Pra quem vive a paternidade todo dia

O pipi do papai


Como lidar com a curiosidade sexual dos filhos na chamada Primeira Puberdade

Por Fabio Leite

 

FOTO: Arquivo Pessoal Foto: Estadão
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Não sei você, mas lá em casa pênis é chamado de pipi e vagina... bem, vagina virou pixoca (invenção da mãe, tá?).

Bom, feito o glossário, agora vamos à história.

Eu já havia ficado pelado algumas vezes na frente das minhas filhas, mas elas (gêmeas) eram tão pequenas (leia-se ELAS eram pequenas) que nem tchum.

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Até que num daqueles banhos-bagunça de sábado, em que você não esfrega nem o joelho da cria direito, as duas me perguntaram curiosíssimas: "O que é isso escondido na sua cueca (sunga)? É seu pipi, papai?" Confirmei e pronto: "Deixa eu ver?" Mostrei. Elas gargalharam e quiseram tocá-lo (mais gargalhada). "Você tem um pipizão!", disse uma delas (daí eu gargalhei).

Expliquei que o pipi é meu e que ninguém mais pode mexer nele, assim como a pixoca, cada uma tem a sua e ninguém pode mexer nela, só o papai, a mamãe ou a professora na escola na hora de limpar. Matada a curiosidade, o banho, ou melhor, a bagunça prosseguiu.

Isso aconteceu assim que elas fizeram 3 anos (completam 4 no mês que vem), idade em que começa a chamada "primeira puberdade", definição dada pelo psicanalista austríaco Wilhelm Reich, ex-colaborador de Freud, por causa do prazer genital que a criança desenvolve nesta fase.

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Você já deve ter ouvido falar da fase anal, quando as crianças desenvolvem as habilidades motoras e o controle do esfíncter. Essa primeira puberdade vem logo em seguida e dura até os 6 anos de idade. "São anos sensíveis em que nascem as virtudes e os vícios humanos", resume a terapeuta de abordagem reichiana Evânia Reichert, em seu livro "Infância, A Idade Sagrada" (sugestão de leitura do terapeuta e amigo Plínio Teodoro).

"Depois de aprender a engatinhar, caminhar, falar e se apropriar de suas inúmeras habilidades motoras, a criança chega à fase genital infantil com uma curiosidade intensa e explícita: quer saber quais são as diferenças anatômicas entre os sexos para depois efetivar a identificação sexual", explica a autora.

Essa é aquela fase em que as meninas arrancam as roupas das bonecas e os meninos ficam segurando o pipi toda hora. A fase onde as crianças (meninas e meninos) gostam de correr pelados pela casa e de se masturbar (isso mesmo, sentem prazer com a ereção ou tocando o clitóris). Fase na qual o mundo se divide entre quem tem pipi e quem tem pixoca.

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"Esse é um fenômeno decisivo no amadurecimento emocional da criança com a formatação do núcleo de identidade sexual e ruptura da simbiose psicológica com a mãe", diz Evânia.

O embaraço é quando esse comportamento transcende as quatro paredes. Quando os pequenos decidem se encostar, roçar e explorar as sensações do corpo em público.

Nessas horas é importante saber lidar com a sexualidade infantil com sensibilidade, sem ser negligente mas também não sendo repressor, para não gerar uma culpa na cria por uma experimentação própria da idade e necessária para o desenvolvimento dela.

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"Se a dosagem ótima entre satisfação e frustração não for observada, em caso de pais exigentes e punitivos, a criança não conseguirá fazer a autorregulação das pulsões e acabará acuada, tornando-se um adolescente/adulto contido e reprimido, com dificuldade de iniciativa, expressividade intelectual, espontaneidade e entrega amorosa", afirma a terapeuta. "Se houver negligência dos pais", conclui, "será uma criança sem limites, impulsiva e reativa, sem autorregulação de suas emoções".

Pois é, eu sinceramente não imaginava que essa questão sexual seria uma preocupação tão precoce na minha vida paterna, com filhas que desfraldaram não faz muito tempo.

A dica da especialista é orientar as crianças com zelo e naturalidade sobre aproveitamento do espaço privado e seguro para a intimidade sexual, sem promover estímulos e sem repressão.

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Em tempos onde casos de abusos sexuais pululam por aí nas famílias e a nudez artística é criminalizada como uma afronta à moral e aos bons costumes, precisamos buscar um jeito harmonioso de tratar sobre o tema com nossos filhos para que ele não vire tabu dentro de casa e nossas crianças busquem as respostas fora dela.

Voltando à cena do banho-bagunça lá em casa, acho que agi bem ao saciar uma curiosidade pontual e ponto.

 

FOTO: Arquivo Pessoal Foto: Estadão

Não sei você, mas lá em casa pênis é chamado de pipi e vagina... bem, vagina virou pixoca (invenção da mãe, tá?).

Bom, feito o glossário, agora vamos à história.

Eu já havia ficado pelado algumas vezes na frente das minhas filhas, mas elas (gêmeas) eram tão pequenas (leia-se ELAS eram pequenas) que nem tchum.

Até que num daqueles banhos-bagunça de sábado, em que você não esfrega nem o joelho da cria direito, as duas me perguntaram curiosíssimas: "O que é isso escondido na sua cueca (sunga)? É seu pipi, papai?" Confirmei e pronto: "Deixa eu ver?" Mostrei. Elas gargalharam e quiseram tocá-lo (mais gargalhada). "Você tem um pipizão!", disse uma delas (daí eu gargalhei).

Expliquei que o pipi é meu e que ninguém mais pode mexer nele, assim como a pixoca, cada uma tem a sua e ninguém pode mexer nela, só o papai, a mamãe ou a professora na escola na hora de limpar. Matada a curiosidade, o banho, ou melhor, a bagunça prosseguiu.

Isso aconteceu assim que elas fizeram 3 anos (completam 4 no mês que vem), idade em que começa a chamada "primeira puberdade", definição dada pelo psicanalista austríaco Wilhelm Reich, ex-colaborador de Freud, por causa do prazer genital que a criança desenvolve nesta fase.

Você já deve ter ouvido falar da fase anal, quando as crianças desenvolvem as habilidades motoras e o controle do esfíncter. Essa primeira puberdade vem logo em seguida e dura até os 6 anos de idade. "São anos sensíveis em que nascem as virtudes e os vícios humanos", resume a terapeuta de abordagem reichiana Evânia Reichert, em seu livro "Infância, A Idade Sagrada" (sugestão de leitura do terapeuta e amigo Plínio Teodoro).

"Depois de aprender a engatinhar, caminhar, falar e se apropriar de suas inúmeras habilidades motoras, a criança chega à fase genital infantil com uma curiosidade intensa e explícita: quer saber quais são as diferenças anatômicas entre os sexos para depois efetivar a identificação sexual", explica a autora.

Essa é aquela fase em que as meninas arrancam as roupas das bonecas e os meninos ficam segurando o pipi toda hora. A fase onde as crianças (meninas e meninos) gostam de correr pelados pela casa e de se masturbar (isso mesmo, sentem prazer com a ereção ou tocando o clitóris). Fase na qual o mundo se divide entre quem tem pipi e quem tem pixoca.

"Esse é um fenômeno decisivo no amadurecimento emocional da criança com a formatação do núcleo de identidade sexual e ruptura da simbiose psicológica com a mãe", diz Evânia.

O embaraço é quando esse comportamento transcende as quatro paredes. Quando os pequenos decidem se encostar, roçar e explorar as sensações do corpo em público.

Nessas horas é importante saber lidar com a sexualidade infantil com sensibilidade, sem ser negligente mas também não sendo repressor, para não gerar uma culpa na cria por uma experimentação própria da idade e necessária para o desenvolvimento dela.

"Se a dosagem ótima entre satisfação e frustração não for observada, em caso de pais exigentes e punitivos, a criança não conseguirá fazer a autorregulação das pulsões e acabará acuada, tornando-se um adolescente/adulto contido e reprimido, com dificuldade de iniciativa, expressividade intelectual, espontaneidade e entrega amorosa", afirma a terapeuta. "Se houver negligência dos pais", conclui, "será uma criança sem limites, impulsiva e reativa, sem autorregulação de suas emoções".

Pois é, eu sinceramente não imaginava que essa questão sexual seria uma preocupação tão precoce na minha vida paterna, com filhas que desfraldaram não faz muito tempo.

A dica da especialista é orientar as crianças com zelo e naturalidade sobre aproveitamento do espaço privado e seguro para a intimidade sexual, sem promover estímulos e sem repressão.

Em tempos onde casos de abusos sexuais pululam por aí nas famílias e a nudez artística é criminalizada como uma afronta à moral e aos bons costumes, precisamos buscar um jeito harmonioso de tratar sobre o tema com nossos filhos para que ele não vire tabu dentro de casa e nossas crianças busquem as respostas fora dela.

Voltando à cena do banho-bagunça lá em casa, acho que agi bem ao saciar uma curiosidade pontual e ponto.

 

FOTO: Arquivo Pessoal Foto: Estadão

Não sei você, mas lá em casa pênis é chamado de pipi e vagina... bem, vagina virou pixoca (invenção da mãe, tá?).

Bom, feito o glossário, agora vamos à história.

Eu já havia ficado pelado algumas vezes na frente das minhas filhas, mas elas (gêmeas) eram tão pequenas (leia-se ELAS eram pequenas) que nem tchum.

Até que num daqueles banhos-bagunça de sábado, em que você não esfrega nem o joelho da cria direito, as duas me perguntaram curiosíssimas: "O que é isso escondido na sua cueca (sunga)? É seu pipi, papai?" Confirmei e pronto: "Deixa eu ver?" Mostrei. Elas gargalharam e quiseram tocá-lo (mais gargalhada). "Você tem um pipizão!", disse uma delas (daí eu gargalhei).

Expliquei que o pipi é meu e que ninguém mais pode mexer nele, assim como a pixoca, cada uma tem a sua e ninguém pode mexer nela, só o papai, a mamãe ou a professora na escola na hora de limpar. Matada a curiosidade, o banho, ou melhor, a bagunça prosseguiu.

Isso aconteceu assim que elas fizeram 3 anos (completam 4 no mês que vem), idade em que começa a chamada "primeira puberdade", definição dada pelo psicanalista austríaco Wilhelm Reich, ex-colaborador de Freud, por causa do prazer genital que a criança desenvolve nesta fase.

Você já deve ter ouvido falar da fase anal, quando as crianças desenvolvem as habilidades motoras e o controle do esfíncter. Essa primeira puberdade vem logo em seguida e dura até os 6 anos de idade. "São anos sensíveis em que nascem as virtudes e os vícios humanos", resume a terapeuta de abordagem reichiana Evânia Reichert, em seu livro "Infância, A Idade Sagrada" (sugestão de leitura do terapeuta e amigo Plínio Teodoro).

"Depois de aprender a engatinhar, caminhar, falar e se apropriar de suas inúmeras habilidades motoras, a criança chega à fase genital infantil com uma curiosidade intensa e explícita: quer saber quais são as diferenças anatômicas entre os sexos para depois efetivar a identificação sexual", explica a autora.

Essa é aquela fase em que as meninas arrancam as roupas das bonecas e os meninos ficam segurando o pipi toda hora. A fase onde as crianças (meninas e meninos) gostam de correr pelados pela casa e de se masturbar (isso mesmo, sentem prazer com a ereção ou tocando o clitóris). Fase na qual o mundo se divide entre quem tem pipi e quem tem pixoca.

"Esse é um fenômeno decisivo no amadurecimento emocional da criança com a formatação do núcleo de identidade sexual e ruptura da simbiose psicológica com a mãe", diz Evânia.

O embaraço é quando esse comportamento transcende as quatro paredes. Quando os pequenos decidem se encostar, roçar e explorar as sensações do corpo em público.

Nessas horas é importante saber lidar com a sexualidade infantil com sensibilidade, sem ser negligente mas também não sendo repressor, para não gerar uma culpa na cria por uma experimentação própria da idade e necessária para o desenvolvimento dela.

"Se a dosagem ótima entre satisfação e frustração não for observada, em caso de pais exigentes e punitivos, a criança não conseguirá fazer a autorregulação das pulsões e acabará acuada, tornando-se um adolescente/adulto contido e reprimido, com dificuldade de iniciativa, expressividade intelectual, espontaneidade e entrega amorosa", afirma a terapeuta. "Se houver negligência dos pais", conclui, "será uma criança sem limites, impulsiva e reativa, sem autorregulação de suas emoções".

Pois é, eu sinceramente não imaginava que essa questão sexual seria uma preocupação tão precoce na minha vida paterna, com filhas que desfraldaram não faz muito tempo.

A dica da especialista é orientar as crianças com zelo e naturalidade sobre aproveitamento do espaço privado e seguro para a intimidade sexual, sem promover estímulos e sem repressão.

Em tempos onde casos de abusos sexuais pululam por aí nas famílias e a nudez artística é criminalizada como uma afronta à moral e aos bons costumes, precisamos buscar um jeito harmonioso de tratar sobre o tema com nossos filhos para que ele não vire tabu dentro de casa e nossas crianças busquem as respostas fora dela.

Voltando à cena do banho-bagunça lá em casa, acho que agi bem ao saciar uma curiosidade pontual e ponto.

 

FOTO: Arquivo Pessoal Foto: Estadão

Não sei você, mas lá em casa pênis é chamado de pipi e vagina... bem, vagina virou pixoca (invenção da mãe, tá?).

Bom, feito o glossário, agora vamos à história.

Eu já havia ficado pelado algumas vezes na frente das minhas filhas, mas elas (gêmeas) eram tão pequenas (leia-se ELAS eram pequenas) que nem tchum.

Até que num daqueles banhos-bagunça de sábado, em que você não esfrega nem o joelho da cria direito, as duas me perguntaram curiosíssimas: "O que é isso escondido na sua cueca (sunga)? É seu pipi, papai?" Confirmei e pronto: "Deixa eu ver?" Mostrei. Elas gargalharam e quiseram tocá-lo (mais gargalhada). "Você tem um pipizão!", disse uma delas (daí eu gargalhei).

Expliquei que o pipi é meu e que ninguém mais pode mexer nele, assim como a pixoca, cada uma tem a sua e ninguém pode mexer nela, só o papai, a mamãe ou a professora na escola na hora de limpar. Matada a curiosidade, o banho, ou melhor, a bagunça prosseguiu.

Isso aconteceu assim que elas fizeram 3 anos (completam 4 no mês que vem), idade em que começa a chamada "primeira puberdade", definição dada pelo psicanalista austríaco Wilhelm Reich, ex-colaborador de Freud, por causa do prazer genital que a criança desenvolve nesta fase.

Você já deve ter ouvido falar da fase anal, quando as crianças desenvolvem as habilidades motoras e o controle do esfíncter. Essa primeira puberdade vem logo em seguida e dura até os 6 anos de idade. "São anos sensíveis em que nascem as virtudes e os vícios humanos", resume a terapeuta de abordagem reichiana Evânia Reichert, em seu livro "Infância, A Idade Sagrada" (sugestão de leitura do terapeuta e amigo Plínio Teodoro).

"Depois de aprender a engatinhar, caminhar, falar e se apropriar de suas inúmeras habilidades motoras, a criança chega à fase genital infantil com uma curiosidade intensa e explícita: quer saber quais são as diferenças anatômicas entre os sexos para depois efetivar a identificação sexual", explica a autora.

Essa é aquela fase em que as meninas arrancam as roupas das bonecas e os meninos ficam segurando o pipi toda hora. A fase onde as crianças (meninas e meninos) gostam de correr pelados pela casa e de se masturbar (isso mesmo, sentem prazer com a ereção ou tocando o clitóris). Fase na qual o mundo se divide entre quem tem pipi e quem tem pixoca.

"Esse é um fenômeno decisivo no amadurecimento emocional da criança com a formatação do núcleo de identidade sexual e ruptura da simbiose psicológica com a mãe", diz Evânia.

O embaraço é quando esse comportamento transcende as quatro paredes. Quando os pequenos decidem se encostar, roçar e explorar as sensações do corpo em público.

Nessas horas é importante saber lidar com a sexualidade infantil com sensibilidade, sem ser negligente mas também não sendo repressor, para não gerar uma culpa na cria por uma experimentação própria da idade e necessária para o desenvolvimento dela.

"Se a dosagem ótima entre satisfação e frustração não for observada, em caso de pais exigentes e punitivos, a criança não conseguirá fazer a autorregulação das pulsões e acabará acuada, tornando-se um adolescente/adulto contido e reprimido, com dificuldade de iniciativa, expressividade intelectual, espontaneidade e entrega amorosa", afirma a terapeuta. "Se houver negligência dos pais", conclui, "será uma criança sem limites, impulsiva e reativa, sem autorregulação de suas emoções".

Pois é, eu sinceramente não imaginava que essa questão sexual seria uma preocupação tão precoce na minha vida paterna, com filhas que desfraldaram não faz muito tempo.

A dica da especialista é orientar as crianças com zelo e naturalidade sobre aproveitamento do espaço privado e seguro para a intimidade sexual, sem promover estímulos e sem repressão.

Em tempos onde casos de abusos sexuais pululam por aí nas famílias e a nudez artística é criminalizada como uma afronta à moral e aos bons costumes, precisamos buscar um jeito harmonioso de tratar sobre o tema com nossos filhos para que ele não vire tabu dentro de casa e nossas crianças busquem as respostas fora dela.

Voltando à cena do banho-bagunça lá em casa, acho que agi bem ao saciar uma curiosidade pontual e ponto.

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