Diretor e coordenadora artística de ‘O Menino e o Mundo’ lançam animação na TV


Priscilla Kellen liderou equipe predominantemente feminina para projeto criado por Alê Abreu, ‘Vivi Viravento’

Por Luiza Pollo
Animação é em 2D, assim como o premiado 'O Menino e o Mundo' Foto: Cena de 'Vivi Viravento'/Discovery Kids

Vivi Viravento, produção brasileira da Mixer Films com coprodução do Discovery Kids e da TV Cultura, chega à televisão com time de reconhecimento internacional. A criação é de Alê Abreu e a direção é de Priscilla Kellen, respectivamente diretor e coordenadora artística do filme O Menino e o Mundo, indicado ao Oscar em 2016 na categoria de melhor animação.

Com estreia neste sábado, 2, no Discovery Kids e previsão de lançamento na TV Cultura para 2018, Vivi Viravento leva o telespectador para dentro do caderno de desenhos e anotações de uma garota criativa. Vivi está em busca de Viravento, “um lugar imaginário onde tudo pode acontecer”. Durante a saga, a garota passa por diversas cidades do mundo com seus amigos Mochilão e Lanterninha.

continua após a publicidade

“A série nasce dessa ideia de o público poder compartilhar do pensamento mais íntimo de uma criança nas viagens imaginárias de uma menina. Cada país é um lugar do mundo interior dela”, explica Alê Abreu. Vivi aprende sobre a cultura, os animais e outras peculiaridades dos locais que visita. No primeiro episódio, o destino são as savanas do Quênia. Ainda na primeira temporada, ela vai conhecer Escócia, Galápagos, China, Chile, e, no Brasil, as Cataratas do Iguaçu.

O espectador mergulha no mundo da garota com as colagens e ilustrações do caderno, misturando fotos e desenhos infantis. “Mostrar o olhar da criança foi realmente uma insistência nossa. É uma viagem imaginária através das colagens dela”, relata Priscilla.

Parte do visual da animação 2D deixa claro que há influência de O Menino e o Mundo. E não tinha como ser diferente. O episódio piloto de Vivi Viravento foi desenvolvido em 2009, antes mesmo do filme. Alê relata que o projeto ficou “na gaveta” com a produção do longa e foi revisitado pela equipe apenas em 2015. Ele assume que, depois do sucesso do filme, foi mais fácil ter confiança para apostar em uma animação em duas dimensões. 

continua após a publicidade

Priscilla explica que as crianças recebem muito bem a estética de colagem. “O desafio talvez tenha sido mais de encontrar um profissional que não trabalhe hoje só com a linguagem tridimensional. Tivemos uma infância 2D, temos esse background com colagens e pinturas. Quando tentamos inserir mais planos, tridimensionalidade, do ponto de vista da linguagem vimos que não caberia.”

A equipe fez visitas em escolas para testar a recepção do episódio piloto pelas crianças em 2009 e 2015. Priscilla relata que se surpreendeu, pois, apesar da evolução do uso dos tablets e celulares, houve pouca mudança na visão dos pequenos. “Uma opinião muito particular minha: acho que os adultos estão mais deslumbrados com a tecnologia do que as crianças. Eu tenho um bebê e vejo que ele quer tocar, experimentar as coisas”, observa.

Alê Abreu na recepção da premiação do Oscar em 2016. 'O Menino e o Mundo' foi indicado à categoria de melhor animação, mas 'Divertidamente' levou o prêmio Foto: REUTERS/Phil McCarten
continua após a publicidade

Apesar do cuidado com as imagens, o texto será o centro da nova animação “A Vivi exercita muito a poesia falada. Tivemos o texto infantil muito influenciado pelo Manoel de Barros”, revela Alê. A poesia se anuncia logo no nome, destaca ele: “Vivi tem o duplo sentido de viver.”

Com uma personagem esperta e curiosa, a equipe pretende destacar o protagonismo feminino. “Foi um processo bem consciente”, diz Priscilla, que liderou uma equipe formada quase totalmente por mulheres. A diretora destaca que elas revisaram e colocaram à prova as ideias iniciais, também de Alê, um homem. “Já fiz outras personagens femininas, mas para mim o foco é muito a infância, não é muito [dividido] o menino ou a menina. Mas pensando na Vivi, no mundo em que a gente vive hoje, a percepção do olhar feminino é urgente”, disse o criador.

Priscilla completa que se preocupou em tomar cuidado para não repetir os “nãos” que a sociedade costuma dizer à meninas. “A ideia é que a Vivi seja sonhadora e livre.”

continua após a publicidade

A animação estreia neste sábado, 2, às 8h15, no canal de TV paga Discovery Kids, e tem exibição sempre aos sábados e domingos. Em 2018 a série deve ser exibida também na TV Cultura.

Vivi Viravento tem criação e supervisão artística de Alê Abreu, direção-geral artística de João Daniel Tikhomiroff, direção de Priscilla Kellen e produção executiva de Fernanda Senatori.

Animação é em 2D, assim como o premiado 'O Menino e o Mundo' Foto: Cena de 'Vivi Viravento'/Discovery Kids

Vivi Viravento, produção brasileira da Mixer Films com coprodução do Discovery Kids e da TV Cultura, chega à televisão com time de reconhecimento internacional. A criação é de Alê Abreu e a direção é de Priscilla Kellen, respectivamente diretor e coordenadora artística do filme O Menino e o Mundo, indicado ao Oscar em 2016 na categoria de melhor animação.

Com estreia neste sábado, 2, no Discovery Kids e previsão de lançamento na TV Cultura para 2018, Vivi Viravento leva o telespectador para dentro do caderno de desenhos e anotações de uma garota criativa. Vivi está em busca de Viravento, “um lugar imaginário onde tudo pode acontecer”. Durante a saga, a garota passa por diversas cidades do mundo com seus amigos Mochilão e Lanterninha.

“A série nasce dessa ideia de o público poder compartilhar do pensamento mais íntimo de uma criança nas viagens imaginárias de uma menina. Cada país é um lugar do mundo interior dela”, explica Alê Abreu. Vivi aprende sobre a cultura, os animais e outras peculiaridades dos locais que visita. No primeiro episódio, o destino são as savanas do Quênia. Ainda na primeira temporada, ela vai conhecer Escócia, Galápagos, China, Chile, e, no Brasil, as Cataratas do Iguaçu.

O espectador mergulha no mundo da garota com as colagens e ilustrações do caderno, misturando fotos e desenhos infantis. “Mostrar o olhar da criança foi realmente uma insistência nossa. É uma viagem imaginária através das colagens dela”, relata Priscilla.

Parte do visual da animação 2D deixa claro que há influência de O Menino e o Mundo. E não tinha como ser diferente. O episódio piloto de Vivi Viravento foi desenvolvido em 2009, antes mesmo do filme. Alê relata que o projeto ficou “na gaveta” com a produção do longa e foi revisitado pela equipe apenas em 2015. Ele assume que, depois do sucesso do filme, foi mais fácil ter confiança para apostar em uma animação em duas dimensões. 

Priscilla explica que as crianças recebem muito bem a estética de colagem. “O desafio talvez tenha sido mais de encontrar um profissional que não trabalhe hoje só com a linguagem tridimensional. Tivemos uma infância 2D, temos esse background com colagens e pinturas. Quando tentamos inserir mais planos, tridimensionalidade, do ponto de vista da linguagem vimos que não caberia.”

A equipe fez visitas em escolas para testar a recepção do episódio piloto pelas crianças em 2009 e 2015. Priscilla relata que se surpreendeu, pois, apesar da evolução do uso dos tablets e celulares, houve pouca mudança na visão dos pequenos. “Uma opinião muito particular minha: acho que os adultos estão mais deslumbrados com a tecnologia do que as crianças. Eu tenho um bebê e vejo que ele quer tocar, experimentar as coisas”, observa.

Alê Abreu na recepção da premiação do Oscar em 2016. 'O Menino e o Mundo' foi indicado à categoria de melhor animação, mas 'Divertidamente' levou o prêmio Foto: REUTERS/Phil McCarten

Apesar do cuidado com as imagens, o texto será o centro da nova animação “A Vivi exercita muito a poesia falada. Tivemos o texto infantil muito influenciado pelo Manoel de Barros”, revela Alê. A poesia se anuncia logo no nome, destaca ele: “Vivi tem o duplo sentido de viver.”

Com uma personagem esperta e curiosa, a equipe pretende destacar o protagonismo feminino. “Foi um processo bem consciente”, diz Priscilla, que liderou uma equipe formada quase totalmente por mulheres. A diretora destaca que elas revisaram e colocaram à prova as ideias iniciais, também de Alê, um homem. “Já fiz outras personagens femininas, mas para mim o foco é muito a infância, não é muito [dividido] o menino ou a menina. Mas pensando na Vivi, no mundo em que a gente vive hoje, a percepção do olhar feminino é urgente”, disse o criador.

Priscilla completa que se preocupou em tomar cuidado para não repetir os “nãos” que a sociedade costuma dizer à meninas. “A ideia é que a Vivi seja sonhadora e livre.”

A animação estreia neste sábado, 2, às 8h15, no canal de TV paga Discovery Kids, e tem exibição sempre aos sábados e domingos. Em 2018 a série deve ser exibida também na TV Cultura.

Vivi Viravento tem criação e supervisão artística de Alê Abreu, direção-geral artística de João Daniel Tikhomiroff, direção de Priscilla Kellen e produção executiva de Fernanda Senatori.

Animação é em 2D, assim como o premiado 'O Menino e o Mundo' Foto: Cena de 'Vivi Viravento'/Discovery Kids

Vivi Viravento, produção brasileira da Mixer Films com coprodução do Discovery Kids e da TV Cultura, chega à televisão com time de reconhecimento internacional. A criação é de Alê Abreu e a direção é de Priscilla Kellen, respectivamente diretor e coordenadora artística do filme O Menino e o Mundo, indicado ao Oscar em 2016 na categoria de melhor animação.

Com estreia neste sábado, 2, no Discovery Kids e previsão de lançamento na TV Cultura para 2018, Vivi Viravento leva o telespectador para dentro do caderno de desenhos e anotações de uma garota criativa. Vivi está em busca de Viravento, “um lugar imaginário onde tudo pode acontecer”. Durante a saga, a garota passa por diversas cidades do mundo com seus amigos Mochilão e Lanterninha.

“A série nasce dessa ideia de o público poder compartilhar do pensamento mais íntimo de uma criança nas viagens imaginárias de uma menina. Cada país é um lugar do mundo interior dela”, explica Alê Abreu. Vivi aprende sobre a cultura, os animais e outras peculiaridades dos locais que visita. No primeiro episódio, o destino são as savanas do Quênia. Ainda na primeira temporada, ela vai conhecer Escócia, Galápagos, China, Chile, e, no Brasil, as Cataratas do Iguaçu.

O espectador mergulha no mundo da garota com as colagens e ilustrações do caderno, misturando fotos e desenhos infantis. “Mostrar o olhar da criança foi realmente uma insistência nossa. É uma viagem imaginária através das colagens dela”, relata Priscilla.

Parte do visual da animação 2D deixa claro que há influência de O Menino e o Mundo. E não tinha como ser diferente. O episódio piloto de Vivi Viravento foi desenvolvido em 2009, antes mesmo do filme. Alê relata que o projeto ficou “na gaveta” com a produção do longa e foi revisitado pela equipe apenas em 2015. Ele assume que, depois do sucesso do filme, foi mais fácil ter confiança para apostar em uma animação em duas dimensões. 

Priscilla explica que as crianças recebem muito bem a estética de colagem. “O desafio talvez tenha sido mais de encontrar um profissional que não trabalhe hoje só com a linguagem tridimensional. Tivemos uma infância 2D, temos esse background com colagens e pinturas. Quando tentamos inserir mais planos, tridimensionalidade, do ponto de vista da linguagem vimos que não caberia.”

A equipe fez visitas em escolas para testar a recepção do episódio piloto pelas crianças em 2009 e 2015. Priscilla relata que se surpreendeu, pois, apesar da evolução do uso dos tablets e celulares, houve pouca mudança na visão dos pequenos. “Uma opinião muito particular minha: acho que os adultos estão mais deslumbrados com a tecnologia do que as crianças. Eu tenho um bebê e vejo que ele quer tocar, experimentar as coisas”, observa.

Alê Abreu na recepção da premiação do Oscar em 2016. 'O Menino e o Mundo' foi indicado à categoria de melhor animação, mas 'Divertidamente' levou o prêmio Foto: REUTERS/Phil McCarten

Apesar do cuidado com as imagens, o texto será o centro da nova animação “A Vivi exercita muito a poesia falada. Tivemos o texto infantil muito influenciado pelo Manoel de Barros”, revela Alê. A poesia se anuncia logo no nome, destaca ele: “Vivi tem o duplo sentido de viver.”

Com uma personagem esperta e curiosa, a equipe pretende destacar o protagonismo feminino. “Foi um processo bem consciente”, diz Priscilla, que liderou uma equipe formada quase totalmente por mulheres. A diretora destaca que elas revisaram e colocaram à prova as ideias iniciais, também de Alê, um homem. “Já fiz outras personagens femininas, mas para mim o foco é muito a infância, não é muito [dividido] o menino ou a menina. Mas pensando na Vivi, no mundo em que a gente vive hoje, a percepção do olhar feminino é urgente”, disse o criador.

Priscilla completa que se preocupou em tomar cuidado para não repetir os “nãos” que a sociedade costuma dizer à meninas. “A ideia é que a Vivi seja sonhadora e livre.”

A animação estreia neste sábado, 2, às 8h15, no canal de TV paga Discovery Kids, e tem exibição sempre aos sábados e domingos. Em 2018 a série deve ser exibida também na TV Cultura.

Vivi Viravento tem criação e supervisão artística de Alê Abreu, direção-geral artística de João Daniel Tikhomiroff, direção de Priscilla Kellen e produção executiva de Fernanda Senatori.

Animação é em 2D, assim como o premiado 'O Menino e o Mundo' Foto: Cena de 'Vivi Viravento'/Discovery Kids

Vivi Viravento, produção brasileira da Mixer Films com coprodução do Discovery Kids e da TV Cultura, chega à televisão com time de reconhecimento internacional. A criação é de Alê Abreu e a direção é de Priscilla Kellen, respectivamente diretor e coordenadora artística do filme O Menino e o Mundo, indicado ao Oscar em 2016 na categoria de melhor animação.

Com estreia neste sábado, 2, no Discovery Kids e previsão de lançamento na TV Cultura para 2018, Vivi Viravento leva o telespectador para dentro do caderno de desenhos e anotações de uma garota criativa. Vivi está em busca de Viravento, “um lugar imaginário onde tudo pode acontecer”. Durante a saga, a garota passa por diversas cidades do mundo com seus amigos Mochilão e Lanterninha.

“A série nasce dessa ideia de o público poder compartilhar do pensamento mais íntimo de uma criança nas viagens imaginárias de uma menina. Cada país é um lugar do mundo interior dela”, explica Alê Abreu. Vivi aprende sobre a cultura, os animais e outras peculiaridades dos locais que visita. No primeiro episódio, o destino são as savanas do Quênia. Ainda na primeira temporada, ela vai conhecer Escócia, Galápagos, China, Chile, e, no Brasil, as Cataratas do Iguaçu.

O espectador mergulha no mundo da garota com as colagens e ilustrações do caderno, misturando fotos e desenhos infantis. “Mostrar o olhar da criança foi realmente uma insistência nossa. É uma viagem imaginária através das colagens dela”, relata Priscilla.

Parte do visual da animação 2D deixa claro que há influência de O Menino e o Mundo. E não tinha como ser diferente. O episódio piloto de Vivi Viravento foi desenvolvido em 2009, antes mesmo do filme. Alê relata que o projeto ficou “na gaveta” com a produção do longa e foi revisitado pela equipe apenas em 2015. Ele assume que, depois do sucesso do filme, foi mais fácil ter confiança para apostar em uma animação em duas dimensões. 

Priscilla explica que as crianças recebem muito bem a estética de colagem. “O desafio talvez tenha sido mais de encontrar um profissional que não trabalhe hoje só com a linguagem tridimensional. Tivemos uma infância 2D, temos esse background com colagens e pinturas. Quando tentamos inserir mais planos, tridimensionalidade, do ponto de vista da linguagem vimos que não caberia.”

A equipe fez visitas em escolas para testar a recepção do episódio piloto pelas crianças em 2009 e 2015. Priscilla relata que se surpreendeu, pois, apesar da evolução do uso dos tablets e celulares, houve pouca mudança na visão dos pequenos. “Uma opinião muito particular minha: acho que os adultos estão mais deslumbrados com a tecnologia do que as crianças. Eu tenho um bebê e vejo que ele quer tocar, experimentar as coisas”, observa.

Alê Abreu na recepção da premiação do Oscar em 2016. 'O Menino e o Mundo' foi indicado à categoria de melhor animação, mas 'Divertidamente' levou o prêmio Foto: REUTERS/Phil McCarten

Apesar do cuidado com as imagens, o texto será o centro da nova animação “A Vivi exercita muito a poesia falada. Tivemos o texto infantil muito influenciado pelo Manoel de Barros”, revela Alê. A poesia se anuncia logo no nome, destaca ele: “Vivi tem o duplo sentido de viver.”

Com uma personagem esperta e curiosa, a equipe pretende destacar o protagonismo feminino. “Foi um processo bem consciente”, diz Priscilla, que liderou uma equipe formada quase totalmente por mulheres. A diretora destaca que elas revisaram e colocaram à prova as ideias iniciais, também de Alê, um homem. “Já fiz outras personagens femininas, mas para mim o foco é muito a infância, não é muito [dividido] o menino ou a menina. Mas pensando na Vivi, no mundo em que a gente vive hoje, a percepção do olhar feminino é urgente”, disse o criador.

Priscilla completa que se preocupou em tomar cuidado para não repetir os “nãos” que a sociedade costuma dizer à meninas. “A ideia é que a Vivi seja sonhadora e livre.”

A animação estreia neste sábado, 2, às 8h15, no canal de TV paga Discovery Kids, e tem exibição sempre aos sábados e domingos. Em 2018 a série deve ser exibida também na TV Cultura.

Vivi Viravento tem criação e supervisão artística de Alê Abreu, direção-geral artística de João Daniel Tikhomiroff, direção de Priscilla Kellen e produção executiva de Fernanda Senatori.

Animação é em 2D, assim como o premiado 'O Menino e o Mundo' Foto: Cena de 'Vivi Viravento'/Discovery Kids

Vivi Viravento, produção brasileira da Mixer Films com coprodução do Discovery Kids e da TV Cultura, chega à televisão com time de reconhecimento internacional. A criação é de Alê Abreu e a direção é de Priscilla Kellen, respectivamente diretor e coordenadora artística do filme O Menino e o Mundo, indicado ao Oscar em 2016 na categoria de melhor animação.

Com estreia neste sábado, 2, no Discovery Kids e previsão de lançamento na TV Cultura para 2018, Vivi Viravento leva o telespectador para dentro do caderno de desenhos e anotações de uma garota criativa. Vivi está em busca de Viravento, “um lugar imaginário onde tudo pode acontecer”. Durante a saga, a garota passa por diversas cidades do mundo com seus amigos Mochilão e Lanterninha.

“A série nasce dessa ideia de o público poder compartilhar do pensamento mais íntimo de uma criança nas viagens imaginárias de uma menina. Cada país é um lugar do mundo interior dela”, explica Alê Abreu. Vivi aprende sobre a cultura, os animais e outras peculiaridades dos locais que visita. No primeiro episódio, o destino são as savanas do Quênia. Ainda na primeira temporada, ela vai conhecer Escócia, Galápagos, China, Chile, e, no Brasil, as Cataratas do Iguaçu.

O espectador mergulha no mundo da garota com as colagens e ilustrações do caderno, misturando fotos e desenhos infantis. “Mostrar o olhar da criança foi realmente uma insistência nossa. É uma viagem imaginária através das colagens dela”, relata Priscilla.

Parte do visual da animação 2D deixa claro que há influência de O Menino e o Mundo. E não tinha como ser diferente. O episódio piloto de Vivi Viravento foi desenvolvido em 2009, antes mesmo do filme. Alê relata que o projeto ficou “na gaveta” com a produção do longa e foi revisitado pela equipe apenas em 2015. Ele assume que, depois do sucesso do filme, foi mais fácil ter confiança para apostar em uma animação em duas dimensões. 

Priscilla explica que as crianças recebem muito bem a estética de colagem. “O desafio talvez tenha sido mais de encontrar um profissional que não trabalhe hoje só com a linguagem tridimensional. Tivemos uma infância 2D, temos esse background com colagens e pinturas. Quando tentamos inserir mais planos, tridimensionalidade, do ponto de vista da linguagem vimos que não caberia.”

A equipe fez visitas em escolas para testar a recepção do episódio piloto pelas crianças em 2009 e 2015. Priscilla relata que se surpreendeu, pois, apesar da evolução do uso dos tablets e celulares, houve pouca mudança na visão dos pequenos. “Uma opinião muito particular minha: acho que os adultos estão mais deslumbrados com a tecnologia do que as crianças. Eu tenho um bebê e vejo que ele quer tocar, experimentar as coisas”, observa.

Alê Abreu na recepção da premiação do Oscar em 2016. 'O Menino e o Mundo' foi indicado à categoria de melhor animação, mas 'Divertidamente' levou o prêmio Foto: REUTERS/Phil McCarten

Apesar do cuidado com as imagens, o texto será o centro da nova animação “A Vivi exercita muito a poesia falada. Tivemos o texto infantil muito influenciado pelo Manoel de Barros”, revela Alê. A poesia se anuncia logo no nome, destaca ele: “Vivi tem o duplo sentido de viver.”

Com uma personagem esperta e curiosa, a equipe pretende destacar o protagonismo feminino. “Foi um processo bem consciente”, diz Priscilla, que liderou uma equipe formada quase totalmente por mulheres. A diretora destaca que elas revisaram e colocaram à prova as ideias iniciais, também de Alê, um homem. “Já fiz outras personagens femininas, mas para mim o foco é muito a infância, não é muito [dividido] o menino ou a menina. Mas pensando na Vivi, no mundo em que a gente vive hoje, a percepção do olhar feminino é urgente”, disse o criador.

Priscilla completa que se preocupou em tomar cuidado para não repetir os “nãos” que a sociedade costuma dizer à meninas. “A ideia é que a Vivi seja sonhadora e livre.”

A animação estreia neste sábado, 2, às 8h15, no canal de TV paga Discovery Kids, e tem exibição sempre aos sábados e domingos. Em 2018 a série deve ser exibida também na TV Cultura.

Vivi Viravento tem criação e supervisão artística de Alê Abreu, direção-geral artística de João Daniel Tikhomiroff, direção de Priscilla Kellen e produção executiva de Fernanda Senatori.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.