Short com cara de saia, blazers e camisas com zíperes nas mangas, calças com cintura alta e barra dobrável… Essas e outras adaptações tornam roupas do dia a dia adequadas para se locomover por aí de bicicleta - e sem precisar levar uma troca de roupa na bolsa para não ficar com um visual de academia. No Brasil e no mundo, tanto grifes consagradas quanto marcas jovens e descoladas vêm lançando linhas específicas para ciclistas urbanos. É o caso da americana Levi’s, da inglesa Brooks, da alemã Vaude e, por aqui, da paulistana Velô. “Observei muitas mudanças nas roupas, e para melhor”, diz a administradora de empresas Raquel Jorge, ciclista de carteirinha, que pedala há 26 anos e atualmente está viajando pela Europa de bicicleta. “Há alguns anos eu provavelmente não usaria roupas sociais para pedalar, mas hoje a roupa não é mais um empecilho.” Na opinião dela, é importante deixar claro que não há necessidade de estar super equipado para usar a bike como transporte - só o capacete é obrigatório. Alguns itens, porém, facilitam a vida dos ciclistas urbanos: o prendedor de barra da calça evita que ela suje de graxa na correia, capas de chuva e over shoes salvam em dias chuvosos e roupas tecnológicas que não absorvem o calor são perfeitas para os dias mais quentes.
Ciclistas urbanos
Uma das marcas brasileiras que apostam no conceito de moda urbana para ciclistas, a paulistana Velô foi criada um ano atrás pela estilista Camila Silveira, a modelista Claudia Weingrill e a jornalista Nina Weingrill, que, em comum, têm a paixão por esportes. Elas elaboram coleções totalmente pensadas para quem pedala - e, antes de serem postas à venda, os looks são de fato testadas em cima da bike. “Nós buscamos criar peças que tenham as qualidades de roupas de ginástica, como secagem rápida, elasticidade e que não amassem, mas com cara de arrumadas”, diz Camila. Daí surgiram as saias com shortinhos acoplados, os shorts largos que parecem saias, as jaquetas com bolsos invisíveis e as calças com fios elásticos. “Um dos maiores desafios ainda é encontrar tecidos estruturados com essas características, pois geralmente elas estão em malhas ou tecidos moles, principal motivo para do ar esportivo à produção”, explica Camila.
Com o aumento no número de pessoas que usam a bicicleta para se locomover, as sócias são otimistas em relação tanto à segurança de quem pedala, quanto a uma maior diversificação de opções de roupas e acessórios. “Estamos vivendo uma transformação inédita e as pessoas começam a perceber que qualquer pessoa, com qualquer estilo, pode pedalar”, afirma Raquel.