Chorar pelo mocinho da novela e passar vários capítulos tentando se recuperar não é mais o foco de algumas personagens que se destacam nas produções nacionais. Na verdade, a maioria das telenovelas mostram que as mulheres são as responsáveis por comandar a história e não ficam baqueadas por algo tão 'simples'.
Nesse Dia Internacional da Mulher, relembramos algumas personagens que fizeram história na teledramaturgia e ganharam o coração do público de alguma forma. Confira a lista:
Maria do Carmo, em Senhora do Destino
Em Senhora do Destino, da Rede Globo, Maria do Carmo (Susana Vieira) enfrentou, desde muito jovem, o desafio de criar os filhos sozinha e ainda teve sua filha caçula, Lindalva (Carolina Dieckmann) roubada por Nazaré Tedesco (Renata Sorrah).
Mesmo diante de tantas dificuldades, Maria do Carmo nunca deixou de procurar a filha na novela e seguiu firme e forte durante toda a trama. A história da Senhora do Destino foi até enredo da escola de samba na novela.
Tieta, em Tieta
A personagem de Betty Faria era uma mulher livre e que não se preocupava com o que os outros iriam dizer, pois a protagonista era uma mulher dona do próprio nariz. A trama da Globo foi inspirada no livro de Jorge Amado, Tieta do Agreste, que se passa em 1977.
Claudia Ohana viveu a primeira fase de Tieta e foi escorraçada da cidade pelo pai Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), pois ele se irritou com o comportamento liberal da jovem. Humilhada, Tieta seguiu para São Paulo. Mas, após anos, ela volta para a cidade natal, e reaparece rica e decidida a se vingar das pessoas que a maltrataram.
Para deixar a família ainda mais impactada, ela se envolve com o sobrinho, o jovem seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes), filho da sua irmã Perpétua (Joana Fomm) que incentivou o pai a expulsá-la de casa quando jovem.
Helô, em Salve Jorge
Em Salve Jorge a trama principal girava em torno das mulheres traficadas para Turquia e a delegada Helô, interpretada por Giovanna Antonelli, foi a responsável por solucionar o esquema e prender a quadrilha.
Giovanna Antonelli marcou a novela da Globo por ser uma personagem forte, decidida, respeitada e por ter uma posição de alto nível. Na época da novela, a personagem ajudou a revolucionar o guarda-roupas de centenas de brasileiras que admiravam o papel de Giovanna.
Catarina, em O Cravo e a Rosa
Em O Cravo e a Rosa, que está sendo reprisada na TV Globo, Catarina (Adriana Esteves) marcou a novela. Em plena década de 1920, a mocinha quis aprender a dirigir, escreveu textos feministas e não queria casar de jeito nenhum. Para Catarina, casamento e os “benefícios” em ter um marido não eram motivos atraentes.
Catarina acabou se casando, mas não abaixou a cabeça e manteve sua opinião e decisões a todo custo. A novela foi uma releitura mais feminista do clássico A Megera Domada, de William Shakespeare.
Griselda, de Fina Estampa
Em Fina Estampa, da Rede Globo, a personagem conhecida como Pereirão (Lilia Cabral) fazia serviços que eram destinados a homens. Por necessidade, Griselda começa a fazer reparos, consertar aparelhos eletrônicos, instalar chuveiros e torneiras.
A Pereirão era a versão feminina do “marido de aluguel” e tinha o lema de que “tudo na vida é questão de jeito”. Ela retratava a realidade de muitas mulheres que se viram para conseguir colocar dinheiro em casa, investir na educação dos filhos e manter as contas da casa em dia.
Isaura, de A Escrava Isaura
Sucesso no Brasil e no mundo, a novela da Globo, A Escrava Isaura, baseada no romance de Bernardo Guimarães, conta a história de Isaura (Lucélia Santos) que é uma garota órfã que tem vontade de conquistar a liberdade.
Leôncio (Rubens Falco), filho do Comendador Almeida, é apaixonado por Isaura e por não ser correspondido, ele não entrega a carta de alforria da escrava branca e aplica castigos cruéis à moça.
A vontade de ser livre cresce quando Isaura se apaixona por Tobias (Roberto Pirillo), que é proprietário de terras vizinhas, e eles enfrentam desafios com Leôncio, que se nega a vender a moça.
Lurdes, de Amor de Mãe
Em Amor de Mãe, novela de Manuela Dias, Lurdes (Regina Casé) vive o drama da mãe que perdeu o filho e segue a trama inteira buscando por ele, pois a esperança de encontrá-lo vivo não morreu em nenhum segundo.
A personagem de Regina Casé é mãe de cinco filhos, uma mulher simples e que fugiu do Rio Grande do Norte após matar o marido, que a agredia quando estava bêbado. Dona Lurdes vai para o Rio de Janeiro decidida a unir a família, separada quando o marido vendeu um de seus filhos, Domênico (Chay Suede).
Ao tomar essa decisão, Regina Casé enfrenta uma vida simples, como babá na cidade grande. Esse é mais um retrato de mulheres brasileiras que a teledramaturgia conseguiu retratar e ganhar o coração de tantos telespectadores.
Juma Marruá, de Pantanal
Na primeira edição de Pantanal, que foi ao ar pela Rede Manchete, Juma Marruá (Cristiana Oliveira) é conhecida por se transformar em onça-pintada quando se sente ameaçada. Mesmo enfrentando desafios no Pantanal, ela também vive uma história de amor com Jove (Marcos Winter).
Assim que Juma nasceu, ela foi abandonada por Maria Marruá (Cássia Kiss) na canoa, mas logo a mãe se arrepende e busca a criança. Com Gil (José Dumont), pai de Juma, assassinado, Maria acaba criando a filha sozinha, mas logo é assassinada e deixa Juma órfã.
Estela e Teresa, de Babilônia
Logo no primeiro capítulo da Babilônia, Estela (Nathalia Timberg) e Teresa (Fernanda Montenegro) protagonizaram o primeiro beijo lésbico no horário nobre da TV Globo.
Por serem mulheres mais velhas e viver um casal homossexual, esse foi um dos assuntos mais comentados na época, em 2015. Durante a trama, as duas enfrentaram preconceitos pela idade e orientação sexual.