Vinícius Rodrigues pode perder a Bolsa Atleta do Governo Federal caso não notifique o Ministério dos Esportes, dentro de 10 dias, se continuará participando do Big Brother Brasil. Um dos critérios para o acesso ao benefício é que o atleta esteja dedicado à modalidade em que está inserido. Segundo o Ministério do Esporte, a pasta ficou sabendo da participação do atleta paralímpico no reality por meio da mídia.
Em nota enviada ao Estadão, o Ministério do Esporte, por meio da Secretaria Nacional de Alto Desempenho, informou que ainda não foi notificado oficialmente sobre a decisão do atleta Vinícius Rodrigues de participar do reality. “Soubemos por meio da mídia, e o atleta será notificado para, no prazo de 10 (dez) dias, nos informar se realmente irá participar do programa. Caso confirme sua participação, o pagamento do benefício será suspenso, tendo em vista que não cumprirá o plano esportivo aprovado”, diz a Assessoria de Imprensa da pasta.
A nota ainda esclarece que, “caso a permanência dele no reality seja curta, ele tem condições de pedir a retomada do auxílio”. O atleta recebe o benefício desde 2016.
A bolsa é concedida a atletas que estão entre os 20 primeiros do ranking mundial de sua modalidade ou prova específica e que atendam aos critérios estabelecidos pela legislação aplicável.
Segundo o site do Ministério dos Esportes, a categoria Pódio é a mais alta do Bolsa Atleta. Foi criada pela Lei 12.395/2011, com o objetivo de patrocinar atletas com chances de medalhas e de disputar finais em Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
A equipe do Estadão tentou contato com a assessoria de Vinícius, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Vale lembrar que Paulo André, do BBB 22, também teve o benefício suspenso por não notificar o Governo sobre sua participação no reality.
Quem é Vinícius Rodrigues
Vinicius perdeu parte da perna esquerda aos 19 anos em um acidente de trânsito em Maringá, no Paraná. Natural de Primavera, distrito de Rosana, em São Paulo, o velocista participou dos Jogos Parapan-Americanos de Lima (2019) e das Paralimpíadas de Tóquio (2020), onde conquistou medalha de prata para o Brasil.
O atleta conta que ainda no hospital, recebeu a visita de outra atleta paralímpica, Terezinha Guilhermina, que o apresentou ao atletismo. Em 2015, participou de sua primeira competição paralímpica. Quatro anos depois, durante um torneio, quebrou o recorde mundial dos 100 metros rasos da classe T63 para amputados de perna acima do joelho, com o tempo de 11s95. Nas redes sociais, costuma compartilhar a rotina de treinos e competições, além de momentos com a filha, de sete anos.