Flavia Guerra
Fause Haten foi buscar inspiração 'Na Noite', canção que ele compôs com André Cortada, para evocar um tempo em que "o sonho não morre e hoje meninos não crescem." Foi também buscar as cores e a energia africana para criar uma coleção multicolorida e requintada em seus detalhes artesanais. Sob a voz de Paula Lima (linda em um vestido preto de paetês, um dos pontos altos do desfile, que trouxe o mesmo look na passarela), a coleção se abriu em vestidos justinhos, que acompanhados com capas de shantung ganhavam glamour e drama (bem ao gosto de Fause). Destalhe: Coloridíssimos, os vestidos tinham cada uma de suas 'faixas de cor' costuradas em faixas super finas de cetim. Puro capricho fashion. Em seguida, o drama ganha ares de século 19 com rendas, corsets, bordados, rolotês e muita feminilidade em tons de rosa e pérola. E á que a chapinha parece ter saído de vez de moda (ainda que muitas a tenham eleito como 'um clássico'), para acompanhar esta profusão de referências, cores e texturas, as tops desfilaram com perucas black power de fazer gosto ao mais entusiasta da causa. Nos acessórios, maxi colares (com perfume de tribal) ganhavam brilho de brocados e davam modernidade. Outra 'tendência' que parece ter vindo para ficar é a saia transparente. Na passarela de Fause, ela chegou em tons de renda clara e preta. O recurso também apareceu no desfile da Animale. Se na passarela a transparência é usada com calcinhas-shortinho (que ganham versões mais glamour, bordadas ou até com paetês, nas ruas pode ser usada sobre shortinhos, leggings ou até mesmo com a sempre útil anágua - aliás, esta peça tem ficado no armário das grandes grifes e bem que merece um tratamento mais fashion dos modistas atuais).