Desempenho da seleção feminina de basquete recoloca atletas na vitrine


Êxodo para Europa aumenta por causa dos resultados e Brasil deve ter 11 representantes no Velho Continente

A vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus, não foi conquistada, mas o desempenho recente da seleção feminina de basquete serviu para reascender o interesse pelas jogadoras brasileiras no mercado europeu 

Seis atletas já fecharam acordo para atuar na Europa na temporada que começa entre setembro e outubro, dependendo do país. Nádia Colhado e Alana Gonçalo vão defender Gernika e Melilla, respectivamente, na Espanha. Jeniffer Nonato vai jogar em Portugal, pelo Barreiros. Clarissa está indo para o Izmit, da Turquia, e Isabela Ramona para o Montana, da Bulgária. Débora Costa está deixando o Brasil pela primeira vez e vai para o Lulea, da Suécia.

Isabela Ramona, jogadora da seleção brasileira de basquete, em quadra no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro Foto: Wilton Júnior / Estadão
continua após a publicidade

“A Débora é uma jogadora que, consciente das limitações, trabalhou focada em aproveitar as oportunidades que foram oferecidas. Teve uma performance excepcional nas últimas competições, principalmente no Pré-Olímpico da França, enfrentando jogadoras que são referências mundiais da modalidade”, analisa o técnico da seleção brasileira, José Neto.

O número de brasileiras na Europa, com certeza, vai aumentar. A pivô Érika de Souza está quase de malas prontas para voltar ao basquete espanhol – tem oferta da Turquia também. Já Raphaela Monteiro tem como destino Portugal. Tainá Paixão, Patty e Aline Moura são outras atletas com possibilidade de aumentar o êxodo.

Atualmente, segundo o mapeamento da ex-jogadora Adriana Santos, coordenadora da seleção feminina, são 50 atletas atuando fora do Brasil. A maioria está nos EUA, no basquete universitário. A única representante brasileira na WNBA, liga norte-americana profissional, é Damiris, no Minnesota Lynx.

continua após a publicidade

O agente Fabio Jardine aponta o desempenho recente da seleção como principal chamariz. Apesar de a Liga de Basquete Feminino ter sido encerrada antes do previsto por causa do coronavírus, o calendário deixou de ser um impeditivo por não ser mais conflitante.

“É um processo natural. O intercâmbio de culturas no basquete é muito importante para o desenvolvimento das atletas. E isso aumentou agora devido aos resultados da seleção. A equipe com o José Neto fez bons jogos com equipes importantes. Isso dá mais visibilidade e facilita esta saída das atletas”, explica Jardine.

Desde que José Neto assumiu como técnico, o Brasil foi ouro no Pan-Americano de Lima e terceiro colocado na Copa América, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá, em 2019, e teve bom desempenho no Pré-Olímpico das Américas, além de boas exibições contra França e Austrália no torneio seletivo mundial. A vaga foi perdida para Porto Rico, em uma das poucas partidas ruins.

continua após a publicidade

Com passagens por equipes da WNBA e Europa e muitos títulos no currículo, Érika de Souza concorda que o momento da seleção ajuda para que os clubes contratem mais brasileiras. “É algo que precisa ser muito comemorado. No passado tínhamos uma enxurrada de jogadoras brasileiras atuando na Espanha, Rússia, Polônia, Itália e depois parou um pouco. Acho que a conquista do Pan de Lima contribuiu para a abertura de novo desse mercado”, afirmou a pivô de 38 anos. “Algumas meninas estão indo pela primeira vez para fora, como a Débora (Costa), e isso vai trazer muitos benefícios.”

O salário, claro, é um fator importante para aceitar uma proposta. Algumas atletas recebem até seis vezes mais na Europa. Hoje, no Brasil, uma jogadora de seleção ganha aproximadamente R$ 10 mil por mês. Mas acumular experiência também é fundamental.

“A Bulgária surgiu como uma novidade. Vou ter a oportunidade de jogar a Liga nacional e a Liga Adriática, com clubes da Croácia, Montenegro, Sérvia, e isso me animou bastante”, disse Isabela Ramona, de 26 anos.

continua após a publicidade

Três perguntas para Adriana Santos, coordenadora da seleção feminina

1. Como avalia o êxodo para Europa das jogadoras? Acredito que o momento está bem propício para essas transferências, porque, com o cancelamento da LBF, as atletas ficaram livres para o mercado europeu, que começou a se movimentar. Estar atuando em alguma equipe é muito importante para que elas possam dar seguimento no seu desenvolvimento.

2. Vê algum fator preponderante para isso? A qualidade que nossas atletas apresentam, um reconhecimento pelo trabalho que elas veem apresentando nas últimas competições que participamos. As atletas brasileiras sempre foram destaques nas equipes por onde passaram fora do Brasil. 

continua após a publicidade

3. Qual a importância de ir atuar no exterior?  Conhecer uma outra escola de basquete, jogar competições diferentes, vivenciar outros costumes tanto dentro como fora das quadras, é enriquecedor para qualquer atleta. Essa experiência que irão adquirir só irá somar para o crescimento tanto das atletas como também da seleção.

A vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus, não foi conquistada, mas o desempenho recente da seleção feminina de basquete serviu para reascender o interesse pelas jogadoras brasileiras no mercado europeu 

Seis atletas já fecharam acordo para atuar na Europa na temporada que começa entre setembro e outubro, dependendo do país. Nádia Colhado e Alana Gonçalo vão defender Gernika e Melilla, respectivamente, na Espanha. Jeniffer Nonato vai jogar em Portugal, pelo Barreiros. Clarissa está indo para o Izmit, da Turquia, e Isabela Ramona para o Montana, da Bulgária. Débora Costa está deixando o Brasil pela primeira vez e vai para o Lulea, da Suécia.

Isabela Ramona, jogadora da seleção brasileira de basquete, em quadra no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro Foto: Wilton Júnior / Estadão

“A Débora é uma jogadora que, consciente das limitações, trabalhou focada em aproveitar as oportunidades que foram oferecidas. Teve uma performance excepcional nas últimas competições, principalmente no Pré-Olímpico da França, enfrentando jogadoras que são referências mundiais da modalidade”, analisa o técnico da seleção brasileira, José Neto.

O número de brasileiras na Europa, com certeza, vai aumentar. A pivô Érika de Souza está quase de malas prontas para voltar ao basquete espanhol – tem oferta da Turquia também. Já Raphaela Monteiro tem como destino Portugal. Tainá Paixão, Patty e Aline Moura são outras atletas com possibilidade de aumentar o êxodo.

Atualmente, segundo o mapeamento da ex-jogadora Adriana Santos, coordenadora da seleção feminina, são 50 atletas atuando fora do Brasil. A maioria está nos EUA, no basquete universitário. A única representante brasileira na WNBA, liga norte-americana profissional, é Damiris, no Minnesota Lynx.

O agente Fabio Jardine aponta o desempenho recente da seleção como principal chamariz. Apesar de a Liga de Basquete Feminino ter sido encerrada antes do previsto por causa do coronavírus, o calendário deixou de ser um impeditivo por não ser mais conflitante.

“É um processo natural. O intercâmbio de culturas no basquete é muito importante para o desenvolvimento das atletas. E isso aumentou agora devido aos resultados da seleção. A equipe com o José Neto fez bons jogos com equipes importantes. Isso dá mais visibilidade e facilita esta saída das atletas”, explica Jardine.

Desde que José Neto assumiu como técnico, o Brasil foi ouro no Pan-Americano de Lima e terceiro colocado na Copa América, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá, em 2019, e teve bom desempenho no Pré-Olímpico das Américas, além de boas exibições contra França e Austrália no torneio seletivo mundial. A vaga foi perdida para Porto Rico, em uma das poucas partidas ruins.

Com passagens por equipes da WNBA e Europa e muitos títulos no currículo, Érika de Souza concorda que o momento da seleção ajuda para que os clubes contratem mais brasileiras. “É algo que precisa ser muito comemorado. No passado tínhamos uma enxurrada de jogadoras brasileiras atuando na Espanha, Rússia, Polônia, Itália e depois parou um pouco. Acho que a conquista do Pan de Lima contribuiu para a abertura de novo desse mercado”, afirmou a pivô de 38 anos. “Algumas meninas estão indo pela primeira vez para fora, como a Débora (Costa), e isso vai trazer muitos benefícios.”

O salário, claro, é um fator importante para aceitar uma proposta. Algumas atletas recebem até seis vezes mais na Europa. Hoje, no Brasil, uma jogadora de seleção ganha aproximadamente R$ 10 mil por mês. Mas acumular experiência também é fundamental.

“A Bulgária surgiu como uma novidade. Vou ter a oportunidade de jogar a Liga nacional e a Liga Adriática, com clubes da Croácia, Montenegro, Sérvia, e isso me animou bastante”, disse Isabela Ramona, de 26 anos.

Três perguntas para Adriana Santos, coordenadora da seleção feminina

1. Como avalia o êxodo para Europa das jogadoras? Acredito que o momento está bem propício para essas transferências, porque, com o cancelamento da LBF, as atletas ficaram livres para o mercado europeu, que começou a se movimentar. Estar atuando em alguma equipe é muito importante para que elas possam dar seguimento no seu desenvolvimento.

2. Vê algum fator preponderante para isso? A qualidade que nossas atletas apresentam, um reconhecimento pelo trabalho que elas veem apresentando nas últimas competições que participamos. As atletas brasileiras sempre foram destaques nas equipes por onde passaram fora do Brasil. 

3. Qual a importância de ir atuar no exterior?  Conhecer uma outra escola de basquete, jogar competições diferentes, vivenciar outros costumes tanto dentro como fora das quadras, é enriquecedor para qualquer atleta. Essa experiência que irão adquirir só irá somar para o crescimento tanto das atletas como também da seleção.

A vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus, não foi conquistada, mas o desempenho recente da seleção feminina de basquete serviu para reascender o interesse pelas jogadoras brasileiras no mercado europeu 

Seis atletas já fecharam acordo para atuar na Europa na temporada que começa entre setembro e outubro, dependendo do país. Nádia Colhado e Alana Gonçalo vão defender Gernika e Melilla, respectivamente, na Espanha. Jeniffer Nonato vai jogar em Portugal, pelo Barreiros. Clarissa está indo para o Izmit, da Turquia, e Isabela Ramona para o Montana, da Bulgária. Débora Costa está deixando o Brasil pela primeira vez e vai para o Lulea, da Suécia.

Isabela Ramona, jogadora da seleção brasileira de basquete, em quadra no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro Foto: Wilton Júnior / Estadão

“A Débora é uma jogadora que, consciente das limitações, trabalhou focada em aproveitar as oportunidades que foram oferecidas. Teve uma performance excepcional nas últimas competições, principalmente no Pré-Olímpico da França, enfrentando jogadoras que são referências mundiais da modalidade”, analisa o técnico da seleção brasileira, José Neto.

O número de brasileiras na Europa, com certeza, vai aumentar. A pivô Érika de Souza está quase de malas prontas para voltar ao basquete espanhol – tem oferta da Turquia também. Já Raphaela Monteiro tem como destino Portugal. Tainá Paixão, Patty e Aline Moura são outras atletas com possibilidade de aumentar o êxodo.

Atualmente, segundo o mapeamento da ex-jogadora Adriana Santos, coordenadora da seleção feminina, são 50 atletas atuando fora do Brasil. A maioria está nos EUA, no basquete universitário. A única representante brasileira na WNBA, liga norte-americana profissional, é Damiris, no Minnesota Lynx.

O agente Fabio Jardine aponta o desempenho recente da seleção como principal chamariz. Apesar de a Liga de Basquete Feminino ter sido encerrada antes do previsto por causa do coronavírus, o calendário deixou de ser um impeditivo por não ser mais conflitante.

“É um processo natural. O intercâmbio de culturas no basquete é muito importante para o desenvolvimento das atletas. E isso aumentou agora devido aos resultados da seleção. A equipe com o José Neto fez bons jogos com equipes importantes. Isso dá mais visibilidade e facilita esta saída das atletas”, explica Jardine.

Desde que José Neto assumiu como técnico, o Brasil foi ouro no Pan-Americano de Lima e terceiro colocado na Copa América, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá, em 2019, e teve bom desempenho no Pré-Olímpico das Américas, além de boas exibições contra França e Austrália no torneio seletivo mundial. A vaga foi perdida para Porto Rico, em uma das poucas partidas ruins.

Com passagens por equipes da WNBA e Europa e muitos títulos no currículo, Érika de Souza concorda que o momento da seleção ajuda para que os clubes contratem mais brasileiras. “É algo que precisa ser muito comemorado. No passado tínhamos uma enxurrada de jogadoras brasileiras atuando na Espanha, Rússia, Polônia, Itália e depois parou um pouco. Acho que a conquista do Pan de Lima contribuiu para a abertura de novo desse mercado”, afirmou a pivô de 38 anos. “Algumas meninas estão indo pela primeira vez para fora, como a Débora (Costa), e isso vai trazer muitos benefícios.”

O salário, claro, é um fator importante para aceitar uma proposta. Algumas atletas recebem até seis vezes mais na Europa. Hoje, no Brasil, uma jogadora de seleção ganha aproximadamente R$ 10 mil por mês. Mas acumular experiência também é fundamental.

“A Bulgária surgiu como uma novidade. Vou ter a oportunidade de jogar a Liga nacional e a Liga Adriática, com clubes da Croácia, Montenegro, Sérvia, e isso me animou bastante”, disse Isabela Ramona, de 26 anos.

Três perguntas para Adriana Santos, coordenadora da seleção feminina

1. Como avalia o êxodo para Europa das jogadoras? Acredito que o momento está bem propício para essas transferências, porque, com o cancelamento da LBF, as atletas ficaram livres para o mercado europeu, que começou a se movimentar. Estar atuando em alguma equipe é muito importante para que elas possam dar seguimento no seu desenvolvimento.

2. Vê algum fator preponderante para isso? A qualidade que nossas atletas apresentam, um reconhecimento pelo trabalho que elas veem apresentando nas últimas competições que participamos. As atletas brasileiras sempre foram destaques nas equipes por onde passaram fora do Brasil. 

3. Qual a importância de ir atuar no exterior?  Conhecer uma outra escola de basquete, jogar competições diferentes, vivenciar outros costumes tanto dentro como fora das quadras, é enriquecedor para qualquer atleta. Essa experiência que irão adquirir só irá somar para o crescimento tanto das atletas como também da seleção.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.