto: Morguefile/Divulgação
11 | 11

Se os animais fossem abolidos dos testes, que alternativas teríamos?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

Empresa: Procter & Gamble

Marca: Aussie, Clairol, Christina Aguilera Perfumes, Dolce & Gabbana, Dunhill Fragrances, Escada Fragrances, Gucci Fragrances, Head & Shoulders, Herbal Essences, Hugo Boss, Lacoste Fragrances, Max Factor, Mr. Clean, Olay, Pantene, Sebastian Professional, Wella 

Resposta da empresa: “A P&G esclarece que cumpre as leis em todos os países onde atua, seguindo as exigências dos agentes regulatórios e oferecendo produtos seguros aos seus consumidores. A companhia realiza mais de 99% de todas as avaliações de segurança sem testes em animais, sendo que o pequeno percentual restante corresponde a casos onde a lei exige. Além disso, é importante destacar que a empresa trabalha na busca por novos métodos de pesquisa, investindo mais de US$ 380 milhões no desenvolvimento de mais de 50 métodos alternativos aprovados.

Também colaboramos com governos e universidades para promover a aceitação dessas soluções. Nós ativamente compartilhamos tais descobertas de modo que outros possam se beneficiar desse progresso. Tais avanços já foram divulgados em mais de 400 publicações científicas. A empresa ainda trabalha em parceria com grupos de proteção aos animais, como o Human Society dos Estados Unidos, para promover pesquisas de métodos alternativos e conseguir a aceitação regulamentar desses métodos. A empresa reitera ainda que colabora com autoridades regulatórias para propor métodos alternativos, que não exijam testes em animais para o atendimento da lei.”

Empresa: Unilever

Marca: Dove

Resposta da empresa: “A Unilever está comprometida com a eliminação de testes em animais e está igualmente comprometida com a saúde e segurança de seus consumidores. Não testamos nenhum de nossos produtos acabados em animais e a maioria deles chega ao consumidor sem que seus ingredientes tenham sido testados em animais. Quando testes são obrigatórios por lei ou são, nas circunstâncias atuais, inevitáveis, buscamos minimizar o número de animais utilizados. Nossos cientistas exercem um papel de liderança internacional, trabalhando com cientistas acadêmicos, governamentais e de ONGs no desenvolvimento e aplicação de abordagens de avaliação de segurança para o consumidor, que não utilizamanimais. A Unilever não compromete a segurança de seus produtos e não vende produtos que não tenham robustas evidências científicas de que os mesmos são seguros para seus consumidores, funcionários e para o meio-ambiente.”

Empresa: Revlon

Marca: Revlon

Resposta da empresa: “Desde 1989, a marca norte-americana Revlon aboliu a realização de testes em animais na fabricação de seus produtos, que são testados exaustivamente pelos mais avançados e tecnológicos métodos disponíveis para garantir que eles sejam tanto inovadores quanto seguros de usar. A Revlon acredita que as mulheres devem ter a oportunidade de expressar-se por meio da maquiagem, portanto, vende seus produtos em diversos mercados ao redor do mundo, sujeitos a normas e regulamentos locais. As autoridades reguladoras de alguns países realizam testes independentes, a fim de satisfazer suas próprias exigências de registro obrigatório. A Revlon está em conformidade com todos os regulamentos dos países em que os seus produtos são vendidos e apoia o avanço de metodologias alternativas que não envolvam testes com animais na indústria. No Brasil, a Frajo Internacional de Cosméticos é a distribuidora exclusiva das maquiagens Revlon e não realiza nenhum tipo de teste.”

Grupo liberta beagles

1 | 12

Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
5 | 12

Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
9 | 12

Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Edison Temoteo - Futura Pres/Estadão

Empresa: Benefit Cosmetics

Marca: Benefit

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Empresa: Caudalie USA, Inc.

Marca: Caudalie

Resposta da empresa: “A Caudalie é contra os testes em animais e exige o mesmo de seus fornecedores de matéria prima. É verdade que vendemos nossos produtos na China. Infelizmente, marcas de cosméticos na China não podem obter certificados das autoridades chinesas que garantem que não há testes realizados em animais. Vendemos na China com o objetivo de atender as necessidades das mulheres chinesas que pedem nossos produtos, mas também porque acreditamos que é mais eficaz mudar a mentalidade quando você está atuando no lugar. Realizamos ações na China apoiando uma ONG que é recomendada pelo PETA (www.IIVS.com). A mentalidade da China está mudando e estamos confiantes de que os métodos vão mudar neste país, que está se conscientizando da importância de proteger o meio ambiente e a biodiversidade animal.”

Empresa: Grupo Clarins

Marca: Clarins

Resposta da empresa: “Os Laboratórios Clarins usam os últimos avanços em testes de segurança não-animais para entregar produtos da mais alta qualidade aos consumidores. Infelizmente, alguns países ainda exigem testes em animais para validar a segurança de ingredientes cosméticos ou de produtos. Como uma empresa global, o Grupo Clarins se compromete a oferecer produtos aos seus consumidores onde eles vivem e, para isso, precisamos obedecer a todos os requerimentos legais onde o Grupo Clarins comercializa seus produtos. O Grupo Clarins continua comprometido com o fim dos testes em animais ao redor do mundo e, para isso, os Laboratórios Clarins continuarão a investir na pesquisa científica que promove a aceitação total de métodos de teste não-animais, trabalhando lado a lado das autoridades mundiais nessa área.”

Empresa: Estee Lauder

Marca: Clinique, M.A.C

Resposta da empresa: “Na Estee Lauder, a segurança dos nossos consumidores é a maior prioridade. Utilizamos os mais recentes avanços em testes de segurança não animal e teste voluntário humano para oferecer produtos da mais alta qualidade aos nossos consumidores. Nós não testamos nossos produtos ou ingredientes em animais, nem pedimos isso a terceiros, exceto quando exigido por lei. Temos orgulho de ser uma das primeiras empresas de cosméticos a estabelecer que a qualidade pode ser obtida por métodos que não envolvam animais. Há, no entanto, ainda alguns países que exigem testes em animais, a fim de validar a segurança dos ingredientes cosméticos. Nossa empresa e todas as nossas marcas permanecem dedicadas à eliminação de testes em animais em todo o mundo. Acreditamos que não devem ser necessários testes em animais para validar a segurança dos produtos cosméticos ou de ingredientes e estamos incentivando o uso de alternativas e para a eliminação de tais testes em animais em todo o mundo.”

Empresa: LVMH

Marca: Guerlain

Resposta da empresa: “A Guerlain se preocupa com a satisfação do cliente e sua prioridade é garantir a segurança dos produtos colocados no mercado. Nossa marca está em conformidade com todos os regulamentos em vigor e, portanto, deixou de realizar testes em animais para os produtos colocados no mercado da UE. O grupo LVMH, ao qual a Guerlain pertence, é um dos poucos no segmento de cosméticos que investe na validação internacional de métodos alternativos, com a criação de um departamento de toxicologia in vitro para o teste de matérias-primas e ingredientes. O grupo desempenha um papel de liderança no desenvolvimento de métodos alternativos e está envolvido em programas como o fundo para alternativas à experimentação animal, nos Estados Unidos, e no programa ‘Opal’, na França. A Guerlain exporta seus produtos para todo o mundo e não comporta qualquer teste em animais. Porém, não existe uma harmonização dos métodos de avaliação de riscos a nível global e diferentes regimes regulamentares coexistem. Na China, as autoridades exigem que nossos produtos sejam testados em laboratórios certificados pelo estado para fins de registro.”

Empresa: Henkel

Marca: Schwarzkopf

Resposta da empresa: “A Henkel é responsável pela segurança, pela saúde e por questões ambientais relacionadas à produção, distribuição e utilização de seus produtos. Os ingredientes e os produtos são submetidos a inúmeros testes e avaliações, muitos deles legalmente obrigatórios. Acima e além disso, as nossas próprias normas são projetadas para garantir que os nossos produtos tenham um elevado nível de segurança para os clientes, consumidores e o meio ambiente.”

Empresa: Shiseido Cosmetics

Marca: Shiseido

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Marcas que não testam em animais, segundo a PETA

Empresa: L’OréalMarcas: NYX Los Angeles Inc, PureOlogy, The Body Shop, Urban Decay,

Empresa: New Look Cosmetics

Empresa: Beauty 21 Cosmetics

Empresa: Beauty Bliss Cosmetics

Empresa: Lush Cosmetics

Empresa: Smashbox Cosmetics

Animais podem ser usados para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade Foto: Divulgação

Apenas nove de 63 marcas de cosméticos não testam seus produtos em animais. É o que aponta um levantamento baseado em dados disponibilizados pela entidade Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), uma das principais organizações de defesa dos direitos dos animais do mundo, com mais de 3 milhões de membros. Lancôme, Neutrogena, Clinique, M.A.C e Benefit estão entre as integrantes da lista.

O tema passou a ser tratado com mais atenção pelas empresas especialmente depois do caso do Instituto Royal, em 2013, que foi invadido por ativistas após denúncias de maus-tratos em animais, como cães da raça beagle, camundongos e coelhos. Eles eram usados em pesquisas e testes de produtos farmacêuticos. O episódio foi amplamente noticiado pela imprensa e fez com que o assunto sobre defesa dos animais voltasse às pautas do mundo corporativo. 

O ‘Moda e Beleza Estadão’ verificou a situação de todas as empresas presentes no levantameno. A maioria das que admite o uso de cobaias argumenta que aparecem na relação por atuarem também na China, país onde os testes em animais são exigidos por lei. Uma das poucas que não realizam testes em bichos em nenhuma circunstância é a Lush, indústria inglesa que produz cosméticos vegetarianos e veganos há 20 anos.

 “Na Lush, acreditamos que testar em animais é desumano, cruel e desnecessário, já que temos alternativas éticas para isso", diz a diretora geral da Lush, Renata Pagliarussi. "Existem mais de 20 mil ingredientes que já provaram sua segurança e eficácia e podem ser utilizados sem que precisemos nos valer de testes em animais”. 

Beleza com ativismo. Lush está entre as marcas que não fazem testes em animais

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Lush

Foto: Divulgação
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Foto: Divulgação
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Foto: Rafael Sales
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Foto: Divulgação
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Foto: Divulgação
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Foto: Divulgação

A legislação que regula a produção de cosméticos, aprovada em 2014 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece às empresas restrições quanto ao uso de animais em testes de seus produtos. Ela só permite o uso de cobaias em casos muito específicos, como para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade aguda. Esses procedimentos já eram reconhecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) desde setembro do ano passado, mas com a regulamentação da Anvisa, as empresas terão até setembro de 2019 para abolir totalmente o uso de cobaias. 

No Estado de São Paulo, empresas são proibidas de realizar testes de cosméticos em animais desde janeiro de 2014, sob pena de multa de até R$ 1 milhão por cada animal utilizado como cobaia. Além disso, a lei prevê outras punições, tais como suspensão do alvará de funcionamento e multa de cerca de R$ 40 mil ao profissional envolvido. 

No Brasil, também existem iniciativas semelhantes às da Peta. O Projeto Esperança Animal (PEA), por exemplo, alimenta desde 2012 uma lista de empresas nacionais que declaram não fazer testes em animais. 

Marcas que testam em animais, segundo a PETA

Empresa: Avon

Marca: Avon

Resposta da empresa: “A Avon orgulha-se de ter sido a primeira grande empresa de cosméticos a abolir os testes em animais em seus processos, fato que ocorreu há mais de 20 anos. Um número muito pequeno de países exige testes de segurança adicionais, regulamentados pelo governo ou agências de saúde, o que pode incluir os testes em animais. Nesses casos, a Avon entra em contato com as autoridades locais, na tentativa de não utilizar pesquisas em animais, porém, se um acordo não puder ser feito, a companhia cumpre a legislação do país onde estamos presentes.” 

Empresa: L’Oréal

Marcas: Biotherm, Cacharel, Vichy, Lancôme, La Roche Posay, Garnier, Giorgio Armani, Helena Rubinstein, Kérastase, Kiehl's, Lancôme, L'Oréal, Matriz, Maybelline, Mizani, Ralph Lauren Fragrances, Redken, Shu Uemura, Softsheen, Vichy, Viktor & Rolf 

Resposta da empresa: “A L’Oréal não faz mais testes em animais para qualquer um de seus produtos ou ingredientes, em nenhum lugar do mundo. A L’Oréal também não delega esta tarefa a outras empresas. A razão pela qual ainda estamos na lista da Peta é porque estamos presentes na China, onde as autoridades regulatórias ainda exigem alguns testes em animais para produtos cosméticos, realizadosem centros de avaliação indicados por eles, antes que estes produtos sejam colocados em seu mercado. Achamos que esses testes são desnecessários, mas não podemos impedí-los.

Estamos trabalhando em estreita colaboração com as diferentes autoridades regulatórias chinesas para que haja mudanças rápidas na estrutura regulatória de produtos cosméticos que exigem testes em animais, e para que seja reconhecido o valor de diferentes métodos alternativos hoje validados em muitos outros países. A L’Oréal implementou na China uma unidade de produção da EpiSkin, empresa que faz parte do grupo e que produz pele reconstruída usada internacionalmente em muitos testes in vitro. A comercialização de EpiSkin na China poderá oferecer uma plataforma para desenvolver técnicas avançadas de testes de cosmética in vitro no país com o objetivo de aplicar uma abordagem moderna de toxicologia e avaliar a segurança e a eficácia de cosméticos (métodos de teste sem o uso de animais).” 

Empresa: Johnson & Johnson

Marcas: Aveeno, Neutrogena

Resposta da empresa: “A Johnson & Johnson esclarece que não realiza testes em animais para nenhum dos seus produtos de higiene e beleza produzidos no Brasil.” 

Empresa: Mary Kay

Marca: Mary Kay

Resposta da empresa: “Informamos que a Mary Kay está totalmente comprometida com o fim dos testes em animais, defendendo fortemente a utilização de métodos alternativos para garantir a segurança de seus ingredientes e produtos. Não conduzimos testes em animais em nossos produtos ou ingredientes, tão pouco pedimos a terceiros que façam isso em nosso nome, apenas quando requerido por lei, que é o caso da China.

Asseguramos ainda que nenhum dos produtos adquiridos no Brasil é testado em animais. Por mais de vinte anos, a Mary Kay é líder global no desenvolvimento de métodos alternativos. Agências regulatórias na China obrigam por lei o envio de determinados produtos para teste e como empresa devemos seguir as obrigações legais em todos os países em que a Mary Kay opera. Nosso compromisso com a eliminação dos testes em animais jamais foi alterado. A Mary Kay Inc. e a subsidiária da China estão trabalhando de perto com o governo chinês para mostrar que métodos de testes alternativos são seguros e eficazes.”

Testes científicos com animais

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Quais são as críticas feitas por quem condena os testes em animais?

Foto: Jair Aceituno/Estadão
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Como funcionam os testes lá fora?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ouvimos os argumentos dos defensores e dos que são contra uso de bichos em testes científicos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Testes científicos com animais: que bicho é esse?

Foto: Sergio Castro/Estadão
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Que bichos são os mais utilizados?

Foto: Tasso Marcelo/Estadão
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O que os testes testam?

Foto: Zaqueu Proença/Divulgação
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Que indústrias realizam os testes com animais?

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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O que dizem os que defendem a permanência de animais em experiências científicas?

Foto: Otávio Magalhães/Estadão
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Há alguma lei brasileira que proíba o uso de animais em testes?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Há algum ponto de convergência entre os dois lados?

Foto: Morguefile/Divulgação
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Se os animais fossem abolidos dos testes, que alternativas teríamos?

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

Empresa: Procter & Gamble

Marca: Aussie, Clairol, Christina Aguilera Perfumes, Dolce & Gabbana, Dunhill Fragrances, Escada Fragrances, Gucci Fragrances, Head & Shoulders, Herbal Essences, Hugo Boss, Lacoste Fragrances, Max Factor, Mr. Clean, Olay, Pantene, Sebastian Professional, Wella 

Resposta da empresa: “A P&G esclarece que cumpre as leis em todos os países onde atua, seguindo as exigências dos agentes regulatórios e oferecendo produtos seguros aos seus consumidores. A companhia realiza mais de 99% de todas as avaliações de segurança sem testes em animais, sendo que o pequeno percentual restante corresponde a casos onde a lei exige. Além disso, é importante destacar que a empresa trabalha na busca por novos métodos de pesquisa, investindo mais de US$ 380 milhões no desenvolvimento de mais de 50 métodos alternativos aprovados.

Também colaboramos com governos e universidades para promover a aceitação dessas soluções. Nós ativamente compartilhamos tais descobertas de modo que outros possam se beneficiar desse progresso. Tais avanços já foram divulgados em mais de 400 publicações científicas. A empresa ainda trabalha em parceria com grupos de proteção aos animais, como o Human Society dos Estados Unidos, para promover pesquisas de métodos alternativos e conseguir a aceitação regulamentar desses métodos. A empresa reitera ainda que colabora com autoridades regulatórias para propor métodos alternativos, que não exijam testes em animais para o atendimento da lei.”

Empresa: Unilever

Marca: Dove

Resposta da empresa: “A Unilever está comprometida com a eliminação de testes em animais e está igualmente comprometida com a saúde e segurança de seus consumidores. Não testamos nenhum de nossos produtos acabados em animais e a maioria deles chega ao consumidor sem que seus ingredientes tenham sido testados em animais. Quando testes são obrigatórios por lei ou são, nas circunstâncias atuais, inevitáveis, buscamos minimizar o número de animais utilizados. Nossos cientistas exercem um papel de liderança internacional, trabalhando com cientistas acadêmicos, governamentais e de ONGs no desenvolvimento e aplicação de abordagens de avaliação de segurança para o consumidor, que não utilizamanimais. A Unilever não compromete a segurança de seus produtos e não vende produtos que não tenham robustas evidências científicas de que os mesmos são seguros para seus consumidores, funcionários e para o meio-ambiente.”

Empresa: Revlon

Marca: Revlon

Resposta da empresa: “Desde 1989, a marca norte-americana Revlon aboliu a realização de testes em animais na fabricação de seus produtos, que são testados exaustivamente pelos mais avançados e tecnológicos métodos disponíveis para garantir que eles sejam tanto inovadores quanto seguros de usar. A Revlon acredita que as mulheres devem ter a oportunidade de expressar-se por meio da maquiagem, portanto, vende seus produtos em diversos mercados ao redor do mundo, sujeitos a normas e regulamentos locais. As autoridades reguladoras de alguns países realizam testes independentes, a fim de satisfazer suas próprias exigências de registro obrigatório. A Revlon está em conformidade com todos os regulamentos dos países em que os seus produtos são vendidos e apoia o avanço de metodologias alternativas que não envolvam testes com animais na indústria. No Brasil, a Frajo Internacional de Cosméticos é a distribuidora exclusiva das maquiagens Revlon e não realiza nenhum tipo de teste.”

Grupo liberta beagles

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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Ativistas invadem laboratório para libertar cães usados em testes

Foto: Edison Temoteo - Futura Pres/Estadão

Empresa: Benefit Cosmetics

Marca: Benefit

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Empresa: Caudalie USA, Inc.

Marca: Caudalie

Resposta da empresa: “A Caudalie é contra os testes em animais e exige o mesmo de seus fornecedores de matéria prima. É verdade que vendemos nossos produtos na China. Infelizmente, marcas de cosméticos na China não podem obter certificados das autoridades chinesas que garantem que não há testes realizados em animais. Vendemos na China com o objetivo de atender as necessidades das mulheres chinesas que pedem nossos produtos, mas também porque acreditamos que é mais eficaz mudar a mentalidade quando você está atuando no lugar. Realizamos ações na China apoiando uma ONG que é recomendada pelo PETA (www.IIVS.com). A mentalidade da China está mudando e estamos confiantes de que os métodos vão mudar neste país, que está se conscientizando da importância de proteger o meio ambiente e a biodiversidade animal.”

Empresa: Grupo Clarins

Marca: Clarins

Resposta da empresa: “Os Laboratórios Clarins usam os últimos avanços em testes de segurança não-animais para entregar produtos da mais alta qualidade aos consumidores. Infelizmente, alguns países ainda exigem testes em animais para validar a segurança de ingredientes cosméticos ou de produtos. Como uma empresa global, o Grupo Clarins se compromete a oferecer produtos aos seus consumidores onde eles vivem e, para isso, precisamos obedecer a todos os requerimentos legais onde o Grupo Clarins comercializa seus produtos. O Grupo Clarins continua comprometido com o fim dos testes em animais ao redor do mundo e, para isso, os Laboratórios Clarins continuarão a investir na pesquisa científica que promove a aceitação total de métodos de teste não-animais, trabalhando lado a lado das autoridades mundiais nessa área.”

Empresa: Estee Lauder

Marca: Clinique, M.A.C

Resposta da empresa: “Na Estee Lauder, a segurança dos nossos consumidores é a maior prioridade. Utilizamos os mais recentes avanços em testes de segurança não animal e teste voluntário humano para oferecer produtos da mais alta qualidade aos nossos consumidores. Nós não testamos nossos produtos ou ingredientes em animais, nem pedimos isso a terceiros, exceto quando exigido por lei. Temos orgulho de ser uma das primeiras empresas de cosméticos a estabelecer que a qualidade pode ser obtida por métodos que não envolvam animais. Há, no entanto, ainda alguns países que exigem testes em animais, a fim de validar a segurança dos ingredientes cosméticos. Nossa empresa e todas as nossas marcas permanecem dedicadas à eliminação de testes em animais em todo o mundo. Acreditamos que não devem ser necessários testes em animais para validar a segurança dos produtos cosméticos ou de ingredientes e estamos incentivando o uso de alternativas e para a eliminação de tais testes em animais em todo o mundo.”

Empresa: LVMH

Marca: Guerlain

Resposta da empresa: “A Guerlain se preocupa com a satisfação do cliente e sua prioridade é garantir a segurança dos produtos colocados no mercado. Nossa marca está em conformidade com todos os regulamentos em vigor e, portanto, deixou de realizar testes em animais para os produtos colocados no mercado da UE. O grupo LVMH, ao qual a Guerlain pertence, é um dos poucos no segmento de cosméticos que investe na validação internacional de métodos alternativos, com a criação de um departamento de toxicologia in vitro para o teste de matérias-primas e ingredientes. O grupo desempenha um papel de liderança no desenvolvimento de métodos alternativos e está envolvido em programas como o fundo para alternativas à experimentação animal, nos Estados Unidos, e no programa ‘Opal’, na França. A Guerlain exporta seus produtos para todo o mundo e não comporta qualquer teste em animais. Porém, não existe uma harmonização dos métodos de avaliação de riscos a nível global e diferentes regimes regulamentares coexistem. Na China, as autoridades exigem que nossos produtos sejam testados em laboratórios certificados pelo estado para fins de registro.”

Empresa: Henkel

Marca: Schwarzkopf

Resposta da empresa: “A Henkel é responsável pela segurança, pela saúde e por questões ambientais relacionadas à produção, distribuição e utilização de seus produtos. Os ingredientes e os produtos são submetidos a inúmeros testes e avaliações, muitos deles legalmente obrigatórios. Acima e além disso, as nossas próprias normas são projetadas para garantir que os nossos produtos tenham um elevado nível de segurança para os clientes, consumidores e o meio ambiente.”

Empresa: Shiseido Cosmetics

Marca: Shiseido

Resposta da empresa: Não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Marcas que não testam em animais, segundo a PETA

Empresa: L’OréalMarcas: NYX Los Angeles Inc, PureOlogy, The Body Shop, Urban Decay,

Empresa: New Look Cosmetics

Empresa: Beauty 21 Cosmetics

Empresa: Beauty Bliss Cosmetics

Empresa: Lush Cosmetics

Empresa: Smashbox Cosmetics

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