‘Espero que possamos visitar o Brasil e mostrar nossa gratidão’, diz Kit Connor, de ‘Heartstopper’


Em entrevista ao ‘Estadão’, Connor e Joe Locke, protagonistas da série, revelam bastidores da produção e exaltam impacto da história

Por Julia Queiroz
Atualização:
Kit Connor e Joe Locke interpretam Nick e Charlie em 'Heartstopper'. Os atores falaram sobre o sucesso da série ao Estadão. Foto: Netflix

“Eu acho que nunca existe representatividade e inclusão demais e uma série como Heartstopper é a prova disso”, diz o ator Kit Connor, de 18 anos. Ao seu lado, Joe Locke, da mesma idade, sorri e balança a cabeça em concordância.

A dupla de atores mirins protagoniza Heartstopper, série da Netflix que completa uma semana de lançamento nesta sexta-feira, 29. O seriado tem oito episódios de cerca de 30 minutos e é baseado na graphic novel de mesmo nome da autora inglesa Alice Oseman, que participou de perto da adaptação.

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Locke interpreta Charlie Spring, um menino gentil e tímido que, no último ano, sofreu bullying na escola após terem descoberto que ele é gay. Em uma aula, ele conhece Nick Nelson, personagem de Connor, que é um ano mais velho, estrela do time de rugby e supostamente hétero. Eles desenvolvem uma forte amizade e, aos poucos, percebem que estão se apaixonando.

Em entrevista ao Estadão, Kit Connor e Joe Locke falaram sobre a importância da história e de sua representatividade, de como transportaram os quadrinhos para as câmeras e exaltaram a presença dos fãs brasileiros nas redes sociais.


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Dos quadrinhos para as telas

Com sete dias de lançamento, Heartstopper acumula boas críticas e uma forte presença nas redes sociais. Mesmo tendo estreado apenas na sexta-feira, 22, foi a sétima produção mais assistida do mundo na Netflix entre as séries de língua inglesa na última semana, com mais de 14,5 milhões de reproduções durante o final de semana.

Parte do empenho para que a série tenha uma boa performance vem dos fãs da HQ, que aguardavam ansiosamente o lançamento da adaptação. De acordo com Kit Connor, a preparação para encararem os personagens durou cerca de duas semanas, nas quais foram imersos na história de Charlie e Nick. “A nossa prioridade era sermos autênticos aos personagens, mas também colocar o nosso toque neles'', diz.

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Para Joe Locke, essa imersão envolveu ler e reler os quadrinhos quantas vezes fosse necessário. “Queria entender como o Charlie é e como age e também relacionar isso comigo, para ver que partes de mim se parecem com ele e quais partes são diferentes”, explica.

Kit Connor e Joe Locke interpretam dois meninos que se apaixonam em 'Heartstopper', adaptação dos quadrinhos de Alice Oseman. Foto: Netflix

Com pequenos pontos de divergência, Heartstopper é uma das adaptações mais fiéis ao produto original que a Netflix já produziu. Isso se deve ao fato de que a criadora da história, Alice Oseman, é creditada como roteirista e produtora e esteve presente durante todo o período de filmagens.

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“Ter Alice no set foi tão incrível porque ela sempre estaria em um canto para qualquer pergunta que tivéssemos ou qualquer ajuda que precisássemos", diz Locke. O ator lembra que, em algumas cenas, Euros Lyn, que dirigiu os oito episódios da série, mantinha um tablet com o roteiro de um lado e a página da HQ que correspondesse ao momento no outro.


Representatividade

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Quando a notícia de que Heartstopper viraria uma série da Netflix foi confirmada, os fãs clamaram para que, além da fidelidade à história, a produção escolhesse um elenco que mantivesse a representatividade criada por Alice Oseman.

O desejo foi atendido e, por isso, a série tem um dos elencos mais diversos da plataforma. Além dos personagens centrais, a produção conta com Yasmin Finney, atriz negra e trans que interpreta Elle, amiga de Charlie que se transfere para a escola de garotas após realizar a transição de gênero.

Nos episódios, vemos o nascer do interesse dela por Tao, que também faz parte do grupo de amigos e é interpretado por William Gao, inglês de ascendência chinesa. Kizzy Edgell e Corinna Brown também fazem parte do grupo e interpretam Darcy e Tara, casal interracial de meninas que resolve deixar de esconder seu relacionamento. Tobie Donovan faz Isaac, o “amigo quieto”, que Alice já deu dicas de que pode fazer parte do espectro assexual.

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Yasmin Finney (Elle), William Gao (Tao)eTobie Donavan (Isaac) em cena de 'Heartstopper'. Foto: Netflix

“A nossa série é feita para todos os tipos de pessoas", ressalta Joe Locke. Connor concorda com o colega e destaca a importância da audiência conseguir se ver nos personagens: “Eu estou muito feliz com a animação das pessoas com a série e com a quantidade de pessoas que foram tocadas e podem se relacionar com ela”.

Descoberta da sexualidade

Com um toque de comédia romântica e dos clássicos "coming-of-age", Heartstopper traz um romance leve entre dois meninos e, ao mesmo tempo, aborda tópicos como os perigos do bullying e a dificuldade de se descobrir a sexualidade durante a adolescência.

O personagem de Connor, Nick, passa por uma longa jornada individual para entender que é bisexual e não hétero, como pensava. O ator destaca que todos podem assistir à série - a classificação indicativa é de 12 anos - mas que o fato dela poder alcançar um público jovem é especial.

“Ter essa audiência ganhando representatividade queer, particularmente com um personagem bisexual que realmente passa por conflitos internos, lutas mentais e confusão no geral em descobrir a sua sexualidade e se aceitar. Acho isso extremamente importante”, diz.

A história já tem criado impacto. No dia de lançamento da série, Connor compartilhou um tweet de um fã que dizia que havia assumido a sexualidade para os pais mostrando uma cena de Nick com a mãe. A personagem, inclusive, é interpretada pela vencedora do Oscar Olivia Colman, que faz uma ponta no seriado.

reference

“Eu acho que esse é um dos momentos mais gratificantes da minha vida, para ser sincero. Poder exercer um papel, qualquer que seja, dessa forma na vida de alguém é incrível e uma honra”, afirma o ator sobre a mensagem.

Recepção e fãs brasileiros

O recado dos atores parece ser claro: Heartstopper é uma série sobre todos e para todos. “É incrível fazer um programa que tem causado tanto impacto em tanta gente e que, em poucos dias, fez com que tantas pessoas nos enviassem mensagens de apoio e apreço pela série”, diz Connor.

Entre tantos admiradores, Joe e Kit afirmam que os fãs brasileiros estão entre os que mais fazem barulho nas redes sociais. Na última segunda, 25, a Netflix lançou um vídeo dos dois lendo mensagens em português e tentando entender o que elas significavam.

“Nossa pronúncia foi péssima, mas foi ótimo. Os tweets eram extremamente gentis, lisonjeiros em muitos sentidos. Espero que um dia possamos visitar o Brasil e mostrar nossa gratidão”, comenta Connor. Animado ao seu lado, Locke completa: “Sim, eu quero muito ir ao Brasil”.

Apesar de, até o momento, a Netflix não ter confirmado uma segunda temporada da série, ambos estão ansiosos para a jornada que seus personagens podem enfrentar. Enquanto isso, os oito episódios de Heartstopper estão disponíveis para serem assistidos na plataforma de streaming.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Kit Connor e Joe Locke interpretam Nick e Charlie em 'Heartstopper'. Os atores falaram sobre o sucesso da série ao Estadão. Foto: Netflix

“Eu acho que nunca existe representatividade e inclusão demais e uma série como Heartstopper é a prova disso”, diz o ator Kit Connor, de 18 anos. Ao seu lado, Joe Locke, da mesma idade, sorri e balança a cabeça em concordância.

A dupla de atores mirins protagoniza Heartstopper, série da Netflix que completa uma semana de lançamento nesta sexta-feira, 29. O seriado tem oito episódios de cerca de 30 minutos e é baseado na graphic novel de mesmo nome da autora inglesa Alice Oseman, que participou de perto da adaptação.

Locke interpreta Charlie Spring, um menino gentil e tímido que, no último ano, sofreu bullying na escola após terem descoberto que ele é gay. Em uma aula, ele conhece Nick Nelson, personagem de Connor, que é um ano mais velho, estrela do time de rugby e supostamente hétero. Eles desenvolvem uma forte amizade e, aos poucos, percebem que estão se apaixonando.

Em entrevista ao Estadão, Kit Connor e Joe Locke falaram sobre a importância da história e de sua representatividade, de como transportaram os quadrinhos para as câmeras e exaltaram a presença dos fãs brasileiros nas redes sociais.


Dos quadrinhos para as telas

Com sete dias de lançamento, Heartstopper acumula boas críticas e uma forte presença nas redes sociais. Mesmo tendo estreado apenas na sexta-feira, 22, foi a sétima produção mais assistida do mundo na Netflix entre as séries de língua inglesa na última semana, com mais de 14,5 milhões de reproduções durante o final de semana.

Parte do empenho para que a série tenha uma boa performance vem dos fãs da HQ, que aguardavam ansiosamente o lançamento da adaptação. De acordo com Kit Connor, a preparação para encararem os personagens durou cerca de duas semanas, nas quais foram imersos na história de Charlie e Nick. “A nossa prioridade era sermos autênticos aos personagens, mas também colocar o nosso toque neles'', diz.

Para Joe Locke, essa imersão envolveu ler e reler os quadrinhos quantas vezes fosse necessário. “Queria entender como o Charlie é e como age e também relacionar isso comigo, para ver que partes de mim se parecem com ele e quais partes são diferentes”, explica.

Kit Connor e Joe Locke interpretam dois meninos que se apaixonam em 'Heartstopper', adaptação dos quadrinhos de Alice Oseman. Foto: Netflix

Com pequenos pontos de divergência, Heartstopper é uma das adaptações mais fiéis ao produto original que a Netflix já produziu. Isso se deve ao fato de que a criadora da história, Alice Oseman, é creditada como roteirista e produtora e esteve presente durante todo o período de filmagens.

“Ter Alice no set foi tão incrível porque ela sempre estaria em um canto para qualquer pergunta que tivéssemos ou qualquer ajuda que precisássemos", diz Locke. O ator lembra que, em algumas cenas, Euros Lyn, que dirigiu os oito episódios da série, mantinha um tablet com o roteiro de um lado e a página da HQ que correspondesse ao momento no outro.


Representatividade

Quando a notícia de que Heartstopper viraria uma série da Netflix foi confirmada, os fãs clamaram para que, além da fidelidade à história, a produção escolhesse um elenco que mantivesse a representatividade criada por Alice Oseman.

O desejo foi atendido e, por isso, a série tem um dos elencos mais diversos da plataforma. Além dos personagens centrais, a produção conta com Yasmin Finney, atriz negra e trans que interpreta Elle, amiga de Charlie que se transfere para a escola de garotas após realizar a transição de gênero.

Nos episódios, vemos o nascer do interesse dela por Tao, que também faz parte do grupo de amigos e é interpretado por William Gao, inglês de ascendência chinesa. Kizzy Edgell e Corinna Brown também fazem parte do grupo e interpretam Darcy e Tara, casal interracial de meninas que resolve deixar de esconder seu relacionamento. Tobie Donovan faz Isaac, o “amigo quieto”, que Alice já deu dicas de que pode fazer parte do espectro assexual.

Yasmin Finney (Elle), William Gao (Tao)eTobie Donavan (Isaac) em cena de 'Heartstopper'. Foto: Netflix

“A nossa série é feita para todos os tipos de pessoas", ressalta Joe Locke. Connor concorda com o colega e destaca a importância da audiência conseguir se ver nos personagens: “Eu estou muito feliz com a animação das pessoas com a série e com a quantidade de pessoas que foram tocadas e podem se relacionar com ela”.

Descoberta da sexualidade

Com um toque de comédia romântica e dos clássicos "coming-of-age", Heartstopper traz um romance leve entre dois meninos e, ao mesmo tempo, aborda tópicos como os perigos do bullying e a dificuldade de se descobrir a sexualidade durante a adolescência.

O personagem de Connor, Nick, passa por uma longa jornada individual para entender que é bisexual e não hétero, como pensava. O ator destaca que todos podem assistir à série - a classificação indicativa é de 12 anos - mas que o fato dela poder alcançar um público jovem é especial.

“Ter essa audiência ganhando representatividade queer, particularmente com um personagem bisexual que realmente passa por conflitos internos, lutas mentais e confusão no geral em descobrir a sua sexualidade e se aceitar. Acho isso extremamente importante”, diz.

A história já tem criado impacto. No dia de lançamento da série, Connor compartilhou um tweet de um fã que dizia que havia assumido a sexualidade para os pais mostrando uma cena de Nick com a mãe. A personagem, inclusive, é interpretada pela vencedora do Oscar Olivia Colman, que faz uma ponta no seriado.

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“Eu acho que esse é um dos momentos mais gratificantes da minha vida, para ser sincero. Poder exercer um papel, qualquer que seja, dessa forma na vida de alguém é incrível e uma honra”, afirma o ator sobre a mensagem.

Recepção e fãs brasileiros

O recado dos atores parece ser claro: Heartstopper é uma série sobre todos e para todos. “É incrível fazer um programa que tem causado tanto impacto em tanta gente e que, em poucos dias, fez com que tantas pessoas nos enviassem mensagens de apoio e apreço pela série”, diz Connor.

Entre tantos admiradores, Joe e Kit afirmam que os fãs brasileiros estão entre os que mais fazem barulho nas redes sociais. Na última segunda, 25, a Netflix lançou um vídeo dos dois lendo mensagens em português e tentando entender o que elas significavam.

“Nossa pronúncia foi péssima, mas foi ótimo. Os tweets eram extremamente gentis, lisonjeiros em muitos sentidos. Espero que um dia possamos visitar o Brasil e mostrar nossa gratidão”, comenta Connor. Animado ao seu lado, Locke completa: “Sim, eu quero muito ir ao Brasil”.

Apesar de, até o momento, a Netflix não ter confirmado uma segunda temporada da série, ambos estão ansiosos para a jornada que seus personagens podem enfrentar. Enquanto isso, os oito episódios de Heartstopper estão disponíveis para serem assistidos na plataforma de streaming.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Kit Connor e Joe Locke interpretam Nick e Charlie em 'Heartstopper'. Os atores falaram sobre o sucesso da série ao Estadão. Foto: Netflix

“Eu acho que nunca existe representatividade e inclusão demais e uma série como Heartstopper é a prova disso”, diz o ator Kit Connor, de 18 anos. Ao seu lado, Joe Locke, da mesma idade, sorri e balança a cabeça em concordância.

A dupla de atores mirins protagoniza Heartstopper, série da Netflix que completa uma semana de lançamento nesta sexta-feira, 29. O seriado tem oito episódios de cerca de 30 minutos e é baseado na graphic novel de mesmo nome da autora inglesa Alice Oseman, que participou de perto da adaptação.

Locke interpreta Charlie Spring, um menino gentil e tímido que, no último ano, sofreu bullying na escola após terem descoberto que ele é gay. Em uma aula, ele conhece Nick Nelson, personagem de Connor, que é um ano mais velho, estrela do time de rugby e supostamente hétero. Eles desenvolvem uma forte amizade e, aos poucos, percebem que estão se apaixonando.

Em entrevista ao Estadão, Kit Connor e Joe Locke falaram sobre a importância da história e de sua representatividade, de como transportaram os quadrinhos para as câmeras e exaltaram a presença dos fãs brasileiros nas redes sociais.


Dos quadrinhos para as telas

Com sete dias de lançamento, Heartstopper acumula boas críticas e uma forte presença nas redes sociais. Mesmo tendo estreado apenas na sexta-feira, 22, foi a sétima produção mais assistida do mundo na Netflix entre as séries de língua inglesa na última semana, com mais de 14,5 milhões de reproduções durante o final de semana.

Parte do empenho para que a série tenha uma boa performance vem dos fãs da HQ, que aguardavam ansiosamente o lançamento da adaptação. De acordo com Kit Connor, a preparação para encararem os personagens durou cerca de duas semanas, nas quais foram imersos na história de Charlie e Nick. “A nossa prioridade era sermos autênticos aos personagens, mas também colocar o nosso toque neles'', diz.

Para Joe Locke, essa imersão envolveu ler e reler os quadrinhos quantas vezes fosse necessário. “Queria entender como o Charlie é e como age e também relacionar isso comigo, para ver que partes de mim se parecem com ele e quais partes são diferentes”, explica.

Kit Connor e Joe Locke interpretam dois meninos que se apaixonam em 'Heartstopper', adaptação dos quadrinhos de Alice Oseman. Foto: Netflix

Com pequenos pontos de divergência, Heartstopper é uma das adaptações mais fiéis ao produto original que a Netflix já produziu. Isso se deve ao fato de que a criadora da história, Alice Oseman, é creditada como roteirista e produtora e esteve presente durante todo o período de filmagens.

“Ter Alice no set foi tão incrível porque ela sempre estaria em um canto para qualquer pergunta que tivéssemos ou qualquer ajuda que precisássemos", diz Locke. O ator lembra que, em algumas cenas, Euros Lyn, que dirigiu os oito episódios da série, mantinha um tablet com o roteiro de um lado e a página da HQ que correspondesse ao momento no outro.


Representatividade

Quando a notícia de que Heartstopper viraria uma série da Netflix foi confirmada, os fãs clamaram para que, além da fidelidade à história, a produção escolhesse um elenco que mantivesse a representatividade criada por Alice Oseman.

O desejo foi atendido e, por isso, a série tem um dos elencos mais diversos da plataforma. Além dos personagens centrais, a produção conta com Yasmin Finney, atriz negra e trans que interpreta Elle, amiga de Charlie que se transfere para a escola de garotas após realizar a transição de gênero.

Nos episódios, vemos o nascer do interesse dela por Tao, que também faz parte do grupo de amigos e é interpretado por William Gao, inglês de ascendência chinesa. Kizzy Edgell e Corinna Brown também fazem parte do grupo e interpretam Darcy e Tara, casal interracial de meninas que resolve deixar de esconder seu relacionamento. Tobie Donovan faz Isaac, o “amigo quieto”, que Alice já deu dicas de que pode fazer parte do espectro assexual.

Yasmin Finney (Elle), William Gao (Tao)eTobie Donavan (Isaac) em cena de 'Heartstopper'. Foto: Netflix

“A nossa série é feita para todos os tipos de pessoas", ressalta Joe Locke. Connor concorda com o colega e destaca a importância da audiência conseguir se ver nos personagens: “Eu estou muito feliz com a animação das pessoas com a série e com a quantidade de pessoas que foram tocadas e podem se relacionar com ela”.

Descoberta da sexualidade

Com um toque de comédia romântica e dos clássicos "coming-of-age", Heartstopper traz um romance leve entre dois meninos e, ao mesmo tempo, aborda tópicos como os perigos do bullying e a dificuldade de se descobrir a sexualidade durante a adolescência.

O personagem de Connor, Nick, passa por uma longa jornada individual para entender que é bisexual e não hétero, como pensava. O ator destaca que todos podem assistir à série - a classificação indicativa é de 12 anos - mas que o fato dela poder alcançar um público jovem é especial.

“Ter essa audiência ganhando representatividade queer, particularmente com um personagem bisexual que realmente passa por conflitos internos, lutas mentais e confusão no geral em descobrir a sua sexualidade e se aceitar. Acho isso extremamente importante”, diz.

A história já tem criado impacto. No dia de lançamento da série, Connor compartilhou um tweet de um fã que dizia que havia assumido a sexualidade para os pais mostrando uma cena de Nick com a mãe. A personagem, inclusive, é interpretada pela vencedora do Oscar Olivia Colman, que faz uma ponta no seriado.

reference

“Eu acho que esse é um dos momentos mais gratificantes da minha vida, para ser sincero. Poder exercer um papel, qualquer que seja, dessa forma na vida de alguém é incrível e uma honra”, afirma o ator sobre a mensagem.

Recepção e fãs brasileiros

O recado dos atores parece ser claro: Heartstopper é uma série sobre todos e para todos. “É incrível fazer um programa que tem causado tanto impacto em tanta gente e que, em poucos dias, fez com que tantas pessoas nos enviassem mensagens de apoio e apreço pela série”, diz Connor.

Entre tantos admiradores, Joe e Kit afirmam que os fãs brasileiros estão entre os que mais fazem barulho nas redes sociais. Na última segunda, 25, a Netflix lançou um vídeo dos dois lendo mensagens em português e tentando entender o que elas significavam.

“Nossa pronúncia foi péssima, mas foi ótimo. Os tweets eram extremamente gentis, lisonjeiros em muitos sentidos. Espero que um dia possamos visitar o Brasil e mostrar nossa gratidão”, comenta Connor. Animado ao seu lado, Locke completa: “Sim, eu quero muito ir ao Brasil”.

Apesar de, até o momento, a Netflix não ter confirmado uma segunda temporada da série, ambos estão ansiosos para a jornada que seus personagens podem enfrentar. Enquanto isso, os oito episódios de Heartstopper estão disponíveis para serem assistidos na plataforma de streaming.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Kit Connor e Joe Locke interpretam Nick e Charlie em 'Heartstopper'. Os atores falaram sobre o sucesso da série ao Estadão. Foto: Netflix

“Eu acho que nunca existe representatividade e inclusão demais e uma série como Heartstopper é a prova disso”, diz o ator Kit Connor, de 18 anos. Ao seu lado, Joe Locke, da mesma idade, sorri e balança a cabeça em concordância.

A dupla de atores mirins protagoniza Heartstopper, série da Netflix que completa uma semana de lançamento nesta sexta-feira, 29. O seriado tem oito episódios de cerca de 30 minutos e é baseado na graphic novel de mesmo nome da autora inglesa Alice Oseman, que participou de perto da adaptação.

Locke interpreta Charlie Spring, um menino gentil e tímido que, no último ano, sofreu bullying na escola após terem descoberto que ele é gay. Em uma aula, ele conhece Nick Nelson, personagem de Connor, que é um ano mais velho, estrela do time de rugby e supostamente hétero. Eles desenvolvem uma forte amizade e, aos poucos, percebem que estão se apaixonando.

Em entrevista ao Estadão, Kit Connor e Joe Locke falaram sobre a importância da história e de sua representatividade, de como transportaram os quadrinhos para as câmeras e exaltaram a presença dos fãs brasileiros nas redes sociais.


Dos quadrinhos para as telas

Com sete dias de lançamento, Heartstopper acumula boas críticas e uma forte presença nas redes sociais. Mesmo tendo estreado apenas na sexta-feira, 22, foi a sétima produção mais assistida do mundo na Netflix entre as séries de língua inglesa na última semana, com mais de 14,5 milhões de reproduções durante o final de semana.

Parte do empenho para que a série tenha uma boa performance vem dos fãs da HQ, que aguardavam ansiosamente o lançamento da adaptação. De acordo com Kit Connor, a preparação para encararem os personagens durou cerca de duas semanas, nas quais foram imersos na história de Charlie e Nick. “A nossa prioridade era sermos autênticos aos personagens, mas também colocar o nosso toque neles'', diz.

Para Joe Locke, essa imersão envolveu ler e reler os quadrinhos quantas vezes fosse necessário. “Queria entender como o Charlie é e como age e também relacionar isso comigo, para ver que partes de mim se parecem com ele e quais partes são diferentes”, explica.

Kit Connor e Joe Locke interpretam dois meninos que se apaixonam em 'Heartstopper', adaptação dos quadrinhos de Alice Oseman. Foto: Netflix

Com pequenos pontos de divergência, Heartstopper é uma das adaptações mais fiéis ao produto original que a Netflix já produziu. Isso se deve ao fato de que a criadora da história, Alice Oseman, é creditada como roteirista e produtora e esteve presente durante todo o período de filmagens.

“Ter Alice no set foi tão incrível porque ela sempre estaria em um canto para qualquer pergunta que tivéssemos ou qualquer ajuda que precisássemos", diz Locke. O ator lembra que, em algumas cenas, Euros Lyn, que dirigiu os oito episódios da série, mantinha um tablet com o roteiro de um lado e a página da HQ que correspondesse ao momento no outro.


Representatividade

Quando a notícia de que Heartstopper viraria uma série da Netflix foi confirmada, os fãs clamaram para que, além da fidelidade à história, a produção escolhesse um elenco que mantivesse a representatividade criada por Alice Oseman.

O desejo foi atendido e, por isso, a série tem um dos elencos mais diversos da plataforma. Além dos personagens centrais, a produção conta com Yasmin Finney, atriz negra e trans que interpreta Elle, amiga de Charlie que se transfere para a escola de garotas após realizar a transição de gênero.

Nos episódios, vemos o nascer do interesse dela por Tao, que também faz parte do grupo de amigos e é interpretado por William Gao, inglês de ascendência chinesa. Kizzy Edgell e Corinna Brown também fazem parte do grupo e interpretam Darcy e Tara, casal interracial de meninas que resolve deixar de esconder seu relacionamento. Tobie Donovan faz Isaac, o “amigo quieto”, que Alice já deu dicas de que pode fazer parte do espectro assexual.

Yasmin Finney (Elle), William Gao (Tao)eTobie Donavan (Isaac) em cena de 'Heartstopper'. Foto: Netflix

“A nossa série é feita para todos os tipos de pessoas", ressalta Joe Locke. Connor concorda com o colega e destaca a importância da audiência conseguir se ver nos personagens: “Eu estou muito feliz com a animação das pessoas com a série e com a quantidade de pessoas que foram tocadas e podem se relacionar com ela”.

Descoberta da sexualidade

Com um toque de comédia romântica e dos clássicos "coming-of-age", Heartstopper traz um romance leve entre dois meninos e, ao mesmo tempo, aborda tópicos como os perigos do bullying e a dificuldade de se descobrir a sexualidade durante a adolescência.

O personagem de Connor, Nick, passa por uma longa jornada individual para entender que é bisexual e não hétero, como pensava. O ator destaca que todos podem assistir à série - a classificação indicativa é de 12 anos - mas que o fato dela poder alcançar um público jovem é especial.

“Ter essa audiência ganhando representatividade queer, particularmente com um personagem bisexual que realmente passa por conflitos internos, lutas mentais e confusão no geral em descobrir a sua sexualidade e se aceitar. Acho isso extremamente importante”, diz.

A história já tem criado impacto. No dia de lançamento da série, Connor compartilhou um tweet de um fã que dizia que havia assumido a sexualidade para os pais mostrando uma cena de Nick com a mãe. A personagem, inclusive, é interpretada pela vencedora do Oscar Olivia Colman, que faz uma ponta no seriado.

reference

“Eu acho que esse é um dos momentos mais gratificantes da minha vida, para ser sincero. Poder exercer um papel, qualquer que seja, dessa forma na vida de alguém é incrível e uma honra”, afirma o ator sobre a mensagem.

Recepção e fãs brasileiros

O recado dos atores parece ser claro: Heartstopper é uma série sobre todos e para todos. “É incrível fazer um programa que tem causado tanto impacto em tanta gente e que, em poucos dias, fez com que tantas pessoas nos enviassem mensagens de apoio e apreço pela série”, diz Connor.

Entre tantos admiradores, Joe e Kit afirmam que os fãs brasileiros estão entre os que mais fazem barulho nas redes sociais. Na última segunda, 25, a Netflix lançou um vídeo dos dois lendo mensagens em português e tentando entender o que elas significavam.

“Nossa pronúncia foi péssima, mas foi ótimo. Os tweets eram extremamente gentis, lisonjeiros em muitos sentidos. Espero que um dia possamos visitar o Brasil e mostrar nossa gratidão”, comenta Connor. Animado ao seu lado, Locke completa: “Sim, eu quero muito ir ao Brasil”.

Apesar de, até o momento, a Netflix não ter confirmado uma segunda temporada da série, ambos estão ansiosos para a jornada que seus personagens podem enfrentar. Enquanto isso, os oito episódios de Heartstopper estão disponíveis para serem assistidos na plataforma de streaming.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Kit Connor e Joe Locke interpretam Nick e Charlie em 'Heartstopper'. Os atores falaram sobre o sucesso da série ao Estadão. Foto: Netflix

“Eu acho que nunca existe representatividade e inclusão demais e uma série como Heartstopper é a prova disso”, diz o ator Kit Connor, de 18 anos. Ao seu lado, Joe Locke, da mesma idade, sorri e balança a cabeça em concordância.

A dupla de atores mirins protagoniza Heartstopper, série da Netflix que completa uma semana de lançamento nesta sexta-feira, 29. O seriado tem oito episódios de cerca de 30 minutos e é baseado na graphic novel de mesmo nome da autora inglesa Alice Oseman, que participou de perto da adaptação.

Locke interpreta Charlie Spring, um menino gentil e tímido que, no último ano, sofreu bullying na escola após terem descoberto que ele é gay. Em uma aula, ele conhece Nick Nelson, personagem de Connor, que é um ano mais velho, estrela do time de rugby e supostamente hétero. Eles desenvolvem uma forte amizade e, aos poucos, percebem que estão se apaixonando.

Em entrevista ao Estadão, Kit Connor e Joe Locke falaram sobre a importância da história e de sua representatividade, de como transportaram os quadrinhos para as câmeras e exaltaram a presença dos fãs brasileiros nas redes sociais.


Dos quadrinhos para as telas

Com sete dias de lançamento, Heartstopper acumula boas críticas e uma forte presença nas redes sociais. Mesmo tendo estreado apenas na sexta-feira, 22, foi a sétima produção mais assistida do mundo na Netflix entre as séries de língua inglesa na última semana, com mais de 14,5 milhões de reproduções durante o final de semana.

Parte do empenho para que a série tenha uma boa performance vem dos fãs da HQ, que aguardavam ansiosamente o lançamento da adaptação. De acordo com Kit Connor, a preparação para encararem os personagens durou cerca de duas semanas, nas quais foram imersos na história de Charlie e Nick. “A nossa prioridade era sermos autênticos aos personagens, mas também colocar o nosso toque neles'', diz.

Para Joe Locke, essa imersão envolveu ler e reler os quadrinhos quantas vezes fosse necessário. “Queria entender como o Charlie é e como age e também relacionar isso comigo, para ver que partes de mim se parecem com ele e quais partes são diferentes”, explica.

Kit Connor e Joe Locke interpretam dois meninos que se apaixonam em 'Heartstopper', adaptação dos quadrinhos de Alice Oseman. Foto: Netflix

Com pequenos pontos de divergência, Heartstopper é uma das adaptações mais fiéis ao produto original que a Netflix já produziu. Isso se deve ao fato de que a criadora da história, Alice Oseman, é creditada como roteirista e produtora e esteve presente durante todo o período de filmagens.

“Ter Alice no set foi tão incrível porque ela sempre estaria em um canto para qualquer pergunta que tivéssemos ou qualquer ajuda que precisássemos", diz Locke. O ator lembra que, em algumas cenas, Euros Lyn, que dirigiu os oito episódios da série, mantinha um tablet com o roteiro de um lado e a página da HQ que correspondesse ao momento no outro.


Representatividade

Quando a notícia de que Heartstopper viraria uma série da Netflix foi confirmada, os fãs clamaram para que, além da fidelidade à história, a produção escolhesse um elenco que mantivesse a representatividade criada por Alice Oseman.

O desejo foi atendido e, por isso, a série tem um dos elencos mais diversos da plataforma. Além dos personagens centrais, a produção conta com Yasmin Finney, atriz negra e trans que interpreta Elle, amiga de Charlie que se transfere para a escola de garotas após realizar a transição de gênero.

Nos episódios, vemos o nascer do interesse dela por Tao, que também faz parte do grupo de amigos e é interpretado por William Gao, inglês de ascendência chinesa. Kizzy Edgell e Corinna Brown também fazem parte do grupo e interpretam Darcy e Tara, casal interracial de meninas que resolve deixar de esconder seu relacionamento. Tobie Donovan faz Isaac, o “amigo quieto”, que Alice já deu dicas de que pode fazer parte do espectro assexual.

Yasmin Finney (Elle), William Gao (Tao)eTobie Donavan (Isaac) em cena de 'Heartstopper'. Foto: Netflix

“A nossa série é feita para todos os tipos de pessoas", ressalta Joe Locke. Connor concorda com o colega e destaca a importância da audiência conseguir se ver nos personagens: “Eu estou muito feliz com a animação das pessoas com a série e com a quantidade de pessoas que foram tocadas e podem se relacionar com ela”.

Descoberta da sexualidade

Com um toque de comédia romântica e dos clássicos "coming-of-age", Heartstopper traz um romance leve entre dois meninos e, ao mesmo tempo, aborda tópicos como os perigos do bullying e a dificuldade de se descobrir a sexualidade durante a adolescência.

O personagem de Connor, Nick, passa por uma longa jornada individual para entender que é bisexual e não hétero, como pensava. O ator destaca que todos podem assistir à série - a classificação indicativa é de 12 anos - mas que o fato dela poder alcançar um público jovem é especial.

“Ter essa audiência ganhando representatividade queer, particularmente com um personagem bisexual que realmente passa por conflitos internos, lutas mentais e confusão no geral em descobrir a sua sexualidade e se aceitar. Acho isso extremamente importante”, diz.

A história já tem criado impacto. No dia de lançamento da série, Connor compartilhou um tweet de um fã que dizia que havia assumido a sexualidade para os pais mostrando uma cena de Nick com a mãe. A personagem, inclusive, é interpretada pela vencedora do Oscar Olivia Colman, que faz uma ponta no seriado.

reference

“Eu acho que esse é um dos momentos mais gratificantes da minha vida, para ser sincero. Poder exercer um papel, qualquer que seja, dessa forma na vida de alguém é incrível e uma honra”, afirma o ator sobre a mensagem.

Recepção e fãs brasileiros

O recado dos atores parece ser claro: Heartstopper é uma série sobre todos e para todos. “É incrível fazer um programa que tem causado tanto impacto em tanta gente e que, em poucos dias, fez com que tantas pessoas nos enviassem mensagens de apoio e apreço pela série”, diz Connor.

Entre tantos admiradores, Joe e Kit afirmam que os fãs brasileiros estão entre os que mais fazem barulho nas redes sociais. Na última segunda, 25, a Netflix lançou um vídeo dos dois lendo mensagens em português e tentando entender o que elas significavam.

“Nossa pronúncia foi péssima, mas foi ótimo. Os tweets eram extremamente gentis, lisonjeiros em muitos sentidos. Espero que um dia possamos visitar o Brasil e mostrar nossa gratidão”, comenta Connor. Animado ao seu lado, Locke completa: “Sim, eu quero muito ir ao Brasil”.

Apesar de, até o momento, a Netflix não ter confirmado uma segunda temporada da série, ambos estão ansiosos para a jornada que seus personagens podem enfrentar. Enquanto isso, os oito episódios de Heartstopper estão disponíveis para serem assistidos na plataforma de streaming.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

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