Análise|Abertura das Olimpíadas de Paris mostra a Los Angeles o que não fazer em 2028


Ideia do desfile pelo rio Sena foi desabonada e a chuva tirou parte do brilho do espetáculo, que contou com cena polêmica e show de Céline Dion

Por Marcos Antomil
Atualização:

PARIS - Apesar de haver competições antes mesmo da cerimônia de abertura, esse é o evento que dá o tom dos Jogos Olímpicos e eleva os ânimos do público na torcida pela medalha de ouro para seu país. No entanto, o que se viu, nesta sexta-feira, foi uma grande decepção. A chuva não pode ser apontada como culpada, porque a execução da ideia não foi afetada de forma determinante e, mesmo sob sol, o evento teria recebido muitas críticas.

A preocupação com a segurança dificultou o acesso do público às arquibancadas populares à beira do rio Sena. A ideia de fazer um desfile em embarcações parecia revolucionária, mas ofuscou os porta-bandeiras e tornou a cerimônia arrastada. As inusitadas interrupções do desfile para performances artísticas pouco inteligíveis tinham como objetivo afastar qualquer morosidade. Como resultado, o público acompanhou a cerimônia de abertura mais pelo telão do que ao vivo.

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Chuva marcou praticamente a totalidade da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris de 2024. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

Quem esteve em uma localização mais privilegiada, no Trocadéro, acabou pagando caro pelo pouco que acompanhou. Costumam ser os ápices das cerimônias de abertura as passagens das delegações e todo o espetáculo que a cidade-sede produz para contar sua história e a do seu país. Mas pouco disso houve em Paris nesta noite. Faltou mais de França. Esses Jogos Olímpicos preferiram apostar nas figuras internacionais, como Lady Gaga, Céline Dion e os atletas Rafael Nadal, Carl Lewis, Nadia Comaneci e Serena Williams.

A organização das Olimpíadas de Paris provou a teoria de que falar e propor é diferente de executar. A cerimônia de abertura desses Jogos serve de exemplo para Los Angeles sobre o que não fazer em 2028, quando abrigará a próxima edição do evento. Usar símbolos importantes e pontos turísticos da cidade seria fantástico se o conceito ficasse restrito a uma área menor, entre a Torre Eiffel e o Trocadéro.

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Uma cidade tão importante global, geopolítica e turisticamente como Paris mostrou uma linda viagem cinematográfica, arte, diversidade, ousadia e caos, explorando as suas belezas extraordinárias, de modo que misturou o histórico, o requinte e o popular, o underground e o erudito, sem grandes recursos tecnológicos.

O espetáculo fugiu do padrão e quebrou o protocolo, mas poderia ter mostrado mais. Faltou energia, vibração e integração com os milhares que foram assistir de perto ao evento, sentados na grama, no chão e, quando houve, em cadeiras. A verdade é que, pela televisão, foi belíssima. Ao vivo, nem tanto. Faltou brilho.

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A capa do livro “Jogos Olímpicos 2024″ não convenceu. Pode haver tempo hábil para reverter esse cenário. No entanto, há dúvidas: a cidade é capaz de sediar um evento desse magnitude? Há 100 anos foi, com menos países participantes, atletas e população na capital francesa. Só as próximas semanas poderão responder.

PARIS - Apesar de haver competições antes mesmo da cerimônia de abertura, esse é o evento que dá o tom dos Jogos Olímpicos e eleva os ânimos do público na torcida pela medalha de ouro para seu país. No entanto, o que se viu, nesta sexta-feira, foi uma grande decepção. A chuva não pode ser apontada como culpada, porque a execução da ideia não foi afetada de forma determinante e, mesmo sob sol, o evento teria recebido muitas críticas.

A preocupação com a segurança dificultou o acesso do público às arquibancadas populares à beira do rio Sena. A ideia de fazer um desfile em embarcações parecia revolucionária, mas ofuscou os porta-bandeiras e tornou a cerimônia arrastada. As inusitadas interrupções do desfile para performances artísticas pouco inteligíveis tinham como objetivo afastar qualquer morosidade. Como resultado, o público acompanhou a cerimônia de abertura mais pelo telão do que ao vivo.

Chuva marcou praticamente a totalidade da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris de 2024. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

Quem esteve em uma localização mais privilegiada, no Trocadéro, acabou pagando caro pelo pouco que acompanhou. Costumam ser os ápices das cerimônias de abertura as passagens das delegações e todo o espetáculo que a cidade-sede produz para contar sua história e a do seu país. Mas pouco disso houve em Paris nesta noite. Faltou mais de França. Esses Jogos Olímpicos preferiram apostar nas figuras internacionais, como Lady Gaga, Céline Dion e os atletas Rafael Nadal, Carl Lewis, Nadia Comaneci e Serena Williams.

A organização das Olimpíadas de Paris provou a teoria de que falar e propor é diferente de executar. A cerimônia de abertura desses Jogos serve de exemplo para Los Angeles sobre o que não fazer em 2028, quando abrigará a próxima edição do evento. Usar símbolos importantes e pontos turísticos da cidade seria fantástico se o conceito ficasse restrito a uma área menor, entre a Torre Eiffel e o Trocadéro.

Uma cidade tão importante global, geopolítica e turisticamente como Paris mostrou uma linda viagem cinematográfica, arte, diversidade, ousadia e caos, explorando as suas belezas extraordinárias, de modo que misturou o histórico, o requinte e o popular, o underground e o erudito, sem grandes recursos tecnológicos.

O espetáculo fugiu do padrão e quebrou o protocolo, mas poderia ter mostrado mais. Faltou energia, vibração e integração com os milhares que foram assistir de perto ao evento, sentados na grama, no chão e, quando houve, em cadeiras. A verdade é que, pela televisão, foi belíssima. Ao vivo, nem tanto. Faltou brilho.

A capa do livro “Jogos Olímpicos 2024″ não convenceu. Pode haver tempo hábil para reverter esse cenário. No entanto, há dúvidas: a cidade é capaz de sediar um evento desse magnitude? Há 100 anos foi, com menos países participantes, atletas e população na capital francesa. Só as próximas semanas poderão responder.

PARIS - Apesar de haver competições antes mesmo da cerimônia de abertura, esse é o evento que dá o tom dos Jogos Olímpicos e eleva os ânimos do público na torcida pela medalha de ouro para seu país. No entanto, o que se viu, nesta sexta-feira, foi uma grande decepção. A chuva não pode ser apontada como culpada, porque a execução da ideia não foi afetada de forma determinante e, mesmo sob sol, o evento teria recebido muitas críticas.

A preocupação com a segurança dificultou o acesso do público às arquibancadas populares à beira do rio Sena. A ideia de fazer um desfile em embarcações parecia revolucionária, mas ofuscou os porta-bandeiras e tornou a cerimônia arrastada. As inusitadas interrupções do desfile para performances artísticas pouco inteligíveis tinham como objetivo afastar qualquer morosidade. Como resultado, o público acompanhou a cerimônia de abertura mais pelo telão do que ao vivo.

Chuva marcou praticamente a totalidade da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris de 2024. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

Quem esteve em uma localização mais privilegiada, no Trocadéro, acabou pagando caro pelo pouco que acompanhou. Costumam ser os ápices das cerimônias de abertura as passagens das delegações e todo o espetáculo que a cidade-sede produz para contar sua história e a do seu país. Mas pouco disso houve em Paris nesta noite. Faltou mais de França. Esses Jogos Olímpicos preferiram apostar nas figuras internacionais, como Lady Gaga, Céline Dion e os atletas Rafael Nadal, Carl Lewis, Nadia Comaneci e Serena Williams.

A organização das Olimpíadas de Paris provou a teoria de que falar e propor é diferente de executar. A cerimônia de abertura desses Jogos serve de exemplo para Los Angeles sobre o que não fazer em 2028, quando abrigará a próxima edição do evento. Usar símbolos importantes e pontos turísticos da cidade seria fantástico se o conceito ficasse restrito a uma área menor, entre a Torre Eiffel e o Trocadéro.

Uma cidade tão importante global, geopolítica e turisticamente como Paris mostrou uma linda viagem cinematográfica, arte, diversidade, ousadia e caos, explorando as suas belezas extraordinárias, de modo que misturou o histórico, o requinte e o popular, o underground e o erudito, sem grandes recursos tecnológicos.

O espetáculo fugiu do padrão e quebrou o protocolo, mas poderia ter mostrado mais. Faltou energia, vibração e integração com os milhares que foram assistir de perto ao evento, sentados na grama, no chão e, quando houve, em cadeiras. A verdade é que, pela televisão, foi belíssima. Ao vivo, nem tanto. Faltou brilho.

A capa do livro “Jogos Olímpicos 2024″ não convenceu. Pode haver tempo hábil para reverter esse cenário. No entanto, há dúvidas: a cidade é capaz de sediar um evento desse magnitude? Há 100 anos foi, com menos países participantes, atletas e população na capital francesa. Só as próximas semanas poderão responder.

Análise por Marcos Antomil

Editor assistente de Esportes. Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduado em Jornalismo e Transmissões Esportivas pela Universidad Nebrija (Espanha).

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