O jornal The Guardian divulgou novos trechos do diário de Alan Rickman, em que o ator do professor Snape, de Harry Potter, revelava um constante desejo de deixar a saga. O artista morreu em 2016, devido a um câncer de próstata, porém, mesmo doente, seguiu interpretando o icônico personagem.
Alan tentou deixar o elenco após o lançamento de Câmara Secreta, em 2002, e quis sair novamente, depois do quarto filme, O Cálice de Fogo. No entanto, ele só permaneceu por conta de uma declaração de J.K. Rowling.
Em 4 de dezembro de 2002, o artista escreveu: “Falei com [o meu agente] Paul Lyon-Maris sobre a saída de Harry Potter, o que ele pensa que vai acontecer. Mas aqui estamos nós novamente na área de colisão de projeto. Reiterando, não farei mais HP. Eles não querem ouvir”.
Em 2005, mesmo após ser diagnosticado com a doença, Alan, que queria deixar a saga novamente, foi convencido a ficar. “Finalmente disse sim ao HP 5 [A Ordem da Fênix]. O argumento que vence é aquele que diz: ‘Veja esse projeto até o fim, é a sua história’”, relatou.
De fato, o intérprete decidiu permanecer após saber qual seria o fim de seu personagem. Em 2007, ele escreveu: “Terminei de ler o último livro de Harry Potter. Snape morre heroicamente, Potter o descreve para seus filhos como um dos homens mais corajosos que ele já conheceu e chama seu filho de Alvo Severo. Este foi um verdadeiro rito de passagem. Uma pequena informação de Jo Rowling há sete anos —Snape amava Lily— foi o que me deu a borda de um precipício para me agarrar”, disse o ator.
Críticas à produção
O artista ainda registrou constantes críticas à produção dos filmes. Antes de começar a filmar o primeiro longa, ele relatou não se sentir conectado com a história.
Em 2000, ele escreve: “Não sinto nada sobre HP, o que realmente me perturba”. Ao ver o resultado final de A Pedra Filosofal, ele comentou: “O filme, na tela grande, adquire uma escala e profundidade que combinam com a trilha horrenda de John Williams”.
O astro ainda falou sobre a atuação de Daniel Radcliffe e Emma Watson. “Alfonso Cuarón [diretor] começa a ensaiar as câmeras antes dos atores e essas crianças precisam de direção. Eles não sabem suas falas e a dicção de Emma é deste lado da Albânia às vezes”.